quinta-feira, 4 de março de 2010

Swing puro


Pense num CD que não sei mesmo como não já furou no som de meu carro. O swing faceiro e meloso do célebre Wilson Simonal contagia qualquer um que se atreva a ouvir apenas um single dele. Muita gente de minha geração desconhece as canções de Simonal, mas certamente já ouviram bastante por aí, mas não ligava o nome a pessoa.

Simonal foi sinônimo de sucesso no Brasil dos anos 60 e 70. Tudo que o camarada cantava virava ouro. As notas musicais que saiam da garganta dele tinham o dom de Midas. Chegou a ser o artista mais bem pago na América Latina. Hits como País Tropical, Carango, Vesti Azul, Mamãe passou açúcar em mim, enfim, a lista é longa.

A TV Globo no final de 2009 promoveu um show que virou disco. Baile do Simonal reúne os principais sucessos dele. E seus filhos, Marx de Castro e Simoninha, comandam os amigos que se sucedem no microfone cantando os hits do grande Simonal.

Seu Jorge, Maria Rita, Samuel Rosa, Marcelo D2, Elza Soares, Rogério Flausino, Fernanda Abreu, são apenas alguns dos feras que animam a festa. Tamanha pompa é compreensível, Simonal era o artista mais popular daquela época, ele inaugurou o que chamamos de samba-rock, ou até mesmo o precursor de uma música mais swingada, pra cima, ritmada e contagiante.

O cara foi convidado pela delegação da antiga CBD (atual CBF) para acompanhar a Seleção na Copa de 1970, no México. Pense na moral. Tamanha fama, rendeu também maus frutos para Simonal. O segmento artístico durante o período da ditadura militar acusou Wilson Simonal de ‘entregar’ outros artistas ao regime.

Foram anos de ostracismo e de mentiras sobre Simonal. Até o documentário do casseta Claudio Manoel sobre Simonal aborda o tamanho da injustiça com depoimentos de personalidades da época e artistas que conviveram com Simonal.

E fica aqui a recomendação. Quem não conhece a obra de Wilson Simonal, corra e ouça a batida do rei do swing, e pai musical de uma turma como Tim Maia, Jorge Bem Jor, Jair Rodrigues e outros mais....

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