sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
E a gente ainda reclama...
Tá uma loucura! Peço perdão aos meus seguidores pela ausência de posts. Meu sumiço se deve às minhas viagens pelo interior do estado. Barra de São Miguel, Paulo Jacinto, Quebrangulo, Branquinha e Murici, esses foram as cidades que visitei recentemente. Do litoral até o Sertão, Agreste e Zona da Mata de Alagoas cortei essas estradas cobrindo minhas pautinhas.
O legal dessas viagens é conhecer a vida, a realidade de gente que jamais imaginaríamos em conhecer. Pessoas de fibra, sofridas, porém não ligam para o ranso da dor. Em especial destaco duas figuras que mostraram para mim que fatos ruins acontecem para nos encaminhar para roteiros diferentes de vida. São em momentos de aflição que ganhamos a oportunidade de termos um final alternativo, eu diria.
Seu José Aparecido, 44 anos, é residente no município de Branquinha - cidade devastada pelas enchente de junho de 2010, e perdeu o pouco que tinha na enxurrada. A mulher e os seis filhos dele moram agora nos acampamentos provisórios. Aparecido teve todo motivo do mundo para se desesperar e cometer uma loucura. Imagine se ver sem emprego, sem casa, e com sete bocas para alimentar....digaê!
Pois bem, ele faria tudo que um pai de família faria: correu atrás. Aparecido sem saber de nada...quis aprender o ofício de pedreiro e agora é ajudante de pedreiro e está construindo sua futura casa no conjunto residencial que além dele vai abrigar os demais desabrigados. "Sinto muito orgulho de ter aprendido uma profissão e hoje realizo sonhos", disse.
A mesma gratidão com a vida, mesmo com a tragédia, é o falastrão e sorridente Reginaldo Barbosa da Silva Dantas, 29 anos. Bem...Reginaldo é da cidade de Quebrangulo e apesar da dentição ser pouca, ele não poupa sorrisos. Apesar de jovem na idade sua aparência envelhecida de anos de labuta no campo não diz nem de perto de como ele encara a vida.
Num sol de mais de 40º, em pleno Sertão alagoano, o camarada contava piadas e já fazia planos de ampliar sua casinha, nem bem concluída. Ele era agricultor, só fazia isso na vida. Aí veio a seca e acabou com tudo. Aff quando não é água, é falta dela! Cruz credo, enfim...assim como Aparecido, Reginaldo conheceu o ofício no canteiro de obras da reconstrução da cidade.
Eles são apenas alguns exemplos que fazem a vida valer a pena. Pessoas que tinham tudo para entregar os pontos e não o fizeram, seguiram....continuaram. Fica a dica
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