O 30º presidente brasileiro, o primeiro civil eleito pelo voto direto no país, após a ditadura militar, esse seria a lavada de alma do povo brasileiro, a grande chance de esquecer os anos de ferro. Até aí tudo bem. Uma pessoa comum. Empresário do ramo da comunicação, filho de um senador da República, polêmico e assassino. Aí já começa a complicar.
Esse foi o cara que por meio de um plano econômico, confiscou sua poupança, abriu o mercado nacional para as importações, e deu o ponta pé inicial de um processo de desestatização, ou melhor, começou a privatizar as empresas do Estado.
Olhando cada medida dessa por diversos ângulos, você encontra um ponto de vista até que positivo, mas vindo dele.....uuuuuuuuuiiiiiiiii. Dá medo! Aliás, quem o conhece bem, o teme. Não por ele ser violento, mas por seu temperamento publicamente sem controle e sem limites. Esse é um pouco do Fernando Affonso Collor de Mello. Um carioca erradicado na Terra dos Marechais que foi criado entre um livro da propaganda nazista de Hitler, e entre os problemáticos jovens filhos do poder carioca e brasiliense.
Collor foi criado para ser o que é. Vindo de uma família extremamente problemática e envolvida até a cabeça com escândalos e histórias mil, ele não fugiu às raízes. O senador da República por Alagoas tem em sua biografia páginas escritas com pulso firme, porém elameado de vergonha para a sociedade que o colocou lá. Cruz cão, meu pai!!!!
O então presidente da República, Collor de Mello, renunciou ao cargo com sérias e contundentes acusações de corrupção, sem falar o nepotismo, pois foi ele quem colocou Zélia Cardoso de Melo, sua prima, na Fazenda, e até agora ministro do Supremo, Marco Aurélio de Mello, lá, são apenas exemplos toscos.
Pelo insucesso de suas ações, entrou para a história política brasileira como o único presidente tupininquim deposto por ameaça de impeachment. Teve seus direitos políticos cassados por oito anos. E foi responsável pela maior manifestação popular desde as Diretas Já.
Com ira de Collor, milhões e milhões de jovens foram às ruas em 1992 para depor o presidente supostamente gatuno. A pressão no Congresso Nacional foi tamanha que não resistiu ao conclame popular. Por todos esses anos, ele ficou num ostracismo total. Recluso, ele se fortaleceu, saiu da mída e voltou com força máxima em 2006, quando por uma bobeira e arrogância do ex-governador Ronaldo Lessa, que já se considerava senador, deixou Collor ganhar uma eleição com apenas um mês de disputa.
O caçador de marajás, como ficou conhecido, foi também governador de Alagoas, e prefeito de Maceió, muito jovem. E foi na Terra Caeté que se reforçou politicamente. Foi um fenômeno. Após a morte de seu pai, senador Arnon de Mello, responsável pelo único tiroteio da história do Congresso Nacional, dentro da casa legislativa, Collor ganhou asas. Só pra não ficar implícito, Arno de Mello tentou matar seu maior adversário político, o também ex-governador e senador alagoano como ele, Silvestre Péricles, e acertou fatalmente o senador José Kairala, em plena sessão ordinária do Congresso.
Vixe maria, ave maria, ave maria, ave maria....Collor tem essas raízes. Quando presidente da República, veio apenas uma vez ao seu berço político, e com seu topete de sempre, nem deu valor aos descamisados alagoanos, que tanto o amam. Mas o segredo mora aí....Por que o amam?
Se você perguntar a qualquer alagoano que tem o mínimo de acesso a jornais, informações, cultura, enfim, caso alguém pergunte o que Collor fez de bom para a sociedade, o que poderíamos ouvir? Bem, eu mesmo já fiz essa pergunta a muita gente, e sempre ouvi uma pausa seguida de um silêncio sepulcral.
Em reportagem publicada no Valor Econômico, o repórter Caio Junqueira narra sua incursão ao município de Roteito, onde ele conseguiu a monstruosa votação de mais de 86% de votação, enquanto candidato ao Senado Federal. A cidade não tem nada de obra dele, enquanto político. Não há nada, nenhum resquício de sua mão pública. Ou será que o povo votou pela cara dele?
Não entendo a tamanha aceitação dele nas ruas. Os episódios recentes no Senado Federal mostraram um pouco de seu jeitão. Aquela face desfigurada pelo ódio apresentou ao Brasil o Collor que poucos conhecem. E os cidadãos em sã consciência sabem do que ele é capaz.
Claro não posso negar. Ele é inteligentíssimo, estratégico e astuto. Gestos, olhares, postura e palavras são desferidas com precisão cirúrgica e muito bem pensadas. Seu acordo com a Globo, em 1989, aquele bendita edição que a emissora dos Marinho fez, nossa senhora, golpe de mestre. A baixaria que ele é capaz de fazer, humilhando o então candidato Lula. Ai ai ai, Deus me livre.
Dá arrepios imaginar esse homem governando novamente meu Estado. Tudo de podre e ruim voltaria a circular por Alagoas. Basta.
Quer saber um pouco mais dessa figura....leiam Operação Morcego Negro. Vocês vão saber quando ele fechou um andar inteiro do Hospital de Base de Brasília, devido a uma overdose de droga...enfim!!! Leiam e tirem suas dúvidas.
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