sexta-feira, 30 de julho de 2010
Tempos de foca
Aaaaaaaaaaahhhhhhhhh, o jornalismo! São diversas as emoções que pode nos proporcionar. Trabalhamos com a notícia, palavra, mas não há como não envolver sentimento e emoção. Tratamos com vidas. Gente em jogo.
O Profissão Repórter, da Rede Globo, exibido na última terça-feira (27), puxou de minha memória uma fase que guardo com muito carinho. Tempos de estagiário - quem nunca teve que atire a primeira pedra.
O início da vida de jornalista sempre é dureza pra qualquer profissional. O gelo do batismo de fogo é quebrado, ou melhor, derretido, no cotidiano. Dia a dia, o foquinha é lapidado. A cada pauta aprendemos os caminhos, lidamos com as mancadas. Os erros, os 'foras' nos ditam. Penamos pelo que perguntamos, ou na hora errada, ou quando denuncia que o foca tá mais perdido que cego em tiroteio. Ou até mesmo por orgulho, não perguntamos. Besta! Perde a matéria.
As dicas do experiente Caco Barcellos me fez lembrar de como o estagiário de Tv pena. Não que os demais também não padeçam desse mal. O problema é que os de Tv estão com a cara pra bater. Eles se expõem mais.
Foi na Tv que criei a coragem, a cara de pau, e paciência. Saber o que perguntar, na hora certa, como questionar, conduzir uma entrevista. É nessa fase que aprendemos (nem todos), como tirar de nossos entrevistados, para não dizer vítimas, o que nós queremos ouvir.
Outra! Não adianta dar uma de arauto da verdade e defensor ideológico do preto ou branco. Devemos ser políticos. Exercer a política da boa convivência. Você pode ser o petista mais xiita, mas por vezes poderá trabalhar para um tucano. Nunca se sabe.
Era enquanto estagiário que eu engolia o acanhamento, por ser um simples estagiário. Até por que quando o entrevistado sabia que você era um foca, ele já se contorcia e se achava desmerecido. Mesmo assim é necessário demonstrar firmeza e profissionalismo e dizer..."é agora!".
Perder o momento da imagem é fatal. O repórter de texto consegue meios de apurar e buscar a matéria em seguida, já a imagem não. Ela não volta. Por outro lado, o texto é um exercício de estratégia. Ver bem. Conhecer os personagens que estão em sua volta. Entender e ler, ler muito, muito mesmo. Só assim se consegue uma base para se escrever bem.
Foi o início. E foi bom demais...
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