quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Adaga do Destino



Fui criado nos dogmas da Igreja Católica, fiz primeira comunhão, sou crismado, e como fiz por quatro anos a catequese, conheço um pouquinho a história da Igreja. Porém através do cinema sempre ouvia falar da Adaga do Destino, ou Lança de Longinus. Reza a lenda que foi a pontada dessa lança que matou de fato Jesus Cristo crucificado.

"Um soldado tomou uma lança e furou-lhe o lado, e saiu sangue e água. Novamente Jesus clamou com alta voz e entregou seu fôlego. E eis que a cortina do Santuário rasgou-se em dois, do alto a baixo, e a terra tremeu, e as rochas se fenderam". O trecho está em Mateus 27, 49-51.

Pode até ser balela hollywoodiana, mas bateu a curiosidade de saber se tal objeto realmente existiu. Segundo dizem por aí, o centurião romano Gaius Cassius Longinus apunhalou Cristo na altura do pulmão. O ferimento fez jorrar sangue de Jesus, o levando a morte.

A adaga então ganhou uma mística meio que nefasta. “O objeto que matou o Filho de Deus”. Imagine que maldição terrível. Mas curiosamente, histórias falam que Longinus sofria de séria catarata, curada após o jorro de sangue divino cair sobre seus olhos. É por isso que Longinus converteu-se ao cristianismo. Hoje é Santo Longinus.

Por anos e anos, a lança ficou perdida, sendo encontrada apenas pelo monge Pedro Bartolomeu, durante a Primeira Cruzada. Pois segundo uma outra lenda, Santo André, em sonho, informou ao monge a localização da arma sagrada. E pimba, ele achou!
O misticismo rodeou a Adaga do Destino através dos séculos. Uma procura insana se instalou pelo mundo. Falaram ao decorrer dos séculos que o detentor do objeto se tornaria o Senhor do Mundo e dotado de poderes mágicos ilimitados governaria a face da terra. Parece até enredo de filme.

Já tiveram em mãos a fantástica arma imperadores como Herodes, Constantino e Justiniano; além do Papa Inocêncio VIII, Carlos Magno, Carlos Martel, Teodosius, Alarico, e uma porrada de líderes sanguinários por aí a fora. Foram aproximadamente 45 imperadores e líderes.
Outra figura ilustre a obcecadamente perseguiu: o imperador francês tamburete Napoleão Bonaparte. A história diz que todos aqueles que obtiveram a adaga morreram em seguida. Bonaparte não fugiu à regra.

E mais uma vez a Lança de Longinus sumiu da humanidade na Biblioteca Nacional de Paris durante a Revolução Francesa. Tem-se conhecimento que ela foi pras bandas da Áustria e Alemanha, matando aqueles que a usurpavam. Foi então que ela chegou nas mãos de um certo carinha alemão de bigode engraçado e cabelo lambido.

Hitler já namorava o artefato desde jovem quando ia visitar o Museu de Hofsburg ansiava por tocá-lo. E então, Adolf Hitler ascende como líder supremo alemão e invade a Áustria, roubando a adaga. Ele domina metade do mundo e se mata após a invasão dos aliados à Berlim. Ascensão e queda. Dito e feito. Assim é a tradição dos donos passageiros da Lança de Longinus através dos tempos.

Hoje ela descansa em Hofsburg.

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