quinta-feira, 29 de julho de 2010

Como se faz uma campanha....


Pelas Terras dos Marechais a corrida eleitoral ainda está nos seus primeiros 100 metros. Ainda muito ‘chôcha’, candidatos ainda estão se conhecendo, testando, e (pasmem!) decidindo para que palanque vão. Mesmo após as convenções, os candidatos estudam estratégias, lêem pesquisas, avaliam perdas e danos, enfim...o xadrez eleitoral não se fechou completamente. Pior para o eleitor que não sabe pra onde começar a apontar.

As campanhas já estão nas ruas da capital. Carros plotados e adesivados começam a florescer nas ruas. As belas modelos iniciam suas colagens de botons (quem é ousado em dizer não?).

Caminhadas e carreatas começaram no interior. É a massa política efervescendo mais uma vez. Os amantes da política se excitam, vibram com o calor das ruas. Eles esperam por isso de dois em dois anos. E de fato, quem já participou de um pleito, fica doido pelo próximo.

Mas convenhamos, o que é preciso para um candidato colar na cabeça da galera? Os marqueteiros de plantão brotam por aí e dão fórmulas inúmeras. Não tem lá uma equação formada e exata. Tudo influencia. Ano, situação, dia a dia, acontecimentos inesperados. Enfim...nunca se sabe. Os segredos já não são tão segredos em período eleitoral.

Não vou aqui discutir o candidato. Se ele tem boa aceitação, é do mal ou do bem, branco, preto, pobre, rico, velho. É necessário ter carisma. Ser sociável. Ser leve. Bom de papo (condição básica). Ter um passado probo (pedir demais, né). Ter planos de governo (ninguém liga muito). Ah, um bom jingle ajuda. Ele gruda na mente. Aprendemos por osmose.

Mas vou entrar em meu meio: na comunicação. Cobrir uma eleição estadual em um lugar como Alagoas requer uma atenção toda especial. Estratégia e planejamento. Nada de correria. Duas equipes de jornalistas: dois repórteres de texto e dois fotógrafos, correndo desimbestados do Litoral ao Sertão.

Claro, uma terceira equipe é sempre bem-vinda, caso exista algum evento fora de hora, ou inesperado. Cada equipe, um jornalista disposto a tudo. Comer (nem sempre), dormir onde der, e sem medo de motoristas loucos. Mas o primordial: percepção. É fundamental um camarada antenado. Se aprender a leitura labial, ajuda bastante. Os bajulas, as modelos, e a galera da imagem, raramente vão deixar você chegar perto de seu assessorado.

Saiba como ele pensa. O entenda. Leia sua cartilha e comece a prevê-lo. Um olhar pode dizer tudo. Terminado um evento, permaneça dentro do carro (de cabine e carroceria – carros de imprensa de campanha só devem ser veículos grandes). Digite seu material o quanto antes para enviar à base.

E é na base que a magia acontece. As articulações feitas durante todo o dia funcionam aí. É uma notinha, um colunista que recebe seu texto, sua foto, sua informação. Preferivelmente sempre antes das 18h. Dá tempo para o camarada jogar seu material no lixo ou não. Agilidade e qualidade são fundamentais.

É necessário organização. Seu candidato vai visitar dez municípios no dia...perfeito! Cada equipe faz cinco cidades, sempre alternando. Converse com o povo. Chegue cedo na cidade. Conheça o local. Ouça os mais velhos. Sinta o termômetro sobre seu assessorado. Prepare o terreno. Prefeitos e vereadores são importantes, porém o povo é que sabe onde acontece o voto, onde se precisa mais.

Seja direto, objetivo, não perca tempo flertando com menininhas. Os fotógrafos fazem a festa e são bastante exigidos. O povo não pode ver um flash. Em caminhadas e carreatas, nunca fique na multidão. Esteja à frente do pilotão da frente...rsrsrs. Fique atento a gestos, olhares. Assim pode surgir uma foto que pode decidir um pleito. O repórter fotográfico e você devem ser um só.

Loucuras, estampidos, arroubos, não servem. Despendem energia e são desnecessários. Mais do que nunca as estratégias de Shun Tzu são bem vindas. É a Arte da Guerra à serviço da democracia.

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