sexta-feira, 3 de julho de 2009

Herrar é umano

Errar. O que leva uma pessoa ao erro? Certamente seu ponto de vista, sua bagagem do que entende ser certo, e dependendo das circunstâncias, seu estado emocional, sua condição física, condição econômica, enfim. Qualquer interpére pode ser levada em consideração. Até por que cada fator desse é típico do ser humano, nenhum outro animal dispõe destes meandros para indizí-lo a falha.

Deste modo faz parte da condição humana errar. Não devemos nos esconder por trás desta característica e justificar nossos atos equivocados pelo simples jargão: "errar é humano". Jamais. O que podemos considerar é que ninguém gosta de estar errado. Ninguém se coloca nessa posição por querer ou por puro fetiche de falhar.

O ser humano é levado a errar por algum motivo maior. Uma necessidade urgente e magna, cuja importância para os demais não seja lá essas coisas, mas para o errante é maior e sobrepujante. Todavia, nós mesmos condenamos os equivocados. É natural. Nós subjulgamos ele de tal maneira para que não possam falhar mais. E assim, poder chegar o mais próximo possível da perfeição.

Mais quem disse que quero ser perfeito? Não, desejo errar para continuar aprendendo. A perfeição é para pessoas chatas e para as máquinas. O pragmatismo robótico não é comigo. A previsibilidade é melhor. Ninguém vai tentar te antecipar, ou tentar imaginar o que pensas. Nessas situações até o erro deve ser considerado. É dar um passo atrás, para mais à frente andar dois. É estratégico. Até aí o erro é útil.

O erro pode mostrar quem somos, mas abre também nossas fraquezas. Nos expõe. Quando erramos, a vergonha nos toma. E passado o momento de nossa momentânea cegueira, percebemos o que fizemos. Bate o arrependimento. Mas já foi. É necessário humildade e reconhecer que errou.

Embora sabermos que perdoar é divino, poucos são os mortais que desejam se igualar a Deus. Perdoar é se doar demais, é apresentar misericórdia e covalescência. É nobre. Mas....o humano é assim. Devemos então andar em corda bamba e primar pela exatidão militar. Andar em ovos para não necessitar pedir "desculpas".

Antigamente, uma amiga minha me dizia que eu pedia muitas "desculpas", mas nem errava tanto. Era apenas para não magoar ela, me julgava a baixo dela, e tudo era para ela. Não tinha espaço para mim, para minha vontade. Era acoado. Nem o que eu acreditava que era correto, tinha mais esse sentido. O entendimento dela prevalecia. E assim me humilhava. Prometi não mais ser assim. Só que quem erra é que sente. O equivocado sabe que errou, mas também apenas ele sabe o real motivo.

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