segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Protetores


Assistindo a comédia romântica A Proposta, onde os personsagens de Ryan Reynolds e Sandra Bullock vivem as turras mas descobrem que estão apaixonados um pelo outro. Uma história divertida e legal pra acompanhar. Mas o meu post se baseia em uma cena do filme que me fez lembrar de uma pessoa muito importante em minha vida.

Um dos personagens do longa é uma senhora que faz o papel de avó do Ryan Reynolds, uma figura, super alegre e assanhada. Mas foi uma fala dela que me fez voltar a um gostoso passado. Foi quando a doce senhora lembrou que nossos antepassados estão sempre olhando por nós, mesmo eles já do outro lado.

Claro, não consegui aqui descrever o sentimento que rolava na cena, mas as lágrimas rolaram e os fungados das demais fileiras também foram inevitáveis de ouvir. O comentário da veterana atriz emocionou a todos que têm lá em cima algum ente que continua olhando por nós. Assim como eu.

Minha avó materna, d. Luzinete Porfírio, faleceu em 1997, dois anos após a morte de meu avô, Pedro Bezerra, marido dela. Ela foi acometida por um câncer de estômago, mas não se entregou, lutou até o último dia. Entendo que existem centenas de casos semelhantes por aí a fora, mas de todo modo como foi com minha avó, eu posso contar com a minha propriedade do caso.

D. Luzinete sempre foi uma mulher firme, forte, criada em fazenda, ela sempre uma mulher exemplar. Criou e cuidou de seis filhos, junto de meu avô, outro homem de um valor humano estupendo. Todo domingo, meu avô passava bem cedo na casa de todos os filhos. Meu avô não tinha carro, mas ia do jeito que desse. Mas ele ia. Ou levar sururu, massunim, algum agrado para cada filho e neto.

Tenho um momento muito legal que guardo dele. Reveillon de 1995, festa na minha casa, meu avô estava na churrasqueira, ele gostava mesmo era de servir os outros, sempre animado, contando piada, uma animação só. Entretanto, quando os fogos de artifício ganharam o céu, fui para o quintal fazer minha oração, que todo ano faço. Quando cheguei lá, estava seu Pedro Bezerra, sozinho. Fui e perguntei por que ele estava lá sozinho, ele disse que não era nada. O abraçei e chorei em seus braços. Dois meses depois ele morre devido a um acidente vascular cerebral, quando estava indo pra minha casa.

Já a minha avó, pedra como ela era, mas comigo e os demais netos se derretia. Ela adorava ver jogos de futebol comigo, queria sempre conhecer minhas namoradas, conversava mesmo com ela. Dona Luzinete, sempre muito vaidosa, adorava se vestir bem, mas não era de dar muitos sorrisos. Mas o beijo dela ainda sinto no rosto.

As palavras que o filme me trouxe, encheu meu coração de saudades de meus avós. Certo dia, uma pessoa me disse que eu tinha protetores. E essa sensitiva me disse que eram meus avós. E tenho certeza dessa verdade, rezo sempre por eles, e sei que ambos estão muito melhor qu todos nós. Graças a Deus os tenho como exemplo de vida, ambos lutaram muito para criar seus filhos e netos.
Hoje não sou nada, mas se um dia chegar aos meus objetivos, eles têm 50% de porcentagem de culpa nisso....rsrsr. Continuem rogando por nós....amém.

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