terça-feira, 25 de agosto de 2009

55 anos sem Getúlio


Foi no dia 24 de agosto de 1954 que o país perdeu o maior político de sua história. Pelo mal ou pelo bem, o gaúcho Getúlio Dorneles Vargas deixou sua marca na vida política nacional. O tiro no coração que vitimou o Dr. Getúlio, como muitos o chamavam, não matou apenas um chefe de Estado, mas uma ideologia política que até hoje tem raízes.

O pai dos pobres que governou o Brasil em momentos distintos fundou o PTB, e fez uma real transformação política no país. Foi chefe civil da Revolução de 1930, e conduzido ao poder no mesmo ano, saindo apenas em 1945.

Nesse meio tempo dirigiu de modo distinto os destinos da nação. De 30 à 34, governou provisoriamente; de 34 à 37, governou já com a Constituição Brasileira em baixo do braço, eleito pelo Congresso Nacional. Já entre 1937 e 1945, virou o ditador no Estado Novo. Ele foi duas faces em uma só, o ditador impiedoso com seus oponentes e o governante à Hugo Chavez, populista até a alma.

O interessante que mesmo após sua saída em 45, foi reconduzido ao poder por meio de voto direto em 1950, indo até o fatídico 24 de agosto de 1954, quando faleceu.

Em se tratando de maior estadista brasileiro, Getúlio bate de frente com Jucelino Kubstchek. É minha opinião. Ninguém mudou tanto o Brasil como esses dois camaradas. Não se fazem presidentes como antigamente....

Vargas criou a maioria das leis trabalhistas brasileiras, o salário mínimo, o direito de voto para as mulheres, a constituição de 1934, o Dia do Trabalhador, mas também criou a voz do Brasil, putzzzz!!!! Ele sabia como usar a comunicação. Ele foi que começou toda essa política midiática.

Como se não bastasse uma vida tão movimentada e polêmica, até a morte de Getúlio virou uma polêmica. Muitos acham que Vargas não se suicidou, mas muitos defendem que ele tivesse sido assassinado. Relatos contam que a sua ferida à bala no peito tinha sido lavada, por exemplo, toda a cena do crime foi modificada. É uma lenda é claro, mas nesse Brasil, nunca exclua nenhuma hipótese, nem a trate como infame.

A comoção tomou conta do país. O que dizer do cara que vislumbrou um Brasil muito melhor que o agrário e retrógrado de 1930? Ele transformou aquela terra de desempregados e subempregados em uma nação com indústrias e direitos iguais para todos.

As lágrimas do povo brasileiro lavaram as escadarias do Palácio do Catete numa terça-feira, assim como esta. As ruas lotadas de simpatizantes ou não, lamentavam a partida de um líder que o Brasil jamais viu. Admirado, odiado, respeitado, amado, Vargas despertava sentimentos nas pessoas, seja a paixão ou o ódio, mas mexia. Que o diga Carlos Lacerda...indiferença não era com Getúlio.

Há 50 anos, o Brasil dava adeus ao maior expoente de sua história política. Outro como ele não mais nascerá.

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