quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

É bom demais


É recorrente no som de meu carro o bom e velho forró. Como nordestino ao pé da letra sempre curti um forrózinho dançado bem no miudinho. Aquele que a gente dança bem de pertinho, coladinho, sentindo o cheiro do cangote da dama. Dois pra lá, dois pra cá, no ritmo da sanfona, ou do acordeon como queiram.

Sou dos amantes do forró tradicional, o tal pé de serra, o arrasta pé, ao estilo sertanejo mesmo com triângulo, zabumba e sanfona. E só! Nada daquelas canções de duplo sentido e que esculhambam a mulher, ou evocando a putaria e tudo mais. Essas coisas. Gosto dos clássicos das bandas clássicas. É incongruente, né, mas das bandas que estilizaram o forró, prefiro as precursoras.

Na lista de preferência entram Mastruz com Leite, Rabo de Saia, Baby Som, Mel com Terra, Magníficos, Limão com Mel, Eliane, e por último e mais recente, Aviões do Forró. Muita gente deve tá pensando que tô escrevendo grego ou até mesmo deve ter entronchado a cara em sinal de negação, pois bem, que seja. Minha preferência musical segue uma linha, e em se tratando de forró ela também atende ao apelo de uma letra legal, embalo contagiante, melodia suave e falando um pouco de amor (piegas?, que nada).

As bandas citadas acima, claro tem seus baixos e têm músicas deploráveis, admito e concordo, mas tem muito forró que adoro cantarolar. São clássicos de um tempo aéreo para o forró nordestino. Tanto é que no início da década sugiram bandas do Sudeste cantando por aí e que se batizaram de Forró Universitário. Um pé de serra metalizado, só isso. Falamansa e Rastapé se notabilizaram nessa safra.

Toda essa galera louva merecidamente Luiz Gonzaga (o Rei), Dominguinhos (o príncipe), Jorge de Altinho, Flávio José, Santana, ícones e baluartes do ritmo autenticamente nordestino.

Qual foi o nordestino com o pé na lama do Sertão que nunca se empolgou ao ver um forró pé de serra bem tocado, levantando a poeira do salão? Hooooommmmiiii, você com uma boa parceira, aquela que você roda com ela por todo o salão. O suor pingando do rosto, mas o embalo é tão gostoso que nenhum dos dois querem parar. Parece que você plana, não dança. O tempo para. E a música passa a não ter fim. Quando é alguém que amamos então, nooooosssaaaa senhora, aí é que tá feito mesmo.

Você aperta ela mais, chama ela pra junto de ti. De lá pra cá você conduz a coreografia, leva e traz para onde você quiser. Seu corpo, já entregue a você, segue o passear da sanfona. Vocês não mais são duas pessoas, a sintonia é tão bonita que o casal se torna um só ser. A harmonia é tão bonita que a lua procura uma fresta no telhado pra alumiar tal cenário.

Ai ai ai ai....

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