No Ceará, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, porém pior em suas proporções, foi o massacre praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra os camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, quando através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, com tiros de fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres grávidas, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas.
Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e foi por isso que a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que sejam obrigados a informar a localização exata da cova coletiva onde esconderam os corpos dos camponeses católicos assassinados na ação militar de 1937.
Vale frisar que a Universidade Federal do Ceará enviou pessoal no início de 2009 para auxiliar nas buscas dos restos dos corpos dos guerrilheiros mortos no Araguaia, esquecendo-se de procurar na Chapada do Araripe, interior do Ceará, uma cova com 1000 camponeses. Seria discriminação por serem “meros nordestinos católicos”?
Este foi o crime praticado contra os habitantes do Sítio Caldeirão, bem como, o direito das vítimas de serem encontradas e enterradas com dignidade, para que não fiquem para sempre esquecidas em alguma cova coletiva na Chapada do Araripe.
Este texto é do Otoniel Ajala Dourado OAB/CE 9288 – (85) 8613.1197 - presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS www.sosdireitoshumanos.org.br
Obrigado pela colaboração, caro Otoniel
sábado, 24 de outubro de 2009
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