segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Assessoria política, vai encarar?


Assessoria política é padecer no paraíso. Muitos acreditam que a área é o filé do mercado. Trabalha-se pouco, ganha-se, pouco estresse, ledo engano. O jornalista que atua em assessoria política está fadado a tudo, praticamente tudo. Não tem tempo para trabalhar. O profissional tem que estar a disposição 24 horas por dia, os sete dias da semana. Viagens e afins estão no roteiro, sem descanso.

Mas não se enganem, viu. Não é todo político que paga bem, que faça você brilhar seus olhinhos no fim do mês. Ou melhor, quando ele paga. Prepare-se para ouvir grito, se ele for um grosso, ou investidas por parte dos velhos babões que adoram jornalistas dispostas a tudo a não ficarem desempregadas.

Ahhh, mesmo com essas mazelas seria tão legal que todo político tivesse seu assessor de imprensa, não digo nem por reserva de mercado, mas pra abrir os caminhos mesmo. Pois é o assessor que alerta e diz:"Hoje ele tá-que-tá, ele não tá pra ninguém". Ou ainda, o colega assessor já diz mesmo o que seu chefe pensa. "Ele vai dizer isso...".
Quando não é aquele colega de profissão que blinda o assessorado. "Bem, ele está em reunião (...quatro horas depois....). Ele continua em reunião". Tá bom, tá bom, sabemos que não é o jornalista que dá essas desculpa por iniciativa própria. Ele é obrigado a isso, em algumas vezes. Quantos chá de cadeira você já tomou esperando uma entrevista, uma coletiva, uma simples informação.

Eita, ainda tem mais. Você jornalista desempregado que já está maquinando em sua cabeçinha uma vaguinha em alguma assessoria política prepare-se. Em sua maioria, os políticos usam seus assessores para aparecer em coluna social, ou ainda descolar notinhas com colunista político. Tem também aquele fissurado em jornalzinho. A primeira coisa que ele pede é um jornalzinho, a moda agora é site, perfil do Twitter e no Facebook.

A função do jornalista é tudo isso e mais além. É orientar, treinar, preparar e ensinar ao seu chefe como lidar com esse mundo louco que é o jornalismo. Orientar sobre insinuações, o poder da palavra, das palavras, a força delas e do modo que se fala. A escolha de uma palavra e até de seu gesticular ou expressão facil contam muito.

Posturas e posicionamentos também entram no pacote. Ver o assunto do momento. O que se fala por aí. A cabeça dos jovens, velhos, estudantes, gays, interioranos, agricultores, bancários, mutuários, esportistas, enfim aglutinar o maior número de conhecimento possível sobre tudo e todos. Boa memória também ajuda. Fazer ele falar o nome do povo, apertar a mão firme olhando nos olhos, cabeça erguida. Que sapato, qual gravata, que camisa, que polo, calça, onde andar e como andar. Afff, cansa, né. Manjar de rede sociais,diagramação, oratória, história, geografia, filosofia, sociologia até de psicologia...rsrsrs. De tudo um pouco...

E ai, vai encarar?

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