Assistindo o Observatório da Imprensa, do professor Alberto Dines, na quarta-feira, 29, uma discussão me chamou a atenção. O programa é conhecido por abordar óticas diferentes de assuntos que estão movimentando a mídia brasileira. E neste sentido, o debate circundava de como a imprensa estava cobrindo a violência no país, e se este modo de cobertura estava contribuindo socialmente para diminuir as ocorrências criminosas.
As editorias de polícia dos jornais brasileiros geralmente apenas correm atrás dos fatos e noticiam o sangue do dia a dia. É uma informação chula que até invadiu as emissoras de televisão, com programas popularescos, onde o mundo cão tem a vez.
Não há uma preocupação com o que está sendo vinculado e se aquilo vai contribuir ou não para o cidadão não mais passar por aquele tipo de situação. O desembargador Jairo Maiorovich, de São Paulo, chamou a atenção para a culpa do governo federal em chamar a responsabilidade pra si e ajudar na resolução do problema.
O desembargador foi enfático e lembrou que o Brasil é um dos maiores produtores de armas e munição do mundo. Nós estamos no quarto lugar em produção e exportação. Somos potência bélica, quem diria. É muito dinheiro envolvido. E como controlar isso? Aí se esbarra no lobby grandioso dos fabricantes de armas brasileiros...(até nisso!!!)
Mas o que o professor Dines queria era apresentar uma maneira diferente de noticiar ‘polícia’. É produzir um material mais investigativo, ouvindo novos atores sociais, especialistas, e provocar o cidadão a sua veia de contribuição, pois ele também é responsável pela violência que acontece no cotidiano.
“A sociedade deve contribuir denunciando”, explicou o apresentador. Um dos convidados citou a experiência exitosa do Disque Denúncia do Rio de Janeiro, onde o povo pode contribuir anonimamente informando o paradeiro de assassinos e traficantes.
Foi através deste serviço que um dos assassinos de Leandrinho, coordenador do Afroreggae, no Rio, foi pego. Uma ligação anônima informou onde o acusado estava.
É isso! A mídia deve chamar a sociedade para trabalhar em conjunto, em parceria. As matérias devem conclamar esse levante social em prol da paz. A cada linha escrita o cidadão deve ser provocado para contribuir e não apenas esperar do Estado um auxílio, que talvez nem venha.
Pensemos nisso, caros colegas da caneta. Vamos repensar o modo de acompanhar o mundo cão. Deus nos proteja!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
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