segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Escuridão branca


Bem ao estilo dos antigos escritores românticos, não pelo talento (longe disso), mas pelas condições - à luz de vela - dou vazão a minha veia jornalística de não querer parar de escrever. É, visto que, na região Metropolitana de uma capital de Estado falta energia! Mas isso é outra história....

Mesmo sem energia. Tomado pelo breu na noite de segunda-feira fui ler o Curral da Morte, do jornalista Jorge Oliveira. Depois conto mais sobre a obra, parei de lê-lo por enquanto, pelo menos por essa noite. É que em meio à penumbra da vela, observo o vulto da lua chegando na minha janela.

É algo tão singelo, tão simplório, que não percebemos tal beleza no dia a dia. As luzes da cidade, de nossas casas, prédios e carros não permitem que admiremos a grandiosidade de um céu negro e luminoso.

Fazia um bom tempo que não admirava o céu assim, tão belo. Noite de lua linda, clara como o dia, porém com um escuridão nítida. Dizem as crendices populares do Nordeste que quando uma luz se apaga aqui embaixo, outra se ascende no alto.

É lindo. Sinta a paz. Não há tamanho poder de descrição que possa dizer a beleza do céu estrelado. Preto porém radiante ao mesmo tempo. Lembrou-me até o luar do Sertão, aquele que tanto tenho saudade.

Coloquei-me na janela de meu quarto para ouvir aquele silêncio, que o interior ainda nos dá. Parado, olhando, percebo a vagarosa velocidade das nuvens que sem pressa seguem o seu destino. No seu rastro, ficam latejantes estrelas tentando duelar com a luz da lua. Bobagem.

A onipotência e onipresença da lua na imensidão da noite é inconteste. Nem o vazio galático da noite ofusca seu brilho. Pequenina, lá em cima, branca radiosa faz a gente sossegar. Xiiiii, chegou energia!!!!!

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