quinta-feira, 22 de abril de 2010

É agua pro povo, minha gente


"No sertão, a água ganha proporções de importância como em nenhum outro lugar do mundo". As palavras do governador Teotonio Vilela em Major Isidoro, na quarta-feira, 21, ilustram perfeitamente o que um morador do Semi-Árido já conhece. Para nós aqui do litoral e grandes capitais é quase imperceptível a volumosa quantidade de água que temos. Mas basta faltar água em sua casa por algumas horas que sentimos o peso de sua ausência. Imagine por dias, meses.


O governador estava lá entregando cisternas para esse povo tão acostumado à aridez, porém me deparei com seu Paulo Cabral. Uma figura muito simpática que nada mais, nada menos, andava 2 km em busca do açude mais próximo. Quando não tinha condições mesmo de andar, ele morria na faca cega do carroceiro que cobrava por litro de água trazida. Em média eram R$ 10, por semana. Imagine só. Isso quer dizer 10 litros de água, pra beber, tomar banho, cozinhar.


É dureza que jamais conheceríamos e rezemos para que não conhecemos. Ainda bem que seu Paulo, assim como outras mil famílias pode agora contar com uma cisterna em sua casinha. Penar? Jamais. Os 16 mil litros que cabem na cisterna duram um ano inteiro. E logo pra ele que mora com mulher e três filhas. "Agora tá bom", diz o acanhado sertanejo.

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