quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que te move?



O que te motiva? O que te move? O que te faz sair da cama, trabalhar, respirar? Todos os dias buscamos respostas para coisas que acabamos fazendo mecanicamente. Chegamos sempre em um momento da vida onde percebemos que perdemos nossa referência. Em alguma encruzilhada deixamos cair algo, esquecemos de acreditar, mas não de forma intencional, uma coisa ou outra acaba nos levando a esta condição mecânica, acaba acontecendo e pronto.

Só lá na frente olhamos para trás e ficamos procurando desesperadamente pelo elo perdido de nossas vidas. Fotos, sorrisos, textos, posts, são apenas retratos dos momentos em que vivemos, elas podem muito estarem desvinculadas daquilo que realmente desejamos. Não podemos tirar deles a real condição das pessoas e o que elas querem para si.

Somos movidos sempre por interesses. Ser rico, ter um corpo bonito, famoso, reconhecido por seu trabalho, ter amigos, ganhar um namorado, marido, ter liberdade, casar, descasar, enfim...o que nos tira a inércia geralmente são estes elementos ou outros além. Por vezes tais objetivos de vida chocam-se com o de outras pessoas, ai surge a competição, a desvirtuação de valores, intrigas e rompimentos diversos.

Sonhamos e ensaiamos diariamente o dia de nossa redenção, o dia em que poderemos de fato realizarmos aquilo pelo que lutamos. Grandes ícones da História sonharam e realizaram, mas será que eles após concluírem suas missões se contentaram com isso, pararam? O que vem depois do êxito? Um novo objetivo? Bem, aí tem confusão, pois há religiões que dizem que após concluída nossa missão aqui, pimba! Já foi, pronto, finito, tchau e bença. Agora só na outra vida. Tem sentido, mas não creio.

Tem gente que veio ao mundo apenas para dar lições aos outros, assim como outros que vieram apenas para infernizar a vida alheia e acabar com elas. Mas e a justiça para elas? Ahhhh, isso Deus põe sempre outro alguém para dar o remédio que precisam. Uns vieram para serem famosos, outros para mentir, persuadir, governar, cantar, encantar, as missões são variadas, o que elas fizeram para chegar lá até Deus duvida.

Ora, mas o que diferencia o ser humano na obstinação por suas metas? Seriam os modos de se chegar? Derrubar vale? Furar olho, xingar a mãe, destruir corações, desrespeitar, matar, roubar....bem, as regras são inúmeras para infinitos fins. O certo e o errado neste quesito não são válidos. Maquiável foi impecável nisso. Sim, sim, os fins justificam os meios, mas as convenções sociais rotulam as práticas.

Procuremos, por fim, um objetivo, palpável ou não, exequível ou impossível, lutemos por ele. Porém, pese, saiba bem o que deseja, pois tal coisa pode ser ruim ou até desastrosa para ti; entretanto, só depois vai se tocar disso. Ai vem o livre arbítrio e Deus diz..."Tá vendo, eu avisei". Cuidado, cuidado com o que quer e o que você está fazendo para obtê-lo. Se ligue e fique atento, mas mesmo assim, continue se movendo....os humilhados serão exaltados, eu li isso em algum lugar....rsrsrsrs!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ela é poderosa!!!


Definitivamente não sou crítico de cinema, mas amo filmes, um cinéfilo assumido, no mínimo. Entretanto, não tinha visto recentemente uma história legal que rendesse comentários decentes. Ao ver "Ela", de Spike Jonze, estrelado por Joaquin Phoenix contracenando com a voz rouca e estonteante de Scarlett Johansson, mudei de ideia. O enredo é bem traçado e bem contato pelo personagem problemático de Phoenix. Vale a pena ver o sofrimento do cara. Colegas resumiram o filme como "melancólico"; bem, cada um tem sua opinião, então vamos a minha.

Sou um romântico à moda antiga. Lá no fundo, bem na minha essência sou um chorão inveterado, sentimental, presa fácil para as mulheres maléficas e ardilosas. Sentimentalóide como o Theodore, protagonista do filme, assumo. Em processo de separação da esposa - Catherine - ele cai em depressão profunda, aquela deprê mesmo, fundo do poço é pouco pra ele. No começo do filme já dá vontade de chorar, só de dó do cara. Ele e os amigos até que tentam dar um ponto final a esse sofrimento apresentando pessoas e investindo em outras alternativas; até que uma inusitadamente funciona.

Um sistema operacional acaba fazendo as vezes de amiga, ficante e namorada, em todas suas nuances - até no sexo. É tudo certinho, do mesmo jeito que é na vida real. Você chega a esquecer no decorrer do longa que ela é um programa de computador. A sedução, o enlace, as confidências, os desejos, sonhos, planos, até a sacanagem de traí-lo com outros 641 sistemas operacionais diferentes - pensa que é só na vida real que tem gente assim? Imagina....

Enfim, vamos ao que interessa. Todas as fases são compartilhadas entre eles, a conquista, a divisão de experiências, boas risadas, locais, fotos em forma de música, poxa, como se poderia imaginar isso? Sentimento puro, singelo, o amor em sua plena natureza. A perfeição em forma abstrata que poucos conseguem sentir. Para quê corpo, quando a sensação de prazer e bem estar está dentro de ti, ao apenas ouvir sua voz. E foi assim que eles se apaixonaram. Bobo? Não. Quem ama sabe do que estou falando.

O amor pede tão pouco, exige apenas atenção, cuidado, zelo. Ele se contenta com um simples olhar nos olhos, um toque no rosto, bem de leve, apenas com a ponta dos dedos, sem pressa, suave, escorrendo pela face até enxergar um sorriso, mesmo com os olhos fechados. Aaahhh o amor! Nos faz mudar de rumo, de lugar, faz todos desaparecerem, problemas não existem mais, dor, revolta, mágoa, idem. A solidão morreu e deu lugar a respiração leve, quase que nula, pois não conseguimos controlar nosso corpo diante da pessoa amada. Todos os sentidos são voltados para ela, só nela.

O filme dá a prova dos nove que o amor é capaz de nascer nos lugares mais inóspitos e das maneiras mais curiosas possíveis. Ao ver o filme, gente, você chega a sentir o poder que o amor tem, o que ele é capaz de fazer dentro de nós. Da autofagia destrutiva até a reconstrução de uma vida inteira. Tudo é diferente quando se tem amor. As cores são mais vibrantes, o céu mais azul, as pessoas? Bem, as pessoas são detalhes, meros coadjuvantes dessa passagem pela terra.

Até como sátira, a personagem de Amy Adams, melhor amiga de Theodore, com inveja dele disse que "o amor é a única loucura socialmente aceita". E ela tem razão. Somos capazes de tudo por um grande amor, brigamos com pai, mãe, família, mentimos, juramos por Deus, por filha, filho, tudo em nome do amor.

A dor da decepção também está presente no longa e não poderia deixar de estar. Faz parte do ciclo dos relacionamentos. Ele a ama, mas ela o ama de outro modo, de intensidade diferente que ela gosta dos demais - complicado, né. O fato é que ela arrasou com ele, e voltou a ficar depressivo, porém, com outro aspecto, mais confiante num futuro melhor.

É gente, o amor é assim, te dá o céu, mas te tira o chão quando ele se vai. A dor não se mede em dias, semanas, meses, muito menos se mede com os litros de lágrimas que derramamos naquela foça poderosa. Dor se sente, apenas dói. O jeito é deixá-la passar. Permitir que o tempo faça seu trabalho e faça cicatrizar aquela ferida que não fecha.

Você que ainda tem um coração pulsando ao invés de um cubo de gelo aconselho a assistir. Em muitos momentos, se verá em algumas partes do filme. Reconheça-se, reflita e tire suas conclusões. Tá bom, vai....pode chorar também!!!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Amigos & amigos


Já escrevi sobre este poder que os amigos bons têm sobre nós. Eles têm uma capacidade de mudar ânimos, fazem aparecer sorrisos, multiplicar abraços e disseminar a alegria. Na alquimia deles, risos se transformam em gargalhadas gostosas e verdadeiras, daquelas que deixam o olhar brilhando.

Visitei hoje um ambiente de trabalho que tive das mais diversas experiências. Estive na Secretaria de Estado de Comunicação de Alagoas. Do porteiro ao secretário-adjunto fui bem recebido e o melhor, com um sorriso autêntico no rosto. Conversa vai, papo vem, histórias e mais histórias sobre o jornalismo público e suas nuances.

Ouvir deles que uma sementinha eu ali deixei, brotando para algo legal, profissional e maduro. Isso é tudo de bom, mostra que estamos no rumo certo, agindo com respeito e profissionalismo. Sei que errei em alguns momentos com as pessoas e posicionamentos que tomei, entretanto, hoje sei com a autocrítica bem apurada que meus equívocos contribuíram com meu crescimento, com minha maturidade profissional. Errei, quando podia errar. Hoje, não mais.

O fato é que entre abraços e boa conversa sai de lá revigorado, com energia boa circulando dentro de mim, com a sensação mesmo de dever cumprido. Mas como sempre, com um gostinho de quero mais....

terça-feira, 20 de maio de 2014

Prazer, sou Carlos Eduardo Epifânio



Olá, tudo bem? Meu nome é Carlos Eduardo Epifânio da Silva. Filho mais velho de uma professora de nome Genivete Porfírio da Silva e de um funcionário de uma empresa privada que atende pelo nome de Antônio Epifânio da Silva. Estou hoje com 33 anos bem vividos e sem qualquer mácula em minha vida. Nada que desabone ou envergonhe meu currículo, família ou amigos. Tradicionalista, aprendi que desde sempre não se pode pegar o que é alheio, não desrespeitar os mais velhos e muito menos levantar falso testemunho sobre quem quer que seja. Assim aprendi lá em casa, ali numa humilde residência na pequenina Satuba.

Estudei em escola pública até a quarta-série até ir para a capital aprender no antigo colegial. Assim me formei no Colégio de Santa Teresinha, hoje infelizmente falido. Prestei vestibular para Direito por duas vezes e por um triz não passei, não era para ser um operador do Direito, vai entender. Por aconselhamento de um AMIGO testei o Jornalismo. Tive sucesso no certame e na Universidade Federal de Alagoas gozei dos melhores quatro anos de minha vida.

Iniciei minha passagem acadêmica como dirigente da Rádio Universitária, fiz ao lado de Filipe Toledo, Lucy Oliveira e Adriana Thiara, o programa 'Panela de Pressão'. Fui dirigente da emissora por duas gestões, acumulando a função de membro honorário do Diretório Acadêmico do Departamento de Comunicação por outros dois mandatos. Genista, discutia e quase as vias de fato chegava pelo direitos dos alunos e os meus. Sofri, viu! Fui membro fundador da Empresa Júnior de Comunicação, pioneira em fornecer estágio aos alunos de Comunicação Social da Ufal.

Em paralelo a isso tudo, fui um dos primeiros alunos de minha turma a estagiar. Passei um ano estagiando na Secretaria de Estado da Saúde, sob a batuta de Ronaldo Lima, meu primo. De lá, consegui voos mais altos e fui para a TV Pajuçara, de onde posso encher o peito e dizer que passei quatro excelentes anos de aprendizado com Rachel Fiúza, Marcos Toledo, Gésia Malheiros, Graça Carvalho, Ricardo Mota, Aline Martins, Jeferson Morais, Goretti Lima, Gilvan Ferreira, Marco Aurélio Mello, Nivaldo de Cillo e outros.

No Pajuçara Sistema de Comunicação atuei desde a produção,reportagem, edição, iluminação, câmera, rádio, de um tudo. Tive o prazer de ter sido integrante do programa Conexão, ter narrado jogos dos campeonatos brasileiros de futebol dos anos de 2002 e 2003, ia a campo, editava, nossa, era puxado. Meu Trabalho de Conclusão de Curso foi a cerne do Pajuçara Esporte Clube. De lá, planei para a política de onde não mais sai, mas ainda fazendo história por aí.

Assessorei uma das mais polêmicas políticas de sua época, a Ciça do Bar, então prefeita analfabeta funcional de minha cidade. Estive na assessoria de comunicação da Usina Sinimbu, com minha amiga Sheyla Aquino, de quem tanto me orgulho. Chegando até o ninho tucano por onde permaneci por longos seis anos, lá me consolidei.

Da campanha de 2006 até abril de 2011, fui um coringa na estrutura do Governo. Cheguei como repórter e ascendi até o cargo de superintendente de comunicação, tomando conta de 150 jornalistas. Morei em Brasília, montei a estrutura que hoje o governo de Alagoas usufrui para receber as visitas dos governadores do Estado. Fiz raiz...

Sai do tucanato e mergulhei em uma redação de jornal. De repórter de Cidades, cheguei a editor de Política. E por anos exerci tal função que também tenho bastante orgulho, sem processos, respeitando e sendo respeitado durante toda minha jornada, fazendo uma política gostosa de se ler, diferente e presente no dia a dia do alagoano. Terminando meu ciclo na Tribuna Independente, aceitei, por fim, o convite de participar do projeto para fazer o deputado federal Renan Filho governador do Estado. E cá estou!!!

Todo esse longo tempo, de dura e árdua caminhada criei um nome. Tenho uma trajetória respeitosa junto a categoria, sem pisar, desmerecer ou denegrir nenhum colega de profissão. Não sou uma promessa ou dúvida, sou uma certeza. Não sou um desconhecido, não sou uma incógnita que as pessoas olham com estranheza. Não!! Posso ter acumulado inimigos, desafetos, inimizades, comum para quem trilha sempre na retidão e não aceita conchavos ou tramoias escusas. Não sou falso, ardiloso, muito menos tenho o hábito de apunhalar A, B, ou C, seja pela frente ou por trás. Não aprendi isso em casa, muito menos na rua imunda que pisamos diariamente.

Sou de riso autêntico e fácil, não sorrio amarelamente, nem alardeio amizades vis e interesseiras por seu ninguém, até por que o quê as pessoas têm nada me inveja. Orgulho-me de tudo ter, gozo de saúde perfeita, tenho amor de meus pais, meus amigos VERDADEIROS e o respeito de uma categoria profissional inteira. Inveja ou interesse certamente não são os pecados que pagarei nesta vida, posso pagar por outros, mas estes não, definitivamente, não!!!!

Não sou de subterfúgios, churumelas ou de papos tangiversais. Sou de uma linha reta, direta e proba, como meus pais me ensinaram. Não pego o que é de ninguém, por isso não me curvo diante da vergonha da verdade desnuda. Não temo a queda de máscaras, ou o desvincilhamentos de cortinas de fumaça, que vendam e distorcem a realidade.

Prazer, sou Carlos Eduardo Epifânio da Silva, jornalista 897, registrado pelo Sindicato de Jornalistas do Estado de Alagoas. Sou amigo, irmão, primo, filho e marido. Verdadeiramente leal e fiel aos meus conceitos, não dou ouvidos a terceiros, crio minha impressão alheia, envergo as predefinições de outros e engulo os entronxamentos de faces pelo meu jeito de ser. Seja leal e verdadeiro comigo que terás o melhor e mais fiel parceiro de luta, pelo contrário terá o mais impiedoso dos inimigos. Entretanto, espero pela justiça divina e dos homens, porque sei que um dia ela chega!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ela aparece, sempre!!!


Verdade e mentira. São dois reis que se degladiam diariamente dentro de nós e entre vitórias ou derrotas, não sabemos ao certo quando ganhamos ou perdemos na realidade. A mentira é necessária em alguns momentos sem dúvida, porém, a verdade liberta, ilumina, por mais forte que seja sempre é necessária. A mentira magoa, traz enganação, caçoa de ti, das pessoas, de terceiros. Um dia essa verdade vencida ganha o espaço da mentira vendida e disseminada momentaneamente, pode ser tarde demais, mas ela precisa e deve aparecer sempre.

Aristóteles citou certa feita da vantagem da mentira. "Que vantagem tem os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade". A sentença do pensador resume tudo aquilo que já conhecemos. Aquele que muito mente, não se faz acreditar. Ele mesmo será o grande prejudicado quando seu brado for autêntico. A mancha vil da enganação estará sempre em sua sombra. E por mais que ignore esta herança, terceiros sempre vão desconfiar de sua idoneidade. Inevitável seu passado dará o ar da graça.

Tenha medo destas pessoas que mentem sem piscar, mentem de "olho duro", como dizem os matutos. Tais pessoas são capazes de tudo, tudo mesmo! Elas são alimentadas pela inverdade, consomem e reproduzem falácias em benefício próprio, se tornam hienas vorazes, que matam rindo, gozando daquele momento. São frias, calculistas, dissimuladas, estrategistas para o bem próprio, que se danem as consequências; o que vale, na verdade, é o "benefício" que aquela mentira dará em seu retorno, ninguém mais.

Duvido e duvido muito desta volta benéfica e boa para os enganadores. É efêmero e muito singelo o ganho desta conduta, pois é como um véu que esconde a real situação, o verdadeiro panorama. Encobre a chaga, a cólera que ela mantém internamente.

Falar sobre falso e verdadeiro, mentira e autêntico, original e errôneo depende do ponto de vista de cada um, é relativo e perigoso. O que naquele momento pode ser verdade, proveitoso e útil é justificável, tudo para se alcançar um bem, uma sensação, um objetivo. Tudo é válido. Sabendo-se que, claro, aquela inverdade se desfragmenta com o tempo por meio de fatos e informações marginais mesmo. Sem querer ela se esvazia.

A verdade mina lentamente, dia a dia, semana a semana, mês a mês, algo contribui direta ou indiretamente para que ela cresça e apareça. Sem fazer força. Parece até lei da natureza, divina, não sei. Um dia ela surge, onipresente e onipotente. Você verá, aposte nisso!!!!

Como disse o poeta e romancista francês Abel Bonnard, "o amor pode morrer na verdade, a amizade na mentira".

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Perdoe



Quando nosso coração está apertadinho pensamos melhor. Refletimos sobre atos e palavras, ações que por infinitos motivos nos arrependemos. A não perfeição humana nos concede isso, nos permite, mas a misericórdia divina ainda não chegou em sua totalidade entre nós, é normal. Perdoar é realmente divino, sobretudo quando aquele perdão é direcionado àqueles que te magoaram. Difícil. Um exercício de força e piedade descomunal!

Não sou santo, nem pretendo sê-lo. Erro todos os dias, mas torço e me esforço para não errar. Herculiamente paro, penso, e vejo o que fiz, admito que é um começo e tanto para a mudança identificar sua falta. Pedir perdão então, nooouuusssaaaa, como é difícil; arde, mas é prudente. É necessário dissecarmos nosso coração e tirar dele tudo aquilo que nos é pesado. Depurar, filtrar, mas acima de tudo, gente, devemos pensar no próximo, mesmo que este próximo te prejudicou um dia ou te ama de algum modo.

Se ela ou ele não te deu um abraço, te xingou, te magoou, não importa, a dor só gera dor. Pode parecer idiota dizer isso, mas sinto a cada dia o quanto é ruim viver com as mágoas de um passado recente, na ânsia de dar o troco, esperando o vacilo alheio para agir e mostrar como se faz. Não, não vale a pena, como não vale.

Não é que vamos deixar a impunidade reinar, a injustiça e o mal feito prevalecerem. Não! O dia da justiça chega e das maneiras mais inusitadas, que nem percebemos de onde ela veio e o porquê. Ora, então devemos seguir a vida sem esta tentação medonha de fazer o mal àquele que te distratou. É seguir, seguir, seguir.

Vendo um vídeo de whatsapp hoje fui tocado pela mensagem. De olhos marejados escrevo este post não com a missão de sensibilizar você leitor; não, nem por desabafo ou identificação com a mensagem, mil vezes não. O que sempre quis é disseminar o bem, fazer sorrir, multiplicar o afeto. Sou desajeitado e explosivo e nem sempre consigo dizer o bom e o necessário, me acalmar e pensar as palavras certas. Atuo por impulso em certos momentos, mas não quer dizer que não reflita depois. Eu sei, eu sei, pode ser tarde, mas elevo minhas orações a Deus para que Ele, ao seu modo, possa transmitir a mensagem.

Ora, quanto tempo eu perdi lamuriando-me por ofensas que emiti. Não quero isto pra mim, não quero ser lembrado por ser intempestivo, rancoroso; tenho tempo, estou vivo, Deus tem uma missão pra mim e de algum modo tenho algo a fazer aqui. Certamente sei que não é o que faço de ruim, é esperando essa redenção que sigo cotidianamente tentando corrigir os erros de outrora.

Quantas e quantas vezes atendi mal minha mãe, perdi a cabeça, não tive oportunidade de beijar o carrancudo de meu pai. Quantas vezes me eximi de beijar meus melhores amigos ou dar ouvidos aos seus elogios. Por isso que ao encontrar com alguns parceiros do passado, por vezes questiono: "como eu era?". Alguns se surpreendem, relutam, mas sempre falam, porque me conhecem, sabem de como eu sou e o que eu sou. Não o Cadu, o Eduardo, ou Carlos Eduardo, não...sou o amigo deles e por algum motivo nos cativamos. Algo de bom eu tenho então, todos nós temos. Seja o pior salafrário, o carrasco, o bandido, todos temos algo de bom. Ninguém é 100% ruim ou em sua totalidade bom.

Vamos cuidar de nós. Afastemo-nos daquilo que é ruim, do que nos põe pra baixo. Seja seu melhor, o melhor pai, melhor amigo, melhor mentor, marido, namorado, enfim....faça e espalhe o bem e tente resolver, em tempo, aquilo que te aflinjes. Sim, sim, sim, peça perdão aquele que você magoou, temos tempo e a vida corre, urge, e não deixe para depois espalhar palavras de boa fé, de felicidade.

Eu sei mais do que nunca, gente, que Deus fala por meios inesperados e nos momentos mais impróprios. Arranque o ódio de seu coração e espalhe o bem. Por favor, espalhe o bem.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Vitórias caladas



O jornalismo político não é conhecido por prestar bem estar social, isso diretamente falando. Mas em alguns momentos nos sentimos com um ar de dever cumprido. Não por um sentimento mesquinho e pessoal; não, não, longe disso. Esta sensação é muito tênue e sublime de se perceber. Os jornalistas que atuam diariamente com políticos, ficam as vezes insensíveis, frios, descrentes; miramos apenas votos, ações, frases, provocações, enfim, algo que possa destacar um e suprimir o rival - ou até colocarmos ambos na berlinda. Entretanto, em meus mais de dez anos nesta labuta, hoje vi que não é bem assim.

Uma ex-repórter que trabalhou para mim informou-me, ontem, de uma vitória que vibramos apenas na surdina, ali bem quietinhos, sem alarde, sabe. A euforia contida é em nome de um povo que há anos é oprimido pelo julgo da corrupção e do mal. Eita que teimamos em repetir isso em política: "a velha luta entre o bem e o mal". Nesta arena, nem He-Man ou o Gato Guerreiro podem entrar, mas vale dedo no olho, xingar a mãe e chute nas partes baixas, tudo pelo acesso ao poder e perpetuação nele.

A informação passada, que infelizmente não posso compartilhar com vocês, é apenas parte de um trabalho maior, um tipo de justiçamento branco ou até mesmo temporário, que deve mostrar aos poderosos que até Roma caiu, por que não ruir uma dinastia antiquada e nefasta, que minava os cofres públicos, saqueando sonhos e anseios populares? Tudo é possível quando o assunto é política, do mesmo jeito que tudo é possível, é passageiro. O bom para hoje, não pode ser o ideal para amanhã.

É assim que funciona a política. Defendemos com unhas, dentes e sangue nossas bandeiras em um pleito eleitoral, até que a cor vencedora de outrora se torna vil e indesejável. Todavia, lá estaremos sempre a postos, prontos para defenestrar oligarquias, dissolver déspotas e oportunizar sonhos, não deixando morrer a esperança por dias melhores.

Sente e segue



Vou avisando que não sou psicólogo, psiquiatra ou ainda psicanalista, ou qualquer outra cadeira acadêmica especializada no estudo da psiquê humana. Guio-me pela convivência diária com esse bicho estranho que é o ser humano. Ô raça complicada, da qual me incluo! Sou de convivência difícil, desde já reconheço, porém tento evoluir diariamente, conhecendo e aprendendo com meus erros diários, porém não consigo não me impressionar com a capacidade de surpreender do próximo.

Eu sou de amizade fácil, gosto de conversar, papear; porém, meu fraco, como de todo canceriano, é se expor, abrir-se quando sente-se confortável. É quando os escorpiões dão o ar da graça e nos esporam por trás, ou melhor, como nós cancerianos somos carangueijos, nosso ponto mais maleável é a frente, nossas costas são sólidas, a couraça nos protege. Porém, o ataque acontece quando menos esperamos. Na surdina, no momento de guarda baixa.

Aprendi que temos que dar oportunidade as pessoas para que elas se recomponham, se regenerem, até mesmo quem sabe, arrependerem-se de seus erros, ou ainda até, tentar consertá-los. Infelizmente qualquer destas possibilidades são raras, pois temos no sangue a teimosia de carregar o ódio, o rancor, o "deixe estar". O troco não será por nossas mãos. A própria vida se encarrega. Se você não foi legal com alguém aqui, lá na frente, outro te vingará. Caso fostes falso com um terceiro, o próximo será contigo e te decepcionará tanto quanto o primeiro.

É assim que tento ser, aprendendo com estas lições que a vida nos dá. Idas e vindas que nos dão a prova de como somos pequenos diante da imensidão divina, da misericórdia, do poder de dar, sem receber. Longe estou deste tipo de evolução espiritual, porém, mesmo assim, sigo tentando. Deixando de lado decepções, aflições e derrotas, por que sei que a redenção é breve, pode até demorar, entretanto, espero calmamente.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Disse-me-disse politiquês



O que mais existe neste período que antecede as convenções eleitorais é burburinho, conversê, disse-me-disse e fofoca. E não são cumadres de ponta de esquina que exercem esse direito cotidianamente, são senhores de idade, pais de família, barbados de terno e vacinados, que vivem disso. Apenas a apuração e a investigação podem dar a luz da verdade às informações que são disseminadas nas redes sociais, sites e blogues políticos. Tudo tem um objetivo, uma meta, ou melhor, um alvo.

Plantar informações faz parte do jogo, está no manual de estratégias políticas. Blefes são comuns, insinuar alianças, birras, brigas, insatisfações, vale de um tudo, até furar olho. "Você soube que fulano de tal conversou com sicrano e ele disse que você era feio, ele falou de você, disse isso, aquilo e aquilo outro; além de ter prometido aquilo". O nível da conversa é por aí. É necessário fazer cara de paisagem e balançar a cabeça constantemente, só para dizer que está atento ao que estão te passando. Ignorar? Nunca...em política, onde há fumaça, pode haver fogo, sim - ou não!

Tudo é manipulado e volúvel. Reuniões que demonstram intimidade, bom enlace, boa conversa, pode enganar e levar a caminhos desconhecidos. Colegas da imprensa vivem disso, é comum, não é reprovável não, é habitual, natural. Todos servimos a um senhor...e nesta seara não é o povo, o cidadão, que está na mente dos escribas. Bola pra frente e pode ler nas entrelinhas os interesses que são defendidos. As informações passadas são pegadas, rastros que ditam os donos das informações repassadas.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

O Sertão e o anjo


Pena que não tinha, na noite do último sábado, uma câmera fotográfica potente para registrar o luar que vi no céu do município de Canapi, Alto Sertão de Alagoas. Acompanhando mais um evento político, estive no Sítio Campo Grande. Só para situar o leitor, o único trecho não asfaltado da extensa BR 316 corta o 'triângulo das bermudas' do Semi-Árido Caeté. Moradores e frequentadores dos municípios de Canapi, Inhapi e Mata Grande sofrem noite e dia com a poeira da rodovia federal.

E foi em meio a esta poeirada sem fim chegamos ao pequeno povoado. Local de difícil acesso, cortando fazendas e sítios menores, uma ruma de políticos conseguiu lá chegar para contar as boas novas do governo federal e municipal. Porém, o que vim aqui contar nada tem com isso. Mais uma vez, a representação de Deus apareceu para mim. Deixa dizer.

Logo ao chegar no povoado, como uma boa equipe avançada sabe atuar, fomos conversar com os nativos e confirmar se ali era mesmo o local para a referida pauta. Confirmada a agenda, eu e meu repórter fotográfico, Fernando Roberts, encontramos de cara - e casualmente - a secretária de Assistência Social de Canapi, srª Rita Tenório. Senhora de boa apresentação, animada, acolhedora e de riso fácil, assim a descrevi de primeira.

Ao lado da distinta srª, conheci a assessora de comunicação do prefeito canapiense, Roberta Sampaio. Bem, conversa vai, papo vem, o evento começa, porém seu fim traz o início de meu tormento. Por uma falha de comunicação, eu e meu repórter acabamos ficando pra trás da comitiva. O comboio foi-se sem nós. Ficamos então literalmente 'no mato sem cachorro', neste caso, sem locomoção. Zanzamos pelo povoado, quase esvaziado de gente, órfãos, até que......olho para o lado e vejo a caminhonete de dona Rita saindo do local. Minha salvação!!!! Clamei por Roberta.

Imagine você, um estranho te para, pede carona, você cede e o leva para ele mais necessitava. Assim ocorreu! Dona Rita não iria para lugar nenhum após aquele evento político, mas se prontificou em nos conduzir a um lugar seguro. Constrangido por meu vacilo, fiquei observando aquele céu estrelado que tanto amo. Gente, vivemos em tempos de quase guerra civil, ficaríamos a esmo num local afastado da civilização, sem comunicação e pior, sem dinheiro - pela primeira vez, deixei minha carteira na mochila, que estava em nosso carro. Quase entrei em parafuso.

Deixando de lado o problema, o céu estrelado me teletransportou para outro lugar, fui onde a imaginação - ou a saudade - me leva. Calo-me e entro dentro de mim. Fico apenas olhando para aquele horizonte negro, porém iluminado por uma lua distante, mas de tão branca e reluzente, ela acaba disputando com as estrelas a nossa atenção. Uma briga boa sem dúvida.

Meu Sertão amado, já já estarei de volta, entretanto ainda mais ligado e com a mesma paixão por esta terra. À dona Rita...minha eterna gratidão!!!!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A política na tela e os políticos de olho nela


A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Ambos acabam se confundindo, copiando-se simultaneamente. As séries de TV estão se especializando em reproduzir a vida cotidiana e, claro, como parte da estrutura social, o dia a dia dos políticos. Suas manias, trejeitos e costumes estão na tela. Sim, pasmem, políticos acompanham o que rola na TV e como qualquer cidadão têm suas preferências. O seriado recordista da preferência dos nossos representantes é o americano House of Cards.

O portal R7 e uma edição do mês passado do jornal Correio Braziliense divulgaram um levantamento sobre os seriados televisivos que detém a audiência dos poderosos. Salvando as comparações e diferenças políticas, como também de estrutura de sistema, os seriados americanos dispõem da atenção de nossos políticos por tudo que lá eles fazem em busca do poder. Como o Game of Thrones, que não é uma série sobre a política comum, porém, fala da ânsia pelo poder, disputa familiar por ascensão, além de tramas, artimanhas, estratégias para se chegar ao topo a todo custo. Game of Thrones, da HBO, é a série preferida de nossa presidente Dilma Rousseff - e de seu vice Michel Temer, segundo o jornal da capital federal. Sem comparações, gente, por favor.

Aos que não conhecem, House of Cards se passa fantasiosamente em Washington D.C. - capital norte-americana. Lá, o parlamentar Frank Underwood, vivido pelo astro Kevin Spacey, faz de um tudo para ascender politicamente: corrompe, mente, articula, todo tipo de jogo sujo é apicado para sair sempre na vantagem. Num mundo difícil - e nebuloso - como o da politica brasileira, a inspiração no personagem de Spacey vem bem ao caso. Infelizmente, apesar dos políticos tupiniquins comentarem que há um pouco de exagero no toque maquiavélico do enredo, há semelhanças diversas no que vemos lá e aqui. Claro, há políticos e políticos, existe pessoal com a boa vontade de fazer bem e melhor, não é maioria, mas existem.

Outro fã de House of Cards é o presidente da Câmara dos Deputados,o potiguar Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN). Outra prova, citada pelo R7, de que Frank Underwood está na cabeça de nossos políticos é a capa da revista IstoÉ, que ao materializar a postura do deputado federal carioca Eduardo Cunha, em criticar o Governo Dilma, no mês passado, ilustrou o parlamentar com a pose do personagem americano.

A política ainda esteve retratada na telinha entre 1999 a 2006 por meio do seriado West Wing. O experiente ator Martin Seen dá vida a um presidente democrata. O ex-senador Romero Jucá falou a reportagem do Correio que estes tipos de seriado representam a novela da vida comum para eles. Saber se eles se espelham ou não nas práticas apresentadas nas séries é uma incógnita. Nicolau Maquiavel que o diga; ele deve pedir royalties constantemente diretamente do céu - ou do inferno - pelas ações dos profissionais da política exercidas atualmente.

Produção nacional que igualmente deu mídia a política foi 'O Brado Retumbante', de 2012. Produzido pela Globo, o seriado mostrou como um deputado federal chega a ser presidente da República por uma casualidade, entretanto, o jogo político o força a mudar de vida e comportamento em nome do poder.

O presidente norte-americano Barack Obama é fã da série Homeland, da Fox. Um soldado ianque é resgatado no Oriente Médio e volta para casa, chegando a ocupar a Vice-Presidência dos Estados Unidos, porém ele está à serviço da Al Quaeda, ai ai ai...problema!!!!!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Amizade pela metade? Tô fora!!!!


Ninguém curte metade. Somos gulosos. Precisamos de tudo por inteiro, completo, nada faltando ou em prestações. Doses homeopáticas são cruéis, deixam uma agonia infinita e nada boa. Este início de post fez você pensar em inúmeros objetos, ações, sonhos, desejos. Intermináveis sentidos que podem ter outras conotações igualmente sem desfecho. Refiro-me - pelo menos hoje - a amizade. Isso mesmo, amizade pela metade. Como é? Como ela acontece? Pois bem, vamos lá.

Todos temos nossas preferências. Aquelas pessoas que gostamos de ficar por horas e horas de papo, geralmente confidentes, companheiros de aventuras, gente que nos conhece até pelo avesso, sabe tudo, elas são as mais perigosas: são as que mais podem te magoar. É mais ou menos aquele lance de 'pior amigo é um ex-amigo'. Ô se dói! Facas penetrando lenta e friamente em nosso peito costumam provocar menos dor.

Este pessoal, que devotadamente depositamos nosso amor, afeto, carinho, atenção, não te dá garantias que a via de sentimentos tem mão-dupla. Eles não obrigatoriamente também te acham legal e dignos de confiança ou entendem-nos como melhores amigos deles. É uma cadeia simples de se entender: 'seu melhor amigo tem o melhor amigo dele, que não necessariamente é você, e por tabela o dele pode ser outro'...e assim vai.

Ora, frustração é quase certa. Justamente por esperarmos sempre destes amigos do peito algo além, um tempo maior, uma atenção mais apurada. Sobram o ciúme, a ira e a decepção. Lá vamos nós então em busca do amigo-perdido, outro qualquer então, que possa ocupar aquela lacuna. Nos aventuramos em turmas alheias, forçamos a barra certas vezes, apostamos em terceiros, recorremos ao Twitter, Face, Insta, Whats...tudo por um pouco de boa conversa e um olhar mais atento a nossa pessoa.

Ô gente, vamos cair na real, vou passar um papo reto. Sejam atenciosos aqueles que verdadeiramente demonstrem gostar de ti. Percebam quem te protege, quem ali sempre está, aquele que a todo tempo te ampara, te atende, te compreende, te ouve, chora, reza, joga e ri contigo. Só é ter cuidado com as falsidades e interesseiros, o tempo os revelam, simples assim. Não aceite amigo pela metade, ou é ou não é! Não há meio termo. Não permita que lá na frente, num futuro próximo você se pergunte: "Por onde andará fulano?".

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Clamamos por verdade




Quando se fala nos 50 anos do Golpe Militar remetemos a uma gama infinita de assuntos que clamam por elucidação desta lacuna histórica de informações sobre os anos repressivos. Esta é a função da Comissão Nacional da Verdade, como também das comissões estaduais com este mesmo intuito. Fruto de uma apuração séria e comprometida, a Comissão Nacional da Verdade achou um dos grandes algozes do regime. Claudio Guerra, delegado de Polícia responsável pelo desaparecimento de centenas de corpos de revolucionários. Ele vive atualmente em Vitória, no Espírito Santo.

O canal GNT levou ao ar na noite da terça-feira, 1º de abril, um documentário esplêndido ilustrando a busca por redenção do ex-anjo da morte, Claudio Guerra. Com o livro Memórias de uma Guerra Suja, o ex-agente da repressão mostra como atuava e servia ao regime militar. Guerra era responsável pelo treinamento e criação de grupos paramilitares para identificar, caçar e matar agentes da resistência.

Após ser condenado a 42 anos de prisão por outros crimes, não pelas atrocidades cometidas entre 1961 e 1985, Claudio Guerra, no cárcere, 'encontrou Jesus' e se diz arrependido do passado sanguinário. Bem, tirem suas próprias conclusões. Porém, uma informação do documentário me chamou a atenção: que os grupos secretos paramilitares de execução ainda existem; são deles que Guerra têm medo.

O ex-delegado já prestou depoimento na Comissão Nacional da Verdade, porém o teor dele será conhecido apenas na segunda metade deste segundo semestre. Em Alagoas, a Comissão da Verdade segue pegando depoimentos, mas a mídia local não dá valor, não noticia, talvez por não conhecer a importância desta apuração, visto que os profissionais em atuação não conhecem o peso deste tema. Gente, é um alento para famílias inteiras conhecer um passado esquecido. Entes queridos jamais encontrados por pais, filhos e afins. É uma violência sem tamanho. A ditadura foi um fato histórico marcante por demais para nosso modo de vida hoje.

Para as famílias alagoanas, a Comissão pretende desvendar o que aconteceu com Jayme Miranda e Manoel Lisboa, por exemplo, isto citando apenas os mais conhecidos. Os restos mortais de Lisboa já estão localizados e foram devidamente devolvidos a família. A verdade sobre os restos mortais do jornalista alagoano Jayme Miranda ainda está sendo investigado. O sargento Marivaldo Chaves informou, em entrevista à Veja, disse que Miranda foi torturado, morto e seu corpo foi esquartejado, jogado em seguida no Rio Avaré, em São Paulo.

Nossa imprensa, neste sentido me envergonha, pois não está alinhada com a mídia de outros estados que estão a todo vapor de olho neste estudo. Lamentável! Alagoas fica numa ilha histórica. Quando fui editor do caderno de Política, do jornal Tribuna Independente - Maceió/AL -, dava com muito prazer este espaço e contribuição para a história brasileira.

Espero agora que as comissões da Verdade provoquem a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que também fechou os olhos para a ditadura. Hoje, a Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu desculpas pelo apoio ao Golpe. Novidades vêm por aí.... 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Tem gente que sente falta...



Nesta mesma data, há uns 50 anos, estávamos vivendo um momento de exceção. Tempos de chumbo, inimagináveis para quem nasceu de 1985 pra cá. Sou da geração de 1980, tudo bem, mas nem minha curiosidade, minha leitura, filmes ou demais relatos podem dar a noção exata do que o país viveu por 21 anos com os militares no poder. Daí vem meu interesse. Tudo aquilo que não é fácil, me atiça e me provoca a buscar sempre mais informação.

Mas meu post de hoje é para lamentar o óbvio. Muitos do que viveram sua juventude ou idade adulta durante a ditadura sentem falta daqueles dias negros. Sim, pasmem! E gente comum, que anda nas ruas, livres e soltas, vão ao cinema, enfrentam fila e tudo mais. E foi justamente em uma fila de uma casa lotérica que uma jornalista amiga - Andrezza Tavares, repórter de Política do jornal Tribuna Independente, de Maceió/AL - relatou ao retornar a redação.

Ao tentar pagar um boleto bancário, a jornalista foi obrigada a ouvir um senhor de idade a esbravejar reclames mil contra a democracia no Brasil, em uma fila cumprida da casa. O cidadão estava revoltado com a demora na fila e soltava: "Na época da ditadura não tinha isso. Era outra coisa". A colega não soube explicar na verdade qual a causa da cólera do ancião, mas nada pode justificar tamanha blasfêmia.

A manifestação do senhor desconhecido deve ser recorrente em diversos rincões e capitais brasileiras. Muita gente ainda deve sentir falta daquele clima de tensão extrema e terror. Não existia essa liberdade de andar por aí, simples assim. Falar? Necas; omitir opinião? Vestir diferente? Jamais!!! Não é história ou lorota da imprensa, exagero ou algo assim. Tudo era proibido mesmo. De certo em alguns locais sentia-se mais os efeitos da repressão. Há poucos relatos, por exemplo, de protestos e caçadas, perseguições em solo alagoano.

E ainda há pessoas que negam o ocorrido, como o historiador Marco Antonio Villa. Calmaê! Vi que muitos rotularam logo Villa de tucano, serrista. Bem, aí já denota uma crítica partidária, que não vem ao caso. Os argumentos do historiador se limitam a dizer que o Brasil apenas ficou por anos com um governo não eleito pelo povo, e só!!!! Avááááááá....com todo respeito. Mas como estamos, graças a Deus, em dias de 'paz' e democracia ele pode dizer o que bem entender, resta a saber se vamos aceitar ou não.

Tenho certeza que diferentemente deste senhor da casa lotérica, apesar de não ter vivido nos tempos de chumbo, não sinto falta alguma deste tipo de regime. Eu não vivi, ok, ok, ok, mas não me orgulho de ter na história de meu país uma mancha como tal. Torturas, mortes, corpos jamais encontrados, violações dos direitos humanos, políticos e civis, cassação de mandatos eletivos, enfim. Tudo em nome do Estado, tudo contra uma possível 'invasão' comunista no Brasil. Ora essa!!! Graças ao apoio do governo ianque ficamos nas trevas por 21 anos.

Um preço alto o Brasil pagou entre 1964 até 1985 para se livrar de um regime comunista. Fontes contam que guerrilheiros comunistas tinham planos para invadir o Brasil, transformando a nossa terrinha em uma segunda Cuba. A visita de Che Guevara, a ascensão de Fidel Castro em Havana, uma possível queda do presidente João Goulart pelo lado vermelho do planeta, todos estes eram argumentos apresentados em prol do Golpe Cívico-Militar. Cívico por que o mandato presidencial foi cassado ainda com Jango no Brasil. Militar, já sabem, com o derretimento do Estado Democrático de Direito por parte das forças militares.

Como reza a cartilha do jornalismo, não poderia dar apenas o lado revolucionário. O modelo econômico utilizado pelos presidentes verde-oliva foi responsável por uma modernização conservadora, que desenvolveu as cidades em detrimento a concentração de renda e exclusão da classe operária, provocando a conhecida favelização, mas uma modernização da nossa indústria e amadurecimento de nossa economia. Vale lembrar que até a Igreja Católica era a favor do regime, assim como parte das classes A e B, que temiam os revolucionários.

O debate é longo e muito legal. Amanhã tem mais, prometo. Mesmo assim não sinto falta alguma da ditadura.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Espionagem política de nossos dias


Quando se fala em espionagem vem logo na cabeça a imagem de James Bond. O histórico personagem da Ian Flemming habita o imaginário popular quando o assunto é fuçar os segredos alheios. Só que quando se trata de política, não é necessário ter aquele olhar fulminante e sedutor, habilidade com armas e força nas pernas para pular de explosões em sequência. Tudo bem que uma boa lábia e saber ser invisível são qualidades imprescindíveis.

O que quero dizer com isso é que a espionagem política existe e é utilizada frequentemente por ambos os lados - seja oposição ou situação - e está por aí. Conhecer bem as pessoas é fundamental. Reconhecer rostos, funções, histórias de vida e relações pessoais, familiares e até amorosas são armas que podem ser úteis ao bom espião político.

Seja discreto. Fale com pessoas, seja articulado, penetre no evento político - se for o caso - sem ser percebido, entretanto se mostre envolvido de alguma forma, membro do grupo para não chamar a atenção negativamente. Caso contrário será convidado a se retirar por seguranças fortões.

Em filmes de ação, quais as profissões mais frequentemente usadas pelos infiltrados: repórter e garçom. É fichinha, na lata. Não tem erro!! Bem, como você não tem estrutura para se infiltrar no buffet da solenidade trate de arranjar - ou falsificar - um crachá de alguma rádio dos confins do Judas ou de um site pouco conhecido. Vale também jornais de outros Estados, mas cuidado com o questionamento: "Mas o que vocês querem com as eleições daqui?" Fique atento e responda convincentemente.

O bom espião sabe filtrar informações e identifica no ato a hora de sair sem ser percebido. As informações conseguidas vão servir para construir estratégias de contraponto. O contra-ataque é feito com dados de encontros desta natureza, sem dúvida. Salvando, claro, informações de 'aliados' que acabam mudando de time com o jogo em andamento. Não é incomum, traidores em politica se encontram aos montes. Esteja preparado, mas cuidado com este tipo de informação, pois pode ser algo plantado com segundas, terceiras e até quartas intenções.

E ainda tem os dossiês que são feitos nas redações de jornais com um robusto clipping da vida pregressa do alvo. Agora com a quantidade enorme de sites noticiosos, esse aparato informativo negativo é um perigo.

Nessa vida louca o jornalismo já me levou a situações assim. Já me infiltrei em eventos políticos de adversários e até entrei em órgãos oficiais com falsas intenções, que não cabem aqui comentar. É uma adrenalina gostosa. Causa uma tensão é bem verdade, porém, não podemos perder o foco, é pegar a informação e sair de fininho. É uma das vantagens de ser 'invisível' e conhecer muita gente sem ser conhecido. O resto a experiência mostra....

Outra coisa, em tempos de celulares, smartphones, tablets, enfim. Tudo isso pode ser clonado e devidamente grampeado. Cuidado, eu mesmo tive que me desfazer de telefones após campanhas politicas. Muito cuidado.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Necessária e libertadora


A verdade é absoluta e incontestável. Ela aparece sem pedir licença. Não tem hora, dia ou local. Irrefutável, ela destrói vidas, planos, caminhos, mas corrige injustiças e dá aos justos a luz que cada um merece ter. Imprescindível! Vital para todos aqueles que vivem sob a luz da realidade e justiça. Não adianta tapar o sol com a peneira ou confiar no silêncio alheio; de um modo ou de outro, os fatos são comprovados, as mentiras caem e o imponderável se apresenta seco e duro. Ela ressuscita.

É através desta verdade, que contra ela não há argumentos, que conhecemos as pessoas sem máscaras, sem convenções sociais ou filtros. A tememos e muito. Ela não deixa esconder o segredo mais sórdido, a palavra não dita, o olhar desviado, aquilo que foi ocultado ou negado por infinitas vezes. As cortinas se abrem e ficamos nus.

Pode esperar. A dúvida mais profunda sempre vai se revelar, mentira ou não. Paciência, ela chega dos modos mais inesperados e improváveis, não tem jeito, gente. Não se escapa da justiça divina. A lâmina fria e inquebrável da verdade corta nossa carne sem olhar idade, crença, classe social ou condição financeira; não há sexo, profissão, ou tema que drible.

Ela não se debate, por mais que a antropologia afirme com todo o embasamento legal que cada etnia, cultura ou até mesmo pessoa, tem uma verdade sua. Nossa bagagem cultural realmente comprova isso. Para alguns povos africanos extirpar o hímen feminino é comum, apesar de violento e desumano. Poligamia é aceitável em culturas árabes. É a verdade deles e ponto final, sem arestas.

Mas quando tratamos de gente, pessoas, quando conhecemos realmente como elas são não há gueri-gueri. Imaginamos certas pessoas como anjos ou demônios. Fatos levam a rotularmos e assim criamos as imagens, personificamos nelas verdadeiras definições do bem ou do mal. "Fulano é do bem demais; Sicrano é o diabo em forma de gente"...são intermináveis os conceitos sobre A, B ou C, pois deles acumulamos experiências, histórias, convivências, depoimentos. Tudo contribui para a construção deste perfil. As fontes são importantes? Sim, verdadeiras ou não.

Ao nos depararmos com a verdade sobre estas pessoas ou nos chocamos ou apenas liberamos o "eu já sabia". Por mais doloroso que seja, a verdade vem como um bálsamo para aliviarmos, tira de nós um peso colossal da dúvida ou desconfiança. Revela-nos a face horrenda da mentira disfarçada de curta verdade, ou simplesmente nos dá o alento da verdade absoluta diante do que já achávamos sobre tal.

Por fim, a verdade sempre se faz necessária para recolhermos os caquinhos de nosso coração, enxugar nossas lágrimas, além de fazer-nos refletir sobre nossas futuras decisões e atitudes. Que venha a verdade. Dela quero beber e me inebriar não importa a que custo. Por favor, garçom, dois dedos de verdade com um pouco gelo, urgentemente.

terça-feira, 11 de março de 2014

Onde nasce a informação?


Quem pauta quem? Em um passado não muito distante, era nas ondas do rádio que o processo jornalístico começava. Era o rádio que pautava Deus e o mundo diminuto das redações. Ninguém saia de suas cadeiras nos jornais e emissoras de Televisão sem se sintonizar na produção radiofônica. A situação mudou um pouco.

O imediatismo do rádio ainda é inegável, nem se compara. Mas a velocidade em que os fatos acontecem ultrapassa o senso do supersônico. Os sites noticiosos se aproximam mais deste poder, porém no meu entendimento, já tomou esse trono. Os radialistas já bebem desta fonte. Lêem as notícias reproduzidas pelos sites numa boa, sem constrangimento algum. Alguns dão devidamente o crédito e prestigiam - ou lavam as mãos - pela informação reproduzida. Claro, por favor, ninguém toma do 'Ao Vivo' o ineditismo.

É bem mais fácil copiar do que criar, pensar, produzir. Nesta briga de titãs do jornalismo, os jornais e as emissoras de TV ficam realmente na rabeta da produção jornalística. Não são o nascedouro e sim a foz. Sem demérito. Podem até contar a história de modo mais claro e com mais artifícios.

Ah tá, a figura dos pauteiros/produtores. Eita que função ingrata! Eles pensam, imaginam como a informação pode chegar ao cidadão. Sou fã! Poucos lembram dos pauteiros, as vedetes são sempre os repórteres. É o nome deles que aparece no produto final. Alguns veículos de comunicação impressos dão nome e sobrenome dos produtores e até editores de texto, assim como acontece na TV. Ora, nada mais justo. Admiro quem pensa.

Durante quatro anos que passei por uma redação de impresso, três como editor de caderno de Política, fiz de um tudo para inverter esse papel. Criei no jornal uma fonte de pautas. Como eu lia diariamente os diários oficiais da Justiça comum e Eleitoral, como também do Tribunal de Contas e dos governo municipal e estadual perdi as contas de quantos casos noticiei, dando assim o tão almejado 'furo jornalístico'. Poucos percebiam, ou admitiam, essa vantagem da Tribuna aqui em Alagoas. Muitos torciam o nariz e pensavam até que era articulação minha com as assessorias. Tolice!!!

Pelo desconhecimento do mundo jurídico e também por preguiça, muitos colegas não gostam de ler os boletins judiciais, imaginem do Município ou Governo. Lamentável, pois ficamos a mercê de um jornalismo monótono e pouco prestativo, onde é reproduzido apenas o mais do mesmo e informações rápidas, sem apuração ou profundidade. Onde iremos chegar? Bem, seremos pautados apenas pelas assessorias. E o pior, ainda tem jornalista que se diz assessor e tem horário para ser assessor...ai ai ai ai.....eita jornalismozinho sem vergonha; porém, este é assunto para outro post.

sábado, 8 de março de 2014

Ôôô dorzinha miserável


O que é a saudade? Quem nunca a sentiu? Fico sem entender como apenas na língua portuguesa esse sentimento tão forte está registrado. Será que o britânico não sente falta de uma música, ou será que o japonês não tem aquele vazio no peito deixado por quem já não mais está ali perto? Creio que eles têm dentro de si aquele peso, se tem nome ou não, pouco importa.

Uma pessoa querida que se foi, um lugar, um tempo gostoso de nosso passado recente ou mais pretérito. Uma canção nos transporta para tal lugar, evento ou situação. Um cheiro, um aroma nos faz lembrar do que tentamos fugir por algum motivo. Ou pura e simplesmente, o tempo levou de nós para nunca mais aquela sensação de alívio de estarmos com tal pessoa, por exemplo. Uma foto, registro tácito daquilo que vivemos e não mais se repetirá. Lástima, azar para nós que lamentamos dia após dia daquilo que perdemos.

Tem gente que tem saudades do cheiro, do jeito, do olhar, do toque, dos beijos. Saudade da presença ou até da ausência consentida, pois ela tem hora para acabar. O que insiste em não passar é a dor infinita dessa bendita saudade. Ela te rasga por dentro e espreme de nossos olhos as lágrimas mais contidas. Ela nos deixa zonzos de dor, atônitos e inertes para tudo. O mundo para, deixa de existir quando estamos revivendo - dentro de nós - instantes que não temos mais. Momentos, histórias, sorrisos, lágrimas compartilhadas e jamais esquecidas.

É o puro sentimento de perda, falta, ausência, amor pelo que se deixou para trás. Apesar da origem latina da palavra - solitas, solitatis, relacionado a saúde ou saudar - foram os portugueses que difundiram o referido banzo. Ao colonizarem a Terra de Vera Cruz, os patrícios narravam a saudade da terrinha de além-mar. Era uma melancolia braba..affff....imaginem só um oceano de distância. O que não é diferente de hoje, onde mesmo com celulares, redes sociais e todo esse aparato tecnológico não mata a tristeza dos saudosos.

Ô malvada distância, atroz orgulho, tempo cruel. Vocês só fazem aumentar meu pranto. Heróis são aqueles que resistem a ti saudade. Arrojados são aqueles que te jogam pro lado e tratam de acabar contigo. Os melancólicos, como eu, apenas sentem, chegam até a curtir, pois sabemos nós que se existe saudade é porque algo de bom ficou, respeitemos. Portanto, sinta saudade, mas se quiser acabar com ela, corra atrás ou se acostume a conviver com ela.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Coitado do português



O Caminhos de Minutos nunca foi lá um recordista de acessos, nem essa é sua missão; porém, seu retorno tem sido gratificante. Leitores têm me procurado para agradecer pela volta deste espaço, para a minha surpresa, lógico. Aqui converso, arengo, emito minha opinião e escrevo algumas bobagens que entendo como relevantes para alguém por aí.

Cinema, viagens, política, comportamento, crítica; não se trata de uma revista ou algo do gênero. Nada disso. Porém, venho agora criticar minha categoria. Em papo informal com um colega jornalista chegamos a constatação lamentável que não há um registro autêntico, isento e, fundamentalmente, bem escrito sobre o meio jornalístico alagoano.

Seja um blog, um perfil no Facebook, algo que aproxime ou apenas conte histórias do jornalismo caeté. Se seria um bestiário da imprensa como há por aí? Bem, não sei. Porque seria um bestiário? Ora, gente, temos profissionais da mais alta qualidade. Gente bem capacitada, mas em contraponto, há colegas que deixam muito a desejar. E a decepção é em todos os sentidos, desde o simples trato com o língua pátria - concordância verbonominal, artigos, plural, singular, vocabulário pobre, para não dizer medíocre - até a falta de criatividade e desenvoltura em pautas e por tabela, nos textos por fim.

É triste só ver nos sites noticiosos a reprodução exata de releases que se transformam em matérias por um passe de mágica. Não há apuração. Prevalece o 'disse-me-disse', o 'ouvi dizer' ou ainda o 'fulano falou'. Ora, gente, tratamos com vidas, com gente, pessoas, leitores que pensam e sabem discernir o certo e o direcionado. Não há mais tolos.

Basta ler obras literárias ou até bulas de remédios para se obter uma carga textual básica, cronologia de pensamento; ideia até! Não é tão difícil, juro. Há quatro anos escrevi um texto semelhante, criticando os erros ortográficos primários oriundos dos dedinhos de jornalistas que passaram pelas cadeiras da academia. Como era esperado, fui criticado. Bobagem. Não ligo. Prefiro enfiar o dedo na ferida e provocar os profissionais para que eles percebam sua importância social.

Reza a lenda que o experiente jornalista alagoano Márcio Canuto, da Globo São Paulo, ainda como editor do jornal Gazeta de Alagoas, pedia para o auxiliar de serviços gerais da época ouvir seus textos para saber se o conteúdo ficou compreensível. Ótimo! Exemplo a ser seguido. Ahhhh se todos assim fizessem; estaríamos salvos.

Seria uma verdadeira boia salva-vidas para o português. Não venham com a velha desculpa da pressa, nem com aquela outra de que não tem editor de texto - o profissional - para corrigir. Por isso que até contesto alguns prêmios jornalísticos distribuídos a torta e à direita. Aí é como digo, 'vemos o jornalista de verdade, o repórter autêntico e com texto final sem alguém para revisar seu texto'. Pena que em Alagoas poucos podem se gabar deste status.

Quem não se recorda do 'Imprensa que é bom'. Perfil no Twitter que direcionava mesmo os erros da mídia alagoana, entretanto com muito bom humor. Precisamos sim de uma obra que registre nosso dia a dia, nossa labuta árdua, os obstáculos. Chefes acéfalos, burros e sem conhecimento mesmo, repórteres sem conhecimento, assessores que privilegiam meio A ou B, jornalistas que joguem charme para conseguir vantagem - para não dizer outra coisa -, guerra por celulares e computadores de boa qualidade - quando tem. Enfim, não matamos um leão por dia, enfrentamos um zoológico inteiro.

Não estou jogando pedras, nem afirmando que sou o maioral, por favor, gente, sem baixaria. É apenas mais um alerta para se capacitarem, abrirem o olho, que sejam mais preocupados com seu material jornalístico, 'penteiem' mesmo, alisem, cuidem, zelem por seus textos, procurem mesmo um dicionário, o que há de mal? A sociedade agradece (novamente)...

sábado, 1 de março de 2014

Carnaval? Não, obrigado



Ai, ai, ai, ai....o bom e velho Carnaval. Para muitos, a Folia de Momo começou ontem e a animação prossegue nos próximos dias até, quem sabe, a Quarta-feira de Cinzas. Para alguns mesmo, pois nem todo brasileiro curte a muvuca que se estabelece, admito sou um deles. Nunca fui um folião exemplar. Por ser mais reservado prefiro a tranquilidade de uma boa cama, filmes, livros, praias desertas - mais difícil - tudo longe das multidões sedentas por uma lata batendo. Nada contra, claro; cada um com sua opção de diversão.

Este ano não será diferente. Meu novo trabalho exige que fique em stand by para possíveis acionamentos. Não pensem que achei ruim não, claro, a minha esposa sim, óbvio, pois pode ficar sem mim por algum tempo. Porém, prefiro estar com a mente ocupada, correndo pelo Estado a fora por informação.

Alguns que me conhecem pode até terem histórias comigo de carnavais passados. As tive. Algumas cômicas, bebedeiras homéricas, viagens, decepções amorosas, claro, quem nunca teve? É quando as leis são revogadas, a folia vira condição social e onde os corpos se permitem mais facilmente. Tudo está propício a novos relacionamentos, histórias começam, outras terminam e tudo por um período de quatro dias de abolição do seu modo de viver cotidiano. Você literalmente vira outra pessoa e faz coisas que jamais faria em outras datas.

Parece até que vivemos em uma nova sociedade, onde paredões de som pipocam nas ruas, o beijar na boca toma o espaço do aperto de mão, permanecer bêbado é perfil básico; horários de café, almoço e janta são abolidos. Tudo, mas tudo mesmo por esta festa que insandece meio país.

É bom, é lindo, gera milhões de reais, assim como bebês de novembro e dezembro, o Carnaval é assim. Entre ressacas físicas e morais, prefiro minha cama, meu espaço, minha paz, meu trabalho. Lembremos, estamos em ano eleitoral e eu serei bem requisitado este ano, disso eu sei. Por fim, quem for pra folia, cuidado, vá com calma, existem outros dias no ano, curta, aproveite, mas.....deixa pra lá...você não vai se lembrar mesmo depois do Carnaval.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Pensa bem antes de falar



A hora e o lugar certo para falar. Poucos têm essa habilidade de saber dosar emoção e palavras. Elas são como flechas e não voltam. Essa é bendita inteligência emocional que tanto se fala, segredo do sucesso de grandes líderes. Não é fácil compreender, analisar e escolher os verbetes certos para disparar em momentos de alta tensão. Em instantes, o oxigênio falta no tutano e o raciocínio se vai.

O remédio para acabar com isso é aquela boa e velha respirada bem fundo, outros podem rotular como aquela 'pegada de ar' - como chamamos aqui no Nordeste. Outros se utilizam do rodeio de palavras, tangiversam por outros assuntos para só a partir daí responder, resolver, intervir na situação em questão. É bem melhor!!!

Geralmente se fala muita bobagem, pessoas 'estouram', vomitam declarações que vão atormentá-te pro resto da vida. Ô vida!!! Calma, pessoal. O blogueiro aqui que vos escreve tem dentro de si ambos os temperamentos. Será que isso faz de mim um bipolar? Não sei, confesso.

Por onde passei galguei e consegui subir em cargos e posições por minha liderança. Não, não, sem falsa modéstia. Sempre comecei de baixo e ascendi com dedicação, empenho e liderança. Por outro lado, mais novo, fui sim explosivo. Falava muito o que vinha a cabeça. Temperamental ao extremo. Passional. Aprendi com a dor. Como mulher de malandro apanhei muito para aprender como e quando agir. E ainda estou aprendendo, claro.

Respira, acalma-te, organiza as ideias e nunca, nunca, bata de frente, evite o embate. Como também não fale o que todo mundo quer ouvir, seja você, seja forte, pontual, maleável e preciso. Mas nada de ser o 'sabichão', saber de tudo afasta as pessoas, esteja sempre aberto a ouvir, aprender e apanhar também, por que não?

'Homens bomba', pela essência da expressão, tem vida curta; portanto, na vida profissional e pessoal também, seja mais conciliador, saiba escolher o momento exato para se pronunciar, deixa o cérebro se oxigenar e assim você ganha consistência e notoriedade para opinar. Dê o tempo certo, devido e salutar para ver a situação de modo geral. Escolha bem as palavras, pois o poder delas é devastador.

Por fim, para pirar nosso cabeção entenda que sua pontuação bem pensada, embasada, refletida, não vai agradar a todo mundo. Sempre terá alguém para se opor a ti. Graças a Deus....viva a democracia! Esteja pronto.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

No mar azul



Você olha de um lado só vê água, no outro também; para cima, o azul clarinho do céu; e aos seus pés, o azul escuro do mar. Situação meio desesperadora, certo? Errado! Cenário perfeito para pensar, refletir, fugir do sufocante cotidiano. Curioso e paradoxal você utilizar um espaço irrespirável humanamente falando para fugir do dia a dia que tira seu ar, sua paciência, ou pior seu ânimo de viver.

Foi lá embaixo, nos confins do mar que aprendi a ter mais paciência, olhar de um modo mais amplo - se isso não rolar lá embaixo um peixe maior que você te pega, ou te dá um baita susto. Melhor, o mergulho me deu algo além do respira, prende, solta, enfim, conheci outro mundo.

O cenário azul que nos é apresentado quando colocamos o cilindro é um absurdo de beleza. As cores mais vivas, as formas de vida, como tudo é mais lento, mais vagaroso e sem pressa. Pôxa, que exemplo! Pra quê tanta agonia, correria, pois quando você submerge lá está aquele mundo azul de braços abertos pra ti.

O mergulho me fez respirar mais diante dos problemas, enxergar que aquilo não é o fim do mundo. É lá que penso melhor em meu viver, nas minhas ações, em minhas decisões, repenso, repasso. Graças a este mar, tão maravilhoso e intenso que nos últimos meses de grandes frustrações, me fez manter o foco num amanhã bem melhor. Obrigado, mar!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A paz que eu quero pra mim

O que é a paz para você, caro leitor? Para muitos é uma praia deserta, para outros é ler um bom livro sem interrupções. É fazer planos sem ter com o que se preocupar. Coração tranquilo, sem aperreios, olhar sereno, sorriso leve, meio que permanente no rosto. As variações de paz são abundantes e que bom que assim funciona.

Para muitos a paz só é alcançada na eternidade, bem além desses anos que vivemos aqui neste plano. Para mim, ter paz é poder andar sem mágoas, sem histórias inacabadas, sem inimigos, enfim. Fato esse quase impossível. Já fui muito intempestivo, ninguém me rebaixa, pouco político e isso faz inimizades brotarem aos montes. Sinto por ser assim, mas nada posso fazer. Ou posso? Posso sim...odeio aquelas mensagens interpretadas de modo equivocado. Gestos e palavras mal compreendidas derrubam em suas costas um fardo enorme. A dor daquilo que você não quis cometer ou o fez por outro motivo.

Ontem, fiz uma breve avaliação dos inimigos que acumulei. Não só dos desafetos, mas dos amigos que ficaram pelo caminho. Pessoas queridas, que de certo gostaria de tê-las em meu convívio, mas por fofocas e intrigas, algo não deu certo. E o dito pelo não dito ganhou ares de verdade suprema e irrefutável. Pena, pena mesmo.

Histórias sem fim são como fantasmas que insistem em retornar nos momentos mais impróprios. Se elas voltam não são tão inapropriados assim, é o clamor por um ponto final ou reticências, uma definição. Já passei por isso inúmeras vezes e sem dúvida alguma a incerteza nos mata a alma, deixa-nos como zumbis rastejantes no mundo. Sem rumo!

Para mim paz é isso. É um bem sem fim dentro de nós, mesmo que eu tenho mais de 2 mil seguidores em redes sociais, centenas de amigos, interminável lista de whatsapp sempre um fará falta. Por favor, se é algo que meus 33 anos de idade me permitem, é dar conselhos; e que recebam assim: não deixe arestas para o tempo ou o futuro resolver, queira sua paz já! Se não foi bem compreendido...tudo bem. Você tentou, buscou foi atrás, paciência.

Não dê trela a picuinhas, a histórias pequenas, prefira viver são, sem brigas, mas que haja lutas por ideais, por felicidade, por paz! É por meio dela que o equilíbrio vem, vem e fica para sempre.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

De novo




É impressionante como o ser humano gosta de compartilhar momentos e sentimentos. Em tempos de redes sociais bombando de informações todo mundo manifesta sua necessidade cotidiana de mostrar o que fez, por onde passou, o que pensa, enfim, novidade alguma; por isso que a partir de hoje resgato o Caminhos de Minutos.

Não que os últimos anos não tivessem sido publicáveis ou o tempo tivesse me consumido ao ponto de me afastar deste espaço, antes tão querido. Não. Sei lá, não sei ao certo, mas quero só recomeçar. Faz parte do que estou passando hoje, iniciando uma nova caminhada, conhecendo gente nova, novos e velhos lugares sendo visitados. É gente, voltei a andar por aí vendo e conversando com gente; acho que meu ostracismo terminou.

Para quem não sabe, esse blog foi criado para contar minha mudança para Brasília. Meu dia a dia lá na capital federal, meus dias sozinho renderam posts interessantes. Pois bem, prometo posts bem legais também.

Ao voltar a viajar pelo interior alagoano recuperei sensações adormecidas. Aquele instante em que ficamos olhando para a paisagem, geralmente árida, sem vida, e paramos no tempo. Pois bem, assim ocorreu e vai rolar pelos próximos meses, sem dúvida. No calor do semiárido alagoano vi pessoas com o sorriso no rosto, com tão pouco, com tantos sonhos; estava com saudades dessa receptividade, sem você dar nada eles te dão aquele sorriso autêntico que você não encontra nas capitais e cidades mais desenvolvidas do país. Sinto-me bem. Precisava desta injeção de 'gente' em minha vida.

Logo, logo um novo post sobre as recentes viagens.

P.S.: Desculpem pelo post....vou retomar meu jeito de escrever logo, logo.