sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Três realidades

Pé na estrada! Adoro essa expressão. É quando nos desligamos do cotidiano, seja de trabalho, família, o que for. E nos dias de ausência aqui no blog estive na princesa do Agreste alagoano. Fui fazer a organização da cobertura jornalística da visita do governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, à Arapiraca. No caminho só conseguia pensar no evento e nos problemas para resolver. E aconteceram, natural, porém, foram contornados.

O evento em si foi perfeito, a recepção, a aceitação do público, a cronologia dos compromissos foi muito legal, tudo nos conformes. Mas vim aqui hoje mais para falar de três personagens que me pegaram pela emoção.

Nosso quartel general era o prédio da Governadoria do Agreste. E a secretária de lá, dona Cida, nos recebeu super bem e com toda sua simplicidade nos encantou. Porém, diariamente ela gasta R$ 6 para ir e voltar do trabalho em uma moto táxi. Não é fácil. A segunda personagem foi dona Solange. Ela trabalha no Serviço Geral do prédio. Sempre com boa conversa era minha companheira em nossa base. Quando ficava sozinho na redação instalada lá, ela vinha e ficava conversando. Falou sobre o orgulho dos filhos, o abandono do marido, sua fé em Deus, enfim, suas histórias e causos.

Nós conversamos bastante e até tive a liberdade de dar conselhos para a senhora. A partir dali ganhei uma segunda mãe, pelo menos naquelas horas que lá estava. Dona Solange levava biscoito, água, café, boa companhia, até tomei banho nas instalações. Foi um anjo que nos acompanhou até o final do expediente. E claro, prontamente pedi ao meu motorista para levá-la em casa. Despedindo-me com um forte abraço e abençoado pelas preces e energias positivas desejadas por ela.

A última pessoa foi dona Aurelina, proprietária de um pequeno bar na rodoviária local. Os santinhos dos candidatos dela fincados na parede não impediram que a obra de ampliação do terminal invadisse boa parte de seu estabelecimento e cozinha. Como uma simples e indefesa trabalhadora, ela não tem a força para reclamar contra tamanha injustiça.

Nossa equipe tomou as dores da doce dona Aurelina e prometemos rogar por ela junto aos responsáveis pela obra. Foi quando os olhos se marejados de emoção e a lágrima de gratidão rolou no rosto. Inúmeros foram as graças e os agradecimentos proferidos pela senhora. E vamos reclamar.

É por essas e outras que adoro percorrer esses caminhos de minha Alagoas. Por aí conheço gente, vejo a realidade do povo, as histórias e as vidas que vagam. É bom e segue mais uma estação, que venha a próxima viagem.

Trabalho em foto...










Já estava há um tempo querendo escrever um texto sobre o saudoso Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e pra mim o Rei do Forró. Em minha casa ouvia de um tudo, mas meu pai sempre preferiu um bom e velho forró, ao estilo tradicional como do Trio Nordestino e por tabela logicamente, o Gonzagão sempre era lembrado.

Não apenas por contar o clamor do sertanejo devido aos males da seca, o velho Luiz Gonzaga fez um legado musical sem igual que encanta seus fãs até hoje pela beleza de suas canções. Ele extrapolou as barreiras da música regional e implantou de fato o forró no ouvido do brasileiro.
Particularmente, a melhor canção dele é “Que nem jiló”. Tudo bem que fala sobre um amor perdido, aquele sabor amargo que fica na boca e no coração quando perdemos um alguém. Mas num é isso mesmo! Acontece. Entretanto, vez por outra se lembra de um amor distante, algo do passado, mas sem a melancolia saudosista. Aquela coisa de saber que foi bom, durou, e terminou.
O sofrer que embala a canção pode até ser encarado como metafórico. Até por que, como diz o Rei do Baião, o remédio para a saudade dele é cantar. Dançei bastante essa música e ainda me pego cantarolando ela. O embalo é gostoso e contagiante. O som do triângulo e a afinação da sanfona dão o tom característico e tão gostoso. Muito bom mesmo.
Aí quando escuto ou me pego cantando essa ou qualquer outra canção gonzaguiana, eu me transporto para o Sertão. Lembro da beleza que é o luar no Sertão. As estrelas ainda maiores reluzentes. O silêncio é quebrado pelo canto dos pássaros noturnos do Semi-árido. Uma rede na varanda e o sossego por companhia. É meu cenário. Dá-lhe gonzagão. Nos faz viajar com sua música, e que assim prossiga.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Zen - até quando não sei


Uma certeza que temos na vida é que jamais vamos agradar todo mundo. Por onde passarmos iremos pisar no calo de muita gente, vamos desagradar outros e com jogo de cintura ainda podemos ganhar a simpatia de alguma minoria. Pô, até Hitler tem simpatizantes, enfim.

Vez por outra recebo comentários de algumas personas non gratas que insistem em dar pitaco onde não são chamados, mas aí são outros quinhentos irrisórios e insignificantes. Hoje comento minha atual experiência profissional. Assumi um cargo de direção no órgão em que trabalho. E como é difícil gerenciar gente, pai amado, daí-me paciência!!! Como já é a segunda vez que assumo tal posição, hoje com um pouco mais de tino, consigo me policiar e evitar os erros de outrora.

Cada passo deve ser pensado com a destreza de um cirurgião. Meu jeito intempestivo e exigente por vezes passa algo de dureza e intransigência. Confesso que sinto isso e tento dosar na pressão para não assustar e manchar a impressão alheia sobre mim. Ou até mesmo cair naquela: "o poder subiu a cabeça".

É pisando em ovos todos os dias. A missão é árdua e complicada. Peço a Deus iluminação e elevação para me ajudar nas empreitadas do dia a dia. Paciência, racionalidade, calma e perseverança. Amém!

Tive que me render

Lendo os jornais e sites alagoanos, um texto em especial me chamou a atenção, não apenas pela genialidade de como foi escrito, mas também pela sutileza e pela elegância.

O blogueiro alagoano Bob Vila Nova teceu com perfeição o que está acontecendo na política alagoana. Aconselho e deixo aqui o link para vocês mesmos lerem e dizerem se é verdade ou não.

Segue o link: http://www.cadaminuto.com.br/blog/blog-do-bob

Perfeito!!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A vez de Videla


O ex-ditador argentino Jorge Videla entrou na mira da Justiça alemã. Nesta segunda-feira, 25, foi decretada a prisão do militar sob a acusação de assassinato do estudante alemão Rolf Stawowiok, em 1978, durante a ditadura militar platina.

Segundo matéria publicada no portal Uol, a justiça germânica tem provas de que o jovem foi vítima de fuzilamento pelas mãos dos militares argentinos.

Hoje com 84 anos, o ex-general Jorge Videla, pode finalmente pagar pelos crimes capitais cometidos enquanto governava com mãos de ferro a Argentina.
Veremos os desdobramentos...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Loco Abreu, Herrera? Prazer, Dodô e Phillipe


Sonora a goleada do Vasco em cima do Botafogo neste domingo. Os 6 x 0 foi histórico. Dodô parado a mais de um ano e meio está voando, já o jovem Phillipe Coutinho tem tudo para estourar no Carioca '10.

É muito cedo, eu sei. Mas foi marcante. Não vemos um clássico com um goleada dessas todos os dias.

E como dizia a torcida no Engenhão: "O campeão voltou, o campeão voltou..."

sábado, 23 de janeiro de 2010

Exemplo argentino


Tá publicado no portal G1: Brasil extradita militar que participou da Operação Condor. O coronel reformado uruguaio Manuel Juan Cordero Piacentini é acusado de participar da operação conjunta dos governos ditatoriais da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Chile, para caçar e torturar 'subversivos' nos anos de 1970.

Em agosto do ano passado o Supremo Tribunal Federal brasileiro autorizou a extradição do militar, conhecido na repressão por major Cordero, para responder por crimes de violação dos direitos humanos lá na Argentina. O juiz portenho Norberto Oyarbide vai interrogá-lo sobre o processo de violações e o julgará se merece ou não pagar pelos crimes cometidos por ele durante o regime de chumbo.

A defesa do militar atesta que ele foi beneficiado pela Lei da Anistia que serve para ambos os lados, os perseguidos e perseguidores, arquivando todos os processos judiciais.

Agentes da CIA infiltrados nos países que viviam sob ditaduras, por meio da alegação de afastar os comunistas da América Latina, treinavam os militares sul-americanos para torturar, sequestrar e matar supostos acusados por crimes políticos. Para os americanos não haviam fronteiras, as caçadas eram além das divisas de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.

Militares brasileiros se cuidem....

Balance um pouquinho


Para o ódio de meus colegas blogueiros e intelectuais de plantão falo hoje sobre mais uma produção baiana que mexe com os brios de todo o país. Bem, pode ser até minha febre fritando meus miolos - hoje tô adoentado -, mas todos nós precisamos de um cano de escape e sairmos um pouco do convencional.

Já rola pela internet o novo clipe da banda baiana Parangolé. Os micareteiros conhecem bem a banda, mas o sucesso da vez é 'Rebolation'. Muita gente já parou de ler por aqui, ou ainda fizeram aquela cara feia de nojo ou repúdio. Não importa.

Quem não sabe dançar, fica pelo menos olhando e admirando as gatinhas, ou para quem gosta, os caras gingando. Léo Santana, o líder da banda, comanda um show recheado de animação e swing. Lembrem-se que Léo vem na pista de Xanddy, do Harmonia, e Márcio Vitor, do Psirico. Cantores bombadões, com a cintura mole enlouquecem as meninas.

Pois é gente, o blog aqui também é pra se divertir, divergir, e pra quem não curte, odeia, discrimina e abomina, pode conferir o som da banda:



Bom proveito e tentem acompanhar o camarada.

Para quem é soteropolitano pode conferir o ensaio do Parangolé na área verde do Othon, no domingo, dia 31, às 17h.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Brêuuuuu


Brêuuuuuuu em Alagoas, ou pelo menos parte dela. Para que o estado fosse inserido nas sucessivas quedas de energia do país, Alagoas estava precisando de tal acontecimento. Mas deixando o humor negro de lado, é um saco ficar sem energia, litaralmente voltamos à idade da pedra.


Somos altamente dependentes de energia elétrica, fica apenas a encargo da nossa criatividade ver o que fazemos em tempos de apagões. Tipo...ler um livro com a lanterninha do celular. Quem tem blackberry fica navegando na net até a bateria suportar. E os twitteiros pegando os telefones com web para dizer o que andam fazendo na escuridão.


Aos casais apaixonados resta fazer amor à luz de vela. Um jantarzinho também pode ser uma boa pedida. Pegar a bike e andar por aí também rola legal. Ficar na areia da praia contemplando o luar estrelado é um programão bem romântico. Vale a pena.


Enfim....mentes criativas à parte....o ócio vigente...façam suas apostas!!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Silêncio


O que é amor, o que é paixão? Cada um traz sua experiência e tem na ponta da língua uma definição sobre tais sentimentos. Dizem que ambos acabam se tornando apenas um fraterno carinho ou um simples aceno discreto apenas. Diferentes eles nos levam a atitudes difusas e confusas. Nos transformamos. E cada experiência que tive na vida quando senti os dois, cometi erros, acertei algumas vezes também, mas nem sempre obtive êxito. Aprendemos com o velho e sábio tempo.

Em meus tenros tempos de amor adolescente penei bastante. Chorava muito, como bom canceriano sentia na pele o peso de abrir o coração sem consequências. Abrindo a guarda, feridas eram feitas, e cada uma delas deixou uma cicatriz. Uma a uma. Cada nova marca criava uma crosta. Um casca dura que não permitia que nada penetrasse. É quando mudamos nosso modo de pensar, agir e receber as ações do meio externo e de terceiros. Crescemos.

Nunca fui um santo, nem quero ser, mas também jamais fui o satã em pessoa. Sempre me conduzi por um código de ética que não magoasse ninguém, mas existe uma lei natural onde os 'bonzinhos' são sempre os sacaneados. Acostuma. Embora o ser humano sempre encontre um modo de se adaptar até um dia virar o jogo. Hoje atuo muito mais na defensiva, na espreita e quando sou provocado, meu gênio intempestivo dá o ar da graça.

Estou triste. Cabisbaixo por temer em fazer planos futuros e não concretizá-los. Acompanho casais amigos se unirem e se separarem constantemente. Temo cair em prantos novamente. O medo bate novamente em minha porta. Por que mesmo com tantas chagas abertas, acredito num relacionamento gostoso e cheio de calor, cumplicidade e sonho. Não quero perfeição. Brigas, intrigas, discussões, elas acontecem. Prefiro o ódio ou o amor, mas abomino a indiferença.

Ouço histórias de regar plantinhas, cativar dia a dia, alimentar sentimento, promessas não cumpridas, frustrações e demais desculpas. Cada um sabe o peso que carrega e o que se pode oferecer. Acredito ainda no sentimento e aposto nele acima de tudo. Não podemos criticar ou tomar para nós as experiências bem ou mal sucedidas. Amor ou paixão, nenhum deles tem fórmula. Eles acontecem, terminam ou aumentam.

Sentimentos não atendem a ciências exatas. Mil e uma nuances interferem e mudam nossos modos de reagir e receber essas informações. Só temos que estarmos preparados.

O velado sentimento é muito melhor do que não saber o que se passa diante da mente e do coração humano. A gelidez de um olhar, de palavras, de ações, é melhor o silêncio. A essa altura da vida temo sim a solidão, caso ela volte a me rondar. Sei que Deus ainda pode me confortar, como sempre fez. Confio Nele, e em minhas orações diárias peço sua benção para iluminar minhas atitudes. E ser castigado se por ventura errar.

Não sou anjo, não dou demônio, só quero ser feliz. É o desejo de todos e todos esses todos, buscam tal desejo diariamente por meio de suas ações. Sei o que quero e luto por isso...Se errei hoje, ontem, antes de ontem, perfeito, que me critiquem, ouço, mas amanhã posso acertar, posso corrigir e seguir.

Vou pôr a cabeça no travesseiro esta noite querendo que a noite logo termine. O trabalho me fará esquecer dos problemas pessoais, com as pendênias e cobranças do trabalho. Até por que, problemas todo mundo tem. Não há quem se livre deles por muito tempo. Esclarecemos um e já tem logo outro ali se preparando para nos atomentar.

Dias melhores, já!
Ainda te amo e por isso aposto em nós.

Não foi desta vez....mais uma vez


Por mais um ano, nenhum filme brazuca foi selecionado pela Academia de Artes e Cinema Americana - responsável pela premiação do Oscar - para concorrer na categoria de filme estrangeiro.

O filme brasileiro escolhido para brigar pela estatueta foi "Salve Geral", de Sergio Rezende. Ele tinha se destacado numa lista de 65 pré-candidatos nacionais, porém não foi dessa vez que uma película tupininquim rouba a cena em Los Angeles.

"Salve Geral" relata o drama de uma professora vivida por Andrea Beltrão que começa a compactuar com o PCC em favor do filho preso. O epsódio histórico do filme são as seguidas ações criminosas do PCC em 1999 em São Paulo.

Infelizmente, fica pra próxima....

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tá feio!!!!


Relutei em escrever tal post por um tempo, até por que toda a mídia mundial voltou os olhos para o pequeno país da América Central e todo dia tem alguma novidade sobre os desdobramentos da tragédia haitiana.

Do quase hecatombe até a selvageria por comida que hoje testemunhamos nos jornais, muita coisa ruim já rolou. E ainda vem mais. O básico para a sobrevivência humana não é garantido em meio as ruínas que o Haiti está afundado. A situação já ultrapassou o estágio de extrema gravidade a tempos, mas os médicos sanitaristas advertem: o pior ainda está por vir.

Com o tempo, o odor exalado dos mortos, as valas comuns, além do já não existente saneamento básico, tudo isso vai maximizar a infecção de muitos por doenças hídricas ou outras moléstias. A fome, a falta de medicamentos, ausência de água potável, putz...é muita tragédia pra um lugar só.

Ouvi um lance aí que num sei se é verdade. Um tal reverendo norte-americano levantou uma história que os libertários haitianos para ficarem independentes do julgo francês, há pouco mais de cem anos atrás, fizeram um pacto com forças ocultas.

Quem sabe a história e a fama do Haiti, sabe bem que o país era rico em cacau, recursos minerais, tinha um forte comércio nas antilhas. Era próspero. E após o período colonial francês, o país se afundou numa crise sem precedentes, com guerra civil, fome, miséria. A fama do Haiti é ser um país cheio de crenças religiosas, mas o que fortemente se destaca é a medicina negra, ou como conhecemos, magia negra africana, vudu, essas coisas.

De acordo com o relato do fulano reverendo, o sofrimento do povo haitiano se deve a um castigo divino por ter feito tal acordo com essas forças do mal. Bem, aí quem sustenta isso é o camarada lá dos 'Estates'. Quem sou eu lá pra contestar ou assinar embaixo.

Apenas rezo por dias melhores para aquele povo.

De novo não....


Ele está de volta nas rodas de poder do Gigante da Colina. O ex-presidente do CR Vasco da Gama, Eurico Miranda, foi eleito para a presidência do Conselho de Beneméritos do clube. Miranda foi presidente do Vasco da Gama por muitos anos e volta agora a ter voz ativa dentro de São Januário.

A chapa de Eurico obteve 93 votos contra 45 da Henrique Loureiro e Antonio Soares Calçada (O Caixa d'água - também ex-presidente vascaíno). Há dois anos, em uma eleição acirradíssima, o atual presidente e eterno ídolo vascaíno, Roberto Dinamite, destronou Eurico Miranda da Colina.
Pelo ponto de vista administrativo, o ex-presidente é acusado de gerir o clube de modo irresponsável e deliberado. Restos a pagar, contratos e acordos em geral ainda estão sendo digeridos pela gestão Dinamite.


domingo, 17 de janeiro de 2010

Arte alagoana


Até o dia 24 de janeiro, no Centro de Convenções de Maceió, turistas e nativos podem conferir o que Alagoas tem de melhor quando o assunto é artesanato e afins. A Artnor 2010 traz muito mais que a habitual alagoanidade que sentimos nas letras de Djavan, no som de Hermeto Pascoal e na arte de quase anônimos como Dona Clarrisse, rendeira de mão cheia, ou de Dona Irinéia, escultora de União dos Palmares. A maior feira do estado fascina por sua organização e pela beleza de cada stand. Se não fosse por um estacionamento tão caro, seria perfeito. Mas faz parte do show.

Muito longe da aridez do Semi-árido, e do amarelo deste Sertão, os temas da Artnor se espalham por cada diversidade que Alagoas tem a oferecer. Cada espaço da feira tem um tema específico, e a riqueza de detalhes pula aos olhos dos visitantes. Estive na feira neste domingo e adorei o que vi.

No salão Memórias, o interior das antigas casas provincianas do estado voltaram do passado. O piso ornamentado em tijolos de barro e uma luminária com pequenas cabaças chamaram a atenção do ambiente. De quebra as cadeiras rústicas em madeira de lei se revezavam com grandes potes de barros se destacando no espaço destinado ao mergulho na história alagoana.

O salão das matas apresentou as rendas, brincos, filés, e demais ornamentos confeccionados em palha e outros materiais artesanais. E assim vai....

Após a apresentação do coral A Barca, o alagoano sem dúvida sentiu-se mais orgulhoso em ter essa terra linda como chão. As canções estilizadas de Djavan e Gonzagão lembraram para muitos que ser nordestino é sinônimo de alegria, superação, fé e beleza. Não apenas por que fomos abençoados pelas belezas naturais que aqui conhecemos. Não apenas por isso, mas pela beleza e talento de nosso povo.

A cada stand vemos esse talento que todo alagoano tem. Reconhecemos a dignidade e o dom de cada um nos trabalhos apresentados. A excelente receptividade. Aquele sorriso no rosto. A simpatia tão característica do conterrâneo de Aurélio Buarque de Holanda.

Bem, mas uma conversa a parte é a praça de alimentação. O aroma, o gosto, e as misturas que Alagoas tem, estão expostas nos quiosques. Preparem a língua, sintam o sabor, abram o coração e a alma. Sintam o que o nosso estado tem de melhor.

Rei do Suspiro alagoano oferece muito mais do que guloseimas


Dedicação, empenho, trabalho duro e humildade são apenas alguns dos ingredientes que Luis Eudes da Silva apresenta em sua vida de luta e amor pelo que faz


Quem já frequentou os bares e restaurantes da orla marítima de Maceió certamente já se deparou com um senhor de terno e gravata, oferecendo uma recheada bandeja com quitutes nordestinos. Luis Eudes da Silva, ou simplesmente, o Rei do Suspiro, é mais um personagem louvável para ganhar o título de alagoano Nota 10.


Luis Eudes da Silva, maceioense de 56 anos e pai de quatro filhos, é uma das maiores expressões do sucesso pessoal por meio do trabalho duro e dedicação. Há aproximadamente 15 anos, o ex-agente de seguros e ex-professor de ensino religioso trocou a vida rotineira de salas de aula e reuniões para percorrer os bares e restaurantes mais requintados da capital alagoana, comercializando broas de goma e suspiros.


O feeling empresarial do Rei do Suspiro o chamou para o ramo das guloseimas depois de uma situação inusitada. Marlene Calixto, esposa de Luis, é a cozinheira responsável pela produção das broas e suspiros desde sempre, porém, inicialmente, o marido não participava do negócio. Certo dia ele teve que fazer um favor a sua companheira. “Como minha esposa fazia e vendia, certa vez fui fazer uma entrega para ela numa lanchonete, e uma criança me pediu um suspiro. Eu dei. Rapidamente ela comeu e pediu outro”, lembrou.


Segundo Luis, ao observar a garotinha saborear o doce, ele soltou: “Esse negócio é bom”. Foi então que Luis Eudes começou a andar por aí de bermuda e chinelo vendendo de bar em bar as broas e os suspiros. “Nenhum estabelecimento comercial me abriu as portas naquele tempo”, recorda, emocionado.


Como todo bom empreendedor, o futuro do Rei do Suspiro começara a se desenhar e maquinar ideias mercadológicas. Driblando os obstáculos e a negativa de muitos, Luis começou a aplicar a estratégia da boa conversa, do calor humano, do respeito e articulação comercial, o autêntico ‘boa praça’. Espertamente, ele pedia para o suposto comprador provar seu produto sem compromisso e deixava na mesa para ele pensar. “Muitos gostavam e compravam mesmo”, destacou. Daí o empreendimento começou a crescer.


Não satisfeito com o resultado de suas vendas, o empreendedor teve mais uma sacada interessante. “Eu já atuava profissionalmente de terno e gravata, nas seguradoras e escolas particulares de Maceió, e então trouxe esse hábito para as ruas. Deu certo”, comemorou. A mudança começou quando ele adquiriu uma calça preta, três camisas brancas e uma gravata. “O negócio começou a andar e as vendas aumentaram”, diverte-se.


Atualmente, já com toda a indumentária formal — terno, gravata e tudo que tem direito — toda a produção diária de broas e suspiros — 200 pacotes — “é vendida sem fazer esforço”, diz. Ele orgulha-se de ser o único ambulante que tem acesso livre nos mais sofisticados bares e restaurantes da área nobre da capital alagoana. Os preços de suas delícias estão tabelados da seguinte forma: os sacos com suspiros são comercializados por R$ 5. Já os recipientes com broas variam (de acordo com a quantidade) entre R$ 5 e R$ 10.


“Tem muito gringo e até alagoano mesmo que compra porque estou bem aparentado. Prova que o visual é fundamental na abordagem ao cliente”, aprendeu o Rei do Suspiro.


Exportando — Como Maceió é uma cidade com grande efervescência turística, os produtos do Rei do Suspiro ganharam o país. Turistas de todas as partes do Brasil e do mundo degustam e compram os doces feitos por dona Marlene Calixto. Articulado, Luis Eudes envia sua produção, via Sedex, para clientes cativos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. “Vendo a partir de um quilo”, ressalta.


De seis anos para cá, os resultados começam a aparecer. Luis começou seu negócio com um forno e uma batedeira comum e atualmente ele dispõe de dois fornos industriais e duas batedeiras industriais. Com o nome formado na praça, as broas produzidas pela família já são distribuídas em supermercados da Jatiúca, Ponta Verde e Aldebaran.


Dedicação premiada — Além do retorno financeiro, o Rei do Suspiro começou a ganhar um reconhecimento social pelo seu trabalho. Por cinco anos consecutivos, seus doces são eleitos como os melhores de Maceió, através de eleição promovida pela revista “Espia”, de Maceió. Já neste dia 29 de janeiro, Luis vai ganhar novo certificado da revista por distribuir por aí, além de quitutes, a simpatia e o orgulho do trabalho bem feito. Como prova de sua popularidade, ele já tem até duas comunidades no Orkut: O homem do Suspiro e Seu Eudes do Suspiro.


Sempre quando há exposições e feiras na capital, seu Luis é presença certa com seu stand e suas delícias. E para espalhar ainda mais seu legado, ele está preparando um livro de receitas utilizando como base dos pratos os suspiros e broas já tão famosas.


Em se tratando de rei, a majestade em Luis Eudes se representa na persistência, na perseverança, na humildade e no amor ao próximo. O Rei do Suspiro não é nenhum magnata com fartos recursos. Ele está ‘namorando’ um carro próprio para facilitar seu deslocamento, pois atualmente ele aluga os serviços de um taxista para acompanhá-lo na labuta diária. Luis, nessa peregrinação, encontra espaço para a benevolência e nas mais recentes festas de fim de ano, distribuiu cestas básicas na comunidade da Aldeia do Índio, no Jacintinho, onde reside.


Com gestos contidos e discretos, Luís fala de sua vida com a simplicidade de um monarca. Sonhador como ele só, mas empreendedor como poucos, disse que pretende adquirir um terreno para erguer um galpão e assim abrigar melhor seu estoque e, por tabela, sua produção.


De sol a sol e nas noites da quente Maceió, Luís não se cansa de servir de exemplo ao povo alagoano. Perguntado sobre qual a lição que a vida lhe deu, surge no canto do olho de nosso personagem uma gota de lágrima. Ao responder, respira fundo e tenta explicar. “Na vida não podemos desistir de sonho algum. Mesmo com as dificuldades, devemos persistir”.


Para finalizar o breve relato da rica trajetória do Rei do Suspiro alagoano, Luis Eudes dá uma dica a seus conterrâneos: “O covarde nunca começa, o perdedor nunca tenta, o vencedor nunca desiste”, ensina.


A matéria está publicada na Agência Alagoas (http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/)

sábado, 16 de janeiro de 2010

Fé e Devoção


Neste domingo o interior alagoano continua em festa. Desta vez é a cidade de União dos Palmares que festeja seu santo padroeiro. Nossa Senhora Maria Madalena é a santa que abençoa a cidade foco da resistência de Zumbi. O ponto alto da festa, que dura uma semana mais, é a procissão do mastro. Inclusive eu já relatei minha relação com a festa aqui neste blog.


Desde 2004 apareço nesta procissão, e a demonstração de fé daquele povo é algo fascinante e extremamente cativante. Pois bem, vela a pena conhecer. Semana passada foi o município de Penedo que infestou as águas do Velho Chico de devoção pelo Bom Jesus dos Navegantes.


Os fiéis do município de Coqueiro Seco também festejam seu santo no próximo fim de semana.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

De quem é a culpa?

A liberdade de expressão é uma manifestação estupenda, porém, nem todo mundo está preparado para encarar ela. Aqui em Alagoas o que bomba na internet são os sites de notícias locais que noticiam a carnificina do mundo cão. O povo gosta de ver sangue e atrocidade.

Porém, o que incomoda não são as matérias que relatam homicídios, assaltos, sangue, tragédia. É chata a burrice alheia. É de perplexidade sem tamanho que acompanho os comentários de cada internauta. Muita ignorância, e insinuações tão brutais quanto os acontecimentos relatados na matéria em si.

Todavia há muito mais do que um caos social relatado diariamente. Existe a falta de educação, leitura e senso moral mesmo de muita gente. As acusações culpam pessoalmente o governador Teotonio Vilela. “A culpa é dele”, tem gente que diz.

Eu teria mais cuidado em acusar alguém assim. É muito fácil e cômodo acusar sem embasamento, sem conhecimento. Tem camarada que só tem computador para ver Orkut e bater papo no msn.

Certa vez vi um sociólogo tentando explicar o boom social em cidades que chegam a 1 milhão de habitantes- Como Maceió está passando. Os bolsões de pobreza estão explodindo, os jovens não têm trabalho. Mas venhamos aqui e falemos a verdade. Tem muita gente que não quer é estudar mesmo, muito menos trabalhar. Eles querem é ganhar dinheiro fácil, ganhando sentado em casa.

Não podemos mais mascarar a verdade. Enquanto existem jovens que clamam por uma vaga na escola, tem galerinha do mal por aí que não tá nem aí, até os próprios pais, eles mesmos tiram seus filhos das escolas e os põe nas ruas para ganhar mais dinheiro – por que ainda existe o Bolsa Família para dar dinheiro...afff!!!A frequência, ele falsifica.

Teotonio Vilela teve o azar de governar Alagoas numa época tão nebulosa. É gente demais em Maceió, os grotões estão arfando de gente ociosa e marcadas pela chaga da “nóia”. Agora outra coisa...emprego tem. Apenas de fábricas que estão se instalando no estado são mais de 40.

E essas fábricas estão pegando gente pra trabalhar nas mais simplórias ocupações: carpinteiro, pedreiro, servente, vigilante, e outro mais. Ainda tem os hotéis, são mais de 20, que também empregam outras centenas. Lembrem que a cada obra dessa, só na construção civil esse número duplica. Só não trabalha quem não quer. Os balcões de emprego estão aí...

Aí você vai numa grota dessa e pergunta: “o que você faz?” A resposta é silenciosa. Estudar não quer. Ele quer é assaltar, roubar, por que no capitalismo salvagem se você não tem, vai pegar. Gente, o mundo é cão. E o ser humano é quase que programado. Ele não é originalmente bom, nem originalmente ruim. Depende do meio em que vive. Oportunidade tem.

No início desta semana, o governador foi ao bairro do Clima Bom, periferia de Maceió, e lá os moradores não sabiam que tinham tantas oportunidades em Alagoas. Também, como saber? Os jornais não publicam, por que se publicar privilegiam o Governo. Segundo, o povo não lê mesmo. Terceiro, se o Governo investir em comunicação é dinheiro supérfluo. Aí fica difícil. O povo não sabe. Só os carinhas que estão ligados nas obras e estão aí hoje com carteira assinada. Pois todo mundo está ligado nos programas policiais.

E mais, vejo muitos comentários falando sobre as polícias. É outra gargalhada revoltosa. Cerca de 80% das polícias militar e civil é corrupta. Eles estorquem, roubam, matam. Isso é fato. Eles mesmos é que tem o crime nas mãos. Em governos anteriores, integrantes do Sindicato dos Policiais Civis comiam na mão do Estado, por ocupar outros cargos dentro da Direção da Polícia Civil.

Outra, policiais civis sempre estão envolvidos em assaltos de carga, assim como os militares. Em seguida, quando ligam as luzes da imprensa, eles são os mocinhos. Se reclamam por falta de carros, bem, em 2006 eram apenas 47 carros para policiar Alagoas inteira. E agora? Como fica? Nas ruas de Maceió e nos municípios, circulam mais de 200 veículos. Outros 150 estão fechando o pacote para a Segurança ainda este mês. E agora?

Armamento eles têm. Munição também. Coletes, todos novos. E aí? Contratar não pode, a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite. Se contratar, o governador é preso. E aí? É investir na inteligência da Polícia. E a prova ta aí: todos os dias os sites noticiosos publicam prisões e mais prisões. Se as polícias não prendessem.....???

Aí muitos falam ou sentem falta de delegados velhos, arcaicos, corruptos e valentões. Bem, esse tipo de gente só defende os poderosos endinheirados, como era anteriormente, quando os delegados eram indicados nos municípios por questão política. E agora?

O crime existe. Ele é inato na sociedade. Os tempos são outros. A sociedade é analfabeta. Sem lei, sem educação, sem cultura. Os hábitos devem mudar. Todo cuidado é pouco. Mas de um lado temos uma sociedade suja e decadente, seja por culpa dos políticos ou do próprio cidadão. Do outro lado, apenas Deus. Deputados, senadores, governadores, presidentes? Escolha seu alvo, cada um tem culpa, assim como você também tem.

Esse post ta muito chapa branca e revoltado. Blog também serve para desabafo. Leiam mais gente...leiam, informem-se. A maior arma é a informação!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Com um dente só

Ouvindo algumas canções de Zezé di Camargo e Luciano, lembrei de um personagem folclórico de minha vida. Pela alcunha de Alfredinha, Durval de Lima Santos, atende se você chamar. A cara dele já é uma piada. É aquele tipo de figura que anima o ambiente por onde estiver. Ele lembra o Renato Aragão nos bons tempos do Didi Mocó, lá nos anos 80.

Alfredinho tem apenas dois dentes. Como ele mesmo diz, um é pra roer e o outro para doer. Uma simpatia, e sempre muito prestativo não deixa faltar nada em festas e comemorações. O nosso colega trapalhão nunca teve lá sorte com mulheres. Já separado da primeira mulher, ele disfarçava o pesar por meio do humor. Era impossível ficar ao seu lado sem dar uma gostosa gargalhada.

E foi desse modo que ele ganhou a simpatia de todos, e assim continua sendo por onde passe. Piadas, jeitos, trava-línguas, tudo ajuda em sua vestimenta cômica. Sem dúvida é um personagem impagável. Come como se fosse seu último dia na terra. Dança como o próprio Didi Mocó, não perde uma oportunidade para fazer o outro rir.

Teve um tempo que ele nos acompanhava por aí em festas e farras pelo interior alagoano. Mas foi em Brasília-DF que ele fez a farra. Entre um churrasco e outro nas residências dos poderosos do planalto, Alfredinho fez fama de gozador e divertido.

Ele me ensinou que por pior que as coisas estejam, nós temos apenas uma saída: sorrir. Quantas e quantas vezes, eu com ele, fachamos bares e festas. Saimos na vassoura. Eu de um lado e ele do outro - ambos embriagados - mas com um sorriso de um canto a outro por suas inebriantes sacadas. Nos divertimos bastante. E foi ao som de Zezé di Camargo que ele não se continha e o pranto da solidão rolava no rosto. Mas nada que uma batida bem forte de palma não resolvesse para espantar a tristeza.

Sinto falta de sua convivência. Hoje, já casado novamente, se diz feliz e realizado. Já avô também diz que chegou o tempo de baixar o facho. Nunca mais tive o prazer de dividir uma mesa de bar com nosso saudoso amigo. Espero que mesmo quietinho no lugar dele, Alfredinho esteja animando o ambiente.

Se cuida, cara.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A hora do troco


Quem se interessar pelos últimos 50 anos da história política alagoana, e deseja então compreender um pouco melhor quem é quem na Terra dos Marechais não deve deixar de ler A Vez da Caça - o marajá mais famoso do Brasil desvenda sua vida, do jornalista Joaldo Cavalcante. O livro conta o relato de vida de Mendes de Barros, o alvo escolhido por Fernando Collor para pregar a cruzada contra os funcionários públicos com salários mais graúdos.

O livro mostra que a realidade maquiada apresentada pelo então pré-presidente da República Fernando Collor, não era bem assim. A Vez da Caça expõe o outro lado. Ele dá ao público o direito de resposta de anos e anos de um suposto 'marajalato' de Mendes de Barros.

Categoricamente, o jornalista Joaldo Cavalcante descreve casos caricatos da vida boemia e política daqueles que fizeram a conturbada história alagoana recente. Governadores, deputados, assassinatos, irmãos Calheiros, senadores, Teotonio (pai e filho), Renan, Collor, Muniz Falcão, Sandoval Caju, ministros de Estado, presidentes da República em Alagoas, ditadura, em suma, um prato cheio para quem curte história, e a alagoana então....é muito pitoresca, não tenha dúvida.

Como procurador da Assembleia Legislativa do Estado, Mendes viveu nas entranhas do poder político de Alagoas por muito tempo, e com uma riqueza de detalhes afortunada, ele relata os passos dos poderosos e os seus - por que não - durante muito tempo.

Ainda estou terminando o livro, e hoje estou na página 245, onde Mendes de Barros conta como as pratarias do Palácio Floriano Peixoto sumiram, fala também sobre o Governo Geraldo Bulhões, e a rasteira que Collor deu no então deputado federal Renan Calheiros. É cada causo minha gente...não deixem de ler.

Corpo fechado


Entro 2010 precisando ainda mais de proteção, seja ela divina ou de outras esferas afins. Sabemos que não apenas em minha profissão de jornalista, mas em qualquer outra, os interesses, a competência e o mais conveniente, todos são sobrepostos a desejos duvidosos. Nem sempre o melhor, o bom, o competente é privilegiado. Amizade, sexo, intrigas, alguns fatores extras podem definir a indicação para um abonado salário com direito a bondades e facilidades infinitas.

Mas quando a promoção se dá por merecimento ou algum arrumado do destino, louve a Deus e dê graças. Qualquer um dos motivos citados acima está sujeito à ira dos destronados. E ela vem com a força da vingança. Cru cão, ave maria três vezes, e que o manto de Maria nos proteja desse mau agoro nefasto.

Ontem mesmo tomei um banho de chá de samacachá. Estranho não? Nem sei se é assim que se escreve. É um raminho que os índigenas usam em rituais de curas. Desde pequeno sou curado com as folhas dessa planta. Bem cedo, minha mãe me falava para a curandeira me benzer e com suas rezas me proteger das coisas ruins. Funcionou até agora.

Acredito que tudo que é pro bem é válido. Lembro como ontem, quando eu ia a casa bem simples de dona Terezinha, minha curandeira. A casa dela repleta de imagens sacras, me dava medo quando era pequeno, mas sentia que não era para o lado negro da força, eram energias positivas e limpas. Sentia-me bem e muito mais leve. Assim como na noite de ontem.

Segundo a tradição ou superstição, quem toma banho da referida planta, fica protegido contra o mau olhado alheio. E como estou no alvo de pessoas nada legais, a proteção é muito bem vinda. Não posso esquecer jamais de minhas armas contra esse tipo de pragas. É contra a inveja e o mal querer que tenho muito Deus e meus anjos protetores.
Nada pode me atingir enquanto minha fé estiver de pé. Ela é rígida e creio no Espírito Santo, em Jesus e Deus. Que venham as quizumbas, as coisas ruins, que venham, Deus está comigo e ele plantou anjos de guarda ao meu lado. Com Ele comigo, ninguém pode. Amém e xô uruca!!!! Cruz cão..

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Valeu Boi



Esporte no Sertão nordestino atende por outro nome: vaquejada. De certo que o futebol ainda é a ocupação esportiva predominante, mas o sertanejo do brejo mesmo curte é a pegada de boi entre os espinhos da vegetação seca do Semi-Árido brasileiro.

A vaquejada para os leigos é um esporte onde dois camaradas montados em cavalos velozes têm uma pista enorme para tentar derrubar o boi. De preferência, a dupla deve preparar o gado, tanger, e o puxador deve derrubar pelo rabo o animal numa faixa de pelo menos dois metros riscada de um lado a outro da pista.

A dupla de vaqueiros funciona da seguinte maneira. O bate esteira, que pega o rabo do boi inicialmente e o passa para o puxador, serve como o meia ofensivo do futebol, que prepara tudo. Já o puxador funciona como o artilheiro goleador, aquele cara que chama a atenção de todo mundo, é dele a responsabilidade de derrubar o animal no local certo.

Essa performance da dupla é avaliada pelo juízes da competição. De zero a dez, eles são avaliados. Mas existe o tradicional: “zero boi”. É quando ambos não conseguem o objetivo final da disputa. Não derrubam o boi. Já o dez fica por conta do 'valeu o boi'...

Cada corrida vale uma ‘senha’ paga geralmente aos organizadores do evento. Tem gente até que abandona o páreo por falta de din din, é natural. Mas como atualmente, grande parte dos competidores é patrocinada por grandes fazendeiros ou seus filhos, claro, é rado acontecer. Existem casos até de empregados que se unem em dupla com os herdeiros da fortuna e fazem carreira por aí a fora. Tudo pelo esporte.

Quem acompanha vibra e curte, e quem não entende fica olhando, é fácil entender. Neste mês de janeiro, o Circuito de Vaquejadas Alagoano tem início. A cidade de Atalaia, na Zona da Mata, dá a largada. Parques de todo o estado participam: União dos Palmares, Viçosa, Arapiraca, Santana do Ipanema, Pilar, Capela, enfim.

Claro, os municípios pequenos também realizam o evento, mas de modo mais contido e menos pomposo. Os prêmios, que geralmente são carros, motos, dinheiro, em vaquejadas menores, são reduzidos a quantias em dinheiro e só.

Sou fã, ainda menor tentei me aventurar puxando esteira, mas não deu. Deixo para os mais hábeis. Limito-me apenas a ficar olhando de longe.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Desabafo

Chega um tempo na vida que a idade e a responsabilidade batem em nossa porta. Somos chamados, ou melhor, convocados a tomar decisões, sejam elas difíceis ou extremamente difíceis. Não é fácil. O ser humano é estranho, e ele responde a determinados tipos de situações das maneiras mais peculiares possíveis.

Aquele nó na garganta sempre aparece. O frio na barriga, as pernas bambas. Sintomas como esses só acontecem em momentos pontuais de nossas vidas. Prova final, formatura, exame de direção, casamento, gravidez, filhos, empregos, promoção. Cada situação dessa mexe com a gente de forma descomunal. Lembram da cena final de "Em busca da Felicidade"? Smith foi ótimo.

Nesta segunda, conversando com uma antiga amiga, descobri que um colega nosso tinha sido assassinado por um pífio motivo. São notícias que mudam seu dia, e fiquei pensativo. Avaliei tudo que alcancei até agora, e pesei. Se valeu a pena ou não, num sei. E por mais uma vez aconselho: aproveitem, gente. Por favor, falem o que quiserem e na hora que quiserem. Não deixem pra depois.

Sinto falta dos tempos em que ficava em meu interiorzinho, com muito pouco a se fazer. Comodismo? Zona de conforto, pode até ser. Mas que era bom, era. Amigos que se foram, lugares que não voltarei, pessoas que não mais darei aquele abraço fraterno. É o tempo, novas realidades aparecem. Oportunidades que chegam. Nova vida.

Ao conversar com essa velha amiga, veio em mim um Carlos Eduardo Epifânio de antes, de antigamente. Não o de hoje. Antes era mais sentimento. Mas pavil curto, cabeça quente até. Hoje sou mais cerebral e racional. Porém sinto falta daqueles tempos de sentimento exacerbado. E quanto eu já quebrei a cara....

Minha melancolia não é de pesar ou de arrependimento. Sei o que fiz na vida e seus os caminhos que peguei. Atualmente sou mais forte, frio e direto, encontrei atalhos e os aproveitei. Tenho orgulho do que tenho, do que fui, e do que sou.

Escrever me liberta, e ao terminar esse post, sinto-me muito melhor....bom demais!!! Ufa...desabafei!

O esquadro e o compasso


Fraternidade, organização secreta, ceita, enfim, apostem suas fichas e juntem as informações que cada um tem ao decorrer da vida. Cada um que tem curiosidade e lê um pouco já ouviu falar sobre eles - os maçons. O silêncio que há sobre a definição de Maçonaria impera.

O que se sabe é que os maçons surgiram no antigo Egito em rituais de adoração de Osíris e Ísis e no culto a Deusa Mitra, passando pelo Templários religiosos, defensores dos tesouros clericais, indo até a Fraternidade Rosa Cruz. A veneração ao esquadro e ao compasso, como é feita nos dias de hoje foi fincada a partir do dia 24 de junho 1717, em Londres. E os preceitos maçons foram pregados pela Constituição de Anderson, lançada em 1723.

O Grande Arquiteto do Universo, como eles se referem a Deus, para eles não impôs divisão de regilições e como tal, eles estão presentes em todos os seguimentos sociais, sejam como líderes, ou como importantes posições em empresas ou governos. Eles não guardam religião, porém os católicos acusam os maçons de santanismos ou no mínimo estranhos demais.

No mundo são pelo menos 51 milhões que se baseam nos preceitos da liberdade, igualdade e fraternidade. A teoria da conspiração alardeada por aí acredita que os maçons dominam o mundo e como exemplo disso, diversos presidentes de diversas nações foram maçons. Dom Pedro, George Washington, Deodoro da Fonseca, Jânio Quadros, Prudente de Morais, Wenceslau Bras, Washington Luis, entre outros, eram regidos pelos símbolos maçons. Isso sem contar banqueiros e líderes empresariais.

Além deles outras figuras importantes também atendem a Maçonaria como casa: Churchil, Luiz Gonzaga, José Bonifácio, Hermes da Fonseca, Mário Covas, Orestes Quércia, Rui Barbosa, Benjamin Constant, Divaldo Suruagy, Frei Caneca, Júlio Prestes, Napoleão Bonaparte, Joaquim Nabuco, ufa...a lista não tem fim. É muita gente mesmo.

Este ano, nós poderemos saber de algo mais sobre a Maçonaria. Dan Brown (O Código da Vinci e Anjos e Demônios) lança ainda este ano "O Símbolo Perdido". A obra fictícia, ou não, fala um pouco sobre os rituais e os segredos épicos maçons. A exemplo da capital americana Washington D.C., segundo estudiosos, a capital foi projetada e construída mediante os preceitos maçons. Tudo por que só nos Estados Unidos já passaram pela Casa Branca 14 presidentes maçons. E claro o fundador da capital, George Washington, era maçom.

Dizem até que um pentagrama está escrito na planta baixa do centro do poder americano. Até nas cédulas de dólar americano têm sinais da influência maçônica. Conspiração mundial? Num sei...mas que eles têm poder mundial, isso eles têm.

Abre alas para o Boi


E mais um bloco se passou. Sem dúvida uma das maiores prévias carnavalescas de Alagoas, que poucos conhecem, aconteceu neste domingo último. É que o grande circuito das prévias carnavalescas da Terra dos Marechais acontece apenas onde os abastados foliões pulam mas se engana quem assim pensa. Há mais de 50 anos acontece na periferia de Maceió, mais precisamente no bairro histórico de Fernão Velho, o Bloco do Boi.

Centenas de foliões se amontoam entre as ladeiras e ruas do velho bairro. Este ano, segundo os homens da Polícia Militar, foram 5 mil pessoas se divertindo ao som do frevo. O tradicional mela, mela não ficou de fora. Animação, paquera e curtião foram a tônica dos que foram a Fernão Velho neste domingo.

Já participei e comprovei, o povo acolhedor, simples e ordeiro da localidade abre seus braços para receber visitantes e demais brincantes de outras localidades do estado. As marchinhas carnavalescas que fervem no carnaval de rua não deixaram ninguém parado emburrado. Agora só em 2011.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Vida de estagiário


Num dia qualquer na redação, atendo o telefone e do outro lado da linha uma voz feminina me pergunta sobre uma matéria, só que era uma pergunta tão sem noção que nem vale a pena levantar aqui. No jornalismo, geralmente quem fica com essa parte de ligar para as redações, assessorias, empresas e demais fontes, é o estagiário. Porém, algumas figuras totalmente sem noção e sem conhecimento algum, acabam cometendo gafes impagáveis.

Eu vou e respondo a companheira sobre o referido caso, mas aí, vou e pergunto se posso dar um conselho. O nome da fulana não vou dizer para não manchar o futuro jornalístico da colega. Quando somos ‘escraviários’ o nosso editor de plantão faz de nós de gato e sapato, quem foi sabe bem como é.

Ele chega e diz assim:”Ligue para fulano e pergunte sobre isso e aquilo”. Pronto. Aí tentamos saber algo mais e ele solta um ‘se vire’. No mínimo deveríamos saber uma nesga sobre o assunto. Mas não funciona assim. E com a coitada da estagiária não foi diferente, a pergunta desconcertante dela demonstrou seu total desconhecimento sobre o assunto, mas tudo bem.

No meu conselho torpedo pra ela eu sugeri que antes que seu editor acabasse com sua precoce carreira, ela pegasse um jornal e lesse sobre o tema questionado. Em meus tempos, eu era o primeiro a chegar na redação. Chegava cedo por que tinha que pegar o busão bem cedinho e assim poder ler todos os jornais e assistir os periódicos matutinos. Era uma canseira.

Já às 8h estava tinindo, não tinha assunto que não desenrolasse. Dava até pitaco nas pautas e ainda como estagiário fui deslocado para fazê-las e executá-las. Foi o céu para mim. Ainda durante minha faculdade, eu estagiei em dois lugares: numa assessoria de imprensa de uma secretaria de estado e numa emissora de televisão.

Eu fazia destes lugares minha segunda casa, só faltava dormir lá. Especialmente na TV, eu queria aprender tudo e fazer de um tudo deu no que deu. Certa vez chegou um grupo de crianças para visitar a emissora. Minha chefe olhou pro lado, olhou pro outro e mandou que eu fosse o cicerone da criançada apresentando todos os pontos da empresa. Nossa senhora.

Com o repórteres cinematográficos era uma onda. Era cabo pra lá, cabo pra cá. Até que um dia um jornalista deu uma bronca neles por estarem abusando de minha bondade. “Ele está treinando para ficar na frente das câmeras e não por trás delas”, disse ele. Uuuuuuuuuiiiiiiiiii. Mas enfim. Nessas histórias de três anos lá (Foram quatro anos ao todo, um como profissional), fui iluminador, câmera, repórter de fato, pauteiro, editor, dava ao vivo da rádio, staff, ufa....cansou, mas valeu a pena.

Estagiário é isso. Faz tudo, mas antes gente, tem que ralar, ler muito e saber de um tudo mesmo. Por isso antes de ligar paras seu sicrano que seja, leia antes, a pressa realmente é a inimiga da perfeição. E como é...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Conselhos

Outro dia chegando em minha casa, bem de ladinho de minha residência, vi um colega meu chamado - Gaguinho - acompanhado de uma adolescente até que bem engraçadinha, porém o jovem colega, de 17 anos creio eu, parecia preocupado e ansioso, ele falava bastante e ela não aparentava muito interessada no papo do garoto.

Foi então que uma caminhonete encostou bem próximo do casal e resgatou a jovem. Gaguinho ficou inconsolável e eu ao voltar para meu carro, após abrir todos os portões de minha casa, ele chega pedindo para conversar.

Não podia deixar o prodígio colega daquele jeito, na fossa. “O que aconteceu, rapaz?”, perguntei. Foi a deixa para Gaguinho despejar sua frustração e revolta com o sexo oposto. Ele não admitia perder sua garota para um garanhão montado num carrão.

Pedi para ele esquecer, e partir pra outra. Seguir, pois ele estava no início de uma longa fila. “Eu apostei, liguei, fiz de tudo, e agora não tenho nada”, lamentou o mancebo. Quantas e quantas vezes num já ouvi isso, eu mesmo já falei diversas vezes essa mesma lamúria.

Conselhos nessa hora parecem que se tornam poeira. Nós nem sentimos. São palavras desconexas, sem sentido. Sabedor dessa tradição de todos os corações magoados, pedi pra meu jovem amigo se recolher e contar dia após dia, pois só o tempo pode curar tamanha dor.

Muitos acreditam que outro relacionamento ajuda a esquecer. Não acredito. Ele até pode ajudar a distrair, mas resolver, não resolve. Apenas o tempo. Mas o pesar dele me chamou a atenção, fez-me lembrar de meus tempos de adolescente apaixonado e decepcionado com a dura de um fora. Putz, como era difícil.

A maturidade chega e a experiência nos ensina a engatinhar. Disse então pra ele se ela valesse a pena mesmo, ela teria ficado com ele. Ora pois, paciência, essa é uma virtude de poucos e para poucos.

Depois de muitas batidinhas nas costas e palavras de incentivo, Gaguinho seguiu para casa. Se ela voltou ou não, num sei. Sorte pra ele...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cavaleiros do Sertão


Zé Amâncio com pixilinga em 1º lugar, Severino com Rosinha chega em 2º, e João das Cabras consegue a 3ª colocação com birutinha. Não, não, esse não é um grinde final da Fórmula Um 2010. Esse poderia muito bem ser o resultado final de uma das disputas mais radicais, animais e bem humoradas do Sertão alagoano. A corrida de jegue de Olivença já virou tradição durante as festividades de Emancipação Política da cidade.

Em minhas andanças por esse Sertão, estive em 2 de fevereiro de 2006, na pequenina Olivença durante mais uma Festa de Emancipação da cidade. E é aquela coisa, bem cedinho acontece o hasteamento do pavilhão nacional, todo mundo canta o hino, prefeito, vice, mulher, gato, menino, papagaio, bebum, o doidinho, enfim, toda a cidade. Você que é de interior também sabe bem, toda cidade tem um bebum de estimação e um doidinho. Sempre, e é fato.

Pois bem, quando é no final da tarde, o sol ainda reluzente lá no céu, começam a se perfilar os concorrentes da tão esperada corrida. Toda cidade está nas ruas para ver o páreo tão disputado. São uns quinze homens montados sem seus respectivos jeguinhos se amontoando na linha de partida.

É dada a largada. A rua é uma animação só em pleno sol a pino do Sertão. Calor de quase 40º na sombra. A empolgação toma conta de todos, desde os cavaleiros e a torcida esfuziante que acompanha a disputa lado a lado dos ‘pilotos’.

Gente, é muita gargalhada, é muito divertido, pode crer. A saga desses bravos cavaleiros foi contada pelo programa Conexão, da TV Pajuçara, naquele ano, onde trabalhei por um ano como produtor. Histórias como essa bem legais e intrépidas tínhamos aos montes. O programa acabou, mas existe aí uma ideia dele voltar. Quem sabe...rsrsrs

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

É bom demais


É recorrente no som de meu carro o bom e velho forró. Como nordestino ao pé da letra sempre curti um forrózinho dançado bem no miudinho. Aquele que a gente dança bem de pertinho, coladinho, sentindo o cheiro do cangote da dama. Dois pra lá, dois pra cá, no ritmo da sanfona, ou do acordeon como queiram.

Sou dos amantes do forró tradicional, o tal pé de serra, o arrasta pé, ao estilo sertanejo mesmo com triângulo, zabumba e sanfona. E só! Nada daquelas canções de duplo sentido e que esculhambam a mulher, ou evocando a putaria e tudo mais. Essas coisas. Gosto dos clássicos das bandas clássicas. É incongruente, né, mas das bandas que estilizaram o forró, prefiro as precursoras.

Na lista de preferência entram Mastruz com Leite, Rabo de Saia, Baby Som, Mel com Terra, Magníficos, Limão com Mel, Eliane, e por último e mais recente, Aviões do Forró. Muita gente deve tá pensando que tô escrevendo grego ou até mesmo deve ter entronchado a cara em sinal de negação, pois bem, que seja. Minha preferência musical segue uma linha, e em se tratando de forró ela também atende ao apelo de uma letra legal, embalo contagiante, melodia suave e falando um pouco de amor (piegas?, que nada).

As bandas citadas acima, claro tem seus baixos e têm músicas deploráveis, admito e concordo, mas tem muito forró que adoro cantarolar. São clássicos de um tempo aéreo para o forró nordestino. Tanto é que no início da década sugiram bandas do Sudeste cantando por aí e que se batizaram de Forró Universitário. Um pé de serra metalizado, só isso. Falamansa e Rastapé se notabilizaram nessa safra.

Toda essa galera louva merecidamente Luiz Gonzaga (o Rei), Dominguinhos (o príncipe), Jorge de Altinho, Flávio José, Santana, ícones e baluartes do ritmo autenticamente nordestino.

Qual foi o nordestino com o pé na lama do Sertão que nunca se empolgou ao ver um forró pé de serra bem tocado, levantando a poeira do salão? Hooooommmmiiii, você com uma boa parceira, aquela que você roda com ela por todo o salão. O suor pingando do rosto, mas o embalo é tão gostoso que nenhum dos dois querem parar. Parece que você plana, não dança. O tempo para. E a música passa a não ter fim. Quando é alguém que amamos então, nooooosssaaaa senhora, aí é que tá feito mesmo.

Você aperta ela mais, chama ela pra junto de ti. De lá pra cá você conduz a coreografia, leva e traz para onde você quiser. Seu corpo, já entregue a você, segue o passear da sanfona. Vocês não mais são duas pessoas, a sintonia é tão bonita que o casal se torna um só ser. A harmonia é tão bonita que a lua procura uma fresta no telhado pra alumiar tal cenário.

Ai ai ai ai....

Se a moda pega...


O governo argentino nesta quarta-feira, 6, ordenou a abertura dos arquivos secretos referentes a ditadura militar instalada no país durante os anos de 1973 e 1986. Estima-se que neste curto período de tempo - comparada a ditadura brasileira - foram mortos e desaparecidos aproximadamente 30 mil pessoas.


Desde 2003, a Argentina vem tomando uma postura de cutucar e abrir a caixa de pandora da repressão estatal promovidas nos anos de chumbo daquele país. Serão abertos todos os aquivos das que fazem alusão a atuação das Forças Armadas no negro período da história de nossos vizinhos.


Bem, aqui no Brasil demos um passo importante em 2008 quando o governo federal lançou o programa Memórias Reveladas. É pouco. Existem arquivos super importantes, porém ainda é pouco. Quantos torturadores, assassinos e demais crápulas à serviço do Estado cometeram crimes horrendos?


Recentemente o ministro do Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, bateu de frente com o seu colega o ministro Nelson Jobim, da Defesa, ao defender a apuração dos crimes ocorridos durante a ditadura militar brasileira. Foi um furdunço. Jobim e diversos militares graúdos repreenderam Vannuchi.


A criação de uma comissão especial para investigar casos de tortura e desaparecimentos ocorridos durante a ditadura militar tupiniquim(1964-1985) causou divergência entre Vannuchi e Jobim, além de desagradar aos militares. Por sua vez, o ministro Jobim disse que Vannuchi desejava abolir a Lei da Anistia, já que ela abonava os anistiados políticos e seus torturadores.

Se os ventos que voam após o Rio da Prata, passassem por aqui....

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Vai começar - ou já começou?


Trincheiras formadas e já começou. Nem bem terminamos a primeira semana do ano e os palanques para as eleições 2010 começam a serem armados e artilharia pesada está dando as caras.

Sejamos claros. Teotonio Vilela, Ronaldo Lessa, Fernando Collor, Cícero Almeida, Renan Calheiros, Benedito de Lira, João Lyra, Heloísa Helena e Pinto de Luna. Eis listados os nomes mais citados para os próximos meses no noticiário político alagoano. O atual governador Teotonio Vilela, mesmo não admitindo oficialmente disputar a reeleição, corre como nome natural para seguir no Palácio República dos Palmares.

Do outro lado, Lessa, Almeida e Collor analisam a conjuntura política para se apresentarem no ringue eleitoral contra o governador tucano. Lessa não tem nada a perder. Atira impróprios para todos os lados. O ex-governador por dois mandatos tornou-se uma metralhadora giratória, mas seu alvo preferido é seu ex-aliado Vilela.

Almeida tem a preferência popular conseguida através do populismo furado e de fachada, porém não tem base e articulação política para concorrer sozinho ao governo. Talvez se ele saisse sozinho e rompesse com todos teria mais chances. Embora, o popular prefeito da capital alagoana tem nos ombros um fardo político: João Lyra. Apesar de seu dinheiro, JL tem um estigma de crimes e má fama junto à população.

O senador Fernando Collor como é de sua natureza vê tudo à distância e se articula nos bastidores para dar rasteira em todo mundo. E Renan Calheiros sabe bem disso. Quem conhece Collor sabe que ele não aspira confiança alguma. Se duvidar, o ex-presidente fica na indecisão na última hora e lança seu nome aos 45 do segundo tempo.

Benedito de Lira é outra raposa atenta e esperta. Reza para que o Palácio do Governo o lance para a vaga de senador. A outra vaga alagoana para o Senado é dita como barbada para a combativa Heloísa Helena, do PSOL.

Na espreita o astuto Calheiros rancoroso como ele só deseja a todo custo ver as costas do governador Teotonio Vilela, ex-melhor amigo de infância. O PMDB é como um vírus e sua ânsia por empregos no alto escalão dos governos que ocupa é corrosiva. Eles querem tudo e agora. Teotonio não cedeu e Calheiros ficou de mal.

Como dizem muitos caciques e pitaqueiros políticos, Teotonio sempre dependeu de Renan para se eleger, mas agora o panorama é outro. Nunca Renan dependeu tanto do tucano para se reeleger. Este ano o líder peemedebista corre sérios e altíssimos riscos de não voltar ao Planalto Central.

Até aceitar conversar com JL, Renan aceitou. A dobradinha maldita voltou. Ambos já se deram mal juntos e agora retornam a se abraçar. Só que Lyra ressurgido das cinzas, pois estava quebrado financeiramente, é dado como eleito em uma das vagas para a Câmara Federal. Vê se ele aprende a lição, pois na legislatura 2002-04, ele foi o deputado federal mais ausente nas sessões da casa. Vai lá saber.....Pinto de Luna, coitado, é homem de palavra e de rentidão, porém nem o apoio do PT - partido dele - ele tem.

As fichas estão lançadas, mas não definidas. Conjunturas se formam nas cabeças criativas dos analistas políticos. Tem gente que acredita até numa dobradinha Teotonio e Cícero. Até Renan pode voltar choramingando para os braços de Vilela. Nunca duvide de nada na política. Assim como na Terra do Nunca ou no País das Maravilhas de Alice, lobo pode virar cordeiro e moçinho pode virar bandido da noite pro dia.

Uma coisa é certa: o bem volta a lutar contra o mal(É sempre assim)!!! Que a força esteja com o povo....

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Nublado


Cara e clima de ressaca maior impossível! A capital alagoana amanheceu neste primeiro dia útil do ano com o céu carregado de nuvens. Parece até que advinha. Qual é a segunda-feira que vamos ao trabalho com aquele pique e disposição? Só se for em uma véspera de feriado.


Como a maioria dos alagoanos, também acordei com um peso dentro de mim. E não foi preguiça. Não começei bem esse ano, só espero que as energias positivas venham no decorrer dos 365 dias que vão seguir.


Sabe aquele dia que você reza pra passar e terminar logo, pois bem, foi hoje. Em alguns momentos dessa segunda-feira de céu negro, fiquei pensando na vida. Cabisbaixo me peguei fazendo analogias com 2009 e como estava naquele janeiro último.


Sei que faz mal ficar pinotando no passado e assim comparando-se com o seu fantasmo do janeiro derradeiro. É nesse primeiro mês do ano que ainda permanecemos com aquele aspecto de reflexão e projeção ainda de dezembro. É normal. Diferente daquele tempo, hoje tenho uma companheira que me suporta e sofre bastante com essas inconstâncias. Que o anjo da boca mole ouça meus pensamentos mais profundos nesse momento e atendam o meu pedido mais contido...Amém!!!!


A preocupação pesa em meus ombros seja no âmbito profissional, pessoal ou familiar. Vivo momentos de tensão e ânsia. Peço controle ao Divino para que Ele - como sempre - me conduza por caminhos mais calmos e serenos. 2010 é ano de definição para mim.


Prezo por dias mais tranquilos. Sei que tudo isso também depende de mim, mas após anos e anos de intempestivos meses de solidão e tempestades, creio que ainda não me acostumei com dias brancos. Confesso que sou inconstante e traumatizado. Vomitar essas fraquezas aqui pra mim já é muito, e admitir ainda meus pontos vulneráveis é um exercício ainda maior.


Ninguém tem nada com isso, eu sei, porém, só o ato de falar e escrever sobre tal promove uma limpeza interna muito salutar. Tudo bem que todos saibam. Meus dias passados e atuais são bem conhecidos. Sou um popular livro aberto, os meus me conhecem e sabem como me apresento. Estou até mais adestrado e confiante. Aprendi bastante, levando mais do que batendo.


Enfim...é um dia após um outro! Espero que assim como em Maceió, dentro de mim, o sol volte a brilhar.

Relação


Existem ocasiões que não nos reconhecemos, seja por descontrole, provocados por terceiros, ou até mesmo reagindo a circunstâncias que nos forçam a agirmos de forma diferente. Mas não justifica, num é mesmo? O autocontrole deve ser exercido sempre em qualquer lugar. Mas nem sempre assim o é.

Lembro da primeira sequência do filme P.S.: Eu Te Amo. O personagem de Gerald Butler pega um arranca rabo com o personagem de Hilary Swank. Eles estavam brigando por uma bobagem, mas a bobagem ganhou proporções enormes e o tom de voz de ambos também aumentou. Mas no fim de tudo....se abraçaram, se beijaram e terminou tudo bem.

É assim que deve ser. A briga é normal, faz bem até, tirar as arestas e definir metas, correções. “Eu gosto disso, daquilo não...”, enfim essas coisas. A famosa 'Discutir a Relação' – todos passamos por ela. E através dessa conversa franca que sabemos dos desejos mais escondidos de seu parceiro. Pelo menos deveria ser assim.

Mas é quando discutimos e pegamos cada um o seu caminho é que sentimos aquela falta, aquele vazio. É quando nos ligamos que fizemos coisa feia, mas não dá pra voltar atrás! É claro que dá pra voltar. Vocês se amam, como não pode? Quando existe isso no meio, tudo é possível. Ora...que coisa. Quem ama perdoa. Sei que tem um certo limite essa máxima, porém não vamos caçoar.

Brigar todo mundo briga, mas são as atitudes após que definem. Eu posso não ser lá o homem ideal, mas a palavra já diz: ideal – aquele que vive no mundo das ideias. Eu vivo aqui no mundo real, sou um homem real. Assim como minha companheira.

Ela não é a mulher dos meus sonhos. Ela é a minha mulher. A minha mulher real. Com defeitos e com mais virtudes que defeitos. É meiga – quando quer, sutil, esperta (até demais), linda e companheira. E adoro aquele sorriso tímido que ela faz. Não é a mulher ideal, é uma mulher em carne e osso. Ela tudo que quero e preciso. O excedente nunca dá certo. Tá muito bom assim. Sou feliz demais do jeito que está.

Ela é minha base. Transformou-se em minha coluna vertebral, minha segurança, minha tranquilidade e minha calmaria. Por ser um praeiro por convicção, hoje prefiro a chuva caldalosa, pois é quando não saímos, ficamos grudados, embaixo das cobertas, nos curtindo. Não deixando o tempo passar. Por mim, fico o dia inteirinho que Deus deu.

É ela que me esquenta. É dela que sinto falta quando estamos longe. Meu pensamento então ganha asas e vai simbora atrás dela. Eita teimosia....seja por mensagem ou telefones seguidos, não desgrudamos. Já ouvi até rumores de acusações contra mim, dizendo que sou ‘chiclete’....rsrsrsrsrs...que piada! E sou....no dia que ela se cansar, ela avisa.

Começou 2010, é apenas mais uma página que viramos juntos nas areias de Maragogi. E se for da vontade divina, virão outros anos a serem acompanhados de lá ou de qualquer outro lugar. Com ou sem brigas, Deus sabe o que faz, se Ele nos uniu....algo Ele tem pra nós....que assim seja. Amém.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Não precisava


Poderia ter ficado sem essa, mas o lançamento de um filme exaltando a hombridade e liderança do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, foi demais. Neste fim de semana fui ao cinema conferir como era mesmo o contar da saga de Lula no cinema.

O filme é baseado na obra da jornalista Denise Paraná, que relata a vida de nosso presidente até ele tomar posse. Mas não é bem assim. Existem trechos no filme que não condizem com o que foi na real, segundo o livro. A lista começa com a cena do parto, onde a cena ganhou ares de uma manjedoura. Alusão ao nascimento de Cristo? Fábio Barreto, diretor do filme, exagerou.

Outra cena romantizada foi quando o pai de Lula, Aristides, vivido pelo excelente Milhem Cortaz bate em Dona Lindu (Glória Pires). Não existe comprovação de que realmente o pequenino Luis barrou o pai de espancar a mãe com palavras. Assim como no episódio em que a professora de Luis tenta adotá-lo por sua pujante inteligência, e a mãe nega daqule jeito. Se não me engano, o pedido aconteceu, porém não naqueles termos.

São trechos do filme que não há um embasamento histórico. Mas que ilustram um Lula como um líder nato desde o berço. Onipotente e perfeito já engatinhando.

Salvando o histórico distorcido do filme inteiramente financiado por empreiteiras e empresas com olho grande nas obras e negócios com o governo federal, Lula não precisava de tamanha encenação para tornar-se um mito.

Por si só ele já o é. Um cara que saiu do nada, rompeu todas as barreiras sociais e discriminatórias para ser um presidente da República, putz...precisa mais? Lula fez muito pelo Brasil, é inegável. Porém, não podemos endeusá-lo. Ele é tão real quanto nós e comete erros, assim como todos cometemos. E que erros...

Não curto lá esse assistencialismo cínico que ele promove como presidente. Bem, Diogo Mainart é que faz esse papel melhor que qualquer um: criticar Lula. Mas assistam o filme e tirem suas conclusões. Mas não custa nada também ler antes de ir......leiam e saibam separar o homem do mito.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

E tudo começa de novo

Tudo começa assim: todo mundo na areia da praia reunido - pré-embriagados, claro, ou pelo menos no caminho disso; galera na casa de praia, amigos, parentes, na fazenda, à beira da piscina, apartamento; os melancólicos solitários pelo menos estão com a televisão ligada. Assim o réveillon de muita gente se resume, mas todos estão - acompanhados ou não - num pensamento só iniciar bem o ano que começa.

Fazemos promessas, rezas, orações, figa, desejos, sonhos e projetos ficam rondando a cabeça. Deus, Iemanjá, orixás, Alá, Jeová tem tudo trabalho dobrado. Agora que o ano começou, a manguaça também e já chegou no estágio da ressaca, será que vamos cumprir mesmo com o que prometemos e planejamos? É difícil responder, né....pois bem. O que vale é ter em mente a fé e a persistência.

Mas não ficamos por aqui parceiros, o ano já começou. Tá bom, tá bom, o ano de fato mesmo só começa após o carnaval. Eita, mas logo depois do carnaval tem a páscoa. E em seguida, festas juninas. E pimba...estamos na Copa da Mundo. Quando acabamos de assistir a final da Copa, que se Deus permitir vai consagrar nossa Seleção como a melhor do mundo, já estaremos em período eleitoral. E daí pro final do ano....é um pulo. Chegou o Natal.

Ou seja, o ano será curtinho minha gente, ainda mais veloz que 2009, portanto gente, preparem-se para o Réveillon 2011, ele chega logo logo.