terça-feira, 13 de setembro de 2011

Recado


Conversando com uma grande amiga fiquei tranquilo ao perceber que não fui o único a ter a crise dos 30 - quando você chega aos 30 anos e percebe que seu mundo poderia ser bem mais do que é hoje. A minha crise não foi resumida simplesmente assim. Como bom canceriano honrei minha tradição e me aprofundei bem na foça.

Pura lamúria injustificada. Não tenho do que reclamar. Tenho meu emprego, tenho saúde, adoro o que faço, ainda tenho pai e mãe e amigos - poucos mais tenho. Ahhh, os amigos...se tem uma coisa certa na vida é que você terá mil deles, porém eles se renovam ao decorrer da vida.

Durante minha crise senti saudades de parceiros que tive e que hoje deixaram saudade em seu lugar. Se causei ódios, ransos, decepções, uma pena, uma desculpa não fará o tempo retornar, muito menos mudará algo. Só tenho a lamentar, mas o fato é que não lembro de ter sido incoerente ou injusto em meus julgamentos e atos. Não sou o arauto da justiça, muito menos da verdade. Erro como qualquer um, entretanto parece que me cobram um preço ainda maior por minhas ações.

Diariamente vejo injustiças e injustos triunfando, em detrimento a uma mentira encoberta por sorrisos e tapinhas nas costas. A verdade que uma vez falei na cara foi-me imposto o julgamento e o veredicto dos ímpios. Não repreendo, não lamento, apenas baixo a cabeça e percebo que se me julgam de forma abrupta - e assim acham que mereço o ostracismo da indiferença - que seja. Aceito a sentença e apenas a cumpro com silêncio.

Julgo que as verdades, os fatos, as certezas virão de um modo ou de outro. Tarde nunca será para aqueles que aguardam o acalanto da justiça. Não. Não será. Não quero apertos de mão, nem sorrisos amarelos, quero coração aberto e o de César, o que é de César. Nada mais. É pedir muito? É, pelo visto é. Prefiro morrer pelas mãos da verdade, do que viver pela égide da mentira. Calma, perdão, quase deixei a emoção falar mais alto, não é minha intenção.

A saída e a entrada de pessoas em nossas vidas é algo comum e esperado. Natural. Entretanto, como figura estourada e intempestiva como fui, consegui ao longo dos anos acumular muitos inimigos e dessabores. Prefiro ficar com as boas lembranças, mesmo daqueles que hoje me ignoram e que nutrem por mim algum sentimento de ódio ou rancor, pena ou até asco - vai lá saber. Mais uma vez venho a lamentar por essas pessoas, pois de mim, terão sim, um sorriso largo sempre, não de falsidade, mas de carinho, por que não, Deus nos ensinou a amar aqueles que se dizem nossos inimigos. Ingenuidade? Jamais. Em meu coração não cabe, não tem espaço para tristeza ou sentimento pequeno como o ódio. Só tenho amor e sorrisos pra dar.

Aqueles que - de alguma forma - se identificaram com algum trecho deste post deixo um 'beijo grande' aos que fomentei ainda mais ódio ou algum uma boca virada ou tronxa, desdenhando o texto, enfim...deixo o mesmo "beijo grande", de carinho, de afeto, de paz. Não tenho inimigos, creio, tenho desentendimentos. E só.

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