segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Outros caminhos e histórias difusas


Ontem meu primo Ewerton, vulgo Pêl, me ligou para tomar uns goles na casa dele. Esse simples gesto me jogou para tempos remotos dos anos 90 e início dos 2000. Era um período de muita ferveção, muitas festas, bebedeiras e curtição. Também sou filho de Deus e tenho muitas histórias para contar.

Claro, aqui não poderia contar cada trecho, cada episódio, cada dia. Mas a gente pode se divertir com alguns casos. Nossa turma sempre andou pelos municípios de Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco, Pilar, Atalaia, Rio Largo, Marechal Deodoro, Viçosa, Capela, Cajueiro e São Miguel dos Campos.

Em cada cidade dessa batíamos ponto e fizemos muitos amigos. Bons tempos. Para quem lê esse post pode estar pensando que o motivo de tamanha nostalgia era mulher, cachaça e liberdade. De modo algum, muito longe disso, e tudo isso é muito pequeno diante do sentimento que sinto quando lembro desses anos aéreos.

Amizade, companheirismo, olhos brilhando, sorrisos, apertos e abraços. Entre idas e vindas, desacordos, desavenças, lágrimas até, tudo isso pode dizer como era gostosa nossa relação. Éramos jovens demais, alguns com pouquíssima formação educacional, mas não nos diferenciávamos por isso. Éramos e ainda somos amigos. Apenas tomamos caminhos diferentes. Temos novos sonhos, e metas distintas de vida.

Antigamente, saiam dois, três, quatro carros de Satuba para ganhar o interior alagoano. Para onde tinha festa, estávamos lá. Nos divertindo e divertindo também. Fizemos amizades por todos esses lugares que passamos. Até hoje temos presença e marcas que não apagam.

Ao contrário do que dizem que amizade de mesa de bar não leva ninguém a lugar nenhum, as companhias de tantas tardes e noites de sábados duram até os dias de hoje. As tardes de domingo regadas à cervejadas e recordações da noite de balada, eram de lei.

Lembro de um bloco de carnaval fora de época que fomos acompanhar em Anadia. Onde um folclórico amigo nosso, o Mamão, uma criança enorme de 30 e poucos anos, 200 e outros quilos distribuídos em 1,85m, nos acompanhou no maior percurso de blocos que eu já vi. Mas o peso de Mamão o cansou mais cedo que nós. Também pudera, né.

Foi quando que avistei Mamão sentado num sofá, postado numa calçada de uma casa qualquer. Muito hilário, o nosso colega tinha cansado e a dona de casa muito gentil disse que numa tinha visto um homem tão grande assim, e ao invés de oferecer um simples banquinho, ofereceu o sofá de sua humilde casa.

A senhora solidária fez seus magricelos filhotes colocarem na porta de casa o sofá para o grande visitante descansar. Foi resenha pra mais de uma semana. E como é a praxe de Mamão, ele dizia.... “Vocês vão ver”.

Como se não bastasse, naquele dia eu fui confundido com um fazendeiro local, putz. Maluquice. Dois senhores e mais uma senhora, me pararam na rua dizendo que tinham ido na minha casa um dia antes e tinha bebido comigo e meu pai. Vê se pode. Enfim. Claro, então o álcool ainda tava fazendo efeito nos confusos anadienses.

Eles juravam que eu era o tal fazendeiro. Perguntavam aonde estava minha esposa, e por onde andava minha aliança. Fiquei até com medo com tamanha semelhança descrita por eles. Fui salvo por minha amiga Lidiane Andrade, que disse que estava acontecendo um grande engano, que eu era casado com ela, enfim.

Depois de despistar o trio bebum, ainda olhava para trás pensando que era maluquice da cabeça deles. Eu, heim...tem louco pra tudo. Essas foram apenas duas histórias de um domingo na companhia desses amigos que estão longe na convivência, mas andam comigo para onde eu for, pois estão em minha memória e em meu coração.

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