quarta-feira, 22 de junho de 2011

A hora da bala e do voto


Tá chegando uma das temporadas mais perigosas para o alagoano - como se houvesse uma MAIS perigosa. Há sim! O período das eleições municipais estão aí, daqui a um ano, vamos estar respirando ares diferentes e conflituosos. São nas eleições municipais que nossos interesses mais diretos estão sendo testados e em jogo constante.

Os problemas mais próximos de nós são mais fáceis de serem lembrados, são mais sucetíveis e nos interessamos mais de imediato. O buraco de sua rua, o calçamento, a água, enfim, algo que precisamos diariamente. Além do mais, em cidades como as alagoanas onde o nível de desenvolvimento econômico é irrisório, a maioria da população economicamente ativa é empregada no serviço público, ou mais precisamente, na prefeitura.

Empregos em todo lugar do mundo rende voto e por isso, o povo mata e morre. Que o diga as famílias de Fernando Aldo, Célio Barateiro, Jacob Ferro, Beto Campanha. Eles são ícones dos crimes de pistolagem que envolveram interesses políticos nas eleições municipais em seus respectivos municípios.

São nestes dias de tensão pré-eleitoral que surgem mártires, mortos por fogo amigo para que sua coligação provoque pena e revolta e detone a coligação alheia; além dos assassinatos para eliminação direta de oponentes, simples e sumária.

Desde a execução fria e politiqueira do beato franciscano, Antonio Fernandes de Amorim, em Palmeira dos Índios, nos idos dos anos 50, a bala tem comido solta nos interiores deste estado. Mais antes tivemos os Malta, no Sertão, os Calheiros, em Flexeiras e Murici, os Tenório, em Chã Preta e Pindoba, os Fidélis, os Ferro, em Minador do Negrão, e mais outras diversas tradicionais famílias políticas que vez por outra se envolvem ou já se envolveram em ocasiões de conflito.

Além logicamente, de casos menos expressivos que acontecem à luz do dia ou na penumbra da noite cotidianamente. Os mandantes, como é praxe em Alagoas, estão soltos, sendo eleitos, roubam, furtam, enganam, extorquem, e com o poder da grana e da chibata seus feudos eleitorais são perpetuados e nada há o que se fazer.

Saber se mais sangue será derramado em nossas cidades ninguém sabe, mas é quase certo que a disputa pelo voto seja mais uma vez motivo de muito tiro, desavenças familiares e agonia.

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