sábado, 22 de outubro de 2011

Sexta-feira de jornalista


Para a maioria dos jornais do país sexta-feira é o pior dia da semana. É o dia no qual o jornalista tem uma sobrevida no trabalho, além de fazer o apurado do que aconteceu durante o dia, ele tem que ter material para fechar também o domingo. Mas não é qualquer matéria para o domingão, geralmente são produções mais trabalhadas, densas ou até mesmo leves lights mesmo.

Logicamente o profissional não deve começar e terminar essa produção num dia apenas, é pedir para se estressar ou para surtar. O bom senso pede. Se você tem uma semana ou até mais para concluir uma boa reportagem, que utilize esse tempo. É compreensível que, por vezes, o dia a dia não permite, mas com organização e empenho, as chances possibilitam e a organização ajuda.

A sexta-feira para o jornalista é o dia de cão. Seu prazo é curto, ninguém atende suas ligações, e quando atende, o cidadão não quer falar ou não sabe de nada na real. O computador não ajuda também, o tempo se torna seu inimigo, assim como o espaço na caixa do programa do jornal que não se encurta.

É o dia que todo mundo já está na farra, fazendo seu happy hour e você digitando histórias, ligando para meu mundo. Telefones desligados, personagens em viagem, alcoolizados ou aborrecidos, sem tempo para você. É na sexta que você tem coletiva para dizer nada, evento que ninguém quer se pronunciar, é no último dia útil da semana que órgãos públicos fecham após o almoço, políticos se fecham em reuniões intermináveis e as secretárias são incumbidas das desculpas esfarrapadas. Repórteres macetosos, cheios de malícia, eles deixam a hora correr, não produzem e enlouquecem seu editor.

Os assessores de imprensa inventam de não te atender ou dizer descaradamente que o horário de trabalho deles terminou e eles não podem ajudar. Esse famigerado dia ao mesmo tempo que você fica sem tempo, as horas curiosamente não passam. Estranho? É a lei de Murphy – a alternativa errada ou ruim sempre prevalece ou acontece...!

É por causa destas sexta-feiras horripilantes que o jornalista cria uma úlcera ou tem derrame com mais facilidade – pra não dizer infarto. Ô sina infame e covarde. Se o jornalista alcançou o nirvana e consegue passar pela sexta-feira numa nice, ótimo, maravilhoso, parabéns para ele. Pois o repórter que quer mesmo fazer um trabalho louvável, interessante, ele se preocupa, dedica-se e por tabela acaba com os nervos à flor da pele.

Mas após isso tudo, acalmem-se, tranquilidade. Pois o outro dia é um sábado....aí já viu. Se jogue e pronto.

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