domingo, 14 de novembro de 2010
A República de Deodoro....não foi bem assim
A história da Proclamação da República que conhecemos não é tão linda como todos pensam. Quem estudou o Ensino Médio no início dos anos 90 conheceu uma versão muito romântica. Vamos juntar alguns fragmentos.
Manuel Francisco Deodoro da Fonseca cresceu num meio monarquista, ideias monarquistas, seu pai era membro do Partido Conservador - monarquista até as tampas. Seus irmãos, dos sete irmãos, três morreram na Guerra do Paraguai. Eles foram alistados dentro do programa Voluntários pela Pátria - onde o governo brasileiro arregimentou brasileiros para lutar no Prata.
Deodoro tinha uma relação cordial com o imperador Dom Pedro II. Com a simpatia do imperador, Deodoro foi também presidente da província de Mato Grosso, foi governador da Bahia e comandante das armas das províncias da Bahia e Pará. O primeiro presidente do país não teve filhos, mas criou seu sobrinho Hermes da Fonseca (8º presidente do Brasil), como tal.
Mas voltando, Deodoro da Fonseca se tornara em meados de 1887, a maior representação militar brasileira. Sendo respeitado e admirado pelas Forças Armadas de então. Tanto é que nas derradeiras eleições antes da proclamação, em agosto de 1889, apenas três deputados republicans foram eleitos (Campos Salles e Prudente de Morais, ambos seriam eleitos presidentes anos depois).
Foi então que os republicanos começaram a planejar um golpe militar. Os republicanos começaram a listar os gastos financeiros do Império, os prejuízos. E a Guerra do Paraguai contribuiu com isso, não com o que aprendemos no colégio, dizendo que os soldados e oficiais brasileiros em contato com os colegas argentinos e uruguaios foram embebecidos pelas repúblicas vizinhas. Nada disso...o forte mesmo foi o calote que o governo imperial deu nos donos de escravos. O Império pegou escravos emprestados e não pagou. Isso emputeceu a classe econômica dominante.
Agora vemos como um boato pode definir destinos. Foi espalhada a notícia que o primeiro ministro brasileiro Visconde de Ouro Preto tinha pedido a prisão de Deodoro da Fonseca. História, claro!!! Quando tal notícia chegou aos ouvidos do marechal, mesmo adoentado, pegou sua espada e convocou suas tropas para marchar no Campo da Aclamação, no Rio de Janeiro.
Já muito puto, Deodoro invade o Quartel General do Exército, e pede a prisão do primeiro-ministro, dando sem querer um golpe militar. Tanto é que, sabedores dos planos republicanos, os ministros do Império pediram demissão pouco tempo antes da proclamação. Na sacada ainda, o enganado Deodoro gritou: "Viva a sua majestade, o imperador!". Cômico, né...rsrsr
Dom Pedro II, desembarcando no Rio de Janeiro, soube da história e convocou reunião com o Conselho do Estado. Um novo ministério foi formado. Aí...os republicanos, espertos como eles só. Foram correndo levar a notícia falsa a Deodoro e disseram que logo quem ia assumir.....claro....Gaspar Silveira Martins...óbvio. Os republicanos disseram que o cargo de primeiro ministro seria ocupado por um inimigo fidigal de Deodoro. Gaspar tinha disputado o amor de uma mulher com o marechal...rsrsrs! Só no Brasil mesmo...afff
Aí, as 15h, do dia 15 de novembro de 1889, é lavrada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro a declaração de Proclamação da República....foi então que o bom velhinho Pedrão aceitou a decisão e a insistência dos fofoqueiros republicanos.
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