quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Conviver




Desde que o mundo é mundo, o homem vai se reunir em grupos, círculos, panelinhas. Não há como ser diferente. Você entra em uma sala de aula hoje e amanhã já encontra alguém para trocar figurinhas. E por aí, vamos indo e formamos nosso grupo. Agora, imagem em uma cidade, vá além, num município pequeno do interior.

Sou um adulto prestes a completar 32 anos e sei bem como isso funciona. Entre tantos e tantos grupos permeie pelos mais heterogêneos. Nunca guardei muito lugar. Jamais fui de esquentar banco. Me encontrava entre os playboys, os 'sem frescura', os boleiros, religiosos, estudiosos, CDFs, pegadores, responsáveis, ahhhh, foram tantos que não era possível traçar um perfil definitivo de maus grupos. O porém é que recentemente rotularam em minha pequena cidade - Satuba, região metropolitana da capital Maceió - um grupo de jovens.

Eles vestem a camisa - ou colocaram neles - a alcunha de "Ricaria". Uma paródia a playboys, mas ao contrário do significado genérico, eles são garotos e garotas. Gente de bem, que aparentemente curtem o bom da vida. Farras, bebida, diversão, curtição, tudo que todos os garotos e garotas adoram, porém em se tratando de uma cidade do interior, ganha proporções diferenciadas.

Em lugares onde a desigualdade social é gritante, e o exibicionismo, as aparências prevalecem, essas distorções ganham ênfase. Esta semana, soube que uma garota tinha se referido a mim como membro dessa pseudo fraternidade. Bem, cômico achei, sem ofensa, claro. Mas é por que jamais me fixei em grupos, turmas, sempre fui de todas e ao mesmo nunca as tive permanentemente. Sempre entrei e sai com simpatia e carinho. Como as tenho até hoje dentro de mim.

Sempre andei desde os mais pobres até os mais garbosos e foi com estes contrastes que aprendi a ser gente. Por favor, povo, sem críticas ou revanchismo, as palavras que aqui escrevo são de paz e de algazarra mesmo. Só para descontrair. Sendo ou não "Ricaria", o que importa é aprender, curtir, conviver e seguir, pois se ficar o resto da vida com um povo só, me poupe, nada irá assimilar de diferente. Fica a dica.

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