quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Vai e volta.....


Quem assistiu o Residente Evil 4, sabe muito bem o que é um zumbi. Aquele mulambo que não está vivo, nem morto, mas vez por outra fica apurrinhando Deus e o mundo. Do mesmo jeito certos temas polêmicos teimam em voltar à pauta de debate, só para mexer com os brios de jornalistas e demais profissionais de comunicação. A bola da vez é: assessor de imprensa é jornalista?

Li um artigo interessantíssimo da jornalista Mônica Santos, no www.comunique-se.com.br. Nele, a profissional detalha por 'a' mais 'b'que o espaço deve ser ocupado pelo profissional de jornalismo, e logicamente o detentor de um diploma. Não há como um profissional, sem ter passado pela academia, realizar um trabalho ético, claro, objetivo, e com consistência - fundamental.

Levo para o debate a experiência alagoana, mais precisamente dos jornalistas que ocupam as assessorias de comunicação dos órgãos e secretarias. Existem profissionais da mais alta estirpe, competentíssimos, principalmente os da nova geração, que ganharam de mãos beijadas esse novo filão do mercado.

Eles transformaram a simples labuta diária de envio de release, numa rotina de trabalho de construção reais de matérias gostosas de ler. Com personagens, reportagens especiais, informativos, cadernos especiais, a experiência da assessoria de comunicação se tornou em algo mais sério e amplo.

O carinha ainda acompanha seu assessorado pra onde for. As demandas das emissoras de rádio e Tv são presentes e ainda sim eles dão conta. Essa jornada não é pra qualquer um. O profissional é obrigado a ser um 'bombril'. Em casos que a instituição bateu pé e contratou um 'semi-profissinoal' - não-jornalista - o camarada se deu mal.

Uma prefeitura do interior contratou como assessor de imprensa um radialista, sem ofensas à categoria, a demanda cresceu tanto, que o prefeito teve que demiti-lo, buscando um profissional na capital para assessora-lo.

A dedicação é outra, o modo de trabalhar, atuar, a bagagem científica é demasiadamente diferenciada. Só hoje percebemos como as chatas aulas da faculdade valeram a pena - seja como referência ou não do certo e errado.

Engrosso o côro da nobre colega Mônica e não entendo por que ainda existem jornalistas que defendem a não absorção deste segmento. Vai entender....

Pra rir bastante....

É pra rir? Então vamos lá. Em meio a esssa panaceia eleitoral que o país mergulha a cada dois em dois anos, percebemos que o mundo anda vagaroso por aí a fora. Em tempos de campanhas ganhas em youtube e twitter, o Brasil mostra o custo de ser tão continental e conter, por assim dizer, outras centenas de realidades divergentes.

Os grotões do país estão aí para contextualizar o que quero dizer. Minha amiga blogueira, Jamylle Bezerra (www.jamyllebezerra.blogspot.com), natural de Gravatá - PE, enviou-me um link no mínimo interessante:

http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1343016-7822-ASSISTA+AO+TRAILER+DO+FILME+PORTA+A+PORTA+A+POLITICA+EM+DOIS+TEMPOS,00.html

Bem...é o trailer do filme 'Porta a Porta - a política em dois tempos'. Quem é nascido e criado em interior, sabe como funciona uma campanha eleitoral nos municípios mais pobres do Nordeste. É essa festa democrática que o diretor Marcelo Brennand quis apresentar.

Às gargalhadas você vai presenciar propostas como levar o povo à praia, festa todo mês, enfim...daí se sabe o nível. Não espere debates inflamados por ideologias. Os políticos do interior falam o que o povo quer ouvir. O longa mostra as condições de trabalho, como se conquista voto a voto. Por que nos cafundós, ainda não há aquele acesso tremendo à rede mundial de computadores. E a disputa é acirradíssima. Em locais paupérrimos, a prefeitura é o maior empregador da cidade. Todos os municípes dependem de um certo modo da prefeitura.

Tudo deve ser no gogó, no porta a porta mesmo, como diz o filme. Não percam...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

hummmm sinto algo no ar....


Não sei se um raio cai no mesmo lugar duas vezes, porém prefiro ficar com as historinhas que acumulo pelos anos e construo minha impressão desse mundo louco. Salvando as situações, condições, e devidas comparações, sinto algo familiar nestes ares de setembro de 2010. Explico.

Dizem que jornalista não pode ter partido. Fere aquela utopia da imparcialidade. Conversa! É impossível não tomar partido. Ficar em cima do muro creio que seja pior. Entretanto, quando percebemos as análises, as perspectivas, o desempenho, os planos, enxergamos um pouco além dos desprovidos de informação, por isso somos 'formadores de opnião".

Acabamos então encaminhando e direcionando nossas palavras e intenções. Natural. Em 2006, trabalhei na campanha vitoriosa para o governo estadual de Teotonio Vilela. Em meados de junho daquele ano a campanha estava sem aquele fôlego. O poder do então deputado federal João Lyra amedrontava a muitos. Não a Teotonio.

O Estado tinha ficado laranja, mais da metade da Assembleia Legislativa do Estado, prefeitos, vereadores, o que fosse, tinha alaranjado, mas o candidato azul não desistia. O ânimo dentro do comitê e entre a equipe não era o melhor. Porém, o fato que venho tentar descrever pra mim foi mágico.

O lugar era o Sertão. O município era de Feira Grande. Passava das 18h. A lua era forte, reluzente, presente e linda como ela só. Nosso veículo era uma Ford Ranger de cabine dupla. Como repórter, vinha no lap top escrevendo os detalhes. Para se chegar à sede da cidade, andaríamos alguns quilômetros ainda. É quando meu motorista pede pra eu olhar para trás.

"Puta que pariu, o que é isso?", foi a única coisa que saiu da minha boca. Era uma imensa fila de pontos luminosos desenhando a estrada atrás de nós. Jamais tinha visto tamanha quantidade de carros. Foi nesse momento específico que estava sacramentada a virada.

Novamente lembro - salvo as comparações - sinto essa mesma impressão no ar, e na mesma reta final percebo que tudo está caminhando para isso. Posso logicamente estar errado e coberto de equívocos, mas aprendi nessa minha tenra experiência de vida que devo seguir meus instintos...que seja!

Rumo a mais uma vitória...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Bovary: a precursora


Escolhi como tema deste post a fictícia história de madame Bovary. Quem nunca ao menos ouviu falar da recatada dama francesa que desafia toda sociedade francesa do século XIX pondo aquele belo par de chifre no maridão incólome? Bovary é fruto da obra do escritor francês Gustave Flaubert, que foi julgado (mas absolvido) pelas ideias do romance que escreveu. É ideias mesmo, pois desafiou a 'puritana' sociedade francesa, dita tão politicamente correta.

Mas todo mundo tá cansado de saber que a França, desde do "Rei Sol", Marat, Robespierre, Bonaporte e tanto outros, jamais fugiu a um dos esportes mais praticados pela humanidade: sexo e libertinagem. É, a sensualidade está no sangue azul dos franceses. Não há como negar, até o cinema fracês traz isso até hoje. Há um toque singelo de madame Bovary em cada filmograma francês.

No livro, Emma Bovary é um pacata senhora atormentada pelo marasmo que se tornou seu casamento. Sonhadora como os personagens do romantismo acadiano, bucólica como ela só, Emma sonha, sonha, sonha até demais pra realizar suas traquinagens. Requintada até demais para os parâmetros interioranos, o médico Charles Bovary se engraça com a moça e casa-se com ela.

Charles não era lá aquele atleta de alcova, aí já viu, pior coisa é mulher insatisfeita na cama. Dali saia toda a revolta da sociedade francesa da época, a obra mexia com os brios da dona de casa francesa. Sempre reprimida sexualmente, as madames viam em Emma um reflexo, um simulacro de suas vidas.

Emma então conhece Rodolphe. Ele não demora muito e cata a moçoila carente e estabelece um caso com ela. Extravagante, Emma, mulher de luxo, é o contra ponto do que era no interior. E cada vez mais o apetite sexual da sujeita fica mais apurado...daí pronto. Ela começa a tomar conta dos negócios da família, mas após grave crise, ela se envenena e pronto. Lascou...põe fim na vida de luxúria e prevaricação. Muitos franceses é claro sentiram falta dela...rsrsrs

Peninha...mas era tudo ficção. Será? Isso acontece todos os dias, em todos os países, mas o lamentável é que muitas 'bovarys' que brotam todos os dias até hoje não se tocam do mal que fazem com elas mesmo. Belas jovens, com futuros brilhantes, bem-sucedidas, entretanto não se dão o devido valor ao que tem entre as pernas.

Mulher não é sinônimo de sodomia ou libertinagem. É exemplo de honra, altivez, sobriedade. A autêntica madame Bovary daria de lavada nas menininhas que trumbicam por aí pulando a torta e à direita. Coisa besta. Respeito mais as 'mulheres da vida' que têm como profissão o maior dos prazeres, do que as que nem cobram pelo serviço de alcova, onde muitos depois as esnobam, esculacham, desonram e difamam por aí...coitadas delas. Pobres...!!!!

P.S.: O romance é belíssimo, leiam....

Explicar o q?


Quando é que brota o amor? Como percebemos que ele existe, está presente. Quando se percebe, ele já está dentro. É incômodo confortável, que não se pede, não se implora. Muitas vezes até suplicamos para que ele não se efetive, que ele não aconteça. Em vão, quando o ser humano assim o olha, é por que ele já reside em você.

Não vim aqui no blog defender sentimentalidades, lembrar minhas particularidades ou ainda contar como me apaixonei. Não, hoje prefiro ser mais discreto. Estou bem demais onde estou, mas é sempre bom falar nossa experiência para referenciar corações perdidos, desiludidos.

Não existe verdade, ilusão, certo ou errado. Quando se ama, se deseja, lei alguma tem força. O mais incondicional e irrefutável dogma cai por terra. Ele não tem força. Basta um momento ao lado para compensar anos e anos longe, dias de dor ou desilusão. Tudo é esquecido por meio de um sublime beijo. Por mais que esse gesto jamais se repita, por toda uma eternidade o apaixonado irá guardá-lo consigo.

Não há como lutar, pode-se até se esquivar do sentimento. Podemos até driblar a dor, o lembrar. Porém, nunca seremos completos. Não o queira entender, pode até tentar esquecer, já conseguir por completo, não garanto.

Nossas mais tenras paixões estão guardadas em cada cantinho de nosso coração. Os anos se passam, as companhias se passam, mas...é difícil. Cada um tem sua história particular de amores e desabores por uma vida a fora. Casos que deram certo, desencontros, ironias, beijos roubados, taras, o relacionamento humano tem mil faces. E cada uma delas tem seu gostinho, seja de mel ou fel, ela deixa marcar em nosso paladar e em nosso coração.

Não podemos explicar às pessoas normais o que é isso, pois não há como explicar o 'querer', o 'desejar', o 'amar', o se 'apaixonar', e cada verbo que se encaixe a este sentido. O único conselho que aprendi na vida foi esse: resistir a uma tentação é burrice. Deixá-la passar é outra idiotice. Se algo em seu corpo pede, é por que há como se chegar. Dê vazão a isso, não disperdice.

Entre a razão e a emoção, escolha a pessoa...aproveite, curta!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Coração ouriçado


Se Lord Byron estivesse vivo ele seria o melhor amigo do cantor country americano Bad Blake. Boêmio, entregue ao cigarro, bebida, jogo, e similares, o cantor foi tema do filme Coração Louco, vencedor de dois oscar (melhor ator e melhor música).

Aí a galera do contra vai e comenta o asco que tem pela música sertaneja americana. Rótulos como 'breganejo", "sertanojo", enfim. O country americano sofre o mesmo que por essas bandas. Procuro ouvir tudo mesmo, sentir algo de bom em todo movimento musical. Para os que discriminam, Coração Louco traz à tona uma discussão sobre o poder da dedicação e do amor. Não é pieguice, galera. É como a superação pode entregar de novo a vida a um cidadão.

O filme mostra que mesmo diante de uma vida amarga, rude, difícil, muitos pensam em desistir, entregar os pontos. Blake tirou do fel o mais belo acorde. Como pode isso, gente? É difícil de entender isso. Como tirar algo de bom quando a vida só te maltrata? É muita elevação. Tô longe disso, reconheço.

Foi que Jeff Bridges passou incorporando o cantor: superação topada. Apenas quando ele conheceu novamente o sentimento, superou seus problemas, assumiu seus riscos, Blake alcançou sua redenção, voltou a compor, a viver e a respeitar a si mesmo. A atuação de Bridges é fenomenal. A trilha é legal. É até inspirador, vê só...rsrsrs

Boa pedida de filme...

Como era bom


"Lembro com muita saudade aquele bailinho, onde a gente dançava bem agarradinho...", assim Reginaldo Rossi canta um de seus maiores sucessos. São nesses versos que os amantes dos bons e velhos bailinhos viajam no tempo. Este fim de semana que passou aconteceu um bailinho desses em minha cidade natal. Não, eu não fui...lamentavelmente não pude ir. Mas minha mãe, uma tradicional frequentadora dos antigos bailes, contou tudo. E deu aquela vontade de voltar no tempo.

Quem nunca foi, não pode ter uma noção do que isso representa para um município pequeno, onde a sociedade poucas vezes se reune para badalar de um modo mais light. A banda toca os clássicos da música brasileira, a dança só pode ser com o rosto colado. Dois pra lá, dois pra cá. Corpo juntinho. O cheiro que se sente é do perfume da moça. Sem aperreio, sem a fuzarca de um show comum.

A mística é diferente. O clima é outro. A situação é outra. É lugar de flerte, cortejo, conquista à moda antiga. Nada daquele beija, beija das micaretas. É o pega na mão, do enlace que dura uma noite inteira. E quando se consegue o que se deseja, você pede que cada canção seja interminável. Você implora para que os ponteiros do relógio parem, que a noite seja eterna.

Cada vez são mais raros tais eventos. Até seus ídolos já passaram dessa pra melhor. Os reis dos bailes como Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Noite Ilustrada, entre outros...não estão mais entre nós. Cresci ouvindo eles, e até hoje quando ouço suas músicas, sinto aquele cheirinho de passado saudosístico.

Ôôôô tempo bom

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mais uma história da bola


Boleiro não nasce estreia. E no Brasil acontece em cada esquina. Todos os dias, nove em dez casas brasileiras nasce um candidato à craque da bola. Tem pimpolho que já vem com a bola colada no pé. O blogueiro aqui que vos escreve certamente não fui um desses. Mas calma lá, não sou um perna de pau também. Fiz tudo direitinho. Começei a bater bola mesmo aos 6 anos. Moleque de rua mesmo, descalço, na lama, na rua, na areia...como era bom esse tempo.

Em um terreno ao lado de minha casa, de propriedade de um empresário local - já falecido - seu cão corria atrás dos pivetes que teimavam em jogar no lugar. Valeu a pena! Era diversão garantida. Os torneios infantis passaram logo. O time de minha cidade foi longe. A base do time durou dois anos e fomos até as oitavas num universo de mais de 200 clubes.

Depois vieram os tempos de juvenil. Fui para clubes da capital Maceió. Flertei na época até com o meu clube do coração: Vasco da Gama. Sem sucesso. Tinha que estudar. Começei a faltar nos treinos. Uma pena. Mas continuei jogando em minha cidade. Fui a revelação do torneio municipal. Ano seguinte fui à peso de ouro para o mais tradicional clube da cidade, onde meu pai também jogou. Responsa!

Paralelo ao futebol, o futsal também me atraia. Naquele tempo não podia ver uma bola. Pense na secura. Bons tempos. Odiava o rótulo de filhinho de papai, e em campo correspondia e tirava a máscara que me colocavam. Era uma vida dura.

Naqueles dias, carregava algo muito mais pesado que a camisa ensopada de suor, ou o peso da bola nas pernas. Sempre me cobrei bastante, e nunca me satisfiz com o pouco. Tudo por que tinha um ranso nas peladas de famílias e amigos. Curiosamente meu pai jamais me chamava pro time dele. Para mim era a primeira derrota. Mas aquilo mexia comigo. Incentivava.

Eram naquelas noites de quarta-feira que eu me colocava todo meu pouco talento na minha perna esquerda. Corria todo o campo, driblava, defendia, chutava e quando fazia um gol, era uma vitória dupla, não pela equipe, mas pessoal. Mas hoje entendo por isso acontecia. Ele queria tirar o melhor de mim. E sabia como tirar. Era o jeito dele de dizer 'vai, seja o melhor'.

Hoje, joguei no principal estádio da capital, o Rei Pelé. Em um jogo épico pelo torneio do servidor do Estado, minha equipe virou um jogo quase perdido. Foi aquele 2x1 gostoso de jogar. Emoção à flor da pele, pois atuei com dois estiramentos, um em cada coxa. A dor era insuportável. Quase consegui torcer o tornozelo. A dor está insuportável, pode crer. Mas foi nesse momento de dor, atrás de um atacante corredor do time adversário que lembrei de meu pai. A superação, a perseverança.

Meu velho não pode mais jogar, por problemas cardíacos. Sepultaram ele. Tiraram dele seu maior prazer. Porém, seu exemplo continua comigo. Tanto no futebol, quando ele botou a primeira bola no meu pé, até hoje.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Frente a frente


Dizem que é a hora da verdade, é quando a onça bebe água, as máscaras caem e as verdades acabam aparecendo. É no debate político que muita gente decide seu voto, pois as dúvidas são tiradas quando as idéias dos candidatos se contrapõem. O degladear de opiniões é interessante e fundamental para a fortificação da democracia, mas são nas entrelinhas que se ganha um debate.

Um gaguejar, um titubeio, um brilho na testa, a garganta seca, o tremer das mãos, o suor inundante. Tudo isso é capaz de entregar um candidato, por muito menos tem gente aí que perdeu uma eleição inteira por causa de uma palavra mal colocada, ou um elemento deste percebido pelo seu eleitorado.

Há vários modos de se duelar num debate, há que tente até alia-se a um inimigo para derrubar o mal maior. Porém, infelizmente existem maneiras mais vis de ganhar um debate. Muitos candidatos fazem uma varredura na vida pessoal do opositor e a jogam no ventilador. Dizem que o mestre nesse tipo de estratégia está vivo e está disputando o governo de Alagoas.

Vale tudo! Os baixos e inescrupulosos se utilizam disso mesmo. Vale até vender a mãe, chute no saco, dedo no olho e tudo mais. Caso você tenha uma mácula no currículo, se prepare, ‘elle’ utilizará. Filho bastardo, roubou no jogo na bola de gude, um porre a mais na faculdade, uma traição à toa, passou no sinal fechado, bem, tudo é levantado. E certamente vão jogar na sua cara.

Lembremos debates históricos, como entre Collor e Lula, em 1989, onde Collor massacrou Lula,expondo a vida conjugal do então sindicalista. Ou ainda, Brizola e Maluf, em 1989, onde ambos trocaram ironias durante todo o debate e nada de legal foi discutido, transformando o debate num show de comédia. Montoro e Quadros, em 1982; Maluf e Covas (1989, esse é imperdível, além da revanche, claro em 1998).

Seja como for, é no debate político que o eleitor conhece um pouco mais de seu candidato preferido. É com a cara dele estampada na tela que podemos tirar nossas dúvidas e apontar nossas preferências. Informações bombásticas, saias justas, confronto de dados, enfim, nesta segunda-feira, 20, o povo alagoano tem sua primeira oportunidade de ver o cara a cara entre eles.

Apostem suas fichas....

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Príncipe encantado, ele existe?


Tenho acompanhado alguns contos de fada modernos que tem subvertido toda a história do cavaleiro de cavalo branco que vem salvar a doce donzela. Várias vertentes hoje nem se inserem mais nessa fantasiosa fábula.

Hoje a donzela tão pura entorna garrafas e mais garrafas de Ices e fica mais trêbada que o moçinho. Já o belo, loiro e charmoso príncipe deu espaço a um barrigudo, que só fala palavrão, anda de possante rebaixado e chama todo mundo de 'meu lindo'.

Ou ainda pior, o galante cavaleiro agora deixou a franja crescer, foi pra academia, usa cordão de prata mais pesado que o pescoço, o último livro que leu foi no jardim da infância. É, esse tipo de cara tem um papo enrrolado é arroz de festa, atira pra tudo que é lado e não tem respeito por ninguém, nem pelo seu amigo môr.

Mas vcs acham que as donzolas assim o renegam, que nada....são como imãs. Eles usufruem das piriguetes por uns meses depois jogam fora: enjoei! Aí é a jogada, elas ficam loucas. Rejeição é um problema sério. Muitas dessas senhoritas acabam até no divã. Ou se não ficam soltas na buraqueira. Não perdem nem batizado de boneca...

Mas quem mais vai querer olhar pra manceba? Ela tem mais quilometragem que a Transamazônica. Ela chega nos 30 e ninguém nem olha mais...só a pivetada querendo tirar aquela onda.

Por outro lado tem as espertas, que percebendo a chegada da idade ou até mesmo por um descuido dessa vida, acaba aparecendo na frente dela um shrek em forma de garoto. Ele não é lá uma brastemp, mas corta certo, dá carinho, atenção e chega junto quandop se mais precisa. E assim vamos vivendo, minha gente....agarrando as oportunidades e construindo nosso caminho.

O importante é ser feliz, seja com uma princesa ou com um príncipe às avessas!!!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O dia em que eles usaram capas


Era uma sexta-feira, 13. Tarde ensolarada de um pré-verão de setembro na capital alagoana. O ano era 1957, e o governador de Alagoas era Sebastião Muniz Falcão. Populista, Muniz Falcão inventou de taxar os usineiros com um imposto que levantava fundos para financiar a construção de escolas e postos de saúde. Não sabia ele, que aquela tarde mudaria para sempre o futuro do estado. A bala ia comer....acompanhem.

Bem, desde sempre Alagoas teve um passado voltado para a violência. Desde quando o o Frei Diego Sardinha foi literalmente 'comido'em nossa costa, até a luta de Zumbi contra os portugueses, assim como Calabar, Ana Lins, entre outros. A história do alagoano é de bravura e de muito, muito pavio curto. É na bala ou na faca. Lamentável, mas é verdade.

Segundo alguns historiadores, isso acontece pois herdeiros da saga da Canudos se refugiaram em Alagoas e ajudaram a cultivar no povo Caeté um ímpeto de não levar desaforo pra casa. E é por isso e muito mais, que a morte do Beato Francisco, em Palmeira dos Índios, em 1956, e o assassinato do deputado estadual Marques da Silva, em Arapiraca, provocou em Alagoas um ar carregado de violência e deixou o cheiro de sangue nas ruas e vielas da capital.

Vinte e dois deputados oposicionistas, culpavam Muniz Falcão pela violência que assolava Alagoas, desde lá, e proporam então seu impeachment (o primeiro de um chefe de Estado da Federação). Enfim...O cadáver de Marques da Silva nem tinha esfriado, e as promessas e ameaças corriam pelo Estado.

O governo federal foi avisado. O clima era insuportável. As barricadas eram levantadas dentro e fora do prédio da Assembleia. Sacos de areia protegiam a Mesa Diretora. A tensão era uma só. Após a entrada do último deputado, o funcionário selou a porta para ninguém entrar ou sair. O senador Juracy Magalhães, assim com o deputado Freitas Cavalcanti tentaram evitar a tragédia conversando com o presidente da Casa, deputado Lamenha Filho. Em vão, o derramamento de sangue foi inevitável.

O deputado estadual Humberto Mendes, sogro de Muniz, e valente líder da temida família dos Mendes, de Palmeira dos Índios, era o líder dos situacionistas. Assim como ele, os outros 34 deputados entraram na Assembleia Legislativa vestindo carregados casacos de frio num sol escaldante. Os volumes nas capas eram na verdade as metralhadoras, pistolas e revólveres sedentos por sangue.

O primeiro tiro, segundo Jorge Oliveira, em seu livro Curral da Morte, foi dado pelo deputado Humberto Mendes, porém foram os tiros de Virgílio Barbosa, disse o jornalista Rubens Jambo, que cobria o evento, vitimou Mendes, atingido no abdômen. Em doze minutos foram disparados pelo menos 1.200 tiros.

Era bala zunindo de dentro pra fora do prédio, assim como de fora pra dentro. A Praça Dom Pedro estava tomada pelo Exército. Os tanques que lotaram a capitala alagoana um dia antes, nada puderam fazer. Soldados ocupavam os prédios estratégicos ao redor da Assembleia. As sacadas da Catedral e da Fazenda Fiscal eram pontos de tiro para os soldados. Os alvos? O interior da Assembleia.

Os 35 deputados alagoanos estiveram envolvidos no tiroteio. Um morto - Mendes - e outros mais feridos, como o jornalista Márcio Moreira Alves - baleado na perna e ganhador do Prêmio Esso pela matéria. O Hospital de Pronto Socorro ficou tomado pela polícia, pois a ameaça de novos tiroteios era presente. Os 22 oposicionistas foram encaminhados para o Quartel do Exército.

Tal fato foi notícia até fora do país, Estados Unidos, Europa e o mundo a fora conheceu a violência alagoana. Muniz foi afastado, porém voltou nos braços do povo em janeiro de 1958.

De fato, foi o dia em que Maceió parou. No dia 14 a cidade parecia fantasma. Bares, cinemas, restaurantes, comércio, lojas, tudo parou. Taxis, ônibus, carros, nada andou. Era um marasmo onde o medo reinava.

Será que hoje é diferente? Não importa o governante que esteja no Palácio do Governo. A Assembleia é que conduz os caminhos e destinos. Assim como naquela época, hoje muitos pensam que são senhores de nosso destino. Daquele tempo, não há mais deputados sobreviventes, mas parece que seus fantasmas continuam no prédio assustando os atuais titulares. Seja influenciando ou inspirando.

Deus nos abençoe. Que não esqueçamos aquele 13 de setembro de 1957.

domingo, 12 de setembro de 2010

O Deodoro está de volta


Ele está lindo! O maior palco da cultura alagoana está pronto para receber seu público cativo. Depois de quase três anos parado. Antigamente fazia-se apenas remendos e reparos de última hora. Depois da sentença do Corpo dos Bombeiros em 2007, o Teatro Deodoro pediu tempo.

Antes nem zelo existia. Foram encontrados mais de 50 ratos mortos nos dutos de refrigeração, além de quase 2 toneladas de chicletes em carpetes e cadeiras. Sem contar as latas de cerveja que foram retiradas de canos e sistema de ventilação. Ôôôô povinho....vamo cuidar do que é nosso.

Nesta quinta é dia de ir ao teatro e não em qualquer teatro, mas o Deodoro...que completa 100 aninhos em novembro. E vamos ao teatro.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A sorte favorece ...(será?)


Dizem que Deus protege os nenêns e os bebuns. A sabedoria popular pode até falhar em alguns momentos, mas sabemos como funciona. Mas como explicar o sucesso dos incompetentes? Sorte, talvez. Predestinação? Quem sabe...aliás, nunca se sabe.

O meu questionamento surge ao perceber resultados positivos de iniciativas equivocadas e errôneas de certos medalhões da comunicação em período eleitoral. Em uma leitura rasteira pode-se dizer que foi aquela velha e boa 'cagada', sorte mesmo. Atirou no escuro e acertou numa mosca.

Enfatizo que uma série de fatores externos contribuem para o êxito dos infortúneos. Por exemplo, grandes equipes jornalísticas de campanha, por vezes, contam com verdadeiras lendas do jornalismo, mas que por falta de gerenciamento, não são bem aproveitadas, ou não correspondem à expectativa. Aí digo uma coisa não adianta ter craques no time, o resultado aparece apenas quando as peças certas estão nos lugares certos e fazendo suas respectivas especialidades.

Exemplo: imagine um time de vôlei apenas com atacantes? Um time de futebol apenas com goleiros....! Certamente essas equipes não chegariam em lugar nenhum. E ainda existe mais, muito mais. O cara pode ser o fodão, mas não adianta se não é leal e de bom caráter. Não há confiança, não há resultados. O sucesso tem vários caminhos, alcançá-lo não é tão simples.

Portanto, admito até que a incompetência pode vencer um pleito. Depende das situações que se sucedem na campanha, o peso negativo do outro candidato, o histórico de seu assessorado, o desgaste social do seu opositor, e o encaixe de outros setores da campanha, excluindo a comunicação. Até por que, não apenas de craques vive uma time, os carregadores de piano são fundamentais. A sorte está ao lado deles também....

Todos esses craques podem se sacrificar e fazem mil funções, com pouca excelência, já que não estão em suas posições inatas. O que Pelé poderia fazer no gol? O Giba, do vôlei, como levantador. O pensamento é esse, eles poderiam até se virar, mas jamais com precisão.

Bem, não sei se consegui passar o recado, mas pelo menos eu tentei...acho que não tive a sorte dos incompetentes! rsrsrs

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Otimismo


Essa figa de que tudo dê certo inspirou até uma corrente de pensamento que ajudou a dar sustentabilidade à independência brasileira. O positivismo de Auguste Conte consiste na observação de fenômenos que se opõem ao racionalismo e ao idealismo. Os intelectuais vão querer me matar depois deste post, é que pretendo passar por meio de réles palavras e de um conhecimento pífio do blogueiro que aqui escreve.

Gostaria de mostrar o poder de pensar positivo. Como fluidos legais podem mudar um destino, uma vida, um caminho. Tá certo que quis utilizar a teoria positivista, que não tem lá muito com o que quero dizer, a usei apenas como ponta-pé inicial.

Parto do pressuposto que uma amiga minha, Elisa Azevedo, me exigiu:"prefiro o Cadu otimista". Concordo com ela. Mesmo quando o cenário não é propício, nossa fé deve prevalecer. Nosso sorriso no rosto não deve padecer diante das condições adversas.

Precisamos acreditar, contar com algo muito maior, uma meta a ser alcançada e lutarmos por ela. Fé é isso, mesmo sem saber se nossa vontade pode acontecer ou não, nós cremos. Chegar é outra conversa, mas já é um passo mais próximo.

Ontem assisti a nova versão de Karatê Kid, que tem apenas filetes do que foi a primeira versão com Ralph Machio. Jack Chan tentanto ficar tão velho quanto o Pat Morita chega a ser engraçado. Mas de fato, Jaden Smith, que está cada vez mais parecido com o pai, rouba a cena. Percebe-se que o filme não quis disputar, muito menos duelar com a versão dos anos 1980.

Mas a ideia é a mesma. Pode até parecer aquele ideário americano de acreditar sempre. Todo filme do Tio Sam tem isso, abusa, mas é verdade. "A vida vai te derrubar, mas você tem que ter força pra levantar", é isso que o mestre Han, personagem de Chan, ao estilo neo sr. Miaggi.

É aí que o pensamento positivo entra. De algum modo ele nos dá força, ânimo, fôlego e nos faz acreditar na incerta melhora. É de onde os sonhos surgem, a morada de nossos desejos mais contidos. Confie, eles podem acontecer, aqui ou em outro lugar. Eles podem rolar, sem dúvida.

Acredite e trabalhe para que eles aconteçam. E outra...levante a cabeça. Se não rolou hoje, quem sabe amanhã. Um 'não' jamais é pra sempre.

P.S.: Veja o trailler de "A Lenda dos Guardiões", a cena da chuva é qualquer coisa de extraordinário. E se ligue na mensagem....E Elisa....o Cadu de sempre está voltando.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Amigos que gritam....

Como você avalia aquele amigão? Será que é aquele que vive dizendo que você quer ouvir, te dando tapinhas nas costas, sua sombra que te segue pra todo lugar? Bem, nem sempre esse camarada pode ser seu amigo. No fundo ele pode ser um 'bajula' ou uma ave de rapina esperando apenas seu tropeção para te comer vivo num vacilo apenas.

Nunca se sabe. Em dias de tamanha competição, nossa vida social vira um caco. Já em frangalhos você olha ao lado e não vê aquele amigo protetor. O anjo de guarda de outrora não há mais. Ele tomou Red Bull e foi embora. Desesperar-se? Jamais....homi...vira a página e segue teu rumo.

Tá certo que reconhecemos que amigos são a família que escolhemos, porém, sabemos também que em toda família tem as ovelhas negras. Mas e daí, não conhecemos ninguém na verdade. Conhecemos o que elas querem que nós conheçamos. Nada mais. O resto é balela.

As máscaras caem ao decorrer da vida e nada podemos fazer. A decepção vem, mas também vai. Ora essa, ficar lamentando não vai adiantar nada.

Engraçado é que todas os amigos que são amigos mesmo, aqueles que falam o que não queremos ouvir mesmo. Escracham mesmo com sua cara. Gritam, colocam o dedo na sua cara, discutem mesmo e nos enchem com sermão de pai mesmo.

Uma colega minha, como todo mundo tem uma dessas, detonou comigo mesmo...rsrsrs. Ela me fez ver além daquilo que não queria ver. Um choque é bem legal de vez em quando. Nos desperta.

E pra você aí que possivelmente teve uma fase ruim, certamente um dia essa fase vai voltar. Não é praga, é fato. A sinceridade deve pesar e ser fundamental numa relação. Assim como nos relacionamentos amorosos, a sinceridade deve reinar entre as amizades.

Tudo que escrevi aqui todo mundo sabe e tá cansado de saber. Mas o poder da palavra é forte, e quem sabe se não tem alguém aí precisando de gritantes palavras e conselhos que não queremos ouvir. Ainda bem que tenhos umas três figuras que ainda o fazem comigo...

Antes do tempo?

Era agosto de 2006. Em pleno vapor das eleições estaduais daquele ano, um certo candidato ao Senado Federal estava com larga folga nas pesquisas. Conhecido popularmente por sua arrogância e impáfia, ele se achava eleito e começou a não cumprir sua agenda de campanha.

Em uma carreata monstro pelo Sertão alagoano, percorrendo os municípios de Carneiros, Tapera, Olho D'Água das Flores, e Senador Rui Palmeira. Uma fila imensa de carroceiros, carros, pessoas em bicicletas e até a pé mesmo o esperavam, porém no meio da carreata, o então candidato desceu do carro que puxava o cortejo e foi embora. Satisfação? Coisa nenhuma.

Sua certeza de vitória era tamanha que já não ia a caminhadas, carreatas, comícios e demais. Uma pena. Nessa política já tivemos de tudo. Teve gente que tirou foto na cadeira do vencedor e deu no que deu. Pesquisas e mais pesquisas confundem a cabeça não apenas dos eleitores, mas iludem ainda mais os candidatos. Enfim, ambos sairam derrotados das eleições.

Cantar vitória antes do tempo não é legal. Definitivamente, não é legal....

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Baixaria no ar


Elleestava muito quieto, até demais pra falar a verdade, mas agora veio à tona o verdadeiro eu de Fernando Collor de Mello. Lembram daquela imagem insana, vil e maléfica no plenário do Senado Federal, ao discutir publicamente com um colega trabalho, senador Pedro Simon. Enfim, o mesmo que ameaçou por telefone um jornalista no exercício de sua profissão. É a mesma figura que xingou de 'bandido' o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho.

Foi assim que o senador, candidato ao governo do Estado, e líder nas pesquisas, trouxe a baixaria para uma campanha até então pacífica e sem impropérios e pequenices, para não dizer termos xulos mesmo. Em discurso no interior de Alagoas, o candidato, que prometeu a força como lema da campanha, esculhambou seu opositor Teotonio Vilela.

Aos invés de apresentar seu plano de governo, suas ideias, suas intenções, o destinto, ou diria indistinto senhor, usa seu microfone para denegrir a imagem alheia. É inevitável gente, mas tenho que citar. Em 2006, acompanhando a campanha para governador, onde o atual governador Teotonio Vilela, estava concorrendo, presenciei discursos afamados de diversos opositores do candidato tucano. Em momento algum ninguém fez tamanha desavença.

E bem ao seu estilo, Teotonio jamais permitiu que qualquer membro de seu palanque mirasse qualquer modo ou tipo de chacota, birra, palavrões ou pré-julgamentos contra seus adversários. Tinha momentos que dava até raiva, mas ele jamais respondeu à altura de xingamentos e insultos.

Cortês e educadamente, Teotonio desdenhava e seguia seu caminho. Ele não precisava rebater. Seus atos pacíficos e palavras amenas, falavam por si.

É uma lástima ver que a corrida ao Palácio República dos Palmares tomou caminhos tão nebulosos por causa de uma figura como Collor de Mello. Espero que Alagoas repense o primeiro lugar nas pesquisas que estão dando ao candidato collorido, o candidato da força, do xingamento, do vexame e da baixaria. É uma pena!!! Agora elle mostrou quem é. A máscara caiu.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Tem como um negócio desse?

Não iria escrever hoje. Quando não estou bem e quando não posso passar o bem ao próximo, prefiro me calar. Fico introspectivo e 'na minha', onde não incomodo ninguém. Como todo bom canceriano fecho-me em minha concha.

Se existe inferno astral de fato, voltei a padecer dele nos últimos dias. Questões pessoais, trabalho, família, todo mundo tem problema, é do ser humano, e não vou entrar no mérito de expô-los aqui, nem me martirizar por isso.

Só queria registrar o poder que as crianças têm sobre nós. Estava bastante chateado ao entrar em casa, tristonho, mas aí vi uma figura sem igual me esperando na garagem de casa. Era minha sobrinha Evelyn, de 5 anos, com um colar enorme no pescoço, um óculos ainda maior no rosto, a boca vermelha, encarnada por um forte batom, vindo toda fasseira em minha direção. Ainda no estilo, a pequena maquiada como uma dondoca, e ainda com uma sandália chiquosa três vezes maior que o pé dela....rodava o colar no dedo.

Ao ver tal imagem, não resisti. Meus olhos marejaram, e colocaram novamente um sorriso em meu rosto. Ela veio e disse: "Eu sou a sua mãe...havia, havia, eu tô atrasada", dizia Evelyn, imitando minha mãe, sua avó por tabela.

Problemas se foram, preocupações, aflições, decepções e tormetos pegaram outro rumo. Volto agora às minhas orações para que tal nuvem negra dê sequência e 'pegue o beco'. Brevemente, espero, brevemente.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Desilusões perdidas


Desde de pequeninos, aprendemos o que é certo ou errado. Nossos pais nos ensinam, escola, faculdade, rua e o cotidiano, também nos oferecem um apanhado de conhecimento, dogmas, ensinamentos, leis que se contrapõem, mas olhando por um ponto de vista, elas se completam.

Aprendi que devemos ser maleáveis. Aceitar o novo é fundamental, mesmo que ele nos emputeça, nos choque ou nos decepcione. Assim acontece no jornalismo nosso de cada dia. Existe uma palavrinha chamada ética, que cotidianamente ela é destroçada em nome de sei lá o que. Dinheiro, ideologia, preguiça, omissão, mau caratismo, se for listar as desculpas...

Ontem, Acassia Deliê, uma das jornalistas mais talentosas que conheço, de texto fácil, objetivo, versátil, deparou-se creio com um dos primeiros gestos de sacanagem jornalística. Certo site da capital alagoana divulgou uma notícia sem fazer o básico do jornalismo: ouvir os dois lados. Como se tratava de uma invasão de um conjunto habitacional, o mínimo que se esperava do jornalista, ou da direção do veículo, era ouvir a voz do órgão habitacional do Estado.

Bem, isso aconteceria apenas em tempos normais, porém em período eleitoral e com diversos interesses escusos em jogo, vale tudo. Essa condição indignou a jovem jornalista. A desilusão realmente fere nosso instinto de justiça e ombridade. Claro, não sei se o escritor da matéria quis ou ao menos tentou falar com alguém - duvido muito.

No jornalismo somos muito o que nos ensinaram. Por isso tenho muita pena dos focas que hoje surgem e dos jornalistas que não têm apoio de um colega mais experiente e honesto, de bem. Particularmente tive sorte. Marcelo Firmino, Eliane Aquino, Marcelo Sandes e Soraya Alves são os profissionais que passaram a mim o fiel do jornalismo. O respeito, a ética, a objetividade e o respeito com o leitor.

Os demais? Continuo aprendendo dia após dia, porém muitos que pensaram me ensinar, estavam me apresentando o que não fazer na comunicação. Hoje tenho pena deles.

E querida e promissora amiga Acássia, muitas desilusões ainda virão. Prepare-se para elas, mas jamais se contamine. Tenha fé!