terça-feira, 13 de maio de 2014

Vitórias caladas



O jornalismo político não é conhecido por prestar bem estar social, isso diretamente falando. Mas em alguns momentos nos sentimos com um ar de dever cumprido. Não por um sentimento mesquinho e pessoal; não, não, longe disso. Esta sensação é muito tênue e sublime de se perceber. Os jornalistas que atuam diariamente com políticos, ficam as vezes insensíveis, frios, descrentes; miramos apenas votos, ações, frases, provocações, enfim, algo que possa destacar um e suprimir o rival - ou até colocarmos ambos na berlinda. Entretanto, em meus mais de dez anos nesta labuta, hoje vi que não é bem assim.

Uma ex-repórter que trabalhou para mim informou-me, ontem, de uma vitória que vibramos apenas na surdina, ali bem quietinhos, sem alarde, sabe. A euforia contida é em nome de um povo que há anos é oprimido pelo julgo da corrupção e do mal. Eita que teimamos em repetir isso em política: "a velha luta entre o bem e o mal". Nesta arena, nem He-Man ou o Gato Guerreiro podem entrar, mas vale dedo no olho, xingar a mãe e chute nas partes baixas, tudo pelo acesso ao poder e perpetuação nele.

A informação passada, que infelizmente não posso compartilhar com vocês, é apenas parte de um trabalho maior, um tipo de justiçamento branco ou até mesmo temporário, que deve mostrar aos poderosos que até Roma caiu, por que não ruir uma dinastia antiquada e nefasta, que minava os cofres públicos, saqueando sonhos e anseios populares? Tudo é possível quando o assunto é política, do mesmo jeito que tudo é possível, é passageiro. O bom para hoje, não pode ser o ideal para amanhã.

É assim que funciona a política. Defendemos com unhas, dentes e sangue nossas bandeiras em um pleito eleitoral, até que a cor vencedora de outrora se torna vil e indesejável. Todavia, lá estaremos sempre a postos, prontos para defenestrar oligarquias, dissolver déspotas e oportunizar sonhos, não deixando morrer a esperança por dias melhores.

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