sábado, 7 de abril de 2012

Sim, sou jornalista!


Só louco mesmo. Louco pra ser jornalista. Primeiro, algo muito estranho nos motiva a ser aquele povo que fica do outro lado da tela da tv. Outros mais desvairados ainda prestam vestibular para passar quatro anos da vida no intuito de se dedicar o resto da vida a escrever, falar da vida alheia. Que pecado, meu Cristo. Passamos horas nos estressando com professores descompromissados, livros que não tivemos acesso, cópias e mais cópias para ler. Aff, é um esforço hercúlio e tudo em prol de um pouco de ombridade na vida após os muros da faculdade ter ética, respeito e seriedade ao escrever para melhorar a sociedade em que vivemos.

Doidice! Uma sandice sem tamanho fritar no sol causticamente em busca de uma sonora. Esperar horas e mais horas num cubículo aguardando um figurão explicar a merda que fez. Nem louco provocaria um deputado conhecido por matar mais de 300 e questioná-lo sobre sua ficha corrida. Sob o zunir de balas no céu, esse profissional é o único que fica de pé - tem um pingo de juízo? Somos nós que vamos até o fim para encontrar - ou tentar - enxergar a verdade dos fatos mais escusos e horrendos.

Coragem? Resignação? Força? Destemor? Honra? Não se sabe, pois se for pelo salário que recebemos, sem chance. Isso sim, só um louco. Doido varrido de amor pela sociedade, que por vezes decepciona ao eleger gente tão pedante e miserável para nos representar. Somos insanos por darmos nossa vida em troca de um 'furo' de reportagem. Muitos dão a vida, o sexo, o prazer, o oportunismo e a sua própria honra em nome de um cargo, uma vaga, uma informação. É, acontece. Mas isso é pra outra espécie de jornalista. É, galera, pode crer, existem jornalista e jornalista. Ambos não estão em seu estado normal de saúde, só pode.

Não somos celebridade apesar de sempre estarmos perto delas. Nem somos as peças chaves da sociedade plena e democrática - Há controvérsias. Pois tem gente que acha que pode sim viver sem a gente. Loucos também.

Não sei, repito, não sei, o que nos leva a fazer tudo isso. Em nome de quê? De Deus? Da paz mundial? Do pão de cada dia? Não, creio que não. Deve ter algo muito maior que nos move, algum segredo que nem nós mesmo sabemos dizer. Acordamos de madrugada para apurar, falar, procurar notícia. Dormimos tardaço pelo mesmo motivo. Ficamos com fome, não comemos, criamos fadiga, desenvolvemos stresse, úlcera, LER, DORT e outras doenças de jornalista...em nome de....continuo sem saber.

Será que é pelo prazer de dar a informação que o outro não deu? Será que é pelo fato de ter a notícia que o colega não tem? De lembrar de tal fato passado e o outro não? Ou ainda de ter mais credibilidade junto a sociedade, repito, não se dizer.

Só sei que sou 24 horas um jornalista. Posso até depois buscar outra profissão, ser advogado, empresário, jogador, mas jamais deixarei de ter o espírito de jornalista. E pra isso precisa de faculdade? Sim, é necessário. Tem gente que passou pelas bancas e se mostra um péssimo profissional, imagine sem. Tá doido?

Durmo e acordo pensando no amanhã. Qual história ir atrás. Alucinado, eu? Já me perguntaram. Minha mulher já me chamou até de alienado, brincando. Sou afixionado, apaixonado, e todo aquele que sofre de amor tem sim um pouco de transtornado, malucado e maníaco.

Portanto, se me perguntarem se sou desatinado ou um delirante, sim eu sou um mentecapto de amores pelo que faço. Apesar das decepções, dos desatinos. Apesar dos pesares, sou delirantemente apaixonado pelo que faço.

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