sexta-feira, 16 de setembro de 2011

São 194 anos de alagoanidade


Vem de longe, muito longe...a richa entre alagoanos e pernambucanos vem de tempos longínquos. Desde que Alagoas é Alagoas. E nada como um 16 de setembro pra relembrar essa história. O bairrismo tolo surgiu certamente com a emancipação dessa parte ao sul da capitania de Pernambuco. Duarte Coelho, aquele donatário mesmo, que saio de Portugal e disse, "vou tomar o que é meu". E aqui veio para edificar e assim impedir que qualquer aventureiro ou invasor se atrevesse a fincar residência por essas bandas.

O militar portuga Duarte Coelho desbravou até às margens do Rio São Francisco, onde iniciou uma freguesia que mais tarde seria a cidade de Penedo. E para assegurar de mesmo que as terras ao sul de Pernambuco não seriam invadidas, Coelho mandou plantar cana de açúcar em tudo que é canto. Começaram então a pipocar os engenhos de açúcar que em sua maioria hoje deram lugar as usinas de cana.

Os primeiros Escurial, Maranhão e Buenos Ayres foram edificados lá pelas bandas de Porto Calvo e região. Onde hoje, se pudemos dizer assim deram origem a mais antiga usina de Alagoas, a Usina Santo Antonio, de propriedade de herdeiros diretos de Cristovão Lins - outro nome marcante da colonização alagoana.

Pois então, pra finalizar essa história. O negócio de moer cana deu tão certo que chego ao ponto que as sifras das tarifas arrecadadas em Alagoas eram que sustentavam a capitania inteira. Foi então que a classe abastada destas bandas viu que iria ganhar bem mais din din com a emancipação. Só que veio a Confederação do Equador, um movimento que começou em Pernambuco - inspirado nos ideias de Simom Bolivar, o libertador das colônias espanholas. A confederação queria o Brasil livre, só que esse sentimento ecoou pelas províncias, e por meio de um acordo militar fajuto, a oligarquia alagoana conseguiu o desmembramento. Aí, os pernambucanos ficaram putos da vida com a gente, já pensou...??!!!! Hôômmiii....

Mas quem pensa que a terrinha saiu ganhando se enganou feio. O que veio de desenvolvimento, mais impostos, investimento da Coroa, tudo foi pro bolso das famílias ricas e poderosas, como acontecem até hoje. Enquanto isso, nossa população continua parada no século XIX. Uma pena e os pernambucanos gozando de um tempo bem a frente que o nosso. Temos que admitir, pessoal.

No mais tenho um orgulho imenso de meu estado. Sou da terra onde Zumbi gritou pela primeira vez: liberdade - mesmo ele mesmo tendo escravos...rrsrsrs; de todo modo ainda temos o som refinado de Djavan e Hermeto Pascoal. As secas e realistas palavras de Graciliano Ramos. O talento de Paulo Gracindo e Jofre Soares. A riqueza literária de Jorge de Lima, Maria Mariá, Floriano Peixoto e sua mão de ferro, Deodoro da Fonseca, a cultura de Pedro Teixeira, Ranilson França, Aurélio Buarque de Holanda, Heckel Tavares, Moreira Lima, e por aí vai....

Nenhum comentário:

Postar um comentário