terça-feira, 16 de novembro de 2010

Zumbi, o senhor dos escravos


Já estamos vivendo as comemorações do Dia da Consciência Negra – dia 20. É nesse período que lembramos do estoicismo do líder negro Zumbi dos Palmares. Ele que lutou e morreu defendendo o Quilombo dos Palmares – maior núcleo de resistência negra no Brasil escravista. Dizem que foi um dos primeiros clamores de independência no país.

Palmares era o polo de resistência ao julgo português, onde escravos fugidos iam para também serem escravizados ou para escravizar. Isso mesmo, pasmem. Escravizados e para escravizar.

O Quilombo dos Palmares, como qualquer outro quilombo era fundamentado na estrutura social africana, dos povos africanos. A massacrante maioria dos reinos africanos era baseada na exploração do próximo. Eram monarquias escravistas, onde presos de guerras entre tribos, transformavam-se em escravos. Muitos príncipes, rainhas, reis, nobres das cortes africanas vinham nos navios negreiros traficados como escravos.

O próprio Zumbi, que não era lá bom moço, mandava capturar escravos de fazendas vizinhas para que eles trabalhassem forçosamente no Quilombo dos Palmares. O rei da cocada preta ainda seqüestrava mulheres, e executava sumariamente os que quisessem fugir do quilombo. Tal relato está no livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch (editora Leya).

Heresia? Bem, é só fazer uma referência histórica. Quem tinha poder do século XVII tinha escravos, sobretudo quem era líder de algum povo de influência africana. E outra, os ideais abolicionistas só vieram florescer mundo à fora um século e meio depois, e na Europa.

Os relatos de época comprovam que o quilombo era de fato como um povoado afro: uma hierarquia rígida de reis e servos. E o pior, Ganga Zumba e seu sobrinho Zumbi eram descendentes dos imbagalas, os ‘senhores da guerra’, da África Centro-Ocidental. Eles eram guerreiros temidos no continente. E os preceitos eram: bravura na guerra, lealdade total ao líder militar e desprezo as relações de parentesco. Daí pode-se listar a prática de canibalismo e infanticídio, por exemplo.

E não termina por aí, o quilombo cobrava impostos das plantações dos arredores. Mantimentos, dinheiro e armas eram entres para evitar saques e queimadas. E mais, quem foi educado nos anos de 1980 até 1990, eu diria até os anos 2000, conheceu um Zumbi marxista. O idealista, o desafiador e o lutador de classes. Porém, até o momento nenhuma prova comprova isso.

Alguns autores dos anos de abertura e pós-ditadura, queria criar ícones nacionais como Tiradentes. Atribuíram então ao líder negro uma criação intelectual na cidade de Porto Calvo, onde um padre o tinha criado e ensinado o latim e ideiais liberais. Tal educação era relatada em supostas cartas trocadas entre o padre de Porto Calvo e Lisboa. Os autores brasileiros foram questionados pelas cartas e necas....o dito pelo não dito...o sanguinário Zumbi virou herói nacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário