domingo, 14 de agosto de 2011

Cobrir política?


Escrever sobre política definitivamente não é um exercício fácil. Eu diria que no geral, cobrir politica é uma prática um tanto o quanto complicado. As pautas caem com a facilidade de se dizer um 'não', seja essa negativa vinda de seu entrevistado ou até de seu chefe. Acontece. O sistema político em vigência no país permite isso, qual o veículo de comunicação brasileiro não teve - ou tem o que dever - a algum grupo político? É difícil.

A linha editorial do meio de comunicação que você representa é que dita quem e como você deve abordar o referido homem público. A vida é dura mesmo, pessoal. Acompanhar o dia a dia da política não é apenas almoçar ou jantar com políticos ou assessores para trocar fofocas ou informação de bastidores.

Ser repórter de política é encarar olhares firmes, suportar cara feia, ameaças, ter microfones soqueados, bloquinhos confiscados, é dureza! Por vezes, vocês podem tentar falar com algum deputado, vereador, prefeito, sei lá, por telefone e eles nem aí pra vocês. Por centenas de vezes você deve tentar, mas não pode desistir, sua persistência será premiada com um 'alô' tardio, mas válido, do outro lado.

Eles poderão nem querer falar sobre os assuntos, dizer que está sob sigilo de justiça, querer te enrrolar falando sobre outro tema e tal, essas manhas você consegue sacar com o tempo. E ainda temos que driblar os assessores que tentam ser aqueles zagueirões botinadores, defendendo seus assessorados. Normal, cada um defende seu ganha pão.

O repórter ainda é obrigado a fazer perguntas que todo mundo queria fazer e é ele que vê a cara emputecida do político. Como porta voz do povão, o jornalista na política tem uma função fundamental para a efetividade da política. Somos nós que asseguramos a ética e o zelo na política. Com nossas reportagens escancaramos escândalos, deflagramos investigações, apresentamos provas, gastos, abusos e denunciamos ameaças, intimidações.

Não somos arautos da verdade, nem da ética e da decência, os podres da profissão ofuscam nossos ideais e frustam os valores que acumulamos na faculdade. Se acostumem. Isso é mais rotineiro do que vocês imaginam. Ouvi muito na faculdade:"Eu jamais vou trabalhar pra Fernando Collor, para João Lyra,Thomaz Nonô...". Bobagem! Quando o mercado chama não tem essa. As mesmas pessoas que falavam isso, hoje se deleitam com os prazeres da política e da subserviência. Pura demagogia.

O real mesmo é fazer sua pauta, escrever, ser bem informado, atento, mas atento mesmo, saber o que acontece, entender os recados subentendidos entre grupos políticos e o mais difícil, tentar compreender cabeça de político. Sobe som da música do Missão Impossível.....

P.S.: Tem que ter estômago!

Nenhum comentário:

Postar um comentário