sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia de quê?


Que dia foi ontem? Poucos se lembram, né. Creio que apenas a garotada do ensino fundamental se tocou que há 510 anos chegava por essas bandas um português que ia dar o que falar. Não tenho dúvida que nem Cabral tinha noção do que estava descobrindo. Tanto é que nem muito tempo ele ficou por essas bandas.

Mal sabia o portuga a bendita terra que descobrira. Uma cambada de índios se amontoavam nas praias para avistar tamanho monstrengos, seres esquisitos aqueles estrangeiros. Tirando as epidemias, choques de costumes, e o natural desconforto – por um lado um monte de homem vestido até a alma num calor de rachar o cucuruto; do outro, um monte de índia pelada e os desbravadores secos por um corpo quentinho.

Mas não era bem assim não. Tá certo que o Brasil tinha acabado de nascer, mas também não era a zona que é hoje. Pô, pra colocar o pé fora do barco tinha que ter coragem. Os navegadores passavam meses no mar. Eles ficavam fracos, doentes, subnutridos, e lá na praia tinha um monte de índio, em sua maioria hostil e doidos pra encarcar uma lança ou flecha venenosa nos guris de além-mar.

Quando algum dos corajosos descia da nau, levava um pau dos nativos e por isso que as caravelas portuguesas nem ficavam muito em suas colônias então "recém-conquistadas". Coisa nenhuma!!!
E aproveitando o Dia do Índio, pois essa semana nem semana do Descobrimento era, e sim, Semana do Índio, pode um negócio desses? Quem pensa lá que a malandragem do brasileiro vem da malemolência negra...está enganado às tampas.
Tá certo que os índios eram enganados com aqueles trecos todos, espelhos, colares, escova, pentes, mas não foi por muito tempo. Não é da cultura indígena acumular bens, e então os carinhas não tinham por quê ficar com aquele monte de porcaria, e pra conquistar o apoio irrestrito dos nativos, os desbravadores ofereciam aliança militar com algumas tribos indígenas. Pimba...e assim eles começavam a ganhar a simpatia e o temor dos que aqui viviam.
Claro gente, é claro. Antes dos portugueses chegarem vocês achavam que não tinha movimento por aqui? Homi...era território de ninguém. Guerras e mais guerras entre as tribos. É mole ou quer mais?
Depois de fazer aquele lobby com os caciques, o branco português, agora jesuíta ainda teve que purificar o índio brasileiro. Mas não vão lá pensar que era pra ensinar o latim e a religião católica....não, não. A maior luta dos padres era deixar os índios sóbrios! Isso mesmo, sóbrios, sãos, limpos mesmo.

Já ouviram falar aquele tipo de bêbados chatos? Pois bem, eram os índios. Grande parte dos engenhos de açúcar eram construídos próximos às tribos. Devido logicamente à mão de obra indígena. Entretanto, nos engenhos eram produzidos aguardente e vinhos. E então era aquele porre.
Eles entornavam como ninguém e incomodavam tanto quanto. Os caras bebiam e iam mexer com os jesuítas. Eles se comportavam como qualquer maguaceiro pentelho: brigava, fazia arruaça, tirava onda com a mulher alheia, enfim, era um carnaval.
Pois é Cabral, é apenas o começo do país que você descobriu!!! Aff '

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