Nesta segunda-feira,16, chegou ao fim uma relação que me trouxe muito mais do que dias felizes. Foram aproximadamente quatro anos de fidelidade a um projeto político que acho eu que ainda é o melhor para Alagoas. Durante esse tempo dediquei-me unicamente e exclusivamente a um propósito: comunicar para melhorar a qualidade de vida dos alagoanos.
O estoicismo da meta não esconde demagogia ou picaretagem, não tenho nada a ocultar, tenho apenas a agradecer. Agradecer primeiramente a Eliane Aquino, minha companheira e ex-chefe de longa data a qual devo gratidão eterna pela confiança e pelas lições passadas subliminarmente durante esses anos.
Agradeço ainda ao também jornalista Marcelo Sandes, pelo afinco e paciência em me especializar sempre na fina escrita e no jornalismo limpo e claro. Devo também ao jornalista Nelson Ferreira por me incentivar e motivar diariamente nos tempos que era secretário de Estado da Comunicação de Alagoas. Falar de Nelson e não comentar também sobre José Maria Vanderlei seria injustiça.
Ferreira e Vanderlei deram-me firmeza e certeza que no jornalismo existe ainda homens bons, pessoas do bem,que desejam apenas comunicar e usar este tipo de jornalismo para beneficiar o humano, sem utilizar de subterfúgios, máscaras ou vis práticas para fazer sua labuta diária.
Sou eternamente grato a todos os jornalistas que compõem as Assessorias de Comunicação do governo alagoano. Pessoas abnegadas que conseguem fazer a melhor comunicação possível mesmo diante de uma situação de trabalho muito aquém o que o mínimo pode exigir.
Se criei inimigos? Espero ter criados mais amigos. Contar inimigos não é salutar, prefiro enumerar os companheiros que marcaram comigo em dias difíceis. Quando um carro quebrava, o celular não pegava, a fome batia, o sol maltratava ou simplesmente seu chefe não queria te ouvir.
O ciclo que se fechou pôs fim numa trajetória que me fez admirar, odiar, e me envergonhar de atos que prefiro aqui não citar seus genitores. Mas a história e Deus se encarregarão de dar a eles, o que é deles.
A mim não cabe ódio. A mistura de sentimentos que sinto hoje é um misto de empolgação, decepção e surpresa. A novidade veio e chegou como ela sabe ser: dura e incontestável. Cometi erros? Sim, e muitos. Aprendi com eles bastante e assimilei ainda mais que nossa moral jamais deve ser posta a venda. Nossa ética nunca pode ser exposta ao ridículo e nossa consciência é fundamental para nossa sobrevivência.
Nossos valores não aprendemos no dia a dia. Eles nascem conosco. São itens inatos, inerentes a nossa educação e a nossa família. Pena que num mundo de indiretas não posso dar exemplos de retidão, pois até elas poderiam soar para alguns como flechas mortais e venenosas.
Saio de uma equipe com a certeza de dever cumprido. Finalizo minha passagem pelo governo alagoano com a cabeça erguida e com as mãos lavadas pela água pura da verdade. Despeço-me de tudo aquilo que um dia acreditei ser melhor para Alagoas, porém ainda acredito. Tenho fé que nossa terra tenha rumo. Temos um futuro primoroso pela frente. A fé numa realidade mais justa é presente e possível. Mas a cada dia devemos contribuir para esse futuro bom ao nosso modo. Devemos lutar pelo que é certo, pelo que é justo, pelo que é bom. Não o bom para nosso bolso, em detrimento ao sofrimento alheio, jamais. O importante é levar adiante o ideal da liberdade, justiça e fraternidade tão alardeado por Marat, Robespierre e os demais libertários franceses.
A liberdade sempre foi pressuposto indispensável para os povos oprimidos pela dor. Seja na África, de Mandella, na Alemanha, de Hitler, na Espanha, de Franco, na Itália, de Mussolini, na América, de Marthin Luther King e Malcom X. Cada povo massacrado pela unilateralidade pagou um alto preço pela liberdade. E ela não vem só.
Hoje sinto uma liberdade interior, não como os revolucionários franceses, já citados, nem como o próprio Nelson Mandella. Não. Sinto um pesar de dor por aqueles que ainda permanecem sob o julgo do mal, no caminho negro das falsas verdades.
O ciclo fechou. Um novo caminho cheio de oportunidades se abre. Um novo ponta pé tenho que dar. Repito para que não fique dúvida e que não distorçam minhas palavras. Tenho apenas a agradecer e pesar por aqueles que penam no dia a dia. Agradeço, agradeço e agradeço sem fim. Aos meus mestres vinho e uvas de regozijo. Aos meus inimigos, o mesmo.Sem rancor, sem mágoa,sem dor.