segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Huuuummmm


Bom voltar às palavras. Elas nos dão a liberdade de viver, pensar e sentir tudo que podemos e até aquilo que nos é proibido. E por que o proibido, o excêntrico nos é tão tentador. Está dentro de cada animal racional. Dentro de todos nós existem demônios que nos levam à tentar, almejar e cobiçar o que não podemos ter.

A sede que toma nosso corpo é tão devastadora como a seca do deserto. As convenções sociais, o pudor, tudo isso foi inventado para o homem ser pudico. Era necessário impor limites para que o planeta não se transformasse numa filial do inferno. Uma verdadeira Gomorra seria instituída sobre a Terra.

Diariamente lutamos contra esse ‘mal’ que toma nosso ser. Por mais poderosa que seja a vontade, reza a Igreja e os bons costumes que devemos resistir. Ser forte não é lá coisa de quem tem carne. O exercício da resistência serve apenas para os eunucos que nada tem a fazer.

A cada morder de lábios, e a cada salivar sinuoso, o íntimo humano se recontor-se suplicando um pouco daquele vício, ainda nem provado. Apenas os santos foram treinados dogmaticamente para confrontar seus desejos mais profundos. Digaê, quem não tá lá seus sacros segredos mais insepultos?

O mais fervoroso seminarista, o mais devoto dos pastores e até a mais beata das irmãs tem dentro de si um animal indomável preso numa jaula. Essa besta é sim bem tranquafeada. Até que um ser qualquer chega com uma chave e solta a fera contida. Controlar? Só os psicólogos devem responder tal indagação. Alimentar ou esquecer para matar por inanição? Não se sabe...

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