Pé na estrada! Adoro essa expressão. É quando nos desligamos do cotidiano, seja de trabalho, família, o que for. E nos dias de ausência aqui no blog estive na princesa do Agreste alagoano. Fui fazer a organização da cobertura jornalística da visita do governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, à Arapiraca. No caminho só conseguia pensar no evento e nos problemas para resolver. E aconteceram, natural, porém, foram contornados.
O evento em si foi perfeito, a recepção, a aceitação do público, a cronologia dos compromissos foi muito legal, tudo nos conformes. Mas vim aqui hoje mais para falar de três personagens que me pegaram pela emoção.
Nosso quartel general era o prédio da Governadoria do Agreste. E a secretária de lá, dona Cida, nos recebeu super bem e com toda sua simplicidade nos encantou. Porém, diariamente ela gasta R$ 6 para ir e voltar do trabalho em uma moto táxi. Não é fácil. A segunda personagem foi dona Solange. Ela trabalha no Serviço Geral do prédio. Sempre com boa conversa era minha companheira em nossa base. Quando ficava sozinho na redação instalada lá, ela vinha e ficava conversando. Falou sobre o orgulho dos filhos, o abandono do marido, sua fé em Deus, enfim, suas histórias e causos.
Nós conversamos bastante e até tive a liberdade de dar conselhos para a senhora. A partir dali ganhei uma segunda mãe, pelo menos naquelas horas que lá estava. Dona Solange levava biscoito, água, café, boa companhia, até tomei banho nas instalações. Foi um anjo que nos acompanhou até o final do expediente. E claro, prontamente pedi ao meu motorista para levá-la em casa. Despedindo-me com um forte abraço e abençoado pelas preces e energias positivas desejadas por ela.
A última pessoa foi dona Aurelina, proprietária de um pequeno bar na rodoviária local. Os santinhos dos candidatos dela fincados na parede não impediram que a obra de ampliação do terminal invadisse boa parte de seu estabelecimento e cozinha. Como uma simples e indefesa trabalhadora, ela não tem a força para reclamar contra tamanha injustiça.
Nossa equipe tomou as dores da doce dona Aurelina e prometemos rogar por ela junto aos responsáveis pela obra. Foi quando os olhos se marejados de emoção e a lágrima de gratidão rolou no rosto. Inúmeros foram as graças e os agradecimentos proferidos pela senhora. E vamos reclamar.
É por essas e outras que adoro percorrer esses caminhos de minha Alagoas. Por aí conheço gente, vejo a realidade do povo, as histórias e as vidas que vagam. É bom e segue mais uma estação, que venha a próxima viagem.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
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