segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Lições, mais lições para nós


Foi num novembro, só que em 2006, tinha saído de um show da banda Eek, de meu amigo irmão Diogo Braz. Excepcionalmente não tinha bebido, estava sozinho no show, outros amigos chegaram depois, mas nada de tempo que merecesse compartilhar algumas cervejas.

Foi então que ao fim do show cumprimentei meu amigo, tiramos fotos, comentamos sobre a música, arranjos, a aceitação do público de baixo, essas coisas do pós-show. Peguei o carro e toquei pra casa. Entretanto lembrei-me que tinha uma festa à beira da lagoa em Coqueiro Seco.

Sozinho, como sempre, peguei a estrada e segui meu destino dançante de fim de noite. Como todo sábado a noite, todo mundo muito disposto a se permitir, eu como bom solteiro na época também estava, acabei encontrando com amigos de minha Satuba. O movimento foi até legal, muito tranquilo tomei uma coca-cola e fiquei numa mesa fincada na areia iluminada por canhões reluzentes de luz.

Gente bonita e gente nem tão bonita se misturavam, mas já era fim da festa e todos se aprontavam para voltar pra casa. Chamei mais três colegas da cidade como caronas. Enfim. A estrada, já conhecida de anos, era sinuosa e feita de paralelepípedos. É o caminho entre Coqueiro Seco e Satuba, ambas na região Metropolitana de Maceió.

As canas ditavam o caminho das curvas. Era noite escura de lua nova. Brêu geral. Só que na mais perigosa das curvas, a última para chegar no município de Santa Luzia do Norte, uma bifurcação dividia os caminhos. O de barro seguia num caminho errado, e o pavimetado era o correto para seguir à Maceió.

Antes desta bifurcação existe, até hoje, um aclive que impede de ver a divisão. Foi então que ao passar a baixada e chegar em cima, avisto um gol modelo ‘bola’ dando uma ré, por ter errado o caminho da capital. Aí já viu, né. Sentei o pé no freio com todas minhas forças, e segurei o volante com ainda mais força, chegando a entortá-lo. A batida foi inevitável. Acabei com a frente do scort último modelo. Ambos os carros tripulados, graças ninguém ficou ferido gravemente.

Susto nunca antes assim tinha sentido. Estava pálido e surpreso. Preocupei-me nem comigo, mas com as demais vítimas. Olhei ao redor, vi meus colegas bem, apenas com cortes leves e pancadas. Tirei o sinto e fui no carro da frente. Nada também de grave.

Como era fim de noite, meus primos logo chegaram e me socorreram e aos meus colegas. Meu pai na época pagou por todos os prejuízos e o seguro também. A reação de meu pai foi surpreendente. Calmamente, questionou se estava bem e depois foi tomar um uísque comigo e meu primo Juninho, em sua casa, já pela manhã após a fatídica madrugada traumatizante.

Como filho que nunca deu prejuízo à família, cobri-me de vergonha, e me refugiei por alguns dias em Recife-PE. Do trauma fiquei curado, mas sempre quando fechava os olhos naqueles dias de novembro, enxergava aqueles instantes terríveis.

É lição meu povo. Conto essa história para servir de exemplo para todos nós que dirigimos diariamente e precisamos de atenção triplicada ao volante. Não apenas por nós, mas pelos alheios. Até aqueles que insistem em andar lentamente na mão da esquerda. Nem sei como esse povo tirou carta, mas enfim. Deus abençoe a todos.

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