quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Manual de como não fazer


Cá vamos nós desnudar práticas comuns do dia a dia da relação entre repórteres e assessores de imprensa. Imaginem uma situação digna de roteiro de 'Tom e Jerry', é o que bem acontece entre esses dois elementos do meio da comunicação. Brigam, criam rusgas, empecilhos, ficam de bem, mal, mas não podem viver sozinhos.

A relação de dependência é simples. O assessor precisa do repórter pra divulgar seu trabalho, seu material, todavia, o repórter precisa do assessor para facilitar os caminhos da matéria. Ora, um não deveria viver sem o outro. Mas coitado do assessor se o repórter ganhar intimidade com o assessorado e pegar o contato direto do chefe dele. Ele verá que não tem mais a necessidade de ter um assessor de imprensa. A não ser que seja apenas para massagear seu ego e dizer por aí que tem assessor.

Até por que existem assessores de imprensa sem ética ou respeito algum pelos colegas de profissão. O que eles fazem? Mais simples ainda. O assessor cria uma lista negra de veículos de imprensa que ele não quer que divilgue seu material ou que dê com o atraso reservado aos meios que já receberam o 'furo' dos demais.

O malvado assessor vê em seu celular a chamada do veículo marcado e nem atende. "Deixa chamar". Ou ainda, pede pro submisso estagiário dizer que o seu chefe-assessor deu uma saída e que retorna quando voltar. Coisa nenhuma.

Tem ainda o assessor de imprensa que chama todo mundo pra coletiva de imprensa e 'esquece' daquele veículo, ou simplesmente não convoca. Ele pratica ainda a sonsice. Faz-se de santo e sempre vítima. Negocia o caminho das pautas, mansamente vai fomentando na cabeça dos distraídos e apressados repórteres o tom que ele deseja para a matéria. Se torna então o exemplo de tudo de ruim que um profissional de jornalismo pode se tornar: vil, falso, maquiavélico, sonso, calculista e interesseiro.

Ahhh, e com tudo isso, ele ainda pega as equipes de reportagem, vende a pauta, az o contato e se transforma uma ovelhinha ordeira. Mentira. É tudo jogo de cena. Ele vai e dá um chá de cadeira em você. Deixa-te plantado esperando por minutos intermináveis, até horas. Ordinariamente ainda põe a culpa no seu assessorado. O chefe, por vezes, nem sabe, nem desconfia dessa relação artreira e perigosa.

Para se limpar diante dos demais 'companheiros', o assessor rasga a ética e por meio do tráfico de influência pega informação privilegiada e sigilosa, e a passa a usa ao bel-prazer, traindo a confiança dos assessorados. Quando a bagaceira está feita...ele nunca sabe de nada e ainda esboça a cara mais lisa de espanto e repulsa. Pena de gente assim, viu.

A vida profissional pode ser generosa a gente subserviente e que se humilha para ter cargos assim. Deixam de lado seu orgulho de ser humano, sua moral, sua honra, sua mente tranquila em detrimento a uma imagem que sustenta. Não há contas que justifiquem manter um estilo de vida em prol da aplicação sistemática da vilania, em tons de novela das 20h. Eles são tudo aquilo que não deveríamos ser.

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