terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Amarelo manga do Sertão


Retorno nesta quinta-feira ao Sertão alagoano - região que tanto gosto de estar. Não pelo sol de rachar qualquer cucuruto, muito menos pela temperatura insana, curto aparecer por essas bandas por causa de seus contrastes, de suas particularidades e de seu povo e a fotografia em geral do lugar.

Em especial, prefiro a gente que persiste em sobreviver numa terra tão inóspita. Eles nos dão a lição constante que precisamos para agradecer pelo que temos.

É um povo que mesmo com o rosto enrrugado e sofrido, castigado pela vida árida ainda é capaz de dar o sorriso mais autêntico que você poderá ver em vida. Em terras como de Mata Grande, cidade que visitarei, as pessoas são reféns dos grandes senhores de engenho - êpa, não errei de época.

Os fazendeiros, grande latifundiários ainda utilizam práticas dos tempos da colonização. A lei ainda é a labuta na terra, com um ganho apenas...pra se acomodar ainda mais...."vamos fazer filhos para ganhar mais do Bolsa Família"!

Gosto de ficar olhando os pássaros voando e num bailar único buscam por açudes ainda com água ou um pouco de barro para molhar a moela. Em alguns lugares, escassos ainda, é possível ver vegetação verde e sadia, mas não a confunda com a palma, única fonte de comida para o gado que ainda não morreu. Ver a caatinga, a mata seca, arbustos, galhos...lembrar o quanto já andei a mudança que presenciei.

A realidade que tentei descrever está mudando. Hoje, cada cidadão desse que mora no Sertão, tem no mínimo uma cabeça de gado, pra ao menos dar leite, tem a palma, tem o governo pra ajudar, seja estadual ou federal. Os órfãos sofridos da terra ainda existem mais estão em menor número, graças, mas o sofrimento não diminui, isso sim...no Sertão é de monte...

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