Depois de mais uma viagem pelo interior alagoano, nem sei bem por onde começo. Mas vamos lá.
Ainda era noite quando sai de casa na quarta-feira, 21. Eu e minha equipe pegamos a estrada pelas 4h e o conversa dentro do carro era constante, até pra não deixar o sono nos vencer nas primeiras horas do feriado de Tiradentes. Dia de folga para a maioria dos mortais, porém o camarada aqui pegou no pesado, no bom sentido é claro.
Com destino ao município de Poço das Trincheiras fomos lá cobrir algumas ações do governo. Lá chegando, conheci mais uma figura. Daquelas....bem. O nome dele é Cícero da Cruz Silva, mas nem chegue em Poço chamando por esse nome que ninguém vai te dizer nada. A alcunha do rapaz é Neguinho de Paulo Tandaia. É que ele reside no povoado chamado Paulo Tandaia.
No local do evento, em frente existia uma plantação de palma forrageira. Uma belezura diriam os especialistas. Ao nos encaminharmos para a propriedade, seu neguinho vem tropecando. Ele manca por que tem suas duas pernas amputadas, e usa duas próteses para se movimentar.
Em primeiro momento eu não sabia, só soube por seus filhos falaram.
No pé da porteira, já avistando a imensidão verde da palma, seu neguinho me abordou com todo o respeito e humildade que o sertanejo tem. Sempre ao fim da frase ele aplicava um 'sim, senhor' ou 'não, senhor'. E ao me aproximar da vegetação, seu neguinho prontamente deu um pulo na cerca que poucos com duas pernas autênticas dariam. Pense numa pôpa, como se diz...rsrsrs.
Seu Neguinho é exemplo na região de cultivo de palma forrageira em modo adensado. É um sistema de plantação que dá mais resultados, em pouco tempo de plantação. Ele se encaixa perfeitamente na imagem que fazemos do sertanejo bravo e forte.
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