sábado, 30 de julho de 2011

Estamos longe


Hoje é comum você estar diante de um computador e na tela você conhecer os passos, o que pensa, como vai, a variação de humor e o que comeu no almoço, o seu maior inimigo e até mesmo seu amigo mais íntimo. Preferências musicais, o que vestiu, com quem saiu, onde esteve e com quem esteve, suas impressões e seus ódios, tudo está a um clique nas redes sociais espalhadas na net. Por meio do Twitter, Facebook e o quase morto Orkut, você tem um dossiê digitalizado de qualquer pessoa.

E nessa mesma proporção de exposição seus desejos mais contidos, suas defesas mais próprias e seus defeitos, tudo que você não diria nem pra sua mãe, o carinha vai e detona em poucas linhas. Não ciente – ou até mesmo sabedor sim – das conseqüências que aquilo pode trazer pra você, os dedinhos nervosos proferem palavras que em segundos depois, você pode se arrepender amargamente do que fez.

Não vou nem relembrar meu caso, é que lendo uma reportagem especial sobre descriminação na internet relembrei de casos onde os nordestinos foram vergonhosamente xingados no Twitter. Casos como da estudante de Direito Amanda Regis (@_AmandaRegis – perfil excluído), que destilou todo seu ódio em 140 caracteres chamando os nordestinos de “feios” e fomentando o ódio. Na mesma onda Maurício Avelar (@maurilioavelar) rogando a morte aos nordestinos: “Quero que todos os nordestinos morram”.

Lucian Rafah (@lucianfarah77) disse que só tinha entrado no microblog naquele dia para dizer que “os nordestinos eram a desgraça do Brasil”. Rotulando como “retardados” os nascidos por essas bandas. A pior entre as mais recentes e a mais famosa foi a twitada da também estudante de Direito Mayara Petruso: “Nordestino não é gente, faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Manifestações xenófobas como essas acontecem todos os dias, nas ruas, em empresas, dentro de nós. Como a ferramenta é ainda nova no Brasil de fato ainda não aprendemos seu uso correto e útil. Hoje só usamos o Twitter, por exemplo, para tecer futilidades e bobagens, até que tentamos publicar notícias, espalhar coisa boa, mas quando o bicho pega, a unidade não é assim tão homogênea. Um twitaço pode tirar um governador do cargo? Destituir um presidente, um prefeito, prender um assassino? Enfim, casos realmente relevantes ficaram ainda na virtualidade do computador. Não há efetividade nas idéias e palavras que ali dedilhamos. De um certo modo até que tem verocimidade, porém quando as idéias controvérsias aparecem, o carinha some, dá uma de louco e finge que não é com ele.

Ahhh, os jornalistas alagoanos já conhecem o ‘Imprensa que é bom’ – blog que satiriza a atuação dos comunicadores alagoanos em geral. Jornalistas da Gazeta de Alagoas, O Jornal, Tv Gazeta, Tv Pajuçara, Tribuna, todo mundo já sentiu o fel espalhado com muito bom humor dos mantenedores do site. Mas aviso logo, em Caruaru (PE), tinha um blog similar, o Diário da Imprensa de Caruaru – O DIC. Morreu com pouco tempo. Do mesmo modo o “Tá tudo em off”, blog do mesmo gênero, também tiraram do ar mais rápido do que começou, pois surgiu o “Tá tudo em on”, que explicava cada mancada dos colegas de imprensa. Bem...sobre os criadores desses blogs, ninguém sabe, ninguém viu.

AAAAhhhhh sobre o que aconteceu com os racistas paulistas do Twitter? Amanda Regis e Mayara Petruso, além do Fabian Rafah foram representados criminalmente pela Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. Petruso ainda perdeu seu estágio, expulsa da faculdade, vive reclusa em casa com medo. Dispostos a comprar essa briga?

Ainda não sabemos o poder das redes sociais...certamente não.

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