segunda-feira, 2 de maio de 2011

Santo e cômico sacrilégio

Viajar com chuva é um perigo só. E sair por aí cortando essas estradas de meu Deus, só Ele mesmo pra proteger. Na sexta-feira, 29, minha equipe e eu fomos ao município de Palmeira dos Índios cobrir jornalisticamente dois eventos. O primeiro foi a inauguração da reforma da rodovia AL 115, conhecida como estrada da Pinhas, importante via de acesso para o agreste pernambucano. A segunda pauta foi a consagração do monsenhor José Francisco Falcão de Barros, que ascendeu ao título de bispo.

Olhando de longe tinha tudo pra ser um dia tranquilo. Só de longe. Pra começar chegamos atrasados no primeiro evento. Motivo de estresse, mas nem tanto, tiramos por menos. A estrada estava em excelentes condições, porém a pista escorregadia e a chuva intermitente complicaram a viagem. Nada que a simpatia de meu repórter fotográfico Neno Canuto não possa resolver. Ele é a figura em pessoa, como irmão do jornalista Márcio Canuto, ele não deixa a desejar nas presepadas, pode crer.

Chegando no segundo evento, nos deparamos com um ginásio tomado por fiéis católicos. A ordenação do então monsenhor foi disputadíssima por reliogiosos da região e de políticos locais, assim como toda a sociedade palmeirense. Nunca tinha feito matérias em eventos clericais. Fiquei meio sem foco, mas coloquei todo minha veia de 'quase' coroinha pra funcionar.

Passei quatro anos fazendo primeira Eucaristia e a Crisma. Além de me tornar quase um 'beato', sei de có e salteado a liturgia da Palavra, mas como jornalista nem podia muito demonstrar algo como tal, tenho que ser isento mesmo. Por fim, tudo correria bem se não fosse por Neno.

Gente, Neno é uma figura que até Deus duvida e duvidou muito nessa solenidade. Foram quatro horas de rezas, cantos gregorianos, cânticos, e sobe e levanta. E meu 'lambe-lambe' não é lá um exemplo de paciência. A cada flash errado do governador, ele chamava tudo que era palavrão. É vero. Ele chamava tanta puia que as carolas se benziam diante de uma boca tão suja.

Como Canuto tem lá seus 1,90 m, é um camarada quase discreto...rsrsrsrs. Além de blasfemar a vontade, ele gesticulava e socava o ar com tamanha vontade que até o último fiel do ginásio percebia sua revolta por errar uma foto.

Para completar, religiosos de batina e os jovens coroinhas repenseram muito sua fé naquele dia. É que o staff do governador dispõe de uma menina de apoio um tanto quanto voluptuosa. Uma loira de chamar a atenção por onde passa. Ela é do bem, gente boa e ajuda bastante nossa equipe. Porém, ela estava vestida com uma calça um pouco acochada demais. Aí já viu, os presentes que foram ao ginásio não viram apenas a hóstia consagrada, mas muito volume na calça da moça.

A cada desfilada da sujeita, os olhares mais clericais corriam a vista para o pecado em forma de loira. Era cômico.....Por fim, conseguimos concluir a pauta sem problemas e tudo saiu como na mais perfeita harmonia. Será? Não tenho dúvida que as mãos dos 'santinhos' fizeram muito mais que apenas rezar naquela noite....rsrsrs

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