segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O pragmatismo e a modernidade




O jornalismo é algo tão mutante que a informação de segundos atrás já é velha. Ao terminar este post certamente, alguma informação que está rodando por ai em sites noticiosos, blogs e afins vai estar capenga, desde o momento que você começou a lê-lo. Agora como lidar com o pragmatismo que ainda impera no meio da comunicação. Dogmas quase clericais que jamais são ameaçados. Como ficar diante disso tudo? Se inclinar e ceder, ou simplesmente tentar nadar contra a maré.

Na história, o traidor é conhecido apenas pelo ponto de vista de quem conta a história ou de que tempo se fala a narrativa. Eu nem diria, traidor, mas sim vanguardista, ou quem sabe lá, louco ou visionário, seja lá a denominação que se queira dar àqueles que um dia tentaram contestar o vigente. Já não há mais dentro do texto jornalístico aquela história de pirâmide invertida e blá, blá, blá. Para o bem daqueles que não têm diploma e tem a foto do Gilmar Mendes na cabiceira da cama, essa estrutura de texto sem forma e livre está na moda.

Escrever uma matéria jornalística é contar história. Seja como for, você deve responder aquelas perguntinhas básicas que todo mundo faz numa simples conversade ponta de esquina. "Eita, foi mesmo? Onde foi isso? Sério? Quem fez? Oxi, porque? Caramba, será? Mas, e se....! Imagina...mas fulano também?", tô de zoação, gente. O que quero dizer é que o jornalismo literário caiu nas graças dos foquinhas e dos que tem menos de 10 anos de atuação no mercado.

Hoje, todo mundo quer enfeitar o texto e mostrar que é bom nas letrinhas e no jogo de palavras. Mas calma, lá. Lembrem-se que nos cargos de chefia ainda existem os pragmáticos, aqueles que aprenderam o jornalismo na labuta, na marra, nas coxas. Aquela galera que - por vezes - nem sabe como passar seu conhecimento, são grossos em alguns momentos, arrogantes e por aí vai. São poucos aqueles que admitem seus erros, menos ainda aqueles que aceitam sua submissão e entrega ao mundo moderno as informações em velocidade da luz.

Os medalhões do jornalismo são do tempo em que as notícias se renovavam de um dia para o outro. Agora, a cada segundo, um novo detalhe é divulgado e assim dado como mais vantajoso e estratégico do que foi noticiado há pouco. Pôxa, não tem comparação. Chega a ser covardia. Tudo bem que essa galera da geração Y ou X, sei lá, que letrinha, tem uma capacidade acima do normal de manejar as novas mídias. Cachorro velho aprende truque novo? Aprender até que aprende, porém, a maestria é mais embaixo.

Antes de me crucificarem, vamos dar justiça a importância da experiência no jornalismo. Titular, um termo diferente, uma palavra mais adequada, a calma, a ponderação e a parcimônia são fundamentais. O afoitismo atrapalha. Dar o tal do "Furo" banalizou. Todo mundo tem acesso a tudo - quase tudo. O jornalismo mudou. É fato! O que um site publica agora, pode ter sido a novidade que outro concorrente deve ter apresentado há um dia atrás. E isso acontece sempre. A corrida é tamanha, que o leitor que não viu a primeira notícia - daquele que realmente saiu na frente - vai pensar que o segundo que publicou foi o que realmente publicou.

Aí surge um questionamento interessante e que se faz presente. Nos sites jornalísticos, é melhor deixar em seus destaques aquilo que está bombando mais? Ou após um certo e louvável tempo, trocar a informação por outra nova? Bem, tem gente que é adepta do "em time que está ganhando não sem mexe". Até que...! Até quando vem outra notícia de outro site e derruba a sua. Creio que o jornalismo é tão veloz, que é necessário encontrar um modo de sempre renovar, porém dando publicidade a todas as informações importantes. Essa pluralidade da sede do internauta é tamanha que todos os públicos consomem a notícia que você noticia em seu site.

Ora, se eu ponho uma matéria sobre acidente em tal rodovia e deixo ela por mais de quatro horas, bem...vou perder um ávido público que quer ver putaria, esporte, política ou fofoca. E por aí vai....É onde o pragmatismo não deixa pensar. Não permite pensar assim até que um consultor - pago e muito bem pago - venha pro moderador e diga tudo aquilo que está na sua frente e só ele não vê.

Eita jornalismo ligeiro da gôta serena. Lá vem....ele...já foi! Assim é ele!

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