sexta-feira, 31 de julho de 2009

Rodin é o cara


Inspirado num post de uma amiga blogueira que falou da obra hipnotizante de Cândido Portinari, vou relatar minha experiência com a arte moderna, mais precisamente o contato com a arte marcante e inesquecível de August Rodin. O artista parisiense, que curiosamente nasceu numa favela, era míope e considerado retardado na infância.

Para você que não tá ligando o nome a pessoa, é o camarada que fez O Beijo e O Pensador- obras aí ilustradas nessas fotinhas. Rodin foi o mais controvertido artista de seu tempo (1840-1917). Tal como Michel Ângelo, ele tinha a audácia de modelar o corpo humano, com a força da beleza natural. Rugas, feições rudes, músculos contorcidos, detalhes que caracterizavam a arte de Rodin.

Vi de perto o talento desse escultor, em Recife (PE). O ano era 2000, meu primeiro ano de universidade. Fomos para participar de um encontro de jornalismo, mas de passagem pela cidade fomos ao Museu de Arte Moderna do Recife. E lá estava a exposição rotativa de Rodin, que tinha saído da Europa e iria rodar a América Latina.


Cara, a gente pensa que são obras enormes, monstruosas, mas são as riquezas dos detalhes que maravilham a alma. Você viaja olhando pra uma obra dessa. É tudo tão perfeito, tão rico em poesia corporal. É muito massa. Aconselho a pesquisarem mais sobre o artista francês.

Rodin começou cedo os passos na arte, com 13 anos já dava o ar da graça. Aos 18, após ser reprovado três vezes no exame de admissão à Escola de Belas-Artes, passou a trabalhar como moldador, confeccionando objetos ornamentais.
Controvertido, rejeitado, garanhão, chato, de início as obras do escultor francês eram rejeitadas por ilustrar justamente isso, a sexualidade humana. Mas suas maiores obras ganharam vida na década de 1880: O Pensador (1880; Museu Rodin), O Beijo (1886; Louvre), e O Filho pródigo (1889; Museu Rodin).

Arte é sempre bom pros olhos e pra alma, portanto em tempos que a arte é tão cara e inascessível, não percam a chance de conhecer mais peças teatrais, quadros, pinturas, coisas do tipo. Vale a pena.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Meta o dedo...

O site do Observatório da Imprensa está realizando enquete para identificar posições sobre as PECs que estão tramitando no Congresso. Vamos votar lá, ampliando a vitória do SIM, que no momento chega a 63%( tarde desta quinta-feira, 30).

Veja abaixo: Deve o Poder Legislativo preencher o vácuo legal deixado pelo fim da Lei de Imprensa e do diploma de jornalismo?

Sim ou Não, confira lá...vote

Vote na urna eletrônica em:http://www.observatoriodaimprensa.com.br

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Empresa propõe boicote contra veículos que chamam 'gripe A' de 'gripe suína'

Isabela Vasconcelos (São Paulo, Comunique-se)

A editora Animal World, que publica as revistas AveWorld e PorkWorld, anunciou em seu site o lançamento de uma campanha de boicote contra os veículos que noticiam a Gripe A, causada pelo vírus H1N1, como gripe suína. A campanha foi lançada na última sexta-feira (24/07).

A empresa incentiva o boicote publicitário à imprensa que usa o termo errado para definir a doença. “Estaremos divulgando uma mensagem para que todos os brasileiros boicotem as mídias que mencionem o termo errado e solicitando a todas as empresas que hoje são anunciantes destes mesmos grupos, e vivamente envolvidas no agronegócio, que deixem de investir em publicidade até que a mídia deixe de prejudicar este setor”, diz o texto publicado no portal da Animal World.

“Já enviamos comunicados a vários veículos que insistem em usar o termo errado, mas não adianta, eles continuam noticiando como gripe suína. Por isso, por reclamações de muitos produtores, resolvemos lançar a campanha”, explica Flavia Roppa, presidente da AnimalWorld.

A empresa também fez um manifesto online, pelo uso da nomenclatura Gripe A nos veículos de comunicação, que já tem 650 assinaturas.“Não é a primeira vez que nos manifestamos. Em 2000 conseguimos tirar do ar uma propaganda da Bombril que envolvia um porco e prejudicava a imagem do setor”, conta Flavia.

“Amigos” e “inimigos”Além da petição, a editora classifica em seu portal os “amigos” e “inimigos” da sinocultura brasileira, qualquer um que contribua ou prejudique a imagem do setor. Entre os “inimigos” o portal destaca Globo, SBT, Valor Econômico, CBN, Bandeirantes, Estadão e Folha de S. Paulo, com fortes críticas ao tipo de jornalismo praticado pelos veículos. Entre os “amigos” entidades e produtores são citados.

A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS) se manifestou contra o uso incorreto do termo “gripe suína” à Organização Mundial da Saúde (OMS), que passou a denominar a doença de Influenza A (H1N1). Agora a direção da entidade considera que a questão esteja em outro estágio, um problema de saúde pública e biossegurança, para que as pessoas não contaminem os animais, e não mais na mudança do termo, informou a assessoria da ABIPECS, que não se pronunciou sobre o boicote à imprensa.

O jornalista Fernando Barros, diretor de comunicação e marketing da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, diz que a entidade apoia a revisão do nome pelos veículos de comunicação, mas que não considera importante o boicote contra a imprensa. “Apoiamos a revisão do nome. Entendo a indignação que isso causa no setor, mas acho que boicote contra a imprensa é uma decisão inconsequente. Não se pode condenar os veículos, devemos informar, mas é uma decisão deles, que tem um cunho social e que será cobrado pelos próprios leitores”, avalia.

Para Barros a questão é mais complexa que apenas o termo errado usado pelos veículos de comunicação. O jornalista acredita que a mídia tem tratado o assunto como um espetáculo, com uma proporção bem maior que o fato representa. Ele contesta o tratamento dado pela mídia a uma doença que tem uma taxa de mortalidade abaixo da gripe comum, e que o número de mortes foi superado pela dengue, que no Rio de Janeiro matou 40 pessoas. “A pauta ficou maior que o fato. Estou tirando essas informações da própria OMS e do Ministério da Saúde, não pela entidade que represento”, explica.

Para ele, o grande espaço dedicado ao tema pode ser um misto de espetáculo e política. “Não pode ser uma questão política o fato de uma emissora, como a GloboNews, dedicar quase duas horas para o Ministro da Saúde falar sobre o assunto? No lugar de um político eu também gostaria de ter esse espaço”, declara.

O jornalista também destaca que a mídia não atentou para o fato de que nunca uma pessoa foi contaminada por consumir carne suína. Em toda a questão Barros lamenta a parcialidade dada ao tema. “Posso lamentar que nesse caso nós, que representamos o setor, não somos ouvidos. Eu, como jornalista, não posso admitir que ambas as partes não sejam ouvidas”, afirma.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Casamentos


Em virtude das nossas fases e idades da vida, acabamos frequentando certas festas que marcam época. Na adolescência, a moda é festinha de 15 anos. É de monte. Depois da puberdade, é a vez das formaturas de colégio, elas pipocam em dezembro e movimentam a galera cheia de hormônios.

Em seguida, e não demora muito, são as formaturas de faculdade. Nooooossssaaaa, essas são de arrombar mesmo. A briga por senhas e convites criam novos amigos e inimigos eternos. Por fim, aliás, não diria 'por fim', pois ainda não terminou, estamos no meio do caminho ainda. A fase agora é frequentar casamentos.

Caros leitores, é muito casório. Bem, há quem diga que a instituição do casamento é fálida. Tudo bem, mas a indústria do casamento está cada vez mais profissional. Um simples indicativo disso. Só eu, um relés jornalista, tenho três amigas que são donas de empresas de cerimonial casamenteiros. E com muito sucesso por sinal, por que elas não param. Todo fim de semana acontece os 'unidos para sempre'. É muita gente casando mesmo.

Agora, se esses casais que trocam juras perenes de amor separam-se com a rapidez de uma novela das oito, aí é outra página da história. O que vale é que as pessoas ainda acreditam no sonho do casamento, a vontade e a missão de se unir a outra pessoa e juntar as escovas de dentes.

Apenas de amigos que casaram no período de um ano somam-se sete casais de uma turma de amigos. É muito raio pra cair no mesmo lugar. E curiosamente neste fim de semana, eu e minha namorada, Heverlane, estávamos numa loja de eletroeletrônicos, e uma figuraça de um senhor de 80 anos, nos chamou a atenção por sua simpatia e descontração. O nome dele não me recordo bem, o nome dele é francês, e como ele mesmo disse, tem que fazer biquinho, se não, não acerta.

Aquele senhor que estava tentando fazer uma compra e acabou ganhando um monte de amigos momentâneos é casado há 50 anos, e vendo a mim e Heverlane, ele veio perguntar se éramos casados. E então uma enchurrada de conselhos veio até nós. Segundo o bem humorado senhor francês, ele disse que casar está fora de moda; engraçado ouvir isso de uma pessoa que está a 50 anos com a mesma mulher, e mais uma vez ele mesmo enfatizou, que ainda dá no couro. Enfim..

Para o nosso novo amigo, casar é claro, é um passo muito importante e fundamental para o ser humano. Mas a alternativa que os tempos modernos ensinaram ao velhinho é que o lance é se juntar. Ora, ele teve duas filhas, uma arquiteta, outra engenheira, ambas muito bem de vida, mas se separaram. É complicado. Traumatizou o côroa.

Eu e Heverlane mesmo. Somos um exemplo da geração que passa por isso. Nossos pais são separados, e esse exemplo tão próximo de nós provoca um desejo de casar e corrigir os erros de nossos pais. É descobrir de perto e por meio de nossa vivência dentro do relacionamento, porém como filhos, fazer certo, o que eles fizeram de errado.

Mas o conselho que ficou do bom velhinho com boina cinza, bem francês mesmo, foi a de resistir sempre, ter muita paciência, ceder, e ceder muito, muito mesmo. De acordo com ele, compensa. "A gente abre mão de muita coisa, mas compensa, compensa bastante", disse a figura com um sorriso largo estampado no rosto.

Serve de exemplo. Casar está na moda. Até por que na lista de festas que seguimos ainda tem os batizados, e começa tudo de novo, aniversários dos filhos, 15 anos.....e por aí vai!!!E essas festas você não quer ficer sozinho? Ficar pra titio(a) não rola, né verdade!!! Inspirem-se, gente...casem-se.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Desista não...um dia chega


Em novembro de 2008, estava lendo Assim te conquistei, da jornalista Chris Campos. O livro conta como 30 casais encontraram nessa louca vida de idas e vindas um pézinho quente. E todos são enfáticas ao dizer que cataram o amor de suas vidas.

No livro, constam relatos de casais famosos como a história dos atores Paulo Goulart e Nicete Bruno, ou ainda de Glória Pires e do cantor Orlando Morais. A obra chama a atenção pela pluralidade de casos e seus particularidades. Tipo, um caso desses pode bater com o seu.

A produtora musical Patricia Kisser, apesar das diferenças, nunca pediu ao baterista Andreas Kisser cortar um fio de cabelo, ou se quer falou das diversas tatuagens que o músico ostenta no corpo. Mas como forma de compensação o ar fúnebre do hardrock exigido pelo seu segmento musical, deu lugar a um roqueiro mais glamouruso, como ela mesma diz, e se precisar até um terno ele põe. É que eles encontraram a fórmula: se completam. Cedem aqui, ali. Esse é o pulo do gato, o grande segredo. Acharam a harmonia entre pessoas diferentes.

Já o exemplar casal Nicette Bruno e Paulo Goulart fazem questão de falar dos seus 55 anos de namoro. É isso mesmo, namoro longo, né. Mas é assim que eles curtem dizer. E veja que eles convivem na mesma profissão, trocam as mesmas angústias e dormem na mesma cama. Mas para ambos, o negócio da china foi jamais perder o interesse e a vontade de se arrumar um para o outro. É se mostrar interessante sempre. Para eles, o amor duradouro é resultado de muito, muito mimo, e de pequenas atenções cotidianas.

Seja como for, você que tá com problemas com a sua pequena, ou ainda você garota que tá com aquelas briguinhas com seu barbudo, calma. Relaxem, conversem, lembre dos meandros da vida, os percalços e o que passou para chegar até aqui. Quando a gente gosta, os espinhos existem, e servem para mostrar o que está errado e merece uma atenção. Conversem, vale a pena.

Ahhhh, se quiserem confiram o livro. Não é um manual de conquista. Parte dele, eu li no Rio de Janeiro, em 2008. Fui solteiro, mas com o coração em busca de um porto seguro. Não achei em terras cariocas, mas achei aqui pertinho em Maceió mesmo. Tenha paciência, queira paz pra seu coração, pois como ouvi uma vez: "arrume seu jardim com flores, pois é assim que as borboletas vão até ele", disse um provérbio. Mas calma, amigas, vocês não vão atrair bibas, borboletas é modo de dizer......


sábado, 25 de julho de 2009

Diploma cai, mas empresas ainda querem profissionais formados

Cinthia Almeida (Comunique-se.com.br)

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a exigência do diploma para o curso de jornalismo, dividiu a categoria e trouxe várias questões sobre a regulamentação da profissão. Jornalistas formados, não-formados, estudantes e professores querem saber, o que muda a partir de agora no mercado de trabalho?

Uma das principais portas de entrada na profissão é o programa de estágio. Três dos principais jornais do País usam deste meio para treinar futuros profissionais. Mesmo com a mudança na legislação, para alguns veículos de comunicação, ter curso superior ainda é um critério de seleção. Um exemplo é o jornal O Globo.

"Acreditamos no papel da escola"“As organizações Globo respeitam a decisão do STF, mas acreditamos no papel da escola e na qualidade dos profissionais formados. Portanto, estar cursando ou ser formado em Comunicação Social continua sendo um dos critérios para a inscrição dos candidatos”, disse Luiza Correa, responsável pelo programa de estágio “Boa Chance” do jornal O Globo.

Por estar em andamento, o processo seletivo do Estadão não muda neste ano. Para o ano que vem ainda não se sabe se haverá alguma mudança.

“O processo seletivo para 2009 não terá mudanças porque já está na sua fase de encerramento das inscrições. Para 2010 não está nada decidido, pois a lei ainda é recente” informou Marisa Oliveira, responsável pelo “Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado” do jornal.

A Folha de S.Paulo não se preocupa com a decisão do STF. Mesmo antes dela, não exigia a graduação em Jornalismo.“Nada mudou para o grupo Folha. O requisito principal para se inscrever no programa é o diploma. Qualquer pessoa que tenha curso superior concluído ou em curso, pode participar, basta que seja criativa, bem formada e julgue ter talento para jornalismo”, afirmou Ana Estela de Sousa Pinto, responsável pelo programa “Treinamento Folha” da Folha de S. Paulo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

84% dos jornalistas são contra fim da obrigatoriedade do diploma, aponta pesquisa


Da Redação Comunique-se


Os jornalistas são contra o fim da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. Uma pesquisa feita pela Escola de Comunicação do Comunique-se mostra que 84% dos profissionais formados em Jornalismo discordam da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acabar com a obrigatoriedade, como ilustra o gráfico ao lado.

Foram colhidas nacionalmente as opiniões de 682 pessoas da área de comunicação — estudantes e profissionais não-diplomados, inclusive. Considerando todos os respondentes, o percentual dos que são contrários à decisão do STF é similar: 78%. O estudo seguiu os procedimentos de metodologia científica.
A pesquisa abordou, ainda, o impacto que as pessoas acreditam que a decisão terá em suas vidas profissionais e no papel das faculdades de Jornalismo. Veja na tabela abaixo a síntese das conclusões a que chegou a pesquisa.
Apenas 11% dos jornalistas formados e dos estudantes de Jornalismo concordam com a decisão do STF. Outros 5% são neutros e 84% são contra, como informou o início da reportagem.
Entre profissionais sem formação em Jornalismo — e que já atuam em Comunicação — as opiniões se dividem: 45% aprovam e 42% reprovam o fim da obrigatoriedade do diploma.

De cada 10 jornalistas formados, 5 acreditam que vão sofrer impacto negativo em suas carreiras e 4 entendem que não haverá impacto no mercado. Apenas 1 está otimista.

Em linhas gerais, existe a seguinte relação: quem concorda com a decisão do STF acredita que o mercado não sofrerá nenhum impacto com ela. Quem discorda do STF entende que ou o impacto será negativo ou não haverá impacto.

A maioria dos entrevistados (66%) pensa que o curso de Jornalismo vá perder importância com o fim da obrigatoriedade do diploma. 22% acreditam que nada vá mudar para as faculdades. 9% acreditam que as faculdades ganhem força. 3% não opinaram. Essa proporção é similar em todos os perfis de entrevistados. E você, leitor, o que pensa sobre o fim da obrigatoriedade do diploma? Que impacto você acredita que essa decisão provocará no mercado? Você acredita que o curso de Jornalismo vá perder força? Sua opinião na área de comentários do Comunique-se é sempre importante.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Diversão no lugar errado

Jovens em busca de curtição num interior distante das boates da capital. Frio de tremer os dentes. E um guia amante de reggae pesado. Misture isso tudo e você pode imaginar no que dá. Não, não, não dá pra imaginar. Esses fatores se uniram em julho de 1997, quando visitei a Chapada Diamantina (BA).

Meu grupo ficou hospedado na Pousada Tradição, no município de Lençóis. E o nosso guia foi uma figuraça chamada por Lô. Ficamos lá por cinco dias. E como dizia Tony Garrido, todo mundo espera alguma coisa num sábado a noite. Como é de costume nesses grupos de estudantes, fomos para um barzinho na noite gélida da cidade. A temperatura variava entre 10º e 12º. É frio, muito frio. E todo mundo, tirando os professores lógico, queria muito mais que ficar sentado olhando um pra cara do outro.

Quando pagamos a conta, eu e alguns amigos puxamos nosso guia para uma conversa de ouvido. "Onde rola uma balada legal por aqui", dissemos. Espertamente, Lô pediu pra esperar. Demos aquela velha massada e fugimos do grupo. Foi quando em uma esquina, o nosso intrépido mentor de libertinagens disse que o lugar era legal. Vê se consigo descrever.

Um negão estilo Steve Wonder, de óculos escuros, blusa de cetim branco com tufas de cabelo pulando do botão aberto. Cada dedo era uma anel maior que o outro, e na cabeça um chapéu preto meio que caindo. Aquele ar bem cafajeste. Até por que atrás do teclado dele, um luminoso vermelho intermitente não dava trégua. Era hilário, mas monótono. Os frequentadores bêbados e mulheres de gosto duvidoso com cara de poucos amigos.

Aí retrucamos com o Lô. "Pô, isso não é o que queríamos", confessamos pra ele. Deu certinho. Saímos do antro paradão e procuramos mais agito. Então, depois de andarmos um pouquinho, ele parou em frente a um casebre simples, de porta e janela com madeira velha e pintura gasta. Ninguém dá nada pela fachada.

Gente....quando um negão dobrado abre a porta, Lô diz o singelo: tão comigo!!! Putz...pegou pesado. Um corredor estreito e escuro parecia que não tinha fim, apenas um feiche de luz lá no fudo nos atraia. Já não se sentia frio, o abafado predominava. Foi então que descemos uma escada, e bem ao fundo um som começou a tomar o corredor. O som aumentava e mas uma escada apareceu, agora subindo. Daí, avistamos uma cena incrível.

Era um enorme galpão fechado, onde uma densa fumaça só deixava ver os corpos se contorcendo e se tocando sensualmente. O som era um reggae contagiante e erótico. A luz vermelha contrastava com uma lâmpada fosforescente que tentava brigar com a penumbra muito mais forte. Claro, todo mundo ficou olhando pra gente. Aquele monte de adolescente só observando e embasbacados.

Assustados, tomamos algumas cervejas, mas não pegamos ninguém. Fomos embora. No caminho ficávamos lembrando das figuras que vimos na noite atrapalhada. Mas imaginávamos que todo mundo estivesse dormindo na pousada. Chegamos de ponta de pé pra não acordar ninguém, mas quando dobramos nosso corredor. Avistamos uma imagem ainda mais chocante que vimos lá no lugarzinho do Lô.

Era neguinho caido no chão com a língua de fora bêbado, gente se pegando no quarto, muito beijo na boca. Litros e litros de cana vazios jogados no chão disputando espaço no chão com latinhas de cervejas. Meninas e meninos entregues ao álcool e a libertinagem. Não existia mais cama. O povo deitava no chão mesmo. Altas horas da madrugada e não existia personagem sóbrio naquele recinto.

Talvez se não tivéssimos ido para a aventura de nosso guia regueiro, teríamos dado mais sorte entre nossas coleguinhas. Coisas que nunca saberemos. Agora só na próxima encarnação...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sonho Diamantino




Quem disse que o paraíso é apenas praia? Chamamos de paraíso aquele lugar que nos dá paz, faz nosso olho brilhar e nosso coração sorrir de tanta beleza natural diante de nós. Um dos exemplos do cantinho de Deus longe das praias de nosso litoral brasileiro é a Chapada Diamantina, na Bahia.

Cortada pelos municípios de Mucugé e Lençóis, a Chapada Diamantina ficou famosa durante as gravações da novela global Pedra Sobre Pedra, início dos anos 90. As cachoeiras intermináveis que mais lembravam enorme duchas frias, retiram de nós todo ranço de estresse cosmopolita.

Estive na chapada baiana em 1997 com um grupo da minha escola. Eram tempos de pré-vestibular, e todo mundo queria se despedir em alto estilo. Naquela viagem pouca gente foi pensando em curtir um turismo diferente, um turismo pouco convencional, o ecológico. Eram trilhas que custavam horas de paisagens dignas de um quadro de Monet. Caminhos longos de vários minutos, se posso assim dizer.

Árvores centenárias, bichos, muito bicho, me deparei com três cobras, e percebi as odeio. Foi quando conheci meus dois maiores medos. Esse foi o primeiro. Depois conto o seguinte.

No Poço Encantado, vi o fascinante poder do azul. É que uma fresta solar reflete na água criando um espetáculo que nunca sai de nossa cabeça. Imagem na qual não cabe descrição. Só vendo pra crer.

As trilhas percorridas sempre a pé saindo da cidade de Lençóis, eram longas e cansativas. Mas o peso das mochilas eram aliviados com as diversas paradas para se refrescar nas cachoeiras, lagos e corredeiras encontradas pelo caminho. O salão de areia, uma superfície toda ela de calcário, lembra muito a face esburacada da Lua. A trilha da Primavera, a Gruta da Lapa Doce, o glass, maior cachoeira em queda livre do mundo, se não me engano. Pra se ter ideia, nem a água chega ao chão, ela se evapora antes.

Os peixinhos da Lapinha. Inesquecível. As cavernas, os imprenssados por onde passamos, putz. Pulei de uma cachoeira de não sei quantos metros, só falo isso: demorou alguns longos segundos até eu me espatifar na água, e como a água é negra devido a grande quantidade de ferro, ninguém via nada após o espelho d’água. Uuuuuuiiiiii...............doeu.

O Parque Nacional da Chapada Diamantina, como é tecnicamente conhecido, proporciona a qualquer um uma devoção à Natureza, que o visitante jamais abandona. E vendo o traço divino que esculpiu tamanha beleza do alto do Morro do Pai Inácio, é que nos rendemos a magnitude do local. O pôr-do-sol visto do morro é qualquer coisa de fantástico, e é lá que sentimos a plenitude e a energia positiva que o parque proporciona.

Já ia esquecendo. Descobri a minha segunda fobia nas alturas desse paradisíaco ambiente. Foi do alto do Morro do Pai Inácio, que segundo a lenda tem esse nome devido a um escravo fugido de um quilombo que saltou da pedra, que vi a face do medo.

Até então nunca tinha sentido o sentido real da palavra “pavor”. Foi lá em cima da pedra do Morro do Pai Inácio que reconheci o medo verdadeiro. Os ventos eram muito fortes, o frio era intenso, mas um bando de jovens queria mais era brincar, tirar onda e aproveitar o momento mágico. Nem nisso pensava. Não conseguia ficar em pé sem me segurar em algo ou em alguém. Foi uma sensação horrível que não mais desejo passar.
Mas depois de todo esse perrengue, valeu a pena ver a beleza do sol e a tranquilidade da Chapada Diamantina. Como tudo que vai deixa um gostinho, ficou é claro um gostinho de ‘quero mais’. No próximo post conto como foi a noite etílica do local.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Pura cultura


Neste domingo, 19, fui conferir no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió, a Feira dos Estados e Nações que está lotando os corredores do local. O que enche os olhos é a diversidade cultural de nosso povo. Os estandes apresentam manifestações culturais dos mais exóticos grotões do mundo.

De Pernambuco à São Paulo, Rio de Janeiro ao Amazonas, o Brasil é cortado de Sul a Norte nas rendas, invenções domésticas, bugigangas das mais diversas utilidades. Lá o visitante além de se esmeirar pelos corredores cheios de ávidos compradores, ele vai conhecer também as peculiaridades de países como Índia, China, Argentina, República Tcheca, Sri Lanka, Chile, cada lugarzinho do nosso mundão foi lembrado na feira.

Mas diante de tanta gente, tanta confusão, pechincha, o que me tocou mesmo foi uma apresentação cultural que está bem perto de nós alagoanos. Bem, na praça de alimentação da feira acontecia uma apresentação de um Coco de Roda. O suor descia do rosto dos dançarinos demonstrando a dedicação dos determinados dançarinos. Pura energia cultural.

O sorriso deles brilhava tanto quanto os olhos fixos na distraída plateia. A forte marcação dos pés ditava o ritmo do grupo e começava a contagiar o público. Ali observando a disciplina e o invejoso gingado deles, vi o quanto nossa cultura é rica, e o quanto nós esquecemos que tudo aquilo é nosso e está bem perto de nós, mas nem sempre damos atenção.

Aqui como lá fora, o santo de casa não deve fazer milagre. Nesse contexto, as culturas locais tentam se sobressair em momentos assim de exaltação regional. É aí que conhecemos gente nova, novas experiências, novas tribos, e costumes.

Até por que o mesmo som que toca aqui toca com outra entonação lá em outro continente, mas sempre é o mesmo sentido. Os nossos costumes e tradições são tão extraordinários quanto os do outro lado do mundo. As novidades enchem os olhos, chamam a atenção. E como tudo reflete os costumes de uma gente, vale conhecer e matar a curiosidade de como é interessante o viver longe das águas quentes de Maceió.
Confiram...vale a pena

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do amigo sempre


Primeiramente vamos a uma reflexão. Além de nossos pais e mães, quem é que nos atura por anos e anos? Reconhecem nossos defeitos, aceitam nossas diferenças e ainda por cima estão sempre dispostos a estender a mão para nos ajudar. Em alguns casos, essas figuras sabem que não prestamos, não valemos nada, mesmo assim eles criam raízes ao nosso lado. Bem, eles são nossos amigos.

Nesta segunda-feira, 20 de julho, comemoramos o Dia do Amigo. Muitos dizem que os amigos é que nos escolhem. O amigo sente amor fraterno. É a família que escolhemos pra viver e adotar pro resto da vida. Nem o tempo, nem a distância podem separar um sentimento tão forte. É uma ligação umbilical que ultrapassa tudo.

Lágrimas, problemas, êxitos, insucessos, tudo reforça os elos entre os amigos. Brindes e juras de fidelidades eternas não são necessários. O sentimento se encarrega de fazer seu trabalho. A vida faz o favor de apresentar para nós esses personagens fundamentais em nossa existência. Nem sempre eles são nossas cópias com os mesmos gostos e preferências. O importante é que por mais que erremos ou precisamos deles, sempre temos um ombro para nos amparar. Eles nos completam.

Escrever sobre o que representa um amigo para mim seria chover no molhado, pois por ter sido muito independente nessa vida, eram os amigos que estavam comigo nos momentos de dor. Eram eles que me davam sustentação, além de Deus é claro. A língua portuguesa ainda não inventou palavras que possam descrever tal sentimento de gratidão, mas a gente tenta.

Aos amigos vida longa...curtam o dia

sábado, 18 de julho de 2009

Dança comigo


Bailar. O que representa tal experessão corporal? Desde os primórdios da humanidade, a dança é utilizada como fator preponderante para seu divertimento, e em algumas situação culturais e históricas, para a perpetuação da espécie.

De forma bem clara e objetiva, a dança caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos ou aleatórios. Em sua maioria, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música, ela envolve fortemente a expressão de sentimentos potenciados pela canção. Ou seja, prazer ou não ela causa algo muito mais que suadouro e prazer.

A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia. No reino animal, a dança é manifestada até como forma de acasalamento. Em algumas espécies, o bicho que bailar com mais sensualidade, desenvoltura, e força, demonstra-se mais apto para procriar e gerar filhos mais fortes. Ou seja, dançar é animal, está inserido em nós.

É fato que uns sabem ou não expressar-se por meio de seu corpo. O bailar requer, antes do molejo, swing, conhecimento dos passos, e demais fatores, uma vontade de se divertir. A essência da dança é isso, querer se divertir, extravasar, espantar os males. Por isso que o melhor remédio para esquecer os problemas da vida é aumentar o volume e deixar a música levar seu corpo. Esquecer da vida.

Não tem segredo. Deixe a música levar você. O resto a gente improvisa. Não se envergonhe se for desengonçado ou sem ritmo, não importa. Vale é curtir o momento. É sentir a adrenalina correndo na veia e deixando aquela sensação gostosa de prazer.

Tope o som e feche os olhos. Movimente. Não se acanhe. A dança não permite preceitos definidos e imutáveis. Ela é mutante, e se adapta ao seu tempo. Aliás, nem tempo a música tem. Desde os nossos antepassados a música se multiplica e se subdivide, o bailar segue a mesma tendência.

Então. Em festas, casamentos, 15 anos, boates, shows, seja onde for. Escute o som, deixe o corpo livre, feche os olhos, sinta a música, e vá com ela. Depois do sexo, é o melhor exercício a dois que podemos fazer.

Acredite

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Rio que te quero bem


No final de 2008 passei minhas férias em terras cariocas. Vi o que o Rio de Janeiro tem de melhor, graças a Deus não tive oportunidade de ver o pior. Ufa...Lá conheci a realidade de uma comunidade simples, ordeira e muito acolhedora, Preguiça, em Jacarépagua. É aquela coisa bem subúrbio carioca, muito diferente que se apresenta nas telas da tv. Povo pacato e boa praça.

A viagem foi de veneta. Fiquei de férias numa sexta-feira, e na terça já estava embarcando para o Rio. ÔÔÔ o Rio. Toda aquela magia que todos falam, aquelas imagens belíssimas que vemos em novelas, revistas, jornais, aquela realidade tão distante de nós nordestinos era tudo aquilo e mais um pouco que esperava.

Minha pressa por conhecer o Rio de Janeiro foi acelerada também pelo drama que minha tia de lá vive. Ela luta contra o câncer, e graças a Deus e aos tratamentos, ela está vencendo a batalha com um sorriso no rosto. Vaidosa como ela só, enfrentou de cabeça erguida a queda dos cabelos. A força que meus primos e o esposo dela dá oferece peito de aço pra ela enfrentar essa barra.

O calor, as praias, as mulheres, o som, a noite carioca. É uma coisa de louco mesmo. É muito mais que podemos imaginar. O barulho ensurdecedor do comércio em Madureira. O vai e vem de gente pelo ladrão...putz! Loucura. As praias, nossa senhora, um calor que até o diabo pede sombra. Muito esporte, sol, bronze, e por tabela, claro, sensualidade. A cidade transpira sensualidade.

Tudo aparenta erotismo. As insinuações da mulher carioca são gritantes. O modo de andar, de falar, de se vestir com panos minúsculos, e dizer que é roupa. Pô, digo por minha prima. Em terras cariocas só andava com ela pra cima e pra baixo. Bailes funks, ensaios da escola de samba, boates, barzinhos, enfim. A garota arrastava puxões, encaradas, cantadas, chavecos, chega dava raiva, pois a galera pensava que eu era algum chamego dela...é foda. Fui corno sem ser.

Mas foi maravilhoso. Conheci pessoas excelentes, outras nem tanto, mas adorei. Em ambos os lugares. Fiquei hospedado um tempo na Preguiça e outro na Barra. Muito bom. Galera legal. Como meu primo é cantor por aquelas bandas, nós batíamos as baladas cariocas de canto a canto.

Foi lá que conheci o verdadeiro samba carioca. Vi o balanço contagiante e sensual do Funk. Que diga-se de passagem....vi cada coisa...noooooooossssssaaaaaa tenho certeza que nunca mais vou presenciar tal coisa...pega fogo!!!!! Enfim..foi muito bom.

Mas com todo esse movimento também conheci um lugar de bastante paz. O Lar de Frei São Luiz, em Boiuna. É um espaço espírita com uma linha católica. Caros amigos, é o tipo de lugar que te tira tudo que é ruim. Você sente uma paz interior. O canto dos pássaros, campos verdejantes, somzinho ambiente bem baixo com cânticos suaves, nascentes límpidas e cristalinas. Orações, gente com roupa branca...é uma doutrina espírita que me chocou positivamente.

Eu que tive toda minha criação altamente católica fiquei muito balançado com a energia positiva que lá ganhei. Até passe eu recebi. Foi legal a experiência. Queria voltar. Passei ainda meus dotes de forrozeiros para o povo de lá, mas eles não tem gingado...peninha!

Ah, outra coisa...ô água fria...um sol pra cada um, mas quando entramos na água, um cubo de gelo. Me senti num copo de uísque!!!! A única coisa que não gostei...rsrsrsrsr. E como não......ainda arrastei meu primo flamenguista pra me levar no templo sagrado do meu clube do coração. Em São Januário, casa do Vasco da Gama, me arrepiei todo. Ui....

Portanto deixo aqui minhas saudades em registro e a vontade de voltar pra lá um dia. Não pra morar como pensaram, mas para curtir novamente. Hoje acompanhado, claro.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O dia

Bem cedo pegamos a estrada mais uma vez para uma missão. Lula veio a Alagoas para inaugurar a Adutora Helenildo Ribeiro, no município de Palmeira dos Índios, e ainda a urbanização da orla marítima de Maceió. Como se trata de minha terceira cobertura presidencial aqui em Alagoas, esta terça-feira, 14, poderia ter sido uma pauta como outra qualquer, se não fosse por um detalhe: era meu aniversário.

É necessário comentar aqui. Cara, como esse povo da Assessoria de Imprensa da Presidência da República é arrogante, para não dizer grossos e mal educados. Sempre que há um contato, que seja telefônico, ou pessoalmente, eles não perdem a oportunidade de destilar sua falta de educação e seu ar de superioridade. Mas já me acostumei. Pessoalmente, eles são um amores, ou pretendem passar isso pra você.

Segue o dia. Mais uma vez vi a força do presidente Lula de perto, e ela se manifestou com força, muita força. Tá certo que os movimentos sociais lá presentes, eram massa de manobra das cabeças pensantes e manipuladoras. Por exemplo, onde você poderia imaginar sem terra ou agricultores pequenos gritar esfusiantemente o nome do ex-presidente Collor? Putz, em lugar nenhum.

Claro que ali no meio, tinha muita gente paga e bem paga para inflamar a multidão de pobres coitados. E sem dinheiro algum, Lula sem pensar mais de uma vez, quebrou o protocolo, como é de praxe, e foi abraçar seu povo. Aí corre-corre. Foi aquela coisa. Até uma Dilma Rousseff debilitada, magra e com peruca foram conferir de perto o calor do povo. E definitivamente, não é a dela!!!!!

A viagem em si não foi cansativa, foi até prazeirosa, pois a cada palavra dos palestrantes no palanque presidencial, recebia uma ligação, uma mensagem de alguém querido. Graças a Deus senti mais uma vez o carinho dos meus. É a semente que a gente planta no dia a dia. E por isso que meu dia de trabalho e de festejos por mais uma primavera não foi ruim.

Meu dia foi ótimo. Fiz o que mais gosto, que é trabalhar, estar na rua, vi o rosto do povo. Sua ânsia e necessidade por ajuda. Vi gente se espremendo pra ver um mito. Vi mitos se tornarem comuns no imprensado da multidão. Presenciei figurões assistirem de pé falações de horas, mas em pé não em ato de louvor, mas por que a organização não disponibilizou cadeiras para eles...que mico!!!!!

Já a noite, encontrei com alguns amigos, os mais chegados, claro que muitos faltaram por motivos mil, não recrimino, apenas respeito. Mas foi legal, as resenhas de sempre, os abraços apertados daqueles que tem histórias diversas sobre meu passado. São os meus, os que me acompanham de longa data. Aqueles que bebem comigo, que curto a presença e sei que posso contar pra tudo, pois tudo já passei com eles.

Só lamentei não ter passado mais tempo com Heverlane, mas como já me disse vindo muito louco pra Maceió. "Não importa, tenho a vida inteira ainda pra passar com ela. Tenho tempo", disse-me. Amor, nosso tempo é a eternidade, relaxe.

Como em todos os anos, algumas pessoas que ligam emocionam e as lágrimas não represaram em meus olhos. Elas rolaram bonitinho, mas segurei em alguns momentos. Tudo na hora certa, no momento certo. Como sou um canceriano natu, não poderia prender minha emoção, não contive e em vários instantes desse dia tão movimentado fiz minha reflexão.

O meu resultado? Fica pra mim. Errei muito, acertei também. São 29 anos acertando mais que errando. A cabeça dura continua fiel aos meus instintos e dogmas. Lembranças estão guardadinhas e não incomodam ninguém. Daqui pra frente a caminhada é longa, são caminhos de minutos que se cruzam e fazem longas jornadas se transformarem em prazeirosas trilhas.

Esse foi o saldo do dia: Valeu, Lula....Valeu amigos e parceiros, Amor, obrigado por estar comigo!

sábado, 11 de julho de 2009

E a luta continua

Sérgio Matsuura, do Rio de Janeiro

O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), que ajuizou ação que derrubou a Lei de Imprensa, apresentou, nesta quarta-feira (8), o Projeto de Lei 5592/2009, que regula a profissão de jornalista. Pelo texto, o diploma volta a ser obrigatório para a obtenção do registro profissional, mas não restringe o trabalho em empresas jornalísticas.

“A minha proposta é uma adaptação a decisão do Supremo. Para trabalhar numa redação, não precisa de diploma. Mas para ser jornalista e ter o registro profissional, precisa”, explica o autor da proposta.

O projeto abre exceção para os colaboradores – que exercem a função habitualmente, mas sem relação de emprego – e provisionados – que possuem o conhecimento prático reconhecido. Por outro lado, existe um artigo que torna obrigatória a exigência do diploma para funcionários do setor público.

“No setor público eu torno obrigatório. Como o empregador é o Estado, eu posso legislar”, diz.
Além do diploma, o projeto trata de outras questões, como a definição das funções exercidas pelo jornalista, o papel dos Sindicatos de Jornalistas e a garantia do piso salarial.

Após a apresentação, Miro Teixeira espera receber contribuições para o projeto. Na justificativa, afirma que o texto “representa o pensamento do autor”. Questionado se procurou entidades de classe ou representantes da sociedade civil para a elaboração do texto, respondeu que não.
“Eu fiz o projeto. Essa é a opinião do autor. Se a gente começa a discutir muito, não faz nada”, diz o deputado, que espera votar o projeto ainda em agosto deste ano.
Site Comunique-se

E ainda:

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou nesta quarta-feira (8) Proposta de Emenda à Constituição que restabelece a necessidade do curso superior em jornalismo para o exercício da profissão. A PEC dos jornalistas, como ficou conhecida no Brasil, recebeu número 386/2009.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pra ela

"Nós somos água e vinho que o destino misturou
somos dois caminhos que um dia se cruzou (sic)
quando vc me diz não
sempre quer dizer que sim
quando briga sei que quer
mais amor de mim
nosso amor é diferente
só a gente é que faz
briga e chora, vai e volta
mas se quer demais....."(Rita de Cássia, 1993)

Para você meu amor, esquenta não tá!!!! rsrsrsrrs

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Teimosia


O ano era 1998. Estava descendo a principal avenida de Maceió(AL), a Fernandes Lima. Era um dia muito importante em minha vida, dia de vestibular. Segunda fase para Direito para a Federal alagoana. No rádio tocava a música de Raul, Tente outra vez. Naquele momento me arrepiei e chorei. Caia na ponta do olho uma lágrima que mexeu com meu estado psicológico momentâneo.


Se foi um sinal não sei. Foi a primeira vez que ouvi atentamente aquela canção de Raulzito. Cada letra cantada, eu tentava entender por que tanta emoção. Enfim, como resultado do descontrole, creio eu. Não sagrei êxito. Mas no ano seguinte, estava comemorando minha aprovação em Jornalismo. Não me arrependo. Mas uma vez, a vida me mostrou o que é teimosia.


Taí uma coisa que todo mundo deveria ter. A teimosia é algo que soa como algo chato, no mínimo. O teimoso é o "cabeça dura", aquele gajo que é difícil de convencer. Fica de braços cruzados, emburrado, querendo satisfazer seu desejo. Mas o teimoso, tanto faz que consegue.



Não vamos entrar no mérito de discutir as amplitudes teimosas. Não é minha intenção. Quero apenas lembrar de como é importante insistir em seu projeto, seu objetivo, seu sonho. Até quando não o conhecemos. Teimosia é mesmo após da queda, no chão, arrasado, ter forças pra levantar, sentir o baque, mas não dar trela para as moléstias que te derrubaram. Insistir.


Eu mesmo sou muito teimoso. Cabeça dura. Nem adianta me dizer que não pode, que não dá, posso me lascar, mas prossigo. Minha vida foi sempre assim. Nunca tive facilidade em alcançar e realizar meus desejos. Porém, de um modo ou de outro a redenção chegava.


Como muitos leitores, a vida sempre nos encheu de pancadas. Chutes, safanões, pontapés, enfim. De derrotas estamos cheios, mas o importante é que nossa teimosia nos encheu de força e ira para superar tudo isso. E nossas glórias se equivalem as quedas, e superam.


Nessa minha vida, tive muitas namoradas, ficantes, casos, fui muito feliz, mas também apanhei um bocado com decepções e frustrações. Como sou emotivo até demais meu pranto amoroso é histórico, os mais chegados conhecem.


Entretanto, como todo bom obstinado não fraquejei. Hoje estou e faço uma pessoa muito feliz. Heverlane me completa em muitos sentidos. Somos deveras parecidos, pois o sentimento que nasceu desconfiado e acanhado, é crescente e grandioso. Entendo como um prêmio por toda lágrima que derramei nesses anos aí.


É um simples exemplo que diariamente acontece com milhões. Aquele aluno que recebe uma péssima nota, mas não se entrega. Ele estuda e na prova seguinte, tira uma nota ainda maior. O feirante que no maior temporal carregando seu carrinho lotado de frutas e verduras para vender na feira, seu carrinho perde a rodinha. "Putz, o que eu fiz para mercer isso?", ele pergunta.


É sempre esse o questionamento que fazemos quando sofremos um tropeção. O que vale ser lembrado é a necessidade humana em se regenerar e continuar crescendo, andando, seguindo. A nossa arma contra as barras da vida. A teimosia representa isso. Continuar no sonho, mesmo que todos estejam contra. Que tudo seja traduzido como obstáculo contra seu desejo. E essa barreira seja instranspunível. É o nosso teste. Deus quer nos testar, para ver até onde vamos. O nível de nossa obstinação e fé. Até conseguir.


Seja teimoso você também...e como disse Raul Seixas na canção: "Tente outra vez"...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Má educação


Assisti uma apresentação de um experiente especialista em educação pedagógica. Ele fez uma afirmação que me chocou e me levou a pensar. Segundo o professor, em um estado como Alagoas que possui aproximadamente pouco mais de 380 escolas estaduais, cerca de 1.100 professores estão em licença médica.

Mas o absurdo não é o número, mas sim, quando se cruzam os nomes dos profissionais, a grande maioria também leciona nas redes municipais, e pasmem, o mesmo funcionário que se diz doente para o Estado, trabalha normalmente nos municípios. Isso é improbidade administrativa. Roubo de dinheiro público.

Agora me diga, o que diferencia esses 'profissionais' de um político ladrão. Como cobrar integridade e honestidade do desonesto, se o próprio carinha é tão ladrão, quanto. O mesmo digo daqueles que furam fila, roubam no troco, policiais que se corrompem em blitzes. Os exemplos estão por aí.

Por outro lado, ouvi um comentário de um tenente-coronel da Polícia Militar alagoana, quando questionado sobre a corrupção com PMs. "O caráter de um homem, não se mede pelo seu salário", foi enfático. E ele está certo. Certíssimo. Se você é honesto, é honesto rico ou pobre. Indefere. Existe muita gente ruim por aí, tá cheio, literalmente, saindo pelo ladrão.

Aí o desocupado diz: todo mundo rouba, por que não posso levar o meu? Vê se pode. Quer dizer que, se o vizinho é pilantra, você vai seguir o exemplo? Coisa nenhuma. Cada um na sua. Honestidade é de berço, é comportamental, é da índole.

Outra coisa que foi citado pelo educador. Quando existem pesquisas de satisfação, todos, professores, alunos, pais, todo mundo diz que a educação está uma maravilha. Professores estão dando aulas maravilhosas, os alunos estão aprendendo uma beleza, e os pais estão super satisfeitos pela eloquência dos filhos.

Faltam condições de trabalho, modernização, reconhecimento da profissão, capacitação, falta tudo isso. E isso é nacional, não é exclusividade dos estados e municípios. Educação é a prioridade cinco do país. Quando você vai pra rua e pergunta ao povo qual a prioridade nos planos de governo, os cidadãos apontam Educação como a quinta prioridade. Começa por aí.

Absurdo é pouco. O reflexo, é esse. Jovens descompromissados com as aulas. Não sabem de nada. Pasmem, até os baicharéis em Direito precisam de cursinho pra fazer a prova da OAB. O resultado é reprovação geral. Hoje, o camarada não quer saber de estudar, nem na educação básica nem no superior.

Portanto, amigos professores, a luta é justa, a missão por uma melhor educação é difícil, porém devemos arrumar a nossa casa primeiro para cobrar dos outros. Como diria Leão Lobo, dignidade já!!!! Ui

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ja se sente...mas a luta continua


Os efeitos da decisão do sr. ministro Gilmar Mendes começam a ser percebidos pelos periódicos aí a fora. Eu sou editor da Agência Alagoas, agência de notícias oficiais do Governo do Estado de Alagoas. Diariamente, recebo matérias e releases das assessorias de imprensa das secretarias e demais órgãos da estrutura do Estado.

Não vou dizer aqui que a qualidade do texto que recebia todos os dias era lá essas coisas, antes da abolição do diploma. Estaria mentindo. O que fazíamos? Quando o texto era muito ruim, nós refundíamos. Praticamente refazíamos o texto. Relocávamos as informações, corrigíamos os erros de gramaticais, e por aí vai. Apliquei os verbos no passado, mas continuamos fazendo isso. Porém, alguns estagiários e outros 'profissionais' de áreas afins também começaram a enviar material para publicação. A qualidade? Sem comentários...coisa pífia.

Não posso deixar de comentar que alguns estagiários mostram desde já seu talento. Textos bens escritos, concisos, diretos, claros e objetivos. Tipo, tem até radialista perguntando como funciona o piso salarial para os jornalistas. Todo mundo querendo filar um boia. Nada contra os colegas radialistas, mas salvo exceções, uns não sabem nem assinar o nome.

Aproveitando, um colega de comunicação ligou para a Secretaria de Comunicação de Alagoas, perguntando por que o texto dele não tinha sido assinado por ele - que não é jornalista. Fui cortêz e expliquei que quando o texto não tem qualidade, mudamos ele por completo e não assinamos o nome do autor original. Visto que se refudimos o texto, ele já não é, na íntegra, como o texto enviado previamente. Tudo é modificado. É outro material, completamente diferente.

Cabe a pergunta: a quem atende a ausência do diploma? Quem sai ganhando? Em momento algum foi restringida a liberdade de expressão. Os não-jornalistas tinham, e ainda tem, o espaço de articulistas, colunistas para expressar seu conhecimento. Para aqueles que usam a caneta, e hoje o dedo, apenas para escrever o que seu chefe quer, sem respeito algum a métrica e à ética jornalística, o banquete está servido. É a hora. O jornalismo de verdade, puro, fiscalizador e investigativo está em risco.

Existem grandes caciques da comunicação que não tinham diploma, claro. Antes não havia como passar para os gurus da comunicação os preceitos do ramo, porém hoje já existe. Nem todo mundo pode pegar uma pauta e sair por aí escrevendo. Os casos de genialidade na grafia e na verbalização são louváveis, mas escrever, comunicar numa lauda, e respeitar o leitor e as partes, isso pouquíssimos sabem.

Continuo na luta, e prezo sempre pela qualidade no jornalismo. Para mim, jornalista continua sendo jornalista. Cozinheiro deve é cozinhar. Nós....conduzir o país para dias melhores e informar a sociedade de como chegar até lá!!!!

sábado, 4 de julho de 2009

Anjos da Guarda


Dizem as crenças que desde o nosso nascimento, ganhamos um anjo da guarda. Os estudiosos apontam o nome de nosso guardião por meio da data de nossa vinda ao mundo. Como não sou um especialistas na área, não sei se são anjos, arcanjos, querubins, enfim, entidades celetiais que nos rogam.
Mas como é muito trabalho cuidar dessa galera aqui de baixo, Deus dá uma missão extra para alguns anjos aqui na terra. São pessoas que Deus acampa do nosso lado ao decorrer da vida. Amigos que nos acompanham desde a infância, maternal, escola, faculdade, trabalho, cada círculo de amizade somos premiados com almas gêmeas, idênticas nem tanto, mas nos sentimos bem ao lado delas.

Com elas compartilhamos desilusões, segredos mortais, juras de fidelidades, planos. São esses amigos de fé que nos protegem dos percalços da vida. Eles é que nos puxam dos abismos da vida. São eles que nos enxugam nossas lágrimas e estendem a mão quando estamos no chão. É a família que escolhemos por afinidade.

Num simples olhar eles percebem como estamos. O silêncio é a senha para eles. A quietude. Nos comunicamos com eles sem palavras, às vezes nem precisamos de gestos ou toques. Basta o olhar. Eles nos conhecem até mais do que nós mesmos. Eles nos protegem de nós mesmos. E nos guiam para água calmas.

Junto deles não precisamos de dinheiro, somos ricos de glórias, histórias, abraços e carinho. Eles são nossa fortaleza e nossa paz, nosso incentivo para continuarmos com uma altivez nessecária para crescer. Assim são esses entes celestiais representados aqui na terra por nossos amigos mais chegados. Por vezes, ela, a vida faz o desfavor de nos afastar desses personagens. Vão pra outra cidade, mudam de escola, desistem do curso, vão pra outras turmas.

Ficam apenas lembranças. Marcas de uma convivência prazeirosa e eterna. Nada apaga as boas memórias de uma verdadeira amizade. Passam-se os anos, décadas, mas nunca, jamais, vão-se os amigos. E quando nos reencontramos, é como se o tempo voltasse e desse uma pausa. Dia 20 de julho é dia do amigo, portanto, dê um forte abraço em seu melhor amigo.

Diga pra o seu companheiro de farras e lamentações o quanto ele é importante. É junto com ele que amadurecemos, e apredemos com as tropeções que a vida nos dá. São esses camaradas que dividem conosco cachaçadas homéricas, comemorações etílicas inesquecíveis, e prantos históricos.

Que seja. Nossos anjos da guarda estão por aí. Se você não tem um, procure, você acha. Ele está do seu lado e você nem nem....se ligue.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Herrar é umano

Errar. O que leva uma pessoa ao erro? Certamente seu ponto de vista, sua bagagem do que entende ser certo, e dependendo das circunstâncias, seu estado emocional, sua condição física, condição econômica, enfim. Qualquer interpére pode ser levada em consideração. Até por que cada fator desse é típico do ser humano, nenhum outro animal dispõe destes meandros para indizí-lo a falha.

Deste modo faz parte da condição humana errar. Não devemos nos esconder por trás desta característica e justificar nossos atos equivocados pelo simples jargão: "errar é humano". Jamais. O que podemos considerar é que ninguém gosta de estar errado. Ninguém se coloca nessa posição por querer ou por puro fetiche de falhar.

O ser humano é levado a errar por algum motivo maior. Uma necessidade urgente e magna, cuja importância para os demais não seja lá essas coisas, mas para o errante é maior e sobrepujante. Todavia, nós mesmos condenamos os equivocados. É natural. Nós subjulgamos ele de tal maneira para que não possam falhar mais. E assim, poder chegar o mais próximo possível da perfeição.

Mais quem disse que quero ser perfeito? Não, desejo errar para continuar aprendendo. A perfeição é para pessoas chatas e para as máquinas. O pragmatismo robótico não é comigo. A previsibilidade é melhor. Ninguém vai tentar te antecipar, ou tentar imaginar o que pensas. Nessas situações até o erro deve ser considerado. É dar um passo atrás, para mais à frente andar dois. É estratégico. Até aí o erro é útil.

O erro pode mostrar quem somos, mas abre também nossas fraquezas. Nos expõe. Quando erramos, a vergonha nos toma. E passado o momento de nossa momentânea cegueira, percebemos o que fizemos. Bate o arrependimento. Mas já foi. É necessário humildade e reconhecer que errou.

Embora sabermos que perdoar é divino, poucos são os mortais que desejam se igualar a Deus. Perdoar é se doar demais, é apresentar misericórdia e covalescência. É nobre. Mas....o humano é assim. Devemos então andar em corda bamba e primar pela exatidão militar. Andar em ovos para não necessitar pedir "desculpas".

Antigamente, uma amiga minha me dizia que eu pedia muitas "desculpas", mas nem errava tanto. Era apenas para não magoar ela, me julgava a baixo dela, e tudo era para ela. Não tinha espaço para mim, para minha vontade. Era acoado. Nem o que eu acreditava que era correto, tinha mais esse sentido. O entendimento dela prevalecia. E assim me humilhava. Prometi não mais ser assim. Só que quem erra é que sente. O equivocado sabe que errou, mas também apenas ele sabe o real motivo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Não temas


Ontem conversei com uma antiga amiga, dei uns conselhos a ela sobre como saber esperar da vida, e o que ela prepara pra gente. Essa minha amiga não estava tomada pelo desespero não, assim como todos nós, não temos a paciência de esperar, queremos tudo hoje e agora. Engano nosso. Queremos felicidade já!

O drama da coitada era que tinha se relacionado com um rapaz de outro estado a uns três anos, e o camarada enfeitiçado está super disposto a vir morar aqui nas terrinhas caetés. Entretanto, nas festas juninas ela reencontrou um ex-namorado, que balançou sua base. Aí já viu, a dúvida reina. O que fazer? Bem, contei pra ela uma histórinha de um jovem que apenas esperou a vida tomar seu caminho.

O jovem obstinado conheceu uma bela senhorita a pelo menos 15 anos atrás. A imagem do dia que ele a conheceu ficou na memória por anos, mas nada que o incomodasse. Era apenas uma imagem, que para ele era inesquecível por sua beleza. A moçinha era linda, estava num vestido branco, curto deixando de fora apenas as pernas bem torneadas. E como ele mesmo disse, era noite, apenas ela brilhava. De maquiagem leve, o contorno de seu rosto era o que destacava. Sua boca era apenas um traço vermelhor bem sutil. As curvas de seu corpo saltavam discretas do leve vestido. Essa imagem hipnotizou o mancebo por alguns minutos, mas ele mesmo assegurou que passou no dia seguinte. Ele esperou.

Esse mesmo gajo seguiu sua vida e deixou os anos passarem, ele conheceu novas pessoas, e como a vida é cheia de brincadeiras....o intrépido amante conheceu outra garotinha da mesma cidade, e em seguida o grupo que ela andava. Essa gangue feminina era para o descansado guri, pessoas distantes daquela menina que o fascinou anos atrás.

Mas para contrariar todas as espectativas, nesse grupo a hipnotizadora também fazia parte. Inclusive sua irmã, que em seguida passou a flertar com o sortudo, era uma das cabeças da turma. Os anos continuam a passar. Até que então, quase 15 anos depois, ele acaba reencontrando a sujeita. Ela nem desconfia, mas perante ele existe um desejo irrustido de anos. Após a consumação do fato, ele conta a historinha pra ela. A garota não acredita e se emociona.

No final da história eles não emplacaram um romance, mas continuaram com uma amizade que foi construída nesta década que seguiu. Eu contei tal relato para minha amiga, para ela entender que não fazemos nosso caminho. O futuro se manifesta diante de nós e temos apenas que tomar decisões. São caminhos que tomamos e a nossa trajetória aqui é feita.

Fiz meu papel de guru diário e a aconselhei. Ela se encheu de esperança. É isso gente, por maior que sejam nossos traumas, não devemos temer o futuro. Devemos cair dentro, ir com tudo e seguir. Seja qual caminho for, Deus está conosco, Amém.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Em tempos de paz


Um blogueiro amigo meu publicou um post em seu blog sobre a paz na cidade em que nasci: Satuba, região Metropolitana de Maceió (AL). A origem é pacata, como se trata de uma localidade que serve, em sua maioria, como cidade dormitório, pois grande parte de seus moradores trabalham na capital, o município nunca teve lá esses problemas de segurança pública.

Mas um município com aproximadamente 15 mil habitantes sofre justamente com a proximidade com a capital. Cientistas sociais tentam explicar o fenômeno da explosão da violência na capital alagoana. É que segundo eles, quando uma cidade chega a 1 milhão de habitantes é natural um estampido de violência nos bolsões de pobreza.

Anos e anos sem investimentos em segurança pública, policiais desmotivados e relaxados, tráfico de drogas tomando as periferias, tudo isso respinga na pequenina Satuba. Porém, em idos da década de 1990, um empresário local se apresenta como candidato à prefeitura local.

Eu conheci Adalberon de Morais de perto, ele frequentava minha casa, mas nem por ele despistava seu gênio complicado. Apenas respeitava. Era extremamente controverso em suas atitudes. Um administrador completo, de simples motorista de caminhão, ele conseguiu construir um império. Beron, como era chamado pelos íntimos, tinha uma frota de caminhões que rodava pelo país, tinha postos de combustíveis e demais negócios.

O então candidato e depois eventual prefeito não era bobo, sempre muito justo, odiava bajulação, porém sempre confiou, ou nunca confiou em seus comandados. Premiava os seus fiéis servidores, e intolerante com os maus empregados. Particularmente nunca tive nada contra ele, porém como pessoa não era lá tão popular. O seu carisma se deve a sua gestão, sem correções, como prefeito de Satuba por dois mandatos.

Foi ele que eletrificou e calçou a área rural, deu casa e água, mas não deixaram fazer o resto, ou apenas seu gênio descontrolado que o impediu? Ele é acusado de crimes como o assassinato do professor Paulo Bandeira, em 2003. Crime pelo qual a mídia em geral caiu de pau nele. Com razão, é evidente. As provas apontam pra ele, mas como nessa República das Alagoas que bem conheço, não duvido de nada.

Se me perguntarem se foi Adalberon que matou o professor, eu respondo piamente, que não foi ele o assassino. Uma pessoa com um perfil tão estratégico, inteligente e com planos políticos no município vizinho Santa Luzia do Norte, não faria tal barbárie. Não seria tão burro de cometer um crime às vésperas de uma campanha eleitoral.

Naquele tempo, Adalberon como não tinha língua presa esculhambou uma corja de juízes corruptos em um restaurante maceioense. O então prefeito de Satuba era também crítico ácido do então governador Ronaldo Lessa. Ou seja, ele tinha inimigo em todas as cúpulas....enfim!

A paz em Satuba como disse meu colega blogueiro é perceptível. E a comemoro. Acrescento para meu parceiro que dois personagens ainda configuram esse quadro de violência local. A ausência do Sérgio, não é, como disse o blogueiro, a justificativa pela tranquilidade na cidade, mas até a falta de Ciro da Vera Cruz por essas bandas é um motivo.

Ciro da Vera Cruz é o braço mais armado do deputado estadual afastado Antonio Albuquerque. Conhecido pelas terras sertanejas e por nossos colegoas jornalistas como uma pessoa extremamente violenta, Ciro foi prefeito de uma cidade no Sertão alagoano, onde toda uma família de opositores foi dizimada estranhamente, e o processo sumiu, ainda mais estranhamente, dos arquivos da polícia. Ciro foi secretário de Administração da prefeita Ciça do Bar, aquela mesmo que era analfabeta funcional.

É Satuba, pelo menos por enquanto, está livre dessas figuras. Só rezo e clamo a Deus que continue assim. Que a paz continue imperiosa em Satuba. Para assim lembrar os anos áureos dessa praça aí na foto...bons tempos!!!