segunda-feira, 9 de maio de 2011

Parceira de forró


Em Maceió, as prévias juninas já começam a partir desta semana. Chiclete com Banana neste fim de semana, e no próximo Falamansa, se encarregam de esquentar a sanfona pras festas caipiras. Para muitos - assim como eu - a melhor época do ano se aproxima e é hora conseguir uma companhia. Namorados, ficantes, rolos, casados, eles estão despreocupados com quem eles vão ralar o bucho quando junho chegar.

Mas quem está na caça, reza a Deus que encontre um rolinho até lá. É, gente. Todo mundo quer um pézinho pra se esquentar neste ou no próximo inverno. Fale a verdade e deixe o orgulho libertino de lado. Nos 'esquentes' de São João promovidos por boates e nos shows por aí a fora é de lei ter aquela pessoa certa para bailar por aí. Não precisa ser ficante, apenas uma parceira mesmo, amiga, prima, sei lá, tá certo que família não tem muita graça pra isso.

O amante do forró sempre que chega num arrasta-pé busca logo uma boa pé de valsa, uma companheira de corpo malevolente, solto e leve para sair limpando o chão dos salões de festa. Se não tem? Problema algum..Ainda está na hora de conseguir uma ou um - depende do caso e da preferência.

Como homem é muito espertinho pra essas coisas, ele escolhe logo uma possível ficante. Aquela que ele não quer oficializar, mas também não dá a vez. Ou quem sabe até, ele aponta aquela amiga mais próxima que adoro ser a 'corta jaca' dele. É aquela que leve as lebres para a boca do leão.

A mesma moeda serve para as forrozeiras. Aí elas usam de uma arma desleal. Usam logo o amigo gay para ser o parceiro, pois a cada investida dos demais caras, ela usa o 'amigo' como desculpa para afastar os demais pretendentes.

Outra coisa importante, o parceiro ou parceira do forró tem enormes chances de ganhar a titularidade do lugar no decorrer do ano. Basta saber se comportar direitinho, não pisar no pé do parceiro, dançar bem agarradinho e prometer que só vai sair do salão quando o sol estiver raiando.

Outro fenômeno que acontece bastante nos palhoções espalhados por esse país a fora e está totalmente ligado aos enlaces provisórios juninos, é a ânsia e a tensão desenfreada que tomam conta dos corações solitários das donzelas. Imagine você esperar a noite inteira pelo seu príncipe matuto e ele te dar bolo, nem aparecer no arraiá.

As mãos delas ficam inquietas, trêmulas e gélidas, começam a fazer um bailado no corpo que é a expressão do nervosismo. É um mexido na roupa, levanta ou baixa a calça, ajeita a blusa, sultiã, vê maquiagem, e se tiver franja, pronto. É um arrumado tremendo pra deixar ela sempre ondulada e cobrindo meio rosto, não é nada emo, calma lá com os rótulos! É o charme. É um puxa, ajeita, solta, vira, técnica essa jamais compreendida por nós homens. É uma canseira, só.

Então, gente, preparem-se para o arrasta-pé. Pegue seu par ou segure o seu....



P.S.: Desculpem a ausência....

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