segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ja se sente...mas a luta continua


Os efeitos da decisão do sr. ministro Gilmar Mendes começam a ser percebidos pelos periódicos aí a fora. Eu sou editor da Agência Alagoas, agência de notícias oficiais do Governo do Estado de Alagoas. Diariamente, recebo matérias e releases das assessorias de imprensa das secretarias e demais órgãos da estrutura do Estado.

Não vou dizer aqui que a qualidade do texto que recebia todos os dias era lá essas coisas, antes da abolição do diploma. Estaria mentindo. O que fazíamos? Quando o texto era muito ruim, nós refundíamos. Praticamente refazíamos o texto. Relocávamos as informações, corrigíamos os erros de gramaticais, e por aí vai. Apliquei os verbos no passado, mas continuamos fazendo isso. Porém, alguns estagiários e outros 'profissionais' de áreas afins também começaram a enviar material para publicação. A qualidade? Sem comentários...coisa pífia.

Não posso deixar de comentar que alguns estagiários mostram desde já seu talento. Textos bens escritos, concisos, diretos, claros e objetivos. Tipo, tem até radialista perguntando como funciona o piso salarial para os jornalistas. Todo mundo querendo filar um boia. Nada contra os colegas radialistas, mas salvo exceções, uns não sabem nem assinar o nome.

Aproveitando, um colega de comunicação ligou para a Secretaria de Comunicação de Alagoas, perguntando por que o texto dele não tinha sido assinado por ele - que não é jornalista. Fui cortêz e expliquei que quando o texto não tem qualidade, mudamos ele por completo e não assinamos o nome do autor original. Visto que se refudimos o texto, ele já não é, na íntegra, como o texto enviado previamente. Tudo é modificado. É outro material, completamente diferente.

Cabe a pergunta: a quem atende a ausência do diploma? Quem sai ganhando? Em momento algum foi restringida a liberdade de expressão. Os não-jornalistas tinham, e ainda tem, o espaço de articulistas, colunistas para expressar seu conhecimento. Para aqueles que usam a caneta, e hoje o dedo, apenas para escrever o que seu chefe quer, sem respeito algum a métrica e à ética jornalística, o banquete está servido. É a hora. O jornalismo de verdade, puro, fiscalizador e investigativo está em risco.

Existem grandes caciques da comunicação que não tinham diploma, claro. Antes não havia como passar para os gurus da comunicação os preceitos do ramo, porém hoje já existe. Nem todo mundo pode pegar uma pauta e sair por aí escrevendo. Os casos de genialidade na grafia e na verbalização são louváveis, mas escrever, comunicar numa lauda, e respeitar o leitor e as partes, isso pouquíssimos sabem.

Continuo na luta, e prezo sempre pela qualidade no jornalismo. Para mim, jornalista continua sendo jornalista. Cozinheiro deve é cozinhar. Nós....conduzir o país para dias melhores e informar a sociedade de como chegar até lá!!!!

2 comentários:

  1. Lamentável o desfecho deste triste processo, né?

    Os medíocres de hj poderão vir a ser os jornalistas de amanhã. Porém, creio q a formação em um nível superior vai continuar pesando.

    Excelente texto, querido. O melhor, eu diria!

    Passa lá pra ler o q falei sobre o tema tb.
    http://feitocaesegatos.blogspot.com/2009/06/vende-se-diploma.html

    Bjão!

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  2. Lamentável o desfecho deste triste processo. Os medíocres de hj serão os jornalistas de amanhã.

    Porém, creio q a formação em um nível superior vai continuar pesando...

    Excelente texto, querido! O melhor eu diria.

    Passa lá pra ler o que tb postei sobre o tema. Bjão!

    http://feitocaesegatos.blogspot.com/2009/06/vende-se-diploma.html

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