sexta-feira, 15 de abril de 2011

Morre o último romântico


Um dos sinais do final dos tempos foi ilustrado nas manchetes de jornais e sites em um dia que ninguém viu, nem se lembra. O negócio de floricultura já não é tão lucrativo como antes. Não se lê mais poesias. E os trovadores de ponta de esquina estão desempregados.

O cupido nestes dias não tem mais a mira certeira como antes. O coração não pulsa, ele pinota ao som do funk ou na batida do axé. O romantismo é brega, e demonstrar sentimento é metrossexual demais pra ser homem.

Os joelhos calejados dos apaixonados não mais precisam roçar no chão, o tão caricato gesto de se abaixar e beijar a mão da mulher amada ficou para as ladies da corte. Agora as mulheres preferem a pegação de uma boate escura e esfumaçada. Bombons sortidos e rosas vermelhas se tornam motivo de mangação por aí. Tais símbolos viraram peça de museu ou de fotos amareladas dos tempos de sua avó.

Beijos na testa seguidos de um doce sorriso é sinal de não-pegável. Cartas quilométricas jurando amor eterno não são mais escritas de próprio punho. Os emails e os 140 caracteres reduziram as declarações a códigos cheios de gírias, palavras sem nexo e carinhas mil.

Não se namora mais na porta de casa. A beijação e o bulinamento é dentro do carro ou já no quarto do motel, se não for dentro do quarto da moça sob os ouvidos atentos – ou nem tão assim – dos pais. Dançar agarradinho? Nunca. Os ritmos são frenéticos demais pra tamanho mico.

Pedir a mão da gatinha? Você ouve logo:”Só a mão? Leva logo tudo....”. Não existe mais o jogo da sedução, o cortejo, a lábia, a ânsia da espera, a aflição de um ‘talvez’, o drama do ‘não’, e a alegria de um ‘sim’. Contemplar o luar, estrelas e astros não são mais testemunhas de amor algum. Ninguém mais olha para o céu para em seguida suspirar de serena felicidade. Não, não mais.

As dezenas de bilhetes apaixonados, responsáveis pelos encontros e provas de amor incontestes, cederam espaço as mensagens de celular frias e curtas. O abrir de portas para a amada só em caso dela estar com os dois braços engessados. Segurar elevador, ceder lugar para ela nem se fala, só sob tortura ou ameaça armada. Virou crime.

Ser romântico, assistir filme tipo água com açúcar, chorar,...., tudo isso é prova de que você é homossexual irrustido, acreditam elas. Os românticos faleceram. Os arautos da paixão e do amor sumiram da Terra para nunca mais voltar. Eles morreram, saíram, foram, para onde foram e para qual lugar, ninguém sabe, ninguém viu.

3 comentários:

  1. Não concordo, ser romantico não é ser "homossexual irrustido". é ser homem de verdade, estar sempre presente na vida de sua amada. como bem diz uma citação de uma grande amiga minha:
    "O homem mais romântico do mundo é aquele que percebe detalhes
    em uma mulher." - Autora Elizabete Gonçalves.

    Aprenda isso e não cometa mais erros.

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  2. Caro Victor, sou um romântico inveterado e pode ter certeza, cometi muitos erros na vida; e possa ter mais certeza ainda...os românticos estão em falta sim e tem muita menina ai que crê piamente que o romantismo saiu de moda. Aceite ou não....é a realidade, o romantismo morreu. E sobre a irrusticidade, de fato me equivoquei, e desde já está corrigido.

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  3. Valeu amigo! O Romântico não morreu, o que acabou mesmo foi a forma de se mostrar amor um para outro. Tem homens que acham que são donos de suas mulheres e ai as agridem, as maltratam e até as matam; Isso não é amor, isso é loucura! O romântico não morreu, porque eu, como voce, sou um deles. E viva o Romantismo! E viva as Mulheres que amamos!

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