sábado, 31 de dezembro de 2011

Noite de Ano Novo




É uma noite diferente, um momento especial, um instante único. Não tem lá a mesma carga emocional que a noite natalina, pois tem outro aspecto. No Natal ficamos com aquele sensação de fraternidade, é aquele clima família, ceia e tal. Já o Réveillon tem outro apelo.

Vocês viram aquele filme, recém-lançado, Noite de Fim de Ano? Pois bem. O diretor Gary Marshall trouxe o romantismo que a noite da virada nos traz. Em primeiro lugar, quando você tá lá vendo o estourar dos fogos de artifício passa um filme em sua cabeça. Tudo aquilo que você fez de bom, as coisas que deixou em aberto, aquelas pendências que 2012 pode resolver. Bate aquele arrependimento do que por mil motivos não te fez bem. Aquela amizade perdida. A mágoa que vem. O choro que chega na goela e volta. O olhar marejado que insiste em trazer de volta quem já se foi.

Réveillon é forte. Nos derruba. Dá aquela vontade de chorar, de ficar só, de abraçar quem está do lado. Você pode até nem conhecer quem é, mas a vontade - que não se confunda com carência em demasia - é mais forte. Não tem como fugir, bate aquela reflexão básica. Damos oportunidade para estranhos se aproximarem, de te conhecer, começar de novo. Se permitir que um novo ano possa começar de fato com um novo amanhã - seja ao lado de um ex-estranho ou um novo velho conhecido, vai lá advinhar. Essa vida apronta tanto com a gente, aff.

Quem sabe entre um gole e outro, após deixar pais e mães em casa, bem depois da meia-noite, numa dessas festas de Réveillon você encontre um motivo a mais para sorrir. Cuidado apenas com as escolhas, pois sua noite branca de virada, pode fazer seu 2012 um pesadelo.

No mais, a última noite do ano é isso. É perdão, é pensamento bom na cabeça, é choro, é paz de espírito, é coração pesado de sentimento, é oração, prece, é olhar no horizonte e falar sozinho, ver o céu pipocando em luz e clamar a Deus dias melhores. A emoção não é pouco não. Tirando nosso aniversário é a noite que mais tem a capacidade de emocionar, de tirar lágrimas.

Mesmo aquela falta de esperança por um ano ruim, pode virar. É o divisor de água, do tempo. Pessoas se unem por sentir o mesmo sentimento. O abandono por exemplo. A carência, ou até mesmo o desejo de fazer coisa boa...vale é o momento, ora. É a noite mágica que tudo pode mudar. Decisiva. Já pensou fazer a contagem regressiva aguardando um beijo? Fazer a virada transando até...quando um passa a seu modo. Mas, por favor, nada de depressão. Eu mesmo começei 2011 num hospital com meu sobrinho passando mal....rsrsrs. Claro, claro, ele tá bem!

Aproveite gente, é tempo sim de renovar as esperanças, fazer mais, dar-se mais, amar e perdoar mais. É por isso que se chama Ano Novo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O ano do "não"




Acabou! O ano do 'não' teve seu fim. Qual é a primeira palavra que ouvimos quando erramos, além do "pôxa, cara", ou do "fudeu", ahh, ainda tem o "tu é muito idiota mesmo", é o "não". E esse ano errei bastante. Mas o legal é que aprendi com os deslizes. Ganhei força, experiência, caminho novo. Foi assim que 2011 aconteceu. Um caminho de longos 365 dias de verdades reveladas, máscaras caidas e laços rompidos. Um ano qualquer, eu diria. Não! Foi o ano do amadurecimento, da confirmação.

O saldo? Jamais pode ficar negativo, por mais que seja, em momento algum você deve admitir que ele é real. Trate logo então de reverter isso. Portanto, em meu balanço já tiro logo, conheci pessoas maravilhosas, ganhei novos aliados, minha lista de inimigos deve ter aumentado. Ou pelo menos, tive essa constatação. Porém, nessa mesma proporção cresce o tamanho da lista de conhecidos, colegas, a de amigos em ritmo menor continua ascendendo. E contando....

2011 foi um ano de lágrimas, de cara amarrada, tristonha, decepcionada, mas também de seriedade e muito trabalho. De começar do zero. Erguer a cabeça. Virei 'hominho' como se diz, ganhei o respeito de minha categoria como profissional consolidado. Na surdina, orgulho-me de meu trabalho dia após dia. E nesse mesmo estilo construo um novo estilo de ser. Quieto, astuto, estratégico, frio, metódico, racional, contido, discreto. Não mais o passional que sai de cena aos poucos. É duro de acreditar, né. Pois é, um dia se aprende.

Entes queridos se foram, amigos de primeira hora se distanciaram - por força do tempo cotidiano. Saudades aumentam. Corpo fala, pede mais descanso, rugas percebidas, cabelos brancos, descoberta da paciência como aliada, perseverar, acreditar, fechar os olhos e saber que amigos existem e eles podem ajudar, sim.

Conselho? Cansei de dá-los.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011




Eu tenho a força de um guerreiro que ama, que usa o sentimento como arma principal. Aquele que sente, sofre, chora, cai, mas que na mesma proporção suporta, absorve, aprende e se sobrepõe. Tira forças de onde não se existe. Contraria as apostas mais incontestes. E sorri para seu algozes.

Nem eu sabia que tinha tamanho poder, todavia tive uma confirmação. Ele só emana quando somos testados. E em forma de prova ele aparece, quando menos imaginamos e da maneira mais estranha. De forma natural acabamos encarando nosso maior medo e com a indeferença e segurança que Deus nos dá, aquilo some e nos torna seres de um serenidade invejável.

De certo que tais momentos de pico exigem de nosso corpo muito, muito mais de nossa psiquê, do nosso sistema nervoso, do nosso clima. Podemos aparentemente estarmos intactos, mas por dentro ficamos exaustos da batalha que acabamos de enfrentar. Eu vi a cara feia do perigo e sorri pra ela. Não falo aqui do flagelo da morte, mas de moléstia similar, a chaga do medo, que nos mata por dentro. Nos torna impotentes e incapazes de darmos o passo seguinte, sem imaginarmos um novo encontro.

É hora de superar e o momento presente demonstrou isso. Aquilo que mais secretamente tememos um dia sempre acontece, sempre vem, e não se enganem. Para fugirmos, temos que lutar, enfrentar e não fraquejar. Mostrar o quanto você é bom. Apresentar seu valor e sua honra. Exibir retidão, altivez, orgulho até. Orgulho de estar diante de seus maiores óbices e não tremer, fraquejar ou recuar.

Sou sim a lâmina mais cortante de um samurai rasgando o que havia de mal e ruim dentro de mim. Isso mesmo. Não é erro. Estava eu lutando contra mim mesmo. Contra meus erros, meu orgulho, minha impáfia, meus medos, fantasmas e decepções. Hoje lutei contra tudo isso. Sai destroçado, detonado, mas vivo, com o íntimo às migalhas, mas creio que em frangalhos deixei a percepção alhei sobre mim.

Não admiti, mas por um lado era necessário tal retorno, reencontro para passar uma borracha em vagas impressões e equívocos. Valeu por mostrar que tudo tem um fim - doloroso - mas um fim. Não queria que fosse como tal, mas assim quis Deus sabe quem. Serviu de lição para mim e para aqueles que querem meu mal. E para mostrar que a alma de um guerreiro que ama é imortal. Tão perene quanto a sede que tiverem de me derrubarem.

Não, mil vezes não. Não sou um pavão egocentrista ou um narciso travestido de jornalista, não. De rótulos, basta. Sou um jovem, procurando um lugar ao sol, que quer apenas paz e tranquilidade para seguir seu rumo. A cada dia ponho um tijolo nessa edificação que um dia será meu castelo de suor e lágrima. Nas paredes desse castelo ponho apenas fotos de meus amigos, não as cabeças expostas de meus inimigos, pois deles quero apenas a atenção e o respeito. A atenção para verem e sentirem do que sou capaz, não para dar troco ou vendeta barata. Não, definitivamente não. Chega de guerra, de luta, ódio ou rancor. O respeito quero de todos, não só de meus aliados e rivais. Mas esse, nós só o temos se fizermos por onde merecermos.

Certamente, hoje vou dormir com orgulho de mim. Tiro o peso de minha armadura por hora, mas sei que a guerra não acaba quando um só quer. Não sei da sede de discórdia do oponente, porém apenas sob a proteção do manto de Maria e com as forças da espada de São Jorge sigo meu caminho. Amanhã tem mais!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Quero é natal todo dia....ora essa




É inevitável não pensar e não perguntar. Por que não seguir com esse sentimento de fraternidade, bondade durante todo o ano? Por que não dizer que gosta, que curte, que admira diariamente? Me digam o motivo que impedem se demonstrar o afeto o bem querer todo dia? Distribuir abraços, beijos, amor a todo momento? A gente recebe mensagens de pessoas que nem pensávamos que existiam mais. Gente que passa o ano inteiro sem ao menos trocar um 'oi' e repentinamente o amor aflora em forma de poucas letras em curtos períodos digitalizados.

Tá certo que essa certa magia que paira no ar muda as pessoas pelo menos durante esses dias natalinos. Não se explica, não se sabe ao certo como funciona isso, mas é assim. Um certo clima de sonho, de paz, de singeleza. Falamos com desconhecidos, reencontramos e perdoamos desafetos. Confraternizamos com velhos e bons amigos. É legal, né. Tem gente que não curte, normal. Eu confesso que já aproveitei mais a data, gostei muito, hoje nem tanto. Cada um tem seu motivo para adorar ou odiar o Natal.

Entretanto, gostando ou não, assim como no Ano Novo - e como todo dia - aproveito para fazer uma oração especial. Essa prece é dedicada aqueles que se preocupam comigo e com quem eu me preocupo e quero bem. Mulher, pai, mãe, irmãos, sobrinhos, sogros, tios, amigos mais próximos. Pra mim, todo dia é dia de pedir, agradecer, sorrir e abraçar. Mesmo sem motivos aparentes, aprendi a ter fé, pois até as coisas ruins passam e a situação vira quando você menos esperar.É só esperar.

Ai você vê nas redes sociais aqueles votos de felicidade bem genéricos. São práticos, é verdade, mas essa praticidade tira o charme a atençaõ dispensada a pessoa que você se identifica, que gosta. Prefiro algo direcionado, particular, íntimo mesmo. É mais no clima da data, mais humano eu diria.

De boa, prefiro as poucas mensagens de particulares, porém sinceras. Ou seja, é o bom e velho, 'poucos e bons'. Que tal gente, fazer do clima natalino algo constante, heim? Seria legal. Seria....Se não dê asas a sua sinceridade e deixe de lado o social mundano. Então....quando te disserem "Feliz Natal", responda, "Vai te lascar, falso". Calma, calma, calma, extremista? Ranzina? Cabuloso? Pode até ser, mas certamente você se contem em dizer isso para algumas pessoas, certo? Pois bem, deixa quieto. Foi apenas uma sugestão....deixa pra lá. Bom Natal.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O começo do fim?



O começo do fim? A crise dos 30 anos continuou em 2011. Geralmente nas pessoas ela dura 365 dias, mas a minha seguiu. E se agravou. Neste calorento dezembro senti novamente o peso da mudança dos anos que carrego comigo. Os tempos não são mais os mesmos e essa comprovação veio em dois momentos.

Durante a confraternização das turmas contemporâneas dos tempos de universidade, onde pelo menos quatro, cinco turmas eram reunidas num mega encontro, gente de Jornalismo, Relações Públicas. Todo aquele povo que conviveu entre os anos de 1999 à 2004 na Ufal. Uns mais outros menos, porém, até bem pouco tempo guardamos carinho um pelo outro. Não vejo mais assim.

Antes priorizávamos esse encontro que só acontecia uma vez ao ano. Este ano, a adesão foi pequena, porém não menos divertida, garanto. E falo com autenticidade, sem demagogia. O outro momento que atestou esses novos tempos foi um foto cabal que registrou e até deve ter constrangido quem a viu nas redes sociais. Onde num lindo domingo de um ano qualquer, nos reunimos na mesma Praia de Guaxuma.

Deparei-me com a verdade jogada na cara há anos atrás, quando o ainda ingênuo Eduardo - eu, na época nem usava o atual 'Cadu' - ouviu de um amigo seu de turma de colégio que após os dias de convivência em sala de aula aquelas amizades se fragmentaria como cinzas. Dito e feito. É natural até. A lei da vida. Lutei durante todos esses anos para não confirmar tal lei natural. Relaxei. Cerco-me apenas por pelo menos cinco pessoas que confio a vida. Antigamente esse número era bem maior. Numeroso e do mesmo modo, hostil e perigoso. Só eu não via, mas a maturidade vieram para tirar a venda de meus olhos e trazer a cor de meu coração velho. Hoje tenho um coração cinza, frio, gélido e sim, insensível. Não mais como antes.

Tolerância? Muito pouca. Faço apenas o que me faz bem e com o mínimo de esforço. Gosto bem mais de mim e não ligo mais para a indiferença alheia. Se não gosta de mim? Paciência. Sem eles ou com eles, viverei bem. Garanto.

É muita bobagem, sinceramente!

Eu já vi muita bobagem circulando na internet e com a disseminação das redes sociais a situação piorou. O preocupante é que piorou assustadoramente devido a falta de informação, bom senso ou noção do ridículo mesmo. Quando não é algum sulista disseminando o ódio aos nordestinos é algum idiota qualquer dando asa a sua mente doentia e criminosa.

Fiquei assustado com o tamanho da cretinice que estão espalhando pelo Facebook e pelo Twitter. Uma campanha para o retorno do ex-secretário de Segurança Pública, coronel Amaral, o anjo da morte. Piada, né. E olhe, vi comentários de homens que fazem segurança pública referendando seu retorno. Só se for para aumentar o banho de sangue que já estamos vivendo.

Os argumentos são os mais esdruxulos que já vi. "Na época dele, só morria bandido", "bandido bom é bandido morto", "bandido só faz fama da fronteira pra lá". Bem, vamos lá. Primeiro, quem é que vai dizer quem é o bandido pra ele trucidar? O bandido pode ser você que está lendo, caso você tenha a infelicidade de passar na frente de algum parente dele na fila de algum banco, ou simplesmente algum protegido do anjo da morte não goste de você. Ou ainda, se algum político for e disser que você que está lendo é o bandido - um cidadão de bem, com emprego, pai de família, honesto probo e sem ficha na polícia, mas e ele indicar que você é bandido, danou-se, você o é e pronto.

Os índices de criminalidade eram outros, de fato, eram menores, hoje são bem maiores, lógico. Hoje temos drogas, crack, fuzis com traficantes, e tudo que os últimos 20 anos deram para a criminalidade. Será que se um tirano entrar para comandar a Defesa Social o problema seria resolvido? Teríamos mais corpos para recolher e mais vítimas para chorar. A via não é essa.

Atitudes devem ser tomadas e já! Porém, não acredito que esta guerra não se ganha com mais fogo, com acirramento. É algo muito maior e abrangente. Complexo demais para se entender e até para se colocar agora. Mais mil homens na Polícia Civil e Militar não resolveria, pois a cada dia um traficante alicia mais um, mais dez, mais cem para o mundo das drogas. Não tenho a solução para a segurança pública.

É necessário fazer algo, sim, urgentemente, mas algo bem pensando, planejado e perene. Um sanguinário no comando não resolverá nada. Compreendo que a maioria esmagadora que usa as redes sociais são desprovidas de inteligência suficiente e bom senso para perceberem o poder do que se posta num perfil. Elas não têm essa dimensão. Vêem algo interessante, algo que algém pode achar graça, entender como divertido e cômico e assim retuitar e/ou compartilhar. Besteira. Está sendo tão idiota quanto o que cometeu a gafe.

A saída, o que sugere os países mais desenvolvidos, é investir massissamente em educação, porém esse resultado só apareceria daqui a 50, 60, 70 anos. Onde uma sociedade letrada, mais civilizada tomaria as rédeas. Hoje somos vítimas da falta de investimentos de sucessivos anos de sucateamento da saúde, educação e demais. Onde o Estado era inchado com funcionários para o nada, por cabide de emprego, do fazer nada e do equílibrio profissional, sem empreendedorismo e do conformismo.

O que é preciso pra dançar



Huuuummmm como é bom dançar. Deixar o salão limpinho, limpinho, só rodando, girando com seu par pra cima e pra baixo. Seja de rostinho colado, corpo juntinho, enfim. Todas as danças que se é pra estar bem perto um do outro exige uma habilidade que se consegue com o tempo. Alguns já nascem com ela e como é bom praticar. Veja pelo lado bom, serve até como lubrificante social. O cara que dança bem é mais solto, desinibido, confiante e astuto. Ele tem facilidade em fazer amizade com o sexo oposto. Sabe entrar e sabe sair de um fora com elegância e simpatia. É sim! A quantidade de vezes que ele o fez e recebeu já o deu pós-graduação na área.

O bom forrozeiro tem que ter um bom ginado nos quadros, deixar ele leve para conduzir a sua parceira. Entre as danças de salão deve ser a mais fácil de se aprender. Um pra lá, outro pra cá, dois pra lá, dois pra cá, não esquecendo do molejo da cintura, já garante uma boa noite de forró. A dança exige de você praticidade, portanto, tenha coragem e tente aprender.

Vamos ao tango. Putz...meu maior desafio. Exige muita concentração na marcação dos passos. Sincronia do casal é primordial. Porém, é muito, muito mais sensual. Ele é bem complexo, todavia procure um bom professor de dança para te ensinar os passos. Claro que você não vai exercitar suas qualidades no tango por aí em qualquer lugar. Aproveita quando for a Buenos Ayres e assim você cortejar uma bela argentina.

Salsa! Bem, aí o camarada tem que ter mola ao invés de uma coluna cervical. É o top da dança na minha opinião. Além de grande habilidade e mobilidade corporal, o cidadão tem que levar a dançarina e ter força pra segurar o tranco. A sensualidade também está presente, porém como ela combina mais com gente de sangue quente, latino, já viu. É fogo na roupa. Improvisar é a ordem.

Chegamos ao bolero. Esse é pra quem quer seduzir, cortejar, se dar bem. Ele tem o olho no olho, gestos suaves, delicados e bem tranquilos. A palavra é delicadeza. Nesse contexto da dança ainda tem a dança de gafieira, o zouk. Mas nada se compara ao pegar sua companheira envolver seu braço direito na base se suas costas, apertar suavemente, porém com firmeza, mostrando que você é que conduz, tem o controle e ela pode se sentir segura, pois ela não vai cair e nem tão cedo sair de suas garras.

Nada se compara ao bailar de rosto coladinho, bem devagar, ao som de uma música suave, bem embalada. O tempo voa que nem sente. O corpo se aquece com o calor do outro. Cada movimento é acompanhado em uma sitonia deliciosa e delicada. Você nada mais quer, ou melhor, implora para que a música não termine. Aí você viaja. Não está mais lá. Você transporta-a para outra dimensão, outra panorama de sensação, onde jamais irá sentir algo semelhante. Experimente.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Noticiar ou não noticiar, eis a questão!

A situação é a seguinte, se ficar o bicho pega, se correr o bicho! Usamos a expressão quando nos deparamos com uma sinuca de bico, quase sem solução. Pois bem, assim estão aqueles que vivem na capital alagoana. Maceió não apenas está ganhando status de metrópole com a chegada de novas empresas, indústria e tudo mais, que até o crime está mudando para status das maiores capitais do Sudeste brasileiro. Por mais que o governador vá as emissoras de rádio e Tv, para dizer que está tudo bem, não adianta, a sensação de segurança não permanece, não se firma. Do mesmo modo se o secretário de Defesa Social, Dário Cesar, igualmente o fizer, assim como o vice-governador José Thomaz Nonô, enfim. A tropa de choque do governo estadual não vai conseguir tranquilizar o povo. É contra o real, o palpável e o que acontece. É aí onde entramos na presença da mídia e seu paradoxo inato. A imprensa noticia o que acontece na sociedade em seu dia a dia. Essa seria sua missão romântica e fria, mas de modo prático, não é bem assim que funciona. Segundo o governo, o panorama se configura da seguinte maneira. Lembram do filme 'Cidade de Deus', quando o Zé Pequeno descobre o poder da mídia e pede para que Buscapé continua tirando fotos e mais fotos dele e seu bando. Bem, a mídia fomentou a birra entre grupos rivais e o embate se acirrou. Bem, em Alagoas estamos nesse patamar. E a imprensa tem sua parcela de culpa nisso. Será mesmo? Ora, ora, quando você posta em qualquer site de notícia uma matéria sobre morte, sangue, acidente, roubo, tragédia, enfim, os acessos bombam. É impressionante a queda do povo por assuntos assim. Neste caso, o site vive destes acessos, tanto é que existe veículos que se alimentam da banalidade do crime. Vivem dos corpos, do sangue e da desgraça alheia. Porém, os bandidos reais aqui em Alagoas acordaram pra essa vantagem e agora queimam ônibus e fazem arrastões para protestar e chamar a atenção. Enfraquecer o Estado e pressionar pelo afrouxamento do combate. Pois bem, se isso funciona ou não, a sociedade está sentindo o calor do fogo dos ônibus e está suando na carreira que estão levando dos bandidos. Dizer por exemplo que não houve arrastão no centro comercial da capital, no domingo, no máximo é acreditar desacreditando não se sabe em quem. Os testemunhos são divergentes e de fontes seguras -não sei até que ponto. Uns dizem que viram as armas em punho em uma loja de aviamentos. Outros disseram que foi apenas um tumulto cometido por um baderneiro. Aí dizem que teve tiroteio e tem até gente internado no Hospital Geral. Entretanto, num Boletim de Ocorrência foi confeccionado. O serviço de 190 da polícia está ficando louco com o tamanho de ligações dando conta de supostos arrastões ou ameaças que estão pipocando na cidade. Voltamo à barbarie? Anarquia? Em quem acreditar, em quem confiar? Fica difícil responder tais perguntas. E ainda cabe outra pergunta. Cabe esconder notícia? Renegar os acontecimentos? E os interesses em jogo. A Associção dos Lojistas emitiu nota, foi à mídia dizer que não houve arrastão, quando um outro grupo de lojistas disse que houve sim. Imaginem a tragédia - agora econômica - que se confirmado realmente os arrastões no Centro. Noooouuusssaaaa, ninguém indo mais fazer suas compras, se liguem no caos que seria para os lojistas? Reforçar a segurança ou não dar página pra 'bandido', como já pediram. É Alagoas realmente está ganhando outro status no país, eu acho até que deveria se nominar esse novo panorama, pois é um neologismo, já que as coisas mais inusitadas só acontecem aqui. A justiça manda prender e o legislativo diz..."aqui não, nenêm". Você rouba R$ 300 milhões e está solto, mas nem quero dizer quem rouba um lata de leite Ninho. Aff, quase pena de morte.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O amigo imaginário


Sábios são os pequenos, que encontram em seus amigos imaginários a segurança de seus segredos, o desapego da concorrência de outros amigos, a falta de ciúme, a inocência, o companheirismo, o não-abandono, e a indiferença. Quem tem um amigo imaginário jamais vai se decepcionar com ele, ou vai se surpreender com uma falta grava dele contigo.

O amigo imaginário é sua companhia de todas as horas. Com ele você chora sem reclamar. Não tem tempo ruim, dia ruim ou avançar da hora. Com o amigo oculto você fala com ele em qualquer ocasião. Ele pega em sua mão e te incentiva, motiva e põe pra frente. O amigo imaginário fala contigo no bar, no cinema, na praia ou na balada. Com ele perto não há medo. Há proteção, afeto e as coisas ruins não chegam a ti.

Com eles não estamos sozinhos, brincamos, confessamos, suplicamos, até gritamos. Ao lado do amigo imaginário não temos medo do escuro, do amanhã ou do perigo, ele sempre estará conosco. Ele não finge que não vê, ou não ouvi, com ele não tem essa de ignorar.

Ele sempre vai falar contigo no MSN, no Face e vai deixar recadinhos no Twitter. É um amigo imaginário moderno e presente. Loucura, né! Pois é, é uma crítica singela àqueles que deixam a amizade esfriar. Aqueles que imitam estátua e fazem de conta que você não existe. Pessoas que dividiram segredos, momentos e dias intermináveis, mas hoje não trocam nem um 'oi'.

É quando você olha para sua lista de amizades e não sabe pra onde apontar ou até recorrer mesmo numa tarde de sol ou numa noite de lua sem ter muito o que fazer. Um 'alô', 'tô vivo', não tira dinheiro ou pedaço de ninguém. Tá certo que vivemos num mundo frenético por tempo, atenção e milhões de ocupações, mas jamais deixemos que isso apague nosso passado, nossa história.

Resgate sua amizade, ponha o papo em dia. Não deixe que um amigo imaginário seja mais presente em sua vida que os 'amigos' que um dia você teve.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Meia Noite em Maceió


No último fim de semana conferi o tão falado "Meia noite em Paris", de Woody Allen. Há uns três meses aproximadamente só se falava nesse bendito, porém deixei ele sair do circuito pra vê-lo na penumbra de casa mesmo. Quem conhece a obra de Allen sabe o teor de 'viagem' que ele põe em seus filmes, antes só restrito a Nova Iorque, agora ele ampliou seu território imaginário a bela Paris, e o melhor, a Cidade Luz dos anos de 1920.

Allen põe o engraçado Owen Wilson num papel querendo ser sério, sabe. Mas ele não conseguiu pelo visto. Mas pro filme até que colou legal. Outros que se sobressaem é a gatíssima e mais escultural como nunca, Rachel McAdams. Perguntei-me se não era a Scarlett Yonhansson - musa do cineasta. Mas as curvas e a loirice fez jus a substituição. Ah tá, a primeira dama da França, Carla Bruni, deu o ar da graça numa participação especial.

O personagem de Owen após uma cana fenomenal descobriu que se estivesse num certo ponto da cidade, ele poderia viajar no tempo e viver tudo aquilo que sempre quis, ao lado das pessoas que sempre desejou. Moral da história, comentada até mesmo pelo personagem, é que ele encontrou um meio de fugir de sua realidade enfadonha, triste, frustrada para se encontrar com uma realidade ufanista, mas bastante sonhada.

No filme, nostalgia é isso é se mudar para um lugar - geralmente o passado - onde ele imaginava ser feliz, estar melhor do que o hoje. Será que é isso mesmo? Muitas pessoas usam esse artifício para fugir de suas angústias, seus fantasmas, suas lamúrias. Mas, como se sabe, os pesadelos não se resolvem driblando-os, eles permanecem lá quando voltamos.

E pro personagem Owen Wilson piora tudo, quando ele retorna ao mundo real, as coisas pioram. A tendência é essa. Ai vem a galera com aquela máxima..."sonhar pode!". Pode, mas volte, encare o que tem pela frente. Dê a sua existência um sentido, um motivo pelo qual lutar, viver. Há algo mais chato, mais morto, do que ter seus objetivos vazios, superados, furados?

O personagem do filme buscava esse sentido novamente e o encontrou do modo mais inusitado, como é a vida mesmo. A gente acaba achando - não sei o que - da maneira mais inusitada e inesperada. Tem gente já lamentando que não tem um "Meia Noite em Maceió".....rsrsrs.

As herdeiras de madame de Bovary


Vamos combinar, na lata, mulher quando se reúne pra papear, jogar conversa fora, é bem pior que homem. Polêmico, né! Elas podem nem admitir, mas no fundo, no fundo, elas reconhecem.

O homem quando senta, por exemplo, na mesa de bar, fala de carro, política, futebol, e lógico, mulher. Já as donzelas, bem, as moçoilas vão bem além, conversam sobre sexo, bolsas, sexo, sapatos, sexo, gatinhos, sexo, roupas, sexo, falam mal das inimigas, sexo... - que maldade a minha, querendo polemizar logo numa segunda-feira, meu Deus!!!

Pôxa, vamos aos fatos. Pode pegar as revistas voltadas para o público feminino e vejam as capas. De dez capas, dez tem aquelas dicas: "20 dicas para satifazer seu homem na cama", "Como deixar de ser frígida", "Simpatias para amarrar seu homem", e a clássica, "Como chegar ao orgasmo" ou ainda "Descubra seu ponto G".

A repressão social contra a libido feminina obviamente sufocou elas por séculos. Demonstrar que a colega tem desejo, curte e adora sexo era sinal de vagabundagem, libertinagem e sodommia. Inimaginável há 50 anos atrás no país e até hoje em locais como a nossa Alagoas. Até agora...se a menina disser, na altura de seus 20 e poucos, "eu gozei", pronto, é o fim do mundo. E ainda, se associar os seguintes termos: "eu peguei", "sexo sem compromisso", "fiquei com dois", e alguns outros termos proibidos, já viu, ela vai ser rotulada como a nova madame de Bouvary.

Hoje em dia a mulher é mais liberal sexualmente falando, tanto quanto o homem moderno. Muitas falam abertamente se o pinto do cara é pequeno, se ele tem bunda mucha ou só dá uma. Entre elas, tudo vale. Não é pornografia. É liberalismo mesmo. E isso é bom, sim! É cabeça aberta. Sem as amarras sociais do puritanismo falso e retrógrado.

Parabéns, meninas...e sem medo...falem mais. Sem pudor, mas, calma nessa hora. Equilíbrio e prudência sempre. Vê lá, heim, vê lá....

sábado, 3 de dezembro de 2011

Vamos assistir um filminho


Fiquei de comentar isso há um tempo, mas só agora tô podendo escrever sobre a falta de criatividade hollywoodiana. Nos últimos dois meses chegaram no circuito comercial três filmes com o mesmo tema: sexo sem compromisso já! Amizade Colorida (Mila Kunis e Justin Timberlake), Sexo Sem Compromisso (Natalie Portman e Ashton Kutcher) e Amor de Outras Drogras (Jake Gyllenhal e Anne Hathaway) figuram nas telonas cenas tórridas de pegação sem qualquer pudor.

O "pega e não se apega" esteve bem presente nestes filmes, porém eles parecem que querem dar uma lição aos pegadores de plantão. Um sempre acaba se apaixonando e arruinando a relação sem compromisso. Eu vi os três filmes e pude perceber. Ashton, por favor, deixe de atuar, Natalie Portman e Anne Hathaway, continuam maravilhosas - em todos os sentidos, e Mila Kunis, de boa, põe silicone aí você detona Angelina Jolie.

Nem a atuação pode ser levada em consideração. Não teve aquela cena e tal digna de uma indicação oscariana. Longe disso. Os filmes mandam o recado: pegue, transe, faça o que for, mas não se apegue, mas se for se apegar.....bem....aí é de cada um. Como varia de caso a caso, só o par pode sentir se seu parceiro é digno de uma chance e mudar de status civil.

Os filmes são ideias para assistir com alguém que você quer se chegar. Já pensou, você chegar pra gatinha e soltar: "Topa assistir Sexo Sem Compromisso?", "Você quer passar aqui em casa pra ver um filminho. Qual é? Ah, é o Amizade Colorida"....Tentador, né! Dica pra hoje....

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ahhhhh, a polítca, ai ai ai


Mais uma semana bem movimentada do ponto de vista político. E os prefeitos e ex-prefeitos foram o motivo de minha correria durante a semana. No começo dela, o ex-prefeito de Satuba, Adalberon de Morais ganha um habeas corpus e alcança sua liberdade após quase dez anos preso, sem ter ao menos direito a um julgamento ou a marcação de um deles. Para quem não se lembra, Morais responde por participação em, pelo menos, quatro homicídios.

Por outro lado, o prefeito preso de Traipu, Marcos Santos, ganha mais uma ação do Ministério Público para sua coleção de crimes. Gosto de lembrar o que o promotor Luiz Tenório disse há pouco tempo atrás. "Tudo que é de irregularidade no serviço público foi cometido na gestão de Marcos Santos em Traipu". Maravilha.

Os dois casos são sui generis no país. A eles somam figuras como Cícero Cavalcante, em São Luiz do Quitunde, e outros mais que respondem diversos processos criminais e de outras naturezas. São gestores que são manchados na justiça, porém em se candidatando em qualquer cargo público, ganham uma vantagem, se não ganharem o pleito de lavada em suas regiões.

Para nós que estamos de fora parece absurdo um político envolvido em morte, roubo, assaltos, falcatruas das mais absurdas, serem endeusados em seus municípios. Pode até funcionar o "roubar, mas fazer", atribuido supostamente ao deputado paulista Paulo Maluf, também idolatrado em certas partes da capital paulista.

Esta semana termina então com dois exemplos que fogem a essa regra covarde. Tive o prazer de entrevistar o ex-prefeito de Maceió, João Sampaio. Sem passar banha ou qualquer tipo de bajulação, vi diante de mim um homem com a mente tranquila, sem pesos na consciência, reconhecido por sua probidade e respeito ao próximo.

De conversa boa, Sampaio e eu fizemos de um bom papo uma entrevista que deu gosto de fazer. Do mesmo modo, Djalma Falcão. Outra figura folclórica da história de Alagoas. Porém, em virtude de horário, não tive o prazer de entrevistá-lo, a missão ficou para meu colega Victor Avner. Mas me deleitei com a força das coloações do ex-prefeito.

Vendo as fotos da entrevista, senti-me próximo dele. Conversei com ele por telefone e do outro lado da linha, sua voz chegava ao meu ouvido, lenta, rouca, mas altiva - como sempre foi. Ambos, Sampaio e Falcão passaram para mim a receita para que um homem público seja lembrado pela eternidade. Respeito, retidão, paixão pelo que faz e acima de tudo, honestidade.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Você pra lá, eu pra cá


O milagre da vida se manifesta das maneiras mais inusitadas, inesperadas e surpreendentes. Tanto para o bem, tanto para o mal. É a dicotomia da existência. Dia após dias perdemos pessoas, amigos, conhecidos que nos afeiçoamos, criamos laços, carinho, amor, até ranso, ódio, o que for. São sentimentos. E por um modo ou de outro essas sensações fazem falta.

Estranho você sentir falta da coisa ruim que sente por outro? Isso se chama perdão. O ranso desceu, esvaiu-se, foi! E calma, lá. Não é por que estamos próximos ao Natal que amolessemos o coração. Sou contra esse tipo de coisa. O entendimento, a compreensão deve permanecer em nós o ano inteiro. Porém, o que vim comentar hoje é a reciclagem de nossos amigos. Por diversos motivos eles nos deixam, tomam caminhos diferentes, ganham outros companheiros, sentem por eles igual ou maior apreço por ti e assim segue a vida.

Entretanto, ao mesmo tempo que você perde uma pessoa querida de sua convivência. Outra chega em seu lugar. Pelo menos é o que esperamos. Dói. A gente sente. É impossível sermos indiferentes a isso, podemos até tentar ignorar. Tentar esquecer, mas, em vão....um dia você vai lembrar de algum dia distante e vai dizer:"pôxa, fulano estava na hora e tal...". Por favor, não pensem que tal comentário se refira a ex-namorada, casos, rolos e afins...não, refiro-me a amigos, companheiros e companheiras que um dia compartilharam conosco sorrisos e lágrimas.

São aquelas pessoas que estão em nossas fotos amareladas. São elas que estão em nosso Twitter, no Facebook, até no morto Orkut....são elas que compõem nossa existência e contam nossa história.

Vida que segue....

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Que vida...


Antes de mais nada perdão pela ausência. Meu sumiço tem motivo, só não tem nome. Aliás, diversos nomes. Inspiração, tempo, circunstâncias, temas, enfim, falta deles. E podem ter certeza uma imensidão de coisas aconteceram e aos poucos vou contando para vocês. Primeiro vou contar minha experiência com o mundo cão, da violência, do matar e morrer.

No domingo, fiquei de plantão no jornal, em especial para o site Tribunahoje.com. Geralmente as tardes de domingo de futebol são tranquilas e calmas. Ledo engano. Primeiro homicídio do dia e meu também. Jamais tinha feito cobertura de um assassinato. Nem nos anos que passei na Tv Pajuçara - quatro anos, onde lá no programa Fique Alerta - programa policialesco que cobre este tipo de matéria. Uma febre no país.

Pois bem. Sempre quando vou a alguma pauta já fico tentando advinhar a história. Por meio da experiência, tentar antecipar o que os entrevistados vão falar. Prever algo. Porém, neste momento eu não pensava em nada. Não sabia o que iria encontrar. E quando isso acontece o juízo manda o recado: calma.

Ao chegar no local do crime, cumprimentei os policiais e fui dialogando numa boa e pisando em ovos. Conversando, trocando informação. Sorte que peguei um pm educado e bem cortês. Ao contrário da pauta seguinte....chego já nela. Era o seguinte. Jovem de 24 anos, casado com uma moça de 16. Traficava. Foi executado com três tiros de pistola na cabeça. Bem, a jovem conseguiu fugir ilesa. Entretanto, o suposto traficante não teve a mesma sorte.

O pm perguntou se gostaria de tirar foto do defunto. E fui. Entrei na residência do morto. Pôxa, tirei as fotos. Logo após me peguei pensando que estava ali, entrando na história de alguém em sua morte. Diante de uma pessoa que jamais tinha visto, mas estou registrando seus derradeiros instantes, escrevendo sobre seu legado. Dentro de sua casa, respirei seu mundo. Senti-me estranho. Vi no rosto das pessoas fora da casa um olhar de alegria branca pela morte do traficante. Uma satisfação. Uma vingança às avessas.

Após este caso outra surpresa. Mais um crime. Outro homicídio. Desta vez um mistério prévio. Uma pequena empresária aparece morta em sua garagem. Seu corpo estava de bruços, mãos para trás, pouco sangue. Quem me recebeu no local do crime, um pm mal preparado, insatisfeito com o trabalho, mal humorado, irônico e mala. Identificou? Tem muitos, né. Infelizmente. Então, de início o Sherlock disse que poderia ser suicídio. O espertão tirou a conclusão antes da Criminalística chegar.

Todo mundo que cobre Polícia pede para jamais cobrir algo que envolva família. Não foi o meu caso, mas passou perto. Susto! No local, uma tia minha lá. A vítima era neta do meu tio - casado com minha tia. Tio Mário foi meu informante e eu seu confidente. Seu pesar e seu lamento ouvi de pronto, porém não poderia esbravejar no texto todo seu sofrimento. Triste demais. O IC fez um levantamento inicial e ela teria sido esganada por meio de uma 'gravata' e seu rosto foi jogado contra o chão diversas vezes.

Mais uma vez, me afundei na reflexão. Rezei pelas duas almas que foram pro andar de cima. Ainda bem que cubro Política, pois Polícia é fogo. Você se brutaliza, a violência te brutaliza. Uma dureza!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Você nunca mais vai ler jornal como antes...."


Como em todo segmento mercantilista, o diferencial rende grana. A comunicação funciona do mesmo jeitinho. E diariamente, o setor comercial de sites, jornais, emissoras de Tv e de rádio quebram a cabeça pensando em como faturar mais, porém o foco jornalístico não é esse. A jogada é deixar o jornalismo mais atraente, mais sedutor. Nem toco agora na questão do texto literário, no 'shownalismo', não, destaco o trabalho de nossos colegas gráficos, diagramadores que dão uma sobrevida ao bom e velho folhear de páginas.

Alagoas está vivendo um novo boom na diagramação de seus três jornais diários. Isso acontece de dez em dez anos, dando um alívio no coração de alguns especialistas em estética de páginas, em outros cause um infarte, gargalhadas ou ideias bem boladas, mal usadas.

O Jornal saiu na frente e mudou seu lay out. Material limpo, valorizando o branco, pouco tempo, mais imagens, bem legal, mas como jornalista - leigo em diagramação - a ideia foi ótima, mas ainda vão demorar um pouco a utilizar melhor os espaços e fontes. A Gazeta de Alagoas promete inovar e em novo formato, diminuir espaços. A Tribuna Independente também está preparando novo material gráfico para não parar no tempo.

Todo fim de semana, para não dizer todo dia, eu vou bisbilhotar a diagramação dos jornais pelo país a fora. Lógico, suas versões em flip ou pdf. Virei fã incondicional do jornal O Povo, do Ceará. Eles brincam com as páginas. Leitura limpa, imagens, fotos nítidas, bem embasadas, ícones, traços, réguas bem trassejadas, cores vivas demarcandos editorias e assuntos. Eles acrescentam sempre gráficos, infográficos, elementos, enfim. Adoro a leitura e o visual. Recomendo obviamente.

Aliado a uma lata legal, os grupos de comunicação aliam a isso produtos que vão agregar ao seu comercial, geralmente são sites jornalísticos, rádios, empresas de assessorias, o que for. Tudo que encher ainda mais o cofre do patrão e dê mais trabalho pro peões. A tendência é criar o formato híbrido de jornal no site. Você pagar para ter acesso a uma informação de qualidade e exclusiva.

Veja trecho extraído do Observatório da Imprensa: o balão de ensaio do chamado paywall “híbrido” veio no primeiro semestre, quando o New York Times fechou o site e, surpresa geral, obteve resultados positivos nos primeiros meses da experiência. Para conquistar 40 mil novos assinantes digitais, o NYT adotou a seguinte estratégia: manteve o acesso aos 800 mil assinantes da versão impressa e ofereceu como diferencial 20 textos exclusivos mensais. Hoje são 324 mil leitores da versão online, número que contribuiu para que o faturamento do terceiro trimestre do NYT alcançasse US$ 15,7 milhões, contra prejuízo de US$ 4,3 milhões no mesmo período de 2010.

No Brasil, a experiência cheira a demissão veja outro trecho: nos primeiros dez meses do ano, houve registro de várias demissões em boa parte dos grandes veículos da mídia impressa, em especial no Grupo Estado, responsável pelos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. A principal exceção foi o Valor Econômico, que reforçou a sua equipe online quando do lançamento de seu novo portal. Além do conteúdo disponibilizado na versão impressa, a plataforma digital conta com recursos multimídia, gráficos, tabelas e material exclusivo. Para a jornalista Adriane Castilho, trata-se de um “modelo sensato”. “O leitor está sujeito a uma chuva de informação e acredito que tende a valorizar o conteúdo diferenciado, especialmente se vem acompanhado de reflexão e opinião. Penso ainda que parte dos leitores deseja uma espécie de 'curadoria' que ajude a percorrer esse universo de informação selecionando o que parece ser mais relevante.”

Preparem-se....já vivemos tudo isso e nem percebemos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pressão pouca é bobagem


Jornalista é um bicho tinhoso de domar. E quando ele tem que seguir regras então...lascou. Horários, não falar de sicrano, beltrano, editor na cola, pressão, prazos, pautas, enfim. O mais riponga dos jornalistas defende a liberdade total aos canetinhas e suas canetadas, porém se quer liberdade, compre um jornal, monte um site ou consiga uma rádio - Tv é mais difícil, convenhamos.

Mesmo tendo seu próprio negócio de comunicação, ele terá que baixar a bolinha com seus anunciantes. É não tem jeito, escolheu ser jornalista, opitou por viver sob pressão todo dia o dia todo. Até perto de dormir você fica imaginando se algum ministro vai cair, se vão matar algum prefeito, ou se algum secretário de Estado vai ser pego cobrando propina.

Tudo bem que a galera de assessoria de imprensa não tem essa cobrança, mas como se sabe assessor é assessor 24 horas por dia. Entretanto, o povo de redação recebe cobrança em demasia. O repórter é o carregador de piano que recebe a carga do editor de sua respectiva Editoria, e ele por sua vez, recebe pressão do editor-geral.

Sem contar a exigência pessoal em fazer um material interessante para a edição do dia. Claro, aquele repórter que preza por seu nome e sua reputação. A vida de jornalista é essa, gente. Quem tá na chuva é pra se molhar...quem mandou não estudar?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O preço da informação

O papo que tomou as redações dos jornais de todo o país hoje certamente foi a morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos da Silva, da Rede Bandeirante de Televisão. Como foi uma morte em serviço, em busca da informação, todos os seus colegas, dos mais distantes centros sofreram com sua morte.

Porém, o que se ouviu foi sobre o episódio algo que chamou a atenção para uma verdadeira "profissão perigo". Muitas equipes de reportagem sobem e descem grotas, morros, favelas ao lado de equipes de PM, entretanto sem uma orientação prévia, nem dos policiais, muito menos de suas direções nos veículos de imprensa.

Diariamente, percebo muitos focas enveredando pelos sites jornalísticos e sem a devida orientação de jornalistas experientes vão literalmente com o peito e com a coração parar entre o zunir das balas. Digo, por que, não conheço equipes do jornalismo alagoano que tenham a disposição coletes à prova de bala para cobrir as incursões policiais.

Pelas bandas do Rio de Janeiro estão se falando em criar regras claras para a cobertura jornalística do Bope - que atua em situações de crise. O site Comunique-se entrevistou um especialista em segurança. Jorge Lordello disse que a partir deste fato triste, medidas de segurança serão adotadas.

Para ele, houve falta de cautela das duas partes e falha no relacionamento entre a polícia e os jornalistas, sem o alerta para o risco da cobertura.

“Em operações como essas, o jornalista entra depois que o local já foi invadido, não no momento da invasão, atrás da polícia, na troca de tiros. É um risco incontrolável", completou Lordello.

Conhecido repórter de Alagoas, Dennes Queiroz, hoje na Record do Rio, esteve na operação, em nenhum momento, segundo ele, a polícia alertou os jornalistas a permanecerem afastados ou aguardarem até o final do momento mais forte do conflito. Apesar disso, Queiroz disse que, após o cinegrafista ter sido baleado, a polícia fez todo o possível para socorrer o profissional.

Segundo o G1, antes de ser atingido, o cinegrafista informou aos policiais que o grupo havia sido visto pelos traficantes. Infelizmente, o exemplo de Gelson Domingos vai ser de lição para Polícia e para os veículos de imprensa que devem instruir suas equipes a não apenas ir em busca da informação, mas alertar para o cuidado que essas matérias proporcionam, além das devidas condições de segurança e de trabalho.

Pena foi o que ouvi de um colega de profissão: "Ele está ali pra o que der e vier. Levou tromba, vacilou". Lamentável....só tenho que lamentar 'profissionais' que se referem a colegas de profissão deste modo.

domingo, 6 de novembro de 2011

Sonho louco


Eu tava louco para contar a história que vou escrever hoje. Acordei neste domingo transtornado e ansioso para escrever. Na verdade, o episódio ocorreu durante esta madrugada de sábado para domingo e o palco foi minha cabeçinha fértil e complicada. Foi um sonho. Não, não, não, sonho mesmo, sabe quando a gente dorme, estágio ram do sono, sonha, pois então, foi isso.

Foi daqueles sonhos fantásticos, inusitados, surpreendentes, loucos, e o pior (?), altamente nítido. Vamos lá então. Estava eu se não me engano no século XVII, digo por causa das vestimentas, que meus colegas de sonho estavam usando. Era um palacete que estava fixado na minha cidadezinha - Satuba, região Metropolitana de Maceió (Cômico, né). Eu tinha a sensação que era lá, e o mais doido era que estava aguardando o embaixador francês, vê se pode um negócio desse, hilário é que pela demora eu fui embora. O fascinante era o cenário ilustrado, internamente o palacete era todo trabalhado em vermelho, com detalhes em dourado nas bordas, e vitrais transparentes. Os lustres enormes e pomposos marcavam a ornamentação real.

Bem, mas o legal dos sonhos são as viradas de temas, lugares, roupas, enfim. Como por um passe mágico, já estava na Praça dos Martírios, na capital,mas o ar era bucólico e ainda, daquelas festas de padroeira de interior, com direito a parque de diversão, barracas e amigos em volta, mas bem ao estilo dos anos 1970. Enquanto andava, vestido de um casaco de couro bege e um camisa branca por dentro cumprimentei Árabes [José Árabes, jornalista e editor de Política de O Jornal] e algumas pessoas que estavam ao seu lado. Em meio a fogos, luzes, barulho de crianças, brincandeiras e jogos, ouço e percebo uma movimentação por trás de mim. Pessoas correndo em desespero até que um policial dá voz de prisão a mim. Não compreendo e viro com ar de surpresa, seus colegas policias se aproximam mais, cerca de cinco metros a minha frente, e abrem fogo. Eu deito no chão, mas sinto que os tiros não eram endereçados a mim. Era bala zunindo por todo canto, peguei minha carteira e tentava gritar para apresentá-la e ao mesmo tempo rezava, e muito, rezava com fé, com os olhos fechados rezava. Imagem o desespero!!!

Ao final do tiroteio, via muito sangue no chão, ao me levantar da calçada, toquei meu corpo todo em busca de ferimentos, mutilações e afins. Nada! Ufa. Quanta angústia, putzzz. Agora vem o engraçado, um cara, de bigodão ala mexicano e óculos aviador, me pegou pelo casaco e me levou a um lugar que parecia a estação ferroviária de Maceió. Mas lá - pelo que entendi - era um tipo de central de polícia, entretanto com um ambiente de museu como a estação é hoje, bem iluminado, ladrilhos brancos, destacados e belíssimos. Não para ser apresentado como vilão, foi a minha surpresa, era para ser exposto como herói. Gente, até agora lembro dos flashes. Era algo muito real, presente. Esse delegado me abraçava tanto, tirava diversas fotos, sorrisos largos, tapinhas nas costas, mas não compreendia, porém gostava.

Louco, muito louco. Mas como frisei bem lá em cima...foi um sonho, doido, mas um sonho.

sábado, 5 de novembro de 2011

Olho aberto


Jogo de cintura. Fundamental para se sobressair em qualquer emprego. Dia após dia situações testam nossa experiência, nosso talento e caráter. É quando algo grita dentro de nós ou fica simplesmente sussurando em nosso ouvido. O que ele diz? Depende dos elementos que citei acima.

Em se tratando de jornalismo, nós devemos aprender a dar ouvido aos avisos que nossa consciência manda. Pode até nem ser a tal consciência, mas dê a atenção devida. Ontem, sexta-feira, dia onde a maioria dos jornais confeccionam duas edições - a de sábado e de domingo - o tempo pode não permitir que apuremos informações, a pressa pode nos induzir ao erro, entretanto, não devemos baixar a guarda. Um material chegou em minhas mãos e desconfiei de sua autenticidade, era uma informação muito bem recomendada que não poderia tangiversar ou ignorar, tinha que ser publicado de todo modo. Foi então que lembrei-me de meus tempos de assessoria de imprensa. Baixou em mim uma entidade de assessor e questionei tal informação. Começei então o processo de apuração. Última matéria, para ser liberado, imagine a tensão!!!

Entre uma ligação e outra, informava meu editor-geral sobre a situação da matéria. Ele queria derrubar, mas tive que argumentar, explicar e fazer entender o lado do interessado na matéria - que era bem além dos leitores do jornal. Após partes devidamente esclarecidas e informadas, acordadas e satisfeitas, a matéria foi publicada.

Desconfiei da informação. Até relutei, mas foi mais forte que eu, e se o material saisse do modo que foi recebido, prejudicaria tanto o interessado, como o jornal. Portanto, dê ouvido sempre aquela vozinha que diz o que fazer e o que não fazer. Ponha na balança, avalie, mas nem por isso deixe de ser ousado ou de se arriscar. Só a experiência vai te dar esse limite tão almejado.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O poder do toque


Um, dois, três, ativar, assim de bate pronto qual o super poder que você gostaria de ter? Huuummmmmm, vai dizer que gostaria de voar, ter visão de raio x, super velocidade, ler mentes, não envelhecer, capacidade de se regenerar, sei lá. Cada um tem uma opção na ponta da língua.

Porém, tem gente que já nasce com poderes tão grandes como tal. Palavras, simples e sigelas palavras, um abraço, um conforto, uma atenção. Esses elementos fazem de nós super heróis, pois salvamos o dia de um oprimido pela dor. Seja dor de amor, de decepção ou de qualquer coisa, a companhia certa pode se reverter na cura ou no conforto do coração que clama por afeto.

Desde sempre tive uma capacidade especial de lidar com isso. Sempre me tornei amigo de mulheres, amigas e afins, nunca fui muito de conservar romances e ficadas, sempre me tornei amigo, o conciliador, o conselheiro. Sempre vi isso como algo meio ruim. Mas agora com mais experiência percebo esse papel pra lá de importante para alguns.

Será que minha missão é ser um anjo para levar esse ombro amigo aos meus? Não sei. Aparenta até arrogante. Pessoas de má fé, índole deturpada podem interpretar dessa forma. Mas se minha presença, minhas palavras, meu apreço significa paz para alguns, ótimo. Faço algo de bom para o mundo. Maravilha, contribuo para algo significante. Ou melhor, cada um de nós tem uma missão, se a minha é essa, não sei. Sigo tentanto descobrir.

E você, sabe ou desconfia a sua? Bem, se pudesse escolher, traria pra mim a dor alheia, abstraia as chagas do mundo, os males da Terra, as trevas dos homens. Ao tocar um amigo, poderia tirar dele a ruína, a moléstia. Não sei, não sei. Estou aqui devaneando.

Mas é engraçada a quantidade de pessoas que me procuram para falar de suas decepções, lamúrias e afins. Fico lisonjeado por poder ajudar. Ponho-me ao dispor deles. Tento ajudar. Mando energia positiva, aconselho, uso minha experiência, enfim. Ser útil. Fico agradecido e espero a cada dia utilizar mais e mais esse dom, se for um dom.

sábado, 22 de outubro de 2011

Sexta-feira de jornalista


Para a maioria dos jornais do país sexta-feira é o pior dia da semana. É o dia no qual o jornalista tem uma sobrevida no trabalho, além de fazer o apurado do que aconteceu durante o dia, ele tem que ter material para fechar também o domingo. Mas não é qualquer matéria para o domingão, geralmente são produções mais trabalhadas, densas ou até mesmo leves lights mesmo.

Logicamente o profissional não deve começar e terminar essa produção num dia apenas, é pedir para se estressar ou para surtar. O bom senso pede. Se você tem uma semana ou até mais para concluir uma boa reportagem, que utilize esse tempo. É compreensível que, por vezes, o dia a dia não permite, mas com organização e empenho, as chances possibilitam e a organização ajuda.

A sexta-feira para o jornalista é o dia de cão. Seu prazo é curto, ninguém atende suas ligações, e quando atende, o cidadão não quer falar ou não sabe de nada na real. O computador não ajuda também, o tempo se torna seu inimigo, assim como o espaço na caixa do programa do jornal que não se encurta.

É o dia que todo mundo já está na farra, fazendo seu happy hour e você digitando histórias, ligando para meu mundo. Telefones desligados, personagens em viagem, alcoolizados ou aborrecidos, sem tempo para você. É na sexta que você tem coletiva para dizer nada, evento que ninguém quer se pronunciar, é no último dia útil da semana que órgãos públicos fecham após o almoço, políticos se fecham em reuniões intermináveis e as secretárias são incumbidas das desculpas esfarrapadas. Repórteres macetosos, cheios de malícia, eles deixam a hora correr, não produzem e enlouquecem seu editor.

Os assessores de imprensa inventam de não te atender ou dizer descaradamente que o horário de trabalho deles terminou e eles não podem ajudar. Esse famigerado dia ao mesmo tempo que você fica sem tempo, as horas curiosamente não passam. Estranho? É a lei de Murphy – a alternativa errada ou ruim sempre prevalece ou acontece...!

É por causa destas sexta-feiras horripilantes que o jornalista cria uma úlcera ou tem derrame com mais facilidade – pra não dizer infarto. Ô sina infame e covarde. Se o jornalista alcançou o nirvana e consegue passar pela sexta-feira numa nice, ótimo, maravilhoso, parabéns para ele. Pois o repórter que quer mesmo fazer um trabalho louvável, interessante, ele se preocupa, dedica-se e por tabela acaba com os nervos à flor da pele.

Mas após isso tudo, acalmem-se, tranquilidade. Pois o outro dia é um sábado....aí já viu. Se jogue e pronto.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Trombone S.A.


Se você pensa em ser repórter aceite um conselho: compre um gravador. São corriqueiros os casos em que os profissionais de comunicação estão ali no olho no olho com seu entrevistado, você pergunta ele responde, uma conversa, um papo. Até então, tudo tranquilo. Porém, no dia seguinte você recebe uma ligação dizendo que o cidadão não falou aquilo que estava escrito. Blá, blá, blá...

Acontece. É normal. Pessoas públicas ou até desconhecidas quando vêem a repercusão do que falaram automaticamente são acometidos por amnésia. Mas ai, se o repórter não for safo, ele acaba 'se fu...'. Para que tal não aconteça, esteja sempre com um gravador em mãos. Um celular, smart phone, e similares já servem, mas se liguem, façam arquivos. Fiquem ligados, também colham informações sobre seus entrevistados. Quem ele gosta ou não, assuntos delicados, embaraçosos, aqueles que se ouve:"Não quero falar sobre isso". Pôxa, se não quer falar, por que faz? Arque com as consequências. Lógico que ninguém fala sob tortura ou contra sua vontade. O entrevistado fala sobre o que quiser falar.

Cotidianamente vemos nas páginas dos jornais exemplos do tipo e preparem-se, às véspereas de um ano eleitoral tem gente demais com a boca nervosa que não vai segurar a língua. Tem galerinha sedenta por dinheiro e atenção disposta a tudo para extorquir, mentir, enganar. E cuidado colegas da imprensa, eles são loucos para usarmos como caixas ressonantes e assim brandar aos quatro cantos suas denúncias, berros, estampidos e ademais...alerta sempre!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Assessoria política, vai encarar?


Assessoria política é padecer no paraíso. Muitos acreditam que a área é o filé do mercado. Trabalha-se pouco, ganha-se, pouco estresse, ledo engano. O jornalista que atua em assessoria política está fadado a tudo, praticamente tudo. Não tem tempo para trabalhar. O profissional tem que estar a disposição 24 horas por dia, os sete dias da semana. Viagens e afins estão no roteiro, sem descanso.

Mas não se enganem, viu. Não é todo político que paga bem, que faça você brilhar seus olhinhos no fim do mês. Ou melhor, quando ele paga. Prepare-se para ouvir grito, se ele for um grosso, ou investidas por parte dos velhos babões que adoram jornalistas dispostas a tudo a não ficarem desempregadas.

Ahhh, mesmo com essas mazelas seria tão legal que todo político tivesse seu assessor de imprensa, não digo nem por reserva de mercado, mas pra abrir os caminhos mesmo. Pois é o assessor que alerta e diz:"Hoje ele tá-que-tá, ele não tá pra ninguém". Ou ainda, o colega assessor já diz mesmo o que seu chefe pensa. "Ele vai dizer isso...".
Quando não é aquele colega de profissão que blinda o assessorado. "Bem, ele está em reunião (...quatro horas depois....). Ele continua em reunião". Tá bom, tá bom, sabemos que não é o jornalista que dá essas desculpa por iniciativa própria. Ele é obrigado a isso, em algumas vezes. Quantos chá de cadeira você já tomou esperando uma entrevista, uma coletiva, uma simples informação.

Eita, ainda tem mais. Você jornalista desempregado que já está maquinando em sua cabeçinha uma vaguinha em alguma assessoria política prepare-se. Em sua maioria, os políticos usam seus assessores para aparecer em coluna social, ou ainda descolar notinhas com colunista político. Tem também aquele fissurado em jornalzinho. A primeira coisa que ele pede é um jornalzinho, a moda agora é site, perfil do Twitter e no Facebook.

A função do jornalista é tudo isso e mais além. É orientar, treinar, preparar e ensinar ao seu chefe como lidar com esse mundo louco que é o jornalismo. Orientar sobre insinuações, o poder da palavra, das palavras, a força delas e do modo que se fala. A escolha de uma palavra e até de seu gesticular ou expressão facil contam muito.

Posturas e posicionamentos também entram no pacote. Ver o assunto do momento. O que se fala por aí. A cabeça dos jovens, velhos, estudantes, gays, interioranos, agricultores, bancários, mutuários, esportistas, enfim aglutinar o maior número de conhecimento possível sobre tudo e todos. Boa memória também ajuda. Fazer ele falar o nome do povo, apertar a mão firme olhando nos olhos, cabeça erguida. Que sapato, qual gravata, que camisa, que polo, calça, onde andar e como andar. Afff, cansa, né. Manjar de rede sociais,diagramação, oratória, história, geografia, filosofia, sociologia até de psicologia...rsrsrs. De tudo um pouco...

E ai, vai encarar?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

E aí, quantos amigos você tem?


"Eu tenho dez mil seguidores no Twitter, outras dezenas de milhares no Facebook, e no Orkut tenho pra lá de três perfis". Esse patamar pode se encaixar muito bem a um astro do cinema, um músico famoso, um artista, uma celebridade da televisão. Mas aos réles mortais, terráqueos comuns os números nas redes sociais são bem mais modestos.

Lidamos mais com o presencial, algo mais palpável, precisamos sentir mais perto o calor de nossos 'amigos', colegas, conhecidos. E é aqui que gostaria de chegar. Conversando com uma amiga minha, Ana Paula, ela traduziu o sentimento de banzo que todo mundo sente quando se está longe do ninho, residindo em outro lugar.

De certo que o nosso lar é onde o nosso coração se sente bem, porém na realidade, o nosso cantinho, onde amigos de infância, família, nossa cidade, onde crescemos, acaba sendo nosso aconchego. Em virtude do trabalho dela e de seu marido, ela vive se mudando e nessas idas e vindas, criar raízes fica dificil.

Comentando sobre essa capilaridade de laços de amizade para facilitar nossa adaptação nas cidades 'estranhas', Paulinha comentou que "é fácil conhecer gente, difícil é fazer amigos". Bingo. É isso mesmo. As pessoas estão cada vez menos abertas a amizades autênticas, fechando-se em suas fortalezas internas. Complica.

É semelhante ao fenômeno que estamos passando. Atualmente tenho por exemplo 1.205 amigos no Facebook e tenho 732 seguidores no Twitter. Nada de extraordinário, mas eu sei bem com quem posso contar e quem posso chamar de amigo - sem aspas mesmo. Aquele amigo de sempre, de fé, seu irmão, seu camarada... - perdão, foi inevitável parafrasear Roberto Carlos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sol e lua


E quando o sol se põe. É sinal que mais um dia está indo embora, chances foram dadas, sorrisos foram oferecidos. O astro-rei nos permite tudo isso, principalmente quando se trata de um feriado fincado no meio da semana. O sol que deu as caras hoje deu oportunidade para muitos curtirem um domingo a mais na semana.

Uma praia hoje, uma boate ontem a noite, ou seja, uma dia de farra, de curtição, de animação, pegação, ou simplesmente momentos de alegria e de descanso da correria de nosso cotidiano. Eu mesmo tirei o dia para dormir, e dormi bastante. Parece que dormi por um mês de trabalho duro, dá até medo pelo que vem, caso a lei da compensação se confirme mesmo.

E foi num simples cochilo que vi o dia ensolarado dar lugar a uma noite linda. Bateu aquele banzo de domingo, sabe. Domingo a noite, sem vontade de fazer nada, pois no dia seguinte é dia de branco. Assim como amanhã é dia de voltar ao batente.

Agora é a lua, linda e majestosa, que está brilhando lá em cima. A morada de São Jorge não é apenas a madrinha dos enamorados. Ela nos dá paz, inspiração, companhia. E vendo a lua lá no cantinho dela aproveita e conversa com Deus. Faz um pedido. Dá um perdão, estenda um mão, dê um sorriso, não desvie o olhar, abrace, ame, ajude. Seja tão caridoso quanto o sol e a lua, que nada pedem e ainda assim nos dão essa companhia maravilhosa num feriadão como esse.

Piegas? Sem sentido? Blog é isso mesmo, escreve-se o que vem na cabeça...rsrs. Deixa o coração falar.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Não entendeu?


Qual a principal arma do jornalista? Acertou quem disse seu texto. Agora sabe como acabar com um profissional de comunicação? Denigra seu texto, arrase-o, diga que seu texto é prolixo, ruim, sem foco, horrível, fora do padrão. Pronto, você acabou com o ego do jornalista. E vocês sabem que ego de jornalista sempre anda inflado, natural. Se você em um segundo está falando com o governador de seu estado, no outro instante, você está tomando um buzão lotado suportando a vida dura de uma pessoa comum.

Sabemos que tem muito jornalista experiente que comete tantos ou até mais erros do que alguns jovens profissionais, ainda inseguros no mercado. E esse é o segredo. Segurança. Se realmente você não tem lá um texto estupendo, mentalize, leia, pratique, faça seu texto ficar perfeito. Policie-se. E encha o peito pra dizer que seu texto é legível, compreensível. Que fique por aí, pois daí pra frente é praticar.

Arrogância não combina com ninguém muito menos com jovens jornalistas. Baixem a bolinha. O que percebo no mercado são jornalistas mais velhos temerosos. Gente com medo de perder sua vaguinha em função da multifuncionalidade dos mais novinhos, ou ainda ser trocado por belas pernas ou olhos hipnotizantes. Nem tanto. Os bons sempre arranjam um jeitinho de se encaixarem no meio.

A sorte também ajuda, portanto, se você fez um texto bisonho hoje, tava sem inspiração, sem jeito, tava mal mesmo, relaxe. Respire. Tome água. Refaça, leia, peça para outros lerem. Ouça, aprenda, e continue lendo outras fontes. Pegue algo de fulano, algo de sicrano, mas faça seu estilo, crie sua marca. Entretanto, ao mesmo tempo seja adaptável, polivalente, é linha tênue é bem verdade.

Seu texto deve ser simples, puro, nítido, como água límpida e que do mesmo modo, penetre nas pedras mais duras, assim como nas cabeças mais secas de cultura e leitura. Como água limpa, todos almejem, cobiçem e suem para alcança-lo. Não é fácil.

No mais,se alguém criticar seu texto, aceitem, sejam humildes, peçam argumentos plausíveis, pois tem gente que adora pegar no pé só pra fazer daqui seu inferno em letras. Pra essas pessoas? Só o tempo...deixa quieto que o que é deles, está guardado.

Só repetindo: nunca relaxem, sempre busquem o melhor.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Típico de Porks


Vamos por um pouco de animação nesse blog e vamos recordar uma passagem inusitada dos tempos de universidade. Tempos típicos da trilogia 'Porks', célebre sequência de filmes que mostrava as peripércias, não apenas sexuais, mas cômicas de um grupo de universitários.

O episódio que lembro agora se passou em Salvador. Diante da Baia de Todos os Santos, sob as bençãos de todos os orixás e afroxés da Mãe Bahia, os alunos de Comunicação da Ufal e do então Cefet alagoano aportaram na capital bahiana prontos para aprontar, curtir, farrear e aprender sobre gestão autônoma. A tal da autogestão. Gestão? Ora, infelizmente, nós não geríamos direito nem nossas vidas que sá, outros. E assim foi.

No primeiro dia, ficamos disputando com o grupo do Ceará quem cantava seus hinos regionais com mais força e animação - o que o álcool não faz, nada mais fará, meu Deus. "Maceió, minha sereia...Maceió, minha sereia....", assim cantávamos animadamente,batendo palmas e contagiando um pequeno grupo de 'estrangeiros' na Faculdade Estadual da Bahia, em Cabula.

A cachaça foi tamanha no primeiro dia que um de nossos membros, ficou duro, quase petrificado em pé. E sobrou pra "Maria Eduarda", a personagem que surgiu do âmago de uma grata amiga nossa que hoje é bem casada, comportada e feliz - Vamos preservar seu nome original.

Pois bem, foi Maria Eduarda a responsável pelas passagens mais divertidas da viagem. Certo dia, esse bando de louco foi parar numa boate chique, da moda da noite baiana, em Itapuã. A boate lotadaça e tome cana goela abaixo. E a tal Maria Eduarda some na multidão. Vamos então procurar. Pelas bimbocas mais profundas do estabelecimento a guria foi procurada. E nada. Até que uma das donzelas de nossa delegação foi ao banheiro, que se diga de passagem, sofisticado, climatizado, lindo, limpo e confortável - como em todas as boates que se presem.

Pois então. A moçoila que saiu na caça de Maria Eduarda foi ao banheiro feminino e percebeu que uma moça estava pendurada com a cabeça dentro do lixeiro. Só se avistava a bunda da moça, todo seu tronco estava dentro do enorme lixeiro. E só se ouvia ela chamando um tal de 'hugo', corajoso esse heim...rsrsrs. A equipe feminina de resgate não consegue capturar a enebriada Maria Eduarda.

Sobrou pra quem? Pro papai ganso da viagem, putz....o cidadão aqui que vos escreve era um dos mais responsáveis das viagens - daí você tira os demais - e me incumbiram da missão de inçar a pinguça. Pôxa, valeu por ver um banheiro tão chique ficar podre em milésimos de segundo e conhecer do que é capaz vodka com sei lá o que....

Peguei a tal pelo braço e tive que cruzar a boate quase toda com ela sob meus braços. Parecia cena de conto de fadas, mas ao avesso completamente. Em seguida, depois de outras e outras confusões tivemos que pegar nossa carruagem e voltarmos para nosso abrigo temporário na capital bahiana. Oxalá...rsrs

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Aleluia, blogs, aleluia....


Jornalismo literário. É a moda! Nove entre dez 'focas' preferem apimentar um pouco mais seus textos jornalísticos. Cansados das fórmulas, perguntas básicas (quem, onde, quando, porquê?), e demais padrões das matérias escritas por meio do jornalismo burocrático e pragmático, essa nova geração vem com tudo para dar um ar mais apimentado as histórias que contamos diariamente.

Incorporar gírias, devidamente aspeadas, expressões, nuances descritivas, um modo mais leve de escrever, tudo isso deixa seu mensagem mais assimilativa, gostosa de ler e de fácil entendimento. Calma lá, não vamos fazer também do jornalismo uma experiência surreal e neocontemporânea. Nada parecido com a Semana de Arte Moderna de 1922. Longe disso.

O que percebo nessa garotada é querer deixar o jornalismo mais 'animado', seria essa a palavra? Não, creio. Seria um 'showjornalismo', ouvi essa expressão certa vez e não fui muito com a cara dela. A seriedade, o compromisso e seu dinamismo não podem ser abandonados. Até por que, são poucos que conseguem empregar tal ritmo e qualidade nos materiais publicados diariamente. E outra, pessoal, enfeitar demais deixa seu material um pouco enjoativo até. De certo, ele jamais será igual ao anterior, porém acredito que é um recurso que deve ser usado com parcimônia.

O jornalismo literário é o sonho de consumo nosso. Ter espaço e liberdade para escrever ao bel prazer. Hoje, escravizados pela dieta do espaço das caixas dos jornais e ditados pelo imediatismo da internet, nem podemos exercer esse gostoso dever de comunicar com arte, liberdade e harmonia. Acho que é por isso que inventaram os blogs. Aleluia...

E o circo chegou


Uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravo. Superpiruetas, ultrapiruetas, bravo, bravo.....Chico Buarque foi primoroso ao escrever "Piruetas". E neste fim de semana pude ver se perto a magia hipnotizante do circo.

Do picadeiro por si só já emana uma energia diferente. Aquela lona de sonhos que acabamos crescendo vendo ali se materializar fantasias. Coisas que parece que apenas os pequenos sentem, mas aqueles adultos que trazem em si a alegria da vida, o lirismo de um mundo ainda de sorrisos e das brincadeiras de palhaço se divertem a valer. E vou dizer a vocês, por mais que saibamos como vão terminar as apresentações circenses, algo sempre nos chama a atenção. Sempre ficamos boquiabertos. Mágico então, eu fico doido pra saber como ele faz aquilo, neste caso, as mágicas - eram apenas mulheres, já pensou...rsrsrs....cuidado com elas!

Eu vi a arte dos acrobatas, a habilidade dos malabaristas, a simpatia das dezenas de vedetes, as piadas singelas e bem boladas dos palhaços, aquele humor inocente, sem malicia e tão legal, que faz a gente esquecer do mundo tão seco daqui de fora.

Teve um idiota de um pai que reclamou por que o palhaço fez um número completo, apenas apitando um apito. Simples, bem bolado e super inteligente. Porém, o grosso do cidadão queria ouvir na certa putaria e baixaria. O que seria dele na época de Carlitos, do cinema mudo...aff quanta ignorância.

Bem...vão ao circo. Vão se divertir à valer.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Já levou um fora?


Recentemente vi uma cena que me recordou momentos não muito legais da minha e da vida de qualquer um. Quem nunca levou um 'fora'. Aquele fora que fica marcado em sua existência, que bate uma vontade de esmurrar mil paredes, que dá aquele embrulho dentro de nós. Aquela dispensada que dá uma vontade louca de chorar e vem logicamente seguida daquela pergunta clássica, "porquê"?

Naquele momento não há resposta que te contente, que te conforte. Não, não há. Por algum réles motivo, seja lá qual for, você não foi escolhido ou escolhida. Nunca se sabe. Pode ter chegado atrasado, um esperto ou uma apressadinha chegaram antes de ti. O sentimento não bateu, não deu 'liga', tesão, tara, terminou algo que poderia já estar fragilizado ou algo que nem teve a oportunidade de começar.

Levar um fora é sentir a dor mais desconsertante que você já imaginou sentir na vida. É ter uma faca cravada em seu coração. É você ficar olhando pra aquela pessoa e tomado por pensamentos insanos querer puxar ela, sequestrar, tomar ela pra você, mas o bom senso não te deixa.

O que comete essa atrocidade com o outro, lógico tem seus motivos. Proteção, medo, outra pessoa, varia de caso pra caso. Salvo algumas histórias, o 'forador' pode até se arrepender e tentar voltar atrás alguns meses, anos, décadas depois.

É a vida. Um dia você dispensa, noutro você é dispensado. Essa regularidade pode acontecer com mais assiduidade na adolescência é bem verdade, entretanto, dependendo da vida do cidadão, ela pode ser bem comum. O caro pode ser aquele galinha inveterado e ...mas pera, galinha leva fora? Pouco. O garanhão atira pra todo lado e a preferência feminina fica nessas figurinhas carimbadas em festas e mais festas. Mas isso é motivo pra outro post.

Por fim, pessoal. Seja de um lado ou de outro, dar ou receber um fora não é nada legal. Moçoilas que curtem ver aquela cara de bobão dos carinhas, cuidado com o caritó. E homens, nós barbudinhos damos fora? Geralmente essa raça não perdoa ninguém, mas tudo bem. Pra quem interessar possa!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quando seguir?


E quando você pensa que o mundo está afunilando? Quando se percebe que já é mais bem vindo, ou que te querem bem, se preocupam contigo e torcem por ti? O que fazer? Chutar o balde, partir pra outra, seguir em frente e abrir suas asas? Não sei. São perguntas que as respostas eu não sei. Questionamentos que tomam a cabeça de todos em certo período da vida, até você que está lendo esse post agora deve pensar o mesmo. Não agora, lógico, mas em algum instante de sua existência essa pergunta veio em sua mente.

O que é que eu tô fazendo aqui? Vem geralmente com esse tom. 'Questionador' é apelido. É inquietação, incerteza, dúvida. Quem bom tê-las. Elas nos motivam a buscar novos rumos. Provocam nossos neurônios a procurar saídas e caminhos até então desconhecidos.

E quando chegamos ao patamar de 'e agora?'. Sem Tara, objetivo, tesão mesmo de fazer. Falta entusiasmo, alegria, sem isso, não se pode ter sucesso. Pôxa, o sonho do mundo é fazer o que se ama e ainda ser pago pra isso. E não passar em um concurso e esperar o tempo passar pra morrer, ficar gordo, estável, mas infeliz e insatisfeito. Não dá pra mim.

Pessoal, abra o olho. Isso não se encaixa apenas no profissional é em tudo. É como lego, se encaixa com tudo. Quando se perde o motivo, acabou! Finito. Bye bye. Game over. A sensação de vazio é gritante e toma você de um modo que te torna insano, pragmático, metódico, robótico.

Tudo na vida requer alegria, vontade de fazer, instinto e querência de acertar. Busco atualmente um motivo pra continuar fazendo o que faço diariamente. Um bem social, uma ação humanitária, utilidade pública ou particular mesmo ao invés de uma simples subsistência. Não quero ter minha alma cega pelo dedo da rotina e do pragmatismo. Da incompetência e da sonolência da preguiça pensante prefiro distância.

Quero todo dia mais. Quero sorrisos e motivos. Gargalhadas e abraços só servem aos montes. Quero amigos, mas amigos mesmo, leais, reais e ideais. Por mais que as curtas horas dos dias de trabalho tentem te afastar das coisas boas da vida, relute. Drible a falsidade, a ignore. Aperte forte seu crucifixo e reze com fervor. Chore,sem pudor, chore. Sinta a fé fluir. Deixa Deus entrar em ti por meio de orações, repetidas vezes, deixe, permita. Regozije. Felicite. Enebrie-se com o cálice da vida, do prazer de ser bom - tem um fêl no íncio, mas vale a pena. Não tente, consiga. Siga o rumo, sem prumo, mas siga.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Seleção evolutiva?


O jornalismo alagoano está passando por um momento curioso. Estamos numa fase em que pelo menos três faculdades estão produzindo pelo menos 100 novos jornalistas por ano. A academia bem sabemos não tem muito a ver com a formaçãodo profissional, infelizmente. O ensino continua quase amador e o foquinha é lapidado na marra, na labuta, no dia a dia, entretanto, a base teórico-filosófica apresentada nas bancas é essencial, não tem dúvida.

Ao ir cobrir alguma pauta na rua, um assunto que seja do interesse de todos os veículos é perceptível esse instante jovial de nossa comunicação. É jovial, sim. A média de idade dos repórteres não chega a 30 anos e olhe lá. Os mais experientes - são poucos - não ultrapassam 40 anos de idades - e conto nos dedos de uma mão.

Nos sites, jornais, emissoras de rádio e tv, eles estão ai, em todas. Uns são excelentes, outros ainda precisam comer muito arroz, feijão e gramática pra se tornar um jornalista de verdade. Tal inexperiência resulta em textos pobres, feios, prolixos, e sem pé, nem cabeça. Mas novamente repito, apenas a prática e uma boa orientação podem fornecer um caminho decente pra essa galera.

Por sorte ou não, o mercado tá recheado de gente boa, muito boa, e seus chefes diretos, em média, ficam entre 10, 15 anos de jornalismo. Pouco? Pode até ser. É que os medalhões, hoje são poucos, cansados e de tudo já viram, ficam menos expostos dando gargalhada ou se divertindo com os tolos erros da juventude. Brincadeira, vai. Nesses dez anos de jornalismo que completo esse ano, aprendi muito com essa galera mais experiente e continuo aprendendo até hoje.

A questão é que deixei de ser um foca há anos, mas também não me tornei um medalhão, longe disso. Sinto que sou um elo entre essas gerações, um meio termo e assim o assumo com honra. Passando para os focas o bom e o ruim da profissão, o que fazer e suas consequências, seus limites e as armadilhas que virão. Assumam também seus papéis e aceitem que dia após dia nossos personagens mudam, temos que nos adaptar para permanecer.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tá raivosinho, tá?


Vamos lá analisar friamente essa galera da política pelo ponto de vista dos jornalistas que trabalham dia a dia em sua busca. A relação na maioria das vezes é de amor e ódio, muito mais ódio do que amor, pode ter certeza.

Todo dia tentamos repercutir em meio a eles notícias, informações, fatos que certamente são de interesse da população - ou da editoria dos jornais. De todo modo, como pessoas públicas, os políticos em geral deveriam ser safos na comunicação, pois serve até de atributo favorável a eles, sabendo usar é lógico.

O que acontece - maioria das vezes - são políticos respondendo de má vontade, com arrogância, impaciência ou até ironia. Muitos até dizem que não disseram isso e aquilo, fazem jogo duro e afirmam que o repórter mentiu e colocou palavras na boca deles. Algumas vezes, o editor realmente apimenta a matéria e deixa o repórter em saia justa. Entretanto, é má fé dar asas a imaginação do editor e descontruir o pensamento do repórter. Mas por favor, vamos aqui construir um debate. O repórter é a arma do jornal. Ele vai in loco apurar a informação, o ponta de lança, o avançado, e seu material serve como munição para os editores e donos dos jornais. Paciência!!!

Voltando. Entrevistas por telefone é onde mora o perigo. Os políticos se trancam em reuniões intermináveis. São tangiversais, fogem das perguntas, falam, falam, falam, mas não dizem nada, quando não são grossos, viu. Muitos se vestem em armaduras, em verdadeiras blindagens de impáfia e ignorância. Se acham os Deuses, ou melhor, têm certeza. Isso serve também para o pessoal do Judiciário, juízes, promotores, procuradores, advogados - são mais acessíveis, mas pensam que todos os jornalistas são idiotas, secretários de Estado, superintendentes, diretores de órgãos e tudo mais. A galera quando sabe que é um jornalista do outro lado da linha ficam 'toda-toda'.

Neste pouco tempo reconheço poucos que têm uma real habilidade em lidar com a imprensa e saber colocá-la a seu favor. Ser cortês, educado, amável, didático, simples, não tira pedaço ou diminui a condição do personagem. Lógico que existe aquele repórter mala que faz perguntas provocadoras e pede pra levar um fora. Entretanto, algumas perguntas devem ser feitas pois é a população que quer ouvir sobre tal assunto. E o repórter é a ponte sobre os temais. Damos um ponto arretado para aquela autoridade que se porta como tal, mas com humildades, elegância e ombridade. Falam calmamente, detalhadamente, pacientemente e com a educação, que certamente a mãe de cada um forneceu.

Não somos inimigos dos políticos, já que eles são os representantes do povo, eles não deveriam fugir de nós, somos nós que pagamos os seus salários, ora essa. E tenham certeza, gente, se pudéssemos optar por não estar ali diante de uma pessoa desconhecida e que do mesmo jeito não queria ver você, certamente estaríamos bem longe deles. É trabalho, é profissão, obrigação de comunicar.

Ahhh, e quase ia esquecendo os assessores que só fazem atrapalhar. Tem aquele que diz simplesmente: "Ah, passou do meu horário de trabalho e não posso fazer nada"; "O que eu posso fazer já está no site, não posso passar o telefone - nem o telefone - do fulano de tal, ele não vai falar". Ou mais singelamente, o assessor nem atende seu telefone. Pensa que seu release primoroso é o bastante e nem te dá um "oi". Mais uma vez, paciência!