sexta-feira, 1 de outubro de 2010

História pra contar em jogos internos


Qual o melhor lugar para se tirar as desavenças entre jovens alunos? Não, não, se você pensou na saída do colégio para uma briga enganou-se. Todas aquelas birras habituais - não o builling - deveriam se resumir em richas, porém esportivas, e os jogos internos dos colégios, além de integrar os garotos, acirram a ânsia pela vitória. Dá aquela moralzinha. O peito fica inflado de moral.

E são nesses jogos que aprendemos o saboroso gosto da vitória e o amargoso desabor da derrota diante de todos. É inevitável não existir aquela disputa entre Sansão e Golias, onde os pequenos dos anos menores enfrentam os brutamontes dos anos mais avançados.

E foi assim, com esse mesmo temor que em 1996, minha turma, o 2º ano "A" uniu-se com o 2º ano "C", no futebol para acabar com um marasmo de derrotas nos anos anteriores. E chegamos a semi final contra nossos rivais mais próximos, o 2º ano "B". Bola na ponta esquerda, dou um tapa na gorduchinha, e o lateral deles dá um ponta-pé em mim e vou bater na brita ao lado do campo. O lado externo da minha coxa é só sangue, um arranhão bem grande. Porém, conseguimos ganhar e vamos pra final.

Vamos como a grande surpresa, pois ambas as turmas não são conhecidas como atletas, e sim como nerds. Fomos a zebra da competição. Então o time "A" e "C" disputa o título contra o 3º "A". Uuuuuuiiiii, frio na espinha. Parece que foi ontem. Eu via a arrogância dos grandões. "Já chegaram longe demais", diziam seus olhares. Jogo nervoso, disputado palmo a palmo. Após dois tempos de muita movimentação, mais vontade do que técnica - todos estavam exaustos com um dia inteiro de disputa.

Mesmo machucado, com a coxa enfaixada, uma bola sobrou pra mim na esquerda - como sempre na esquerda por que sou canhoto. Estique demais o passe e a bola escapou um pouco. Dei meu último fôlego, e meu último drible, dei um corte no lateral deles, e cruzei pra cabeça da áerea onde estava meu atacante, Veib. Ele deu um corte com a direita e chutou com a esquerda. Não deu pro goleiro, foi no ângulo...

Conquistávamos o inédito título. Jamais uma turma menor tinha ganho um jogo interno do colégio. No mesmo ano, o time do colégio aproveitou mais da metade do time campeão para o time do colégio, na disputa dos Jogos Estaduais das Escolas. Mas como no futebol, aqui se faz, aqui se paga....em outro jogo épico, perdemos o bicampeonato disputando a final contra o 3º ano "B". Eles jogavam com apenas oito jogadores, mas eles conseguiram se multiplicar. Excelente partida....e assim foi mais uma história.

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