sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Recuperando




Asclépio foi um herói-médico Grego que viveu lá pelos idos do período Arcaíco. Seus santuários, assim como os dedicados a outros deuses e também a alguns heróis, se tornaram populares templos de cura, onde os devotos buscavam auxílio divino para seus problemas de saúde. Entretanto, hoje estou a mercê de uma máquina que está devolvendo a vida a Heverlane - minha noiva -, logicamene pelas mãos de um competente hematologista, o dr. Wellington Galvão, mas curando ela de todo modo.

Ainda bem que não estamos nos tempos de Asclépio, pois a tecnologia que hoje temos salva muito mais vidas do que aqueles tempos helênicos, mas dele tiro uma lição. As orações, preces, passes, ou seja lá o que for, estão ajudando e muito a recuperação de Hever. É nítido ver a crescente evolução em seu quadro. Mesmo com pequenos retrocessos, devidamente contornáveis, ela está reagindo bem. Brinca, tira onda, se emociona, faz planos. Normal, né. Todavia, o pior obstáculo que percebo é a batalha psicológica que operamos todo dia. Essa a poupamos.

Só para deixar claro aos queridos que estão acompanhando apreensivamente o caso é o seguinte. Foi diagnosticado que o corpo de Heverlane desenvolveu congenitamente um anticorpo que está promovendo microtromboses em seu sangue. Isso é responsável por diversos sintmos que ela ainda está sofrendo, porém numa intensidade bem menor. Enxaquecas e dormência nos membros do lado esquerdo do corpo.

As sessões de diálise que estão extirpando do corpo dela esses anticorpos maluquinhos estão dando nítidos resultados. Ela está lembrando mais das coisas, falando mais articulado, conversando mais, humor de volta, andando mais normalmente. Tudo está voltando a ser como era. Ela também voltou a se alimentar melhor, após uma insistência tremenda, mas está. Hoje, sexta-feira, quase sábado pelo adiantar da hora, ela concluiu sua segunda sessão.

Sua aparência é outra. Ela está mais disposta, menos debilitada e para a sessão deste sábado, Às 15h, as perspectivas são ainda mais animadoras. Bem, mas aqui pra nós, gente. Não é nada fácil lidar com esse tipo de situação. Quem já passou por algo semelhante sabe. Você inicialmente tem que ter o equilíbrio de dosar suas forças - eu to um caco, minha coluna tá dando um nó de tanto ficar em pé..rsrsrs, normal.

O psicológico conta bastante. Parece que são em momentos como esses que birras familiares se tornam ferrenhas indiferenças. Todo mundo quer ajudar nessa hora, que bom, é ótimo, mas o ciúme, outras desavenças ressuscitam ainda mais nervosas. É hora de bandeira de paz, gente. Tudo em nome da recuperação dela. E só. Guerras depois, ou nunca, melhor seria.

E, por favor, pessoal, continuem com orações e desejos de recuperação. Está ajudando e muito. É sério. Desde já agradeço.

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