segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O preço da informação

O papo que tomou as redações dos jornais de todo o país hoje certamente foi a morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos da Silva, da Rede Bandeirante de Televisão. Como foi uma morte em serviço, em busca da informação, todos os seus colegas, dos mais distantes centros sofreram com sua morte.

Porém, o que se ouviu foi sobre o episódio algo que chamou a atenção para uma verdadeira "profissão perigo". Muitas equipes de reportagem sobem e descem grotas, morros, favelas ao lado de equipes de PM, entretanto sem uma orientação prévia, nem dos policiais, muito menos de suas direções nos veículos de imprensa.

Diariamente, percebo muitos focas enveredando pelos sites jornalísticos e sem a devida orientação de jornalistas experientes vão literalmente com o peito e com a coração parar entre o zunir das balas. Digo, por que, não conheço equipes do jornalismo alagoano que tenham a disposição coletes à prova de bala para cobrir as incursões policiais.

Pelas bandas do Rio de Janeiro estão se falando em criar regras claras para a cobertura jornalística do Bope - que atua em situações de crise. O site Comunique-se entrevistou um especialista em segurança. Jorge Lordello disse que a partir deste fato triste, medidas de segurança serão adotadas.

Para ele, houve falta de cautela das duas partes e falha no relacionamento entre a polícia e os jornalistas, sem o alerta para o risco da cobertura.

“Em operações como essas, o jornalista entra depois que o local já foi invadido, não no momento da invasão, atrás da polícia, na troca de tiros. É um risco incontrolável", completou Lordello.

Conhecido repórter de Alagoas, Dennes Queiroz, hoje na Record do Rio, esteve na operação, em nenhum momento, segundo ele, a polícia alertou os jornalistas a permanecerem afastados ou aguardarem até o final do momento mais forte do conflito. Apesar disso, Queiroz disse que, após o cinegrafista ter sido baleado, a polícia fez todo o possível para socorrer o profissional.

Segundo o G1, antes de ser atingido, o cinegrafista informou aos policiais que o grupo havia sido visto pelos traficantes. Infelizmente, o exemplo de Gelson Domingos vai ser de lição para Polícia e para os veículos de imprensa que devem instruir suas equipes a não apenas ir em busca da informação, mas alertar para o cuidado que essas matérias proporcionam, além das devidas condições de segurança e de trabalho.

Pena foi o que ouvi de um colega de profissão: "Ele está ali pra o que der e vier. Levou tromba, vacilou". Lamentável....só tenho que lamentar 'profissionais' que se referem a colegas de profissão deste modo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário