terça-feira, 27 de setembro de 2011

Seleção evolutiva?


O jornalismo alagoano está passando por um momento curioso. Estamos numa fase em que pelo menos três faculdades estão produzindo pelo menos 100 novos jornalistas por ano. A academia bem sabemos não tem muito a ver com a formaçãodo profissional, infelizmente. O ensino continua quase amador e o foquinha é lapidado na marra, na labuta, no dia a dia, entretanto, a base teórico-filosófica apresentada nas bancas é essencial, não tem dúvida.

Ao ir cobrir alguma pauta na rua, um assunto que seja do interesse de todos os veículos é perceptível esse instante jovial de nossa comunicação. É jovial, sim. A média de idade dos repórteres não chega a 30 anos e olhe lá. Os mais experientes - são poucos - não ultrapassam 40 anos de idades - e conto nos dedos de uma mão.

Nos sites, jornais, emissoras de rádio e tv, eles estão ai, em todas. Uns são excelentes, outros ainda precisam comer muito arroz, feijão e gramática pra se tornar um jornalista de verdade. Tal inexperiência resulta em textos pobres, feios, prolixos, e sem pé, nem cabeça. Mas novamente repito, apenas a prática e uma boa orientação podem fornecer um caminho decente pra essa galera.

Por sorte ou não, o mercado tá recheado de gente boa, muito boa, e seus chefes diretos, em média, ficam entre 10, 15 anos de jornalismo. Pouco? Pode até ser. É que os medalhões, hoje são poucos, cansados e de tudo já viram, ficam menos expostos dando gargalhada ou se divertindo com os tolos erros da juventude. Brincadeira, vai. Nesses dez anos de jornalismo que completo esse ano, aprendi muito com essa galera mais experiente e continuo aprendendo até hoje.

A questão é que deixei de ser um foca há anos, mas também não me tornei um medalhão, longe disso. Sinto que sou um elo entre essas gerações, um meio termo e assim o assumo com honra. Passando para os focas o bom e o ruim da profissão, o que fazer e suas consequências, seus limites e as armadilhas que virão. Assumam também seus papéis e aceitem que dia após dia nossos personagens mudam, temos que nos adaptar para permanecer.

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