terça-feira, 22 de setembro de 2009

Lamentável


Teoricamente quando estamos numa profissão dois motivos nos levam a escolher tal labuta. Ou damos voz a nossa vocação ou somos forçados à seguí-la, de um modo ou de outro, seja por força da família ou por obrigação financeira. Em ambas as alternativas não quer dizer que ao seguir a escolha, tenhamos sucesso nela, e muito menos ainda dizer que a executaremos com excelência.

Convivo com jornalistas que atuam em assessoria de imprensa de órgãos e secretarias estaduais de Alagoas. Diariamente leio dezenas de textos da produção dos estimados jornalistas. E a cada dia me decepciono mais com a qualidade dos jornalistas que estão no mercado alagoano. Um estado que já produziu ícones da comunicação como Freitas Neto, Denis Agra, Márcio Canuto, e Claudio Humberto, por exemplo, hoje se depara com uma produção muito longe do ideal.

É lamentável. Sem paixões e sem necessidade de fazer média com ninguém, tenho vergonha de admitir que a qualidade do profissional que Alagoas dispõe atualmente é pífia. Existem sim exceções que se sobressaem e salvam a honrosa imprensa alagoana. A culpa não ponho nas cadeiras da academia, não. É o interesse pessoal de cada estudante, que futuramente vai atuar profissionalmente com uma base ridícula.

Se atualmente são formados 300 jornalistas, pelos menos, chuto dizer que em média menos de 20% salvam a safra. Podemos até atribuir as poucas oportunidades de mercado, mas em compensação os postos ocupados por jornalistas profissionais com longa carreira são subutilizados. Então não sei a que atribuir tamanha tragédia.

Por exemplo, testemunhei casos essa semana que me indignaram pelo total descompromisso com o jornalismo. Digo: quando recebemos uma pauta, ela é sagrada, devemos seguir e fazê-la para realizarmos nossa maior missão, informar, comunicar. Mas um determinado colega, abandonou seu posto, pois segundo ele, tinha um compromisso mais importante e deixou um assunto de apelo social importantíssimo sem nenhum colega por perto e sem qualquer aviso posterior. Ou seja, ninguém ia noticiá-lo.

A próxima acontece muito na estrutura de governos. Evento com a participação de diversas secretarias. Geralmente diversos assessores de imprensa estão presentes. Um se confia no outro para fazer a matéria para relatar o evento. Resultado: um espera pelo outro, e o outro espera pelo um.....já viu onde vai dar. Necas de texto.

Não há um respeito com o cidadão que aguarda para saber o que está acontecendo. Não um compromisso. Não há matéria. Desculpas e mais desculpas nós ouvimos todos os dias. Assessoria de imprensa é compromisso sim, com o seu patrão, mas acima de tudo com o cidadão. Pois tal informação pode e vai influenciar em sua vida a partir do que se está escrevendo.

Os problemas não param por aí. Os textos criados pelos assessores são lastimáveis. Sem informações concisas, textos mortos, cansativos, longos, truncados, sem foco e sem brilho. A edição trabalha e muito para dar um 'up' nestes textos. Os ditos 'jornalistas' nem se dão o trabalho de observar como ficou o texto após a edição. Olhar para ao menos ver onde errou e corrigir, para não persistir no equívoco.

É uma pena. Ainda bem que alguns poucos ainda realizam um trabalho legal e louvável. Tem um zelo pelo próprio nome, e querem a cada dia fazer mais e melhor. Esses não merecem o trofeu 'caneta quebrada'....terrível!!!

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